Este documento discute as leis divinas ou naturais segundo a Doutrina Espírita. Apresenta que:
1) As leis divinas são eternas e imutáveis, criadas por Deus para a felicidade do homem e a harmonia do universo;
2) Abrangem tanto as leis físicas que regem a matéria quanto as leis morais que regem a conduta humana;
3) São apropriadas para a natureza de cada mundo e proporcionais ao grau de evolução dos seres que os habitam.
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Livro Terceiro: Leis Morais
Capítulo I: A Lei Divina ou Natural
1.1 – Caracteres da lei natural
1.2 – Origem e conhecimento da lei natural
1.3 – O bem e o mal
1.4 – Divisões da lei natural
Referências
Slides:
https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/311-caracteres-da-lei-
naturalpptx-251831955
https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/312-o-bem-e-o-malpptx
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INTRODUÇÃO
Doutrina Espírita – Terceira revelação
Pilares do Espiritismo:
1) A existência de Deus: Deus criador e eterno, bondoso, amoroso e justo.
2) A pluralidade dos mundos:a Terra não é o único planeta habitado nesse
universo. Há diversos outros mundos que não conseguimos perceber seus
habitantes devido a sua sutileza.
3) Imortalidade da alma: somos todos Espíritos imortais e não vivemos
apenas esse tempo desde o nascimento até o desenlace
4) A pluralidade das existências (reencarnação):Quase uma consequência
do ponto anterior, somos seres imortais que reencarnam aqui nesse mundo e
também em outros sempre com o objetivo de evoluir através de experiências
na matéria.
5) Comunicabilidade dos Espíritos:a mediunidade é uma característicaque
permite com que nos comuniquemos com espíritos desencarnados.
6) Evolução: processo de desenvolvimento progressivo,biológico e espiritual
da Natureza, no qual os seres vivos e inanimados se aperfeiçoam.
Com base nesses pilares, acrescidos do evangelho de Jesus e toda a moral
que ele contém, temos a formação da Doutrina Espírita, codificada por Allan
Kardec.
O Tríplice Aspecto da Doutrina Espírita compreende os princípios
Filosófico, Científico e Religioso.
O Espiritismo é, ao mesmo tempo,uma ciência de observação e uma doutrina
filosófica.Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem
entre nós e os espíritos;como filosofia,compreende todas as consequências
morais que fluem dessas mesmas relações.
Podemos defini-lo assim:
O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos
Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.
https://kardecpedia.com
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O Espiritismo é uma ciência de observação e uma filosofia com
consequências morais. A religiosidade da doutrina espírita está nas
consequências morais.
- Evangelho Segundo o Espiritismo – Livro religioso da doutrina
- O Livro dos Espíritos – Livro filosófico da doutrina
- O Livro dos Médiuns e a Gênese – Parte científica da doutrina
Edifício em permanente construção.
As obras básicas da doutrina espírita sempre carecem de complementação,
pois nenhum campo da ciênciaé passívelde seresgotado,sempre hálacunas
a serem preenchidas pelos estudiosos, com o espiritismo não haveria de ser
diferente.
- Léon Denis, Camille Flamarion, Chico Xavier, Divaldo Franco, Zíbia Gasparetto, Mônica
de Castro, André Luiz Ruiz, Vera Lúcia, Yvonne, Edgard Ormond, etc. (encarnados) –
Contribuição dos desencarnados.
O Espiritismo não veio para solução dos nossos problemas imediatos.
O Espiritismo veio paraque conheçamosas nossasmúltiplas realidades
e saibamosfazer uma síntesedessas múltiplas realidades paraentender
a razão da vida e do objetivo que nos espera.
“A salvação” e a felicidade só ocorrerá quando construirmos o templo
verdadeiro de Deus dentro de nossos corações, praticando o bem, o
amor e a caridade em todas as suas formas.
Vamos fazer sempre uma reflexão de como o mestre agiria em
determinadas situações e como nós deveríamos agir. Vamos seguir a
máxima de fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizesse.Se
assim procedermos estaremos cultivando as virtudes do bem e do amor,
incorporando o Evangelho do Cristo iremoschegar ao Paiporintermédio
do mestre Jesus, que é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Orientação:
Espíritas!, amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o segundo.
(ESE, VI, 5)
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TERCEIRO LIVRO
O Livro dos Espíritos é uma das oito obras fundamentais para o estudo da
Doutrina Espírita,sendo composto porquatro partes.
Estamos adentrando a terceira parte que trata das Leis Morais(questões
614 à 919).
Neste capítulo Kardec sob a orientação da Espiritualidade responsável pela
codificação organiza as Leis.
No primeiro capítulo, Kardec analisa as questões relacionadas com a Lei
Divina.
Nos capítulos II ao XI vai demonstrar quais são as Leis, didaticamente
separando-as de acordo com:
- Os deveres do homem para com Deus: Leis de Adoração e do Trabalho;
- Os deveres para consigo mesmo: Leis de Reprodução, Conservação e
Destruição;
- Os deveres para com o próximo: Leis de Sociedade,Progresso,Igualdade
e Liberdade.
Por último relaciona aquela que representa o resumo de todas as Leis: Leide
justiça, amor e caridade.
- Justiça (dever diante de Deus);
- Amor (diante de si mesmo);
- Caridade (deveres para com o próximo).
Finalizando essa parte, no capítulo XII: Da perfeição moral, vai apresentar o
modo de praticar essas Leis.
O Livro dos Espíritos (1857);
O que é o Espiritismo (1859);
O Livro dos Médiuns (1861);
O Evangelho Segundo Espiritismo (1863);
O Céu e o Inferno ou a JustiçaDivina Segundo o Espiritismo (1865);
A Gênese,os Milagrese as Predições Segundo o Espiritismo (1868),
Obras Póstumas (1890);
Revista Espírita (1858-1869).
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1.1 – Caracteres da lei natural
614 – Que se deve entender por lei natural?
A lei natural é a lei de Deus e a única verdadeira para a felicidade do homem.
Ela lhe indica o que deve fazer e o que não deve fazer, e ele não é infeliz
senão quando se afasta dela.
Comentários:
Em Direito se define uma Leicomo uma regra ou prescrição emanadade uma
"autoridade soberana".
Mas diferentemente das leis humanas ou mosaicas que estão sujeitas às
alterações e que foram criadas para atender às necessidades dos seres
humanos de determinado tempo e espaço,as Leis Divinas que foram criadas
pela "autoridade soberana" do Universo são Eternas, Imutáveis, Justas e
Naturais, tal como o criador de tudo.
A lei natural é a lei de Deus e a única verdadeira para a felicidade do homem.
Ela é imutável, pois é perfeita.
Tudo o que vem de Deus é perfeito.
Deus é a perfeição suprema, absoluta.
As imperfeições são encontradas naquilo que fazemos diante do estágio
evolutivo em que nos encontramos.
A lei de Deus nos orienta sempre ao que devemos ou não fazer. O certo e o
errado.
Quando nos afastamos, somos infelizes. Encontramos o erro, o sofrimento e
a dor.
Não tem como, nós, após a leitura e o estudo do Evangelho, não refletirmos
seriamente sobre a nossa postura diante da lei de Deus.
Sabemos qual é a principal lei de Deus. A lei de justiça, amor e caridade.
Temos muitas dificuldades em aplicá-la em nossa vida mesmo sabendo dos
seus benefícios, como também, sabemos que ao afastar dessa lei
encontraremos lágrimas e dificuldades.
Quando Jesus disse: "batei e abrir-se-vos-á", mostrou-nos os caminhos para
o conhecimento de todas as leis da criação. Bater às portas espirituais é
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo I: A Lei Divina ou Natural
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buscar com interesse de aprender, é aplicar o esforço próprio todosos dias, é
orar e vigiar.
Só através de Deus, só através da vivência conforme as suas leis é que
poderemos ser verdadeiramente felizes.
A lei natural, promulgada por Deus no intelecto humano, que não podendo
conhecera lei eterna em si, conhece seus princípios comuns presentes na lei
natural. A razão reconhece a força dessa lei, que ordena a natureza humana
o seu caminhar evolutivo rumo a seu fim último que é a felicidade eterna que
se encontra na perfeição (115).
615 – A lei de Deus é eterna?
Ela é eterna e imutável quanto o próprio Deus.
Comentários:
As leis divinas são eternas porque existem desde sempre, como o nosso Pai
criador.
São imutáveis porque possuem as características da perfeição, pois foram
criadas perfeitas. Aquilo que é perfeito não tem necessidade de mudança ou
alteração.
Para coordenar, administrar todo o Universo com perfeição, as suas leis
precisam ser perfeitas. Se uma delas não fosse perfeita em algum momento,
traria problemas na evolução da humanidade, dos mundos e tudo aquilo que
é obra de Deus.
A lei de Deus não muda com as mudanças humanas.
Somente a lei do Criador não está submetida ao progresso, não obedece ao
progresso, porque é ela que rege a todos e a tudo, inclusive o próprio
progresso.
A sua configuração espiritual é a mesma em todos os tempos, em todos os
mundos.
O que se passa diante delas é o nosso despertamento espiritual. Cada vez
que vamos crescendo, a encontramos na feição dos nossos valores.
Deus, sendo a perfeição, nada pode fazer imperfeito; sendo imutável, nada
pode fazer mutável. O que ocorre com a criação não é imutabilidade: é o
despertar dos valores espirituais.
Nós é que nos despertamos e vamos avançando conforme a Lei de Deus.
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616 – Deus prescreveu aos homens,em uma época,o que lhe proibiu em
outra?
Deus não pode se enganar. Os homens é que são obrigados a mudar suas
leis, porque são imperfeitas. As leis de Deus são perfeitas. A harmonia que
rege o universo material e o universo moral está fundada sobre as leis que
Deus estabeleceu para toda a eternidade.
Comentários:
Nesta questão a Espiritualidade confirma a perfeição e imutabilidade das leis
divinas.
Os homens é que criam leis transitórias, de modo aserem mudadas de acordo
com os tempos.
As leis humanas são compatíveis para a evolução da sociedade, da
humanidade. Se inspiram nas leis naturais para fazerem as suas.
As leis dos homens são inumeráveis, e sempre estão mudando, atualizando-
se de tempos em tempos, de acordo com o nosso avanço e com a nossa
capacidade de assimilação. São alteradas para readequar com a evolução
daquele momento.
Isso não ocorre com as leis de Deus. A harmonia que reina no Universo, tanto
material, quanto moral está intrínseca a essas leis que são imutáveis e
permanentes, eternas.
Exemplo:
Em qualquer faixa que o Espírito esteja, o Evangelho é sempre atual, sempre
presente e sempre útil. Nunca estará defasado.
Podemos sempre assimilar um pouco do evangelho e a ideia de Deus,
independentemente da nossa posição evolutiva como Espírito, seja no início
do processo evolutivo, na fase infantil ou mais adiantados. Sempre é possível
trazer o Evangelho para a vida da criatura.
617 – Que objetivos abrangem as leis divinas? Concerne-lhes outra
coisa que a conduta moral?
Todas as leis da Natureza são leis divinas, porque Deus é o Autor de todas as
coisas. O sábio estuda as leis da matéria, o homem de bem estuda e pratica
as da alma.
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617.a) É dado ao homem se aprofundar em ambas?
Sim, mas uma só existência não é suficiente.
Allan Kardec:
Que são,com efeito, alguns anos para adquirir tudo o que constituio ser
perfeito, se não se considere mesmo senão a distância que separa o
selvagem do homem civilizado? A mais longa existência possível é
insuficiente e, com maior razão,quandoela é breve,como ocorre com a
maioria.Entre as leis divinas,umas regemo movimento e as relaçõesda
matéria bruta:sãoas leis físicase seu estudoestáno domínio daCiência.
Outras, concernem especialmente ao homem, em si mesmo e em suas
relações com Deus e com seus semelhantes. Elas compreendem as
regras da vida do corpo, como também as da vida da alma: são as leis
morais.
Comentários:
Qual é o âmbito ou a abrangência das leis divinas?
Tudo que é obra de Deus estásubmetido a leis divinas. Portanto, todas as leis
que regulam a natureza são leis divinas.
Numa única existência física não é possível aprofundar nas leis da Natureza.
A lei divina ou lei natural abrange as leis físicas e as leis morais.
As leis físicas são leis da Natureza, são responsáveis por regular os
elementos do mundo material, o movimento, transformação, características e
interações entre a matéria bruta. Se submetem ao mundo material, mas não
deixam de ser Leis Divinas. São objeto de estudo e compreensão das várias
ciências existentes, como a Física, Química, Biologia, Astronomia,
matemática, etc.
As leis morais são referentes às relações do homem consigo mesmo, com
Deus e com seu próximo. (a consciência, filosofia, ciências jurídicas,
sociologia, psicologia, religiões)
Ambas as leis são necessárias ao homem para que ele possa ter o completo
conhecimento das leis físicas e das leis morais, sendo possível somente
através das sucessivas existências físicas pelo processo reencarnatório.
Em cada reencarnação o ser vai atingindo um determinado nível, tanto em
relação a uma, como em relação a outra.
O cumprimento das leis mostra a maturidade do Espírito.
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618 – As leis divinas são as mesmas para todos os mundos?
A razão diz que elas devem ser apropriadas à natureza de cada mundo e
proporcionais ao grau de adiantamento dos seres que os habitam.
Comentários:
As leis divinas são uma só.
São as mesmas leis que regem todo o Universo.
Mas em função da natureza de cada mundo, em função do grau de progresso
dos seres que habitam aquele mundo,as leis são percebidas e assimiladas de
forma diferente, mas não significa que as leis sejam diferentes, apenas
absorvem e entendem a lei divina de forma diferenciada. As leis podem se
mostrar de uma formaou de outra conforme a estrutura e natureza do mundo.
A lei de Deus é única em todo o Universo ou Universos.
Mesmo na Terra, acontece esse fenômeno da presença da lei em cada
criatura; as interpretações são diferentes,conforme a evolução de quem está
recebendo ou se orientando.
Exemplo: o Sol. Ele despