O documento discute o gerenciamento de resíduos químicos em instituições de ensino e pesquisa. Ele explica que o descarte inadequado de resíduos químicos pode causar danos ambientais e à saúde, e descreve as etapas para o gerenciamento correto, incluindo inventário, minimização, segregação, acondicionamento, rotulagem, tratamento, armazenamento e disposição final.
2. INTRODUÇÃO
O ensino e a pesquisa fazem uso de
substâncias perigosas em suas
atividades experimentais.
Descaso ou despreparo no manejo de
resíduos químico
Graves danos à natureza
Repercussões negativas à saúde
humana e ambiental.
3. INTRODUÇÃO
Pequenos geradores de resíduos, como instituições de ensino e de pesquisa,
laboratórios de análises bioquímicas e físico-químicas, normalmente são
considerados pelos órgãos fiscalizadores como atividades não impactantes e,
assim sendo, raramente fiscalizados quanto ao descarte de seus rejeitos
químicos.
4. INTRODUÇÃO
Segundo dados de uma pesquisa
realizada nas unidades da
Universidade de Brasília - Gestão
de resíduos químicos em
universidades: Universidade de
Brasília em foco, 2013 - , cerca de
61% dos laboratórios
investigados ainda lançam seus
resíduos "pia abaixo" ou em
lata de lixo.
Destinação de resíduos gerados pelos laboratórios da UnB
5. INTRODUÇÃO
Em função disso, várias instituições vêm, não só adotando Programas de
Gerenciamento de Resíduos Químicos, como também propondo formas de
tratamentos de resíduos por elas gerado.
6. O QUE SÃO RESÍDUOS QUÍMICOS?
Conforme a Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005:
“Resíduo químico é todo material ou substância com característica de
periculosidade que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio
ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxicidade.”
7. OBJETIVOS DO GERENCIAMENTO
Segundo a Agenda 21 -ECO-92:
“Impedir, tanto quanto possível, e reduzir, ao mínimo, a produção de resíduos
perigosos, e submeter esses resíduos a um manejo que impeça danos ao meio
ambiente”.
Promover a redução e/ou eliminação do impacto ambiental e dos consequentes
danos à saúde humana.
8. ETAPAS DO GERENCIAMENTO
Realização de um inventário;
proposição de medidas de minimização;
segregação;
acondicionamento;
rotulagem dos resíduos;
tratamento;
armazenamento;
transporte e;
disposição final dos resíduos.
9. ETAPAS DO GERENCIAMENTO
1) Inventário de resíduos químicos: Verificação dos tipos e das quantidades
dos resíduos gerados.
2) Proposição de medidas de minimização: Redução da quantidade ou a
toxicidade de um resíduo antes de seu tratamento.
REDUÇÃO NA FONTE
REAPROVEITAMENTO: RECICLAGEM OU REUSO
DIMINUIÇÃO NA ESCALA DE EXPERIMENTOS
SUBSTITUIÇÃO DE PROCESSOS OU REAGENTES (pelos raramente utilizados ou
pelos não perigosos).
10. ETAPAS DO GERENCIAMENTO
3) Segregação de resíduos químicos: Separação de acordo com suas
propriedades químicas, físicas e biológicas, com seu estado físico e seus
tratamentos ou utilizações.
1º Critério: Periculosidade - um resíduo perigoso deve ser separado de outro
não perigoso
Segundo a norma brasileira NBR 10.004
(ABNT, 2004), um resíduo perigoso é aquele
que apresenta características de toxicidade,
inflamabilidade, corrosividade,
patogenicidade ou reatividade.
11. ETAPAS DO GERENCIAMENTO
2º Critério: estado físico do resíduo - resíduos sólidos devem ser separados de
resíduos líquidos.
3º Critério: incompatibilidade química dos resíduos - resíduos contendo
substâncias incompatíveis devem ser separados a fim de evitar a ocorrência de
reações indesejadas e consequentes acidentes.
12. ETAPAS DO GERENCIAMENTO
4) Acondicionamento de resíduos químicos: Os resíduos químicos segregados
deverão ser acondicionados em:
recipientes fisicamente resistentes;
recipientes quimicamente compatíveis com os resíduos;
recipientes deverão ser rotulados e tampados adequadamente.
13. ETAPAS DO GERENCIAMENTO
EXEMPLOS:
Resíduos de ácidos orgânicos e inorgânicos, peróxidos de
hidrogênio e compostos org. - FRASCOS DE VIDRO.
Resíduos de base - FRASCOS DE POLIETILENO (PLÁSTICO).
Papéis de filtro contendo resíduos químicos, borra de metais
pesados, papel indicador, etc. - RECIPIENTES COMPATÍVEIS
DE PLÁSTICO.
14. ETAPAS DO GERENCIAMENTO
5) Rotulagem de resíduos químicos: Os rótulos devem conter as seguintes
informações:
inscrição “RESÍDUO PERIGOSO” ou “RESÍDUO QUÍMICO”;
frases e símbolos de risco;
nome do resíduo químico;
composição qualitativa do resíduo;
nome do responsável pela geração do resíduo;
volume armazenado;
data de armazenamento.
17. ETAPAS DO GERENCIAMENTO
6) Tratamento de resíduos químicos: Existem diversos tipos de tratamento a fim
de que o resíduo:
deixe de ser perigoso;
tenha sua periculosidade diminuída;
possa ser reutilizado.
EXEMPLOS:
Neutralização;
Oxidação;
Redução;
Precipitação;
Destilação;
Degradação química;
Entre outros...
18. ETAPAS DO GERENCIAMENTO
7) Armazenamento de resíduos químicos:
Resíduos que não puderam ser tratados no laboratório
Armazenamento temporário em abrigos (não no laboratório)
Posterior retirada por uma empresa especializada.
19. ETAPAS DO GERENCIAMENTO
Os abrigos devem obedecer aos seguintes
critérios:
• longe de fontes de luz, calor e de água;
• separados por compatibilidade química;
• deve-se manter absorvedor químico para
estancar qualquer vazamento que possa ocorrer.
20. ETAPAS DO GERENCIAMENTO
8) A disposição final de resíduos químicos: Resíduos não tratados no local de
origem deverão ser enviados para TRATAMENTO EXTERNO em
estabelecimentos licenciados para o recebimento de resíduos perigosos
(Classe 1).
21. ETAPAS DO GERENCIAMENTO
Aterros Classe 1: Imobilizar o resíduo
químico sólido por tempo suficiente para sua
decomposição química. (Ex:. Metais pesados).
Incinerador da Foxx Haztec em Belford Roxo- RJ
Incineração de resíduos perigosos:
Reduzir significativamente o volume
transformando resíduos sólidos, líquidos
ou gasosos perigosos em menos ou não
perigosos (Ex:. clorofórmio,
diclorometano).
Aterro Classe 1 da Pró- Ambiental em Lavras - MG
22. ETAPAS DO GERENCIAMENTO
9) Transporte de resíduos químicos: A legislação
brasileira que trata do transporte de produtos
perigosos (Resolução Nº 420 da ANTT, Agência
Nacional de Transporte Terrestre) exige uma
série de itens, como:
uso de embalagens homologadas pelo INMETRO;
confecção de rótulos e de fichas com dados de
segurança de resíduos químicos, que devem ser
confeccionados segundo normas da ABNT.