3. • O Brasil estava um caos com a renúncia de D.
Pedro I. As províncias estavam agitadas e os
políticos começavam a organizar partidos. D.
Pedro II, filho e sucessor de D. Pedro I, tinha
então cinco anos e só poderia governar o país
quando fosse maior de dezoito anos.
6. • Quando D. Pedro I renunciou ao trono,o
Parlamento brasileiro estava de férias, então
os poucos políticos que se estavam no Rio de
Janeiro resolveram, como solução de
emergência, eleger uma Regência Provisória
para governar a nação, até que se elegesse a
regência permanente.
7. • A Regência Trina Provisória governou o país
durante quase três meses. Participaram dela:
senador Carneiro de Campos, senador
Campos Vergueiro e brigadeiro Francisco de
Lima e Silva.
9. A Regência Trina Permanente:
• Após reunir deputados e senadores do país, a
assembléia Geral elegeu a Regência Trina
Permanente, no dia 17 de junho de 1831.
• A nova regência era composta pelos
deputados João Bráulio Muniz (político do
nordeste) e José da Costa Carvalho (político
do sul) e pelo Brigadeiro Francisco de Lima e
Silva.
10.
11.
12. • Uma das figuras de maior destaque da
Regência Trina Permanente foi o padre Diogo
Antônio Feijó, nomeado para o cargo de
ministro da Justiça. Sua principal preocupação
era garantir -a ordem pública, que interessava
aos moderados. Para isso era preciso acabar
com as agitações populares e revoltas
militares que ameaçavam o governo.
13.
14.
15. • Para impor a ordem, o governo precisava de
uma força militar que lhe fosse fiel. O Exército
não era confiável, pois parte da tropa,
composta de pessoas pobres, sempre se
colocava a favor dos que protestavam contra
o governo.
16. • A solução proposta pelos políticos moderados
foi a criação da Guarda Nacional: uma polícia
de confiança do governo e dos grandes
fazendeiros.
• No ano de 1834, os políticos moderados
fizeram uma reforma na constituição do
império, conhecida como Ato Adicional.
21. • O Ato Adicional era uma tentativa de
harmonizar as diversas forças políticas que
brigavam no país.
• De acordo com o Ato Adicional de 1834:
• A regência seria exercida por uma única
pessoa, com mandato de quatro anos.
Deixava de ser Regência Trina, para ser
Regência Una.
22. • Foi extinto o Conselho de Estado.
• Criavam-se as Assembléias Legislativas das
províncias, com poderes para fazer leis
referentes às questões locais.
24. • De acordo com o Ato Adicional, novas eleições
foram realizadas para a escolha da Regência
Una. O vencedor dessas eleições (com
pequena diferença de votos) foi o padre Diogo
Antônio Feijó, que era ligado à ala
progressista dos moderados. Seu adversário
representava a ala regressista.
25.
26. • Depois de eleito, o regente Feijó sofreu
grande oposição dos regressistas, que o
acusavam de não conseguir impor ordem no
país. Explodiram, durante seu governo,
importantes rebeliões como a Cabanagem no
Pará e a Farroupilha no Rio Grande do Sul.
27. • Os políticos que representavam os grandes
fazendeiros estavam cada vez mais
preocupados com as rebeliões. Tinham medo
de perder o poder político e econômico do
país.
• Quando ainda faltavam dois anos para
terminar seu mandato, Feijó decidiu renunciar
ao cargo de regente.
28. • Provisoriamente, a regência foi entregue a
Pedro de Araújo Lima, senador pernambucano
que representava os regressistas.
30. • Ao assumir o poder, Araújo Lima montou um
ministério composto só de políticos
conservadores.
• Havia uma firme decisão do governo de usar
toda a violência contra as revoltas políticas
populares que agitavam o país (Cabanagem,
Balaiada, Sabinada, Farroupilha).
31. • As classes dominantes queriam de qualquer
jeito "parar o carro da revolução", como dizia
o ministro Bernardo Pereira de Vasconcelos.
As rebeliões separatistas ameaçavam a
unidade territorial do país. E os fazendeiros
estavam assustados, com medo de perder
suas riquezas, baseadas na grande
propriedade e na exploração dos escravos.
