2. II – Autoridade da Doutrina Espírita
Controle universal do ensinamento dos Espíritos
“As instruções que promanam dos Espíritos são verdadeiramente
as vozes do Céu que vêm esclarecer os homens e convidá-los à
prática do Evangelho”. Allan Kardec
Deus quis que a nova revelação chegasse aos
homens por um meio mais rápido e mais
autêntico. Eis por que encarregou os Espíritos de
levá-la de um polo a outro, manifestando-se por
toda a parte, sem dar a ninguém o privilégio
exclusivo de ouvir a sua palavra. Um homem pode
ser enganado e pode enganar-se a si mesmo, mas
tal não ocorre quando milhões veem e ouvem a
mesma coisa.
São os próprios Espíritos, na verdade, que fazem a
propagação com a ajuda de inumeráveis médiuns que
eles despertam por toda a parte.
3. II – Autoridade da Doutrina Espírita
Controle universal do ensinamento dos Espíritos
O primeiro exame é, sem dúvida, o
da razão, ao qual é necessário
submeter, sem exceção, tudo o que
vem dos Espíritos. Toda teoria
contrária ao bom senso, com uma
lógica rigorosa e, com os dados
positivos que possuímos, por mais
respeitável que seja o nome que
assine, deve ser rejeitada.
Mas também sabemos que os Espíritos
enganadores não têm escrúpulos para se ocultar
sob nomes falsos, a fim de fazerem que suas
utopias sejam aceitas. Disto resulta que, para
tudo o que se encontra fora do ensinamento
exclusivamente moral, as revelações que cada um
possa obter terão um caráter individual, sem
garantia de autenticidade e devem ser
consideradas opiniões pessoais deste ou daquele
Espírito, sendo imprudência aceitá-las e divulgá-
las levianamente como verdades absolutas.
4. III – Notícias históricas
Para bem compreendermos certas passagens dos Evangelhos, é preciso conhecer o valor de muitas palavras
que são frequentemente empregadas e que caracterizam os costumes e a sociedade judaica naquela época.
5. ESCRIBAS: Nome dado, a princípio, aos
secretários dos reis de Judá e a alguns
intendentes dos exércitos judeus. Mais tarde,
essa designação foi aplicada especialmente
aos doutores que ensinavam a lei de Moisés
e a interpretavam ao povo. Faziam causa
comum com os fariseus, com os quais
dividiam os princípios e a aversão aos
renovadores. É por isto que Jesus também os
envolve na mesma reprovação.
III – Notícias históricas
ESSÊNIOS: Seita judia fundada por volta do ano 150 a.C.,
no tempo dos macabeus. Seus membros moravam numa
espécie de monastério e formavam um tipo de
associação moral e religiosa. Distinguiam-se pelos
costumes suaves e virtudes austeras, ensinando o amor
a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma e
acreditavam na ressurreição. Eram celibatários,
condenavam a servidão e a guerra; seus bens eram
comuns e se entregavam à agricultura. Seu gênero de
vida se aproximava ao dos primeiros cristãos, e os
princípios morais que professavam fizeram com que
alguns pensassem que Jesus pertencera a essa seita,
antes do início de Sua missão pública.
6. FARISEUS: Os fariseus tomavam parte ativa nas
controvérsias religiosas. Servis observadores das
práticas exteriores do culto e das cerimônias,
ardorosamente proselitistas, inimigos das
inovações, mostravam grande severidade de
princípios. Mas, sob as aparências de uma
devoção meticulosa, escondiam hábitos
dissolutos, muito orgulho e, sobretudo,
excessivo desejo pela dominação. A religião,
para eles, era mais um meio de subir do que
propriamente objeto de uma fé sincera. Eles
tinham apenas as aparências e a ostentação de
virtudes
NAZARENOS: Nome dado, na antiga lei, aos judeus que
faziam votos, seja por toda a vida, ou por algum tempo,
de conservar-se em pureza perfeita; adotavam a
castidade, a abstinência das bebidas alcoólicas e não
cortavam os cabelos. Sansão, Samuel e João Batista
eram nazarenos. Mais tarde, os judeus deram esse nome
aos primeiros cristãos, por alusão a Jesus de Nazaré. Foi
também o nome de uma seita herética dos primeiros
séculos da era cristã, que, como os ebionitas8 , cujos
princípios ela adotou, misturava as práticas do
Mosaísmo aos dogmas cristãos. Essa seita desapareceu
no quarto século.
III – Notícias históricas
7. PORTAGEIROS: Eram os cobradores de categoria
inferior, encarregados do recebimento de pagamento
pela entrada nas cidades. Suas funções
correspondiam mais ou menos à dos aduaneiros e dos
cobradores de taxa sobre mercadorias. Sofriam,
também, a reprovação aplicada aos publicanos em
geral. É por essa a razão que, encontramos
frequentemente no Evangelho o nome de publicano
ligado à designação de gente de má vida.
PUBLICANOS: Eram assim chamados, em Roma,
os cavalheiros arrendatários das taxas públicas,
encarregados da cobrança dos impostos e das
rendas de toda espécie, fosse em Roma ou em
outras partes do Império. Costuma-se dizer:
“Ávido como um publicano, rico como um
publicano”, referindo-nos a fortunas de má
procedência.
III – Notícias históricas
8. SADUCEUS: Seita judia que se formou por volta do
ano 248 a.C., assim chamada em virtude do nome de
seu fundador Sadoc. Os saduceus não acreditavam na
imortalidade da alma, nem na ressurreição, ou na
existência dos bons e maus anjos. Apesar disso,
acreditavam em Deus, e embora nada esperassem
após a morte, serviam-no com o intuito de obter
recompensas temporais, ao que, segundo eles, se
limitava a providência divin. A satisfação dos sentidos
era, aos seus olhos, o motivo principal da vida.
Quanto às escrituras, apegavam-se ao texto da antiga
lei, não admitindo nem a tradição, nem qualquer
outra interpretação. Colocavam as boas obras e a
execução pura e simples da lei acima das práticas
exteriores do culto.
SAMARITANOS: Os samaritanos estiveram quase
sempre em guerra com os reis de Judá. Uma
aversão profunda, que datava da época da
separação, perpetuou-se constantemente entre
os dois povos, que se esquivavam de qualquer
relação recíproca. Os samaritanos, para tornarem
a cisão mais profunda e por não terem de ir a
Jerusalém para a celebração das festas religiosas,
construíram um templo próprio e adotaram certas
reformas: somente admitiam o Pentateuco – que
contém as leis de Moisés – e rejeitavam todos os
livros que a ele foram anexados posteriormente.
Seus livros sagrados eram escritos em caracteres
hebraicos da mais alta antiguidade. Aos olhos dos
judeus ortodoxos, eles eram heréticos e, por isso
mesmo, desprezados, anatematizados e
perseguidos. Seriam os protestantes dos tempos
de hoje.
III – Notícias históricas
9. SINAGOGA: : (do grego synagogê, assembleia,
congregação) Havia na Judeia apenas um templo, o de
Salomão, situado em Jerusalém, onde se celebravam
as grandes cerimônias do culto. Para lá iam todos os
anos os judeus em peregrinação, para as festas
principais, como as da Páscoa, da Dedicação e a dos
Tabernáculos. Foi nessa época que Jesus ali fez
diversas incursões. As outras cidades não tinham
templos, mas sinagogas, onde os judeus se reuniam
nos dias de sábado, para orar em público sob a
orientação dos anciãos, dos escribas e dos doutores
da lei. Nesse local se faziam também as leituras dos
livros sagrados, seguidas de comentários e
explicações. Todos podiam tomar parte e foi por isso
que Jesus, sem ser sacerdote, ensinava nas sinagogas
aos sábados. Após a ruína de Jerusalém e a dispersão
dos judeus, as sinagogas, nas cidades em que
passaram a residir, servem-lhes de templo para a
celebração do culto.
III – Notícias históricas
10. TERAPEUTAS: Terapeutas (do grego therapeutai, vindo de théra-peuein, servir,
tratar; quer dizer: servidores de Deus ou curadores): Sectários judeus
contemporâneos do Cristo, estabelecidos principalmente em Alexandria, no Egito.
Tinham intensas relações com os essênios, dos quais professavam os princípios.
Como esses últimos, eles se davam à prática de todas as virtudes. Sua alimentação
era extremamente frugal. Com votos de celibato, de contemplação e de vida
solitária, formavam uma verdadeira ordem religiosa. Fílon, filósofo platônico de
Alexandria, foi o primeiro a se referir aos terapeutas, apresentando-os como uma
seita do Judaísmo. Eusébio, São Jerônimo e outros Pais da Igreja pensavam que
eles eram cristãos. Judeus ou cristãos, é evidente que, como os essênios, formam
o traço de união entre o Judaísmo e o Cristianismo.
III – Notícias históricas