32. • Foi o caso, por exemplo, da Lei Interpretativa
do Ato Adicional (12 de maio de 1840), que
reduzia o poder das províncias e colocava os
órgãos da Polícia e da Justiça sob o comando
do poder central.No período das regências
várias revoltas explodiram pelas províncias
brasileiras. Preocupado, o regente Feijó
chegou a dizer: "o vulcão da anarquia ameaça
devorar o império".
33. A crise socioeconômica:
• No campo econômico, as exportações
brasileiras perdiam preço e mercado. O açúcar
de cana sofria a concorrência internacional
das Antilhas e dos Estados Unidos (açúcar de
beterraba). O algodão, o fumo, o mate e o
couro também enfrentavam a forte
concorrência de outras áreas produtoras. O
ouro era um minério quase esgotado.
34.
35. • No campo social, o povo das cidades e do
campo levava uma vida miserável. Os
alimentos eram caros. A riqueza e o poder
estavam concentrados em mãos dos grandes
fazendeiros e comerciantes.
• No campo político, havia grande oposição ao
autoritarismo do governo central do império.
As províncias queriam mais liberdade e
autonomia.
36. • Queriam o direito de eleger seus próprios
presidentes (governadores)da província.
Muitos políticos das províncias pregavam a
separação do governo central.
37.
38. A Cabanagem: 1835 – 1840:
• A Cabanagem foi o mais importante
movimento popular do Brasil. Foi o único em
que representantes das camadas humildes
ocuparam o poder em toda uma província.
• A decadente economia da província do Grão-
Pará, que englobava os atuais Estados do
Pará, parte do Amazonas, Amapá e Roraima
39. • se baseava na pesca, na produção de cacau,
na extração de madeiras e na exploração das
plantas medicinais da região. Utilizava-se a
mão-de-obra escrava negra e a de índios que
viviam em aldeias ou já estavam
destribalizados e submetidos a um regime de
semi-escravidão.
40.
41.
42.
43. • Os negros, índios e mestiços compunham a
maioria da população inferiorizada do Grão-
Pará e viviam agrupados nas pequenas ilhas e
na beira dos rios em cabanas miseráveis (daí o
nome cabanos, como eram conhecidos). No
começo da revolta liderados por grupos da
elite que disputavam o poder,
44. • os cabanos, insatisfeitos, resolveram assumir
sua própria luta contra a miséria, o latifúndio,
a escravidão e os abusos das autoridades
invadiram Belém, a capital da província,
depuseram o governo que havia sido imposto
pelos regentes e assumiram o poder. Formou-
se então o único governo do país composto
por índios e camponeses.
45.
46.
47.
48.
49. • Entretanto, a radicalização e a violência dos
cabanos, a dificuldade em organizar um
governo capaz de controlar as divergências
entre os próprios cabanos e a traição de
alguns chefes, que chegaram a ajudar as
tropas e os navios enviados pelo governo
central, causaram o fracasso do movimento.
50.
51. • Vencidos em Belém pelas forças do governo,
os cabanos reorganizaram suas forças e
continuaram lutando até 1840, quando a
província, pela força da opressão e da
violência, foi obrigada a aceitar a pacificação e
se render.
52. • A Cabanagem deixou um saldo de 40 mil
mortos. Era mais um claro exemplo que a
classe dominante não admitia a ascensão do
povo ao poder nem as manifestações
populares que colocassem em risco o domínio
político da aristocracia ( os ricos = elite). A
derrota dessa revolta só aconteceu depois do
envio de tropas pelo Rio de Janeiro, sob
comando do mercenário inglês Grenfell.
53.
54.
55. A Revolta dos Malês – 1835:
• A Revolta dos Malês foi um movimento que ocorreu
na cidade de Salvador (província da Bahia) entre os
dias 25 e 27 de janeiro de 1835. Os principais
personagens desta revolta foram os negros islâmicos
que exerciam atividades livres, conhecidos como
negros de ganho (alfaiates, pequenos comerciantes,
artesãos e carpinteiros).
56.
57. • Apesar de livres, sofriam muita discriminação
por serem negros e seguidores do islamismo.
Em função destas condições, encontravam
muitas dificuldades para ascender
socialmente. Os 1.500 malês, estavam
insatisfeitos com a escravidão, com o fato de
serem obrigados a seguir o catolicismo e com
o preconceito contra os negros.
58.
59. • Portanto, tinham como objetivo principal à
libertação dos escravos. Queriam também acabar
com o catolicismo (religião imposta aos africanos
desde o momento em que chegavam ao Brasil), o
confisco dos bens dos brancos e mulatos e a
implantação de uma república islâmica.
60. • De acordo com o plano, os revoltosos sairiam
do bairro de Vitória (Salvador) e se reuniriam
com outros malês vindos de outras regiões da
cidade. Invadiriam os engenhos de açúcar e
libertariam os escravos. Arrecadaram dinheiro
e compraram armas para os combates. O
plano do movimento foi todo escrito em
árabe.
61.
62.
63. • Uma mulher contou o plano da revolta para
um Juiz de Paz de Salvador. Os soldados das
forças oficiais conseguiram reprimir a revolta.
Bem preparados e armados, os soldados
cercaram os revoltosos na região da Água dos
Meninos. Violentos combates aconteceram.
No conflito morreram sete soldados e setenta
revoltosos.
64.
65.
66. • Cerca de 200 integrantes da revolta foram
presos pelas forças oficiais. Todos foram
julgados pelos tribunais. Os líderes foram
condenados a pena de morte. Os outros
revoltosos foram condenados a trabalhos
forçados, açoites e degredo (mandados para a
África).
67. • O governo local, para evitar outras revoltas do
tipo, decretou leis proibindo a circulação de
muçulmanos no período da noite bem como a
prática de suas cerimônias religiosas.
• Curiosidade:
• A palavra “malê” é de origem africana
(ioruba) e significa “o muçulmano”.
68.
69. A Sabinada (1837-1838):
• Os ânimos na capital baiana se acirraram com a
renúncia do Regente Diogo Antônio Feijó (1837) e o
projeto da lei de interpretação do Ato Adicional, cuja
discussão se arrastou de 1837 a 1840.
• O movimento aproveitou a reação popular contra o
recrutamento militar imposto pelo Governo Imperial,
liderado pelo médico e jornalista Francisco Sabino
Álvares Vieira.
70.
71. • Na madrugada de 6 para 7 de novembro de
1837, Sabino e os que o apoiavam
proclamaram a "República Baiana". Mesmo
provisória, decretada até que o jovem
príncipe Pedro de Alcântara atingisse a
maioridade, ela rompia com o Governo
Imperial e destituía o Governo Provincial.
72. • Eles não tinham apoio popular, o que facilitou a
repressão por parte do governo imperial, que cercou
a capital em uma operação combinada terrestre e
marítima (março de 1838). Cerca de mil pessoas
morreram nos combates. Os rebeldes que
sobreviveram foram capturados e julgados por um
tribunal composto pelos donos de latifúndios da
Bahia. Três dos líderes foram executados e os outros
três deportados, entre eles Francisco Sabino Vieira,
que acabou os seus dias na Fazenda Jacobina, na
então remota província do Mato Grosso.
73.
74.
75.
76. • Outros, como Daniel Gomes de Freitas,
Francisco José da Rocha, João Rios Ferreira e
Manoel Gomes Pereira, conseguiram fugir e
depois se juntaram à Revolução Farroupilha.
82. • Durante o Período regencial brasileiro o
Maranhão, região exportadora de algodão,
passava por uma grave crise econômica,
devido à concorrência com o algodão dos
Estados Unidos. Em paralelo, a atividade
pecuária absorvia importante contingente de
mão-de-obra livre nessa região. Esses fatores
explicam o envolvimento escravos e de
homens livres de baixa renda no movimento.
83. • A revolta começou quando o irmão do
vaqueiro Raimundo Gomes, da fazenda do
padre Inácio Mendes (bem-te-vi), foi preso
por ordem do sub-prefeito da Vila da Manga,
José Egito.
84.
85.
86.
87. • Contestando a prisão do irmão, Raimundo
Gomes, com o apoio de um contingente da
Guarda Nacional, invadiu a cadeia pública da
povoação e libertou-o, em dezembro de 1838.
Em seguida, Raimundo Gomes, conseguiu o
apoio de Cosme Bento, ex-escravo que
comandava três mil escravos fugitivos, e de
Manuel Francisco dos Anjos Ferreira.
88.
89.
90.
91. • Para combatê-los foi nomeado Presidente e
Comandante das Armas da Província, o
coronel Luís Alves de Lima e Silva, que venceu
os revoltosos na Vila de Caxias. Por isso foi
promovido a General e recebeu o seu
primeiro título de nobreza , Barão de Caxias.
98. A Guerra dos Farrapos/Revolução
Farroupilha: 1835 - 1845
• Não só foi a maior revolta do período
regencial como também a maior guerra civil
brasileira se arrastando por 10 anos e tendo
chegado a proclamar duas repúblicas
independentes. Ela ocorreu do sul do Paraná
até a fronteira com o Uruguai, tendo no Rio
Grande do Sul o maior expoente de sua
batalha.
99.
100. • A Guerra dos Farrapos ocorreu no Rio Grande do Sul
na época em que o Brasil era governado pelo
Regente Feijó (Período Regencial). Esta rebelião,
gerada pelo descontentamento político, durou por
uma década (de 1835 a 1845). O estopim para esta
rebelião foi as grandes diferenças de ideais entre
dois partidos: um que apoiava os republicanos (os
Liberais Exaltados) e outro que dava apoio aos
conservadores (os Legalistas).
101. • A revolta foi motivada pela desvalorização do
charque gaúcho (principal ração dos
escravos), o governo central não criara
nenhuma medida protecionista para que o
charque do RS pudesse concorrer com a
charque platina (que era mais barata e de
melhor qualidade). Irritados os fazendeiros
gaúchos exigiram que o governo o fizesse,
como eles se recusaram a guerra estourou.
104. • Liderados por Bento Gonçalves, David
Canabarro, Antonio de Souza Netto, Onofre
Pires e Giuseppe Garibaldi, os farroupilhas
declararam independente a República de
Pirantini (RS – 16/11/1836) e Juliana (SC –
25/07/1839).
109. • Em 1835 os rebeldes Liberais, liderados por Bento
Gonçalves da Silva, apossaram-se de Porto Alegre,
fazendo com que as forças imperiais fossem
obrigadas a deixarem a região.
• Após terem seu líder Bento Gonçalves capturado e
preso, durante um confronto ocorrido na ilha de
Fanfa (no rio Jacuí), os Liberais não se deixaram
abater e, sob nova liderança (de Antônio de Souza
Neto), obtiveram outras vitórias.
115. • Em novembro de 1836, os revolucionários
proclamaram a República em Piratini e Bento
Gonçalves, ainda preso, foi nomeado
presidente. Somente em1837, após fugir da
prisão, é que Bento Gonçalves finalmente
assume a presidência da República de Piratini.
121. • Mesmo com as forças do exército da regência, os
farroupilhas liderados por Davi Canabarro e
Giuseppe Garibaldi, conquistaram a vila de Laguna,
em Santa Catarina, proclamando, desta forma, a
República Catarinense.
• Entretanto, no ano de 1842, o governo nomeou Luiz
Alves de Lima e Silva para comandar as tropas que
deveriam os farroupilhas.
126. • Ainda em 1844, Bento Gonçalves iniciou
conversações de paz, mas retirou-se por
discordar de Caxias em pontos fundamentais,
assumindo o seu lugar Davi Canabarro. Os
farrapos queriam assinar um Tratado de Paz,
mas os imperiais rejeitavam, porque tratados
se assinam entre países, e o Império não
considerava a República Rio-Grandense um
Estado.
132. • Caxias contornou a situação, agradando os
interesses dos farroupilhas sem criar
constrangimentos para o Império.
• Mas no final das contas os farrapos já não
tinham outra saída senão aceitas as condições
de Caxias.
• A pacificação foi assinada em 1º de Março
de 1845 em Ponche Verde, e tinha como
principais pontos:
134. • O Império assumia as dívidas do governo da
República;
• Os farroupilhas escolheriam o novo
presidente da província - Caxias;
• Os oficiais rio-grandenses seriam
incorporados ao exército imperial nos
mesmos postos, exceto os generais;
• Todos os processos da justiça republicana
continuavam válidos;
135. • Todos os ex-escravos que lutaram no exército
rio-grandense seriam declarados livres (mas
muitos deles foram reescravizados depois);
• Todos os prisioneiros de guerra seriam
devolvidos à província.
• O governo aumentou o imposto sobre o
charque importado em 25%.
136. • Terminou assim a Guerra dos Farrapos, que
apesar da vitória militar do Império do Brasil
contra a República Rio-Grandense, significou a
consolidação do Rio Grande do Sul como força
política dentro do país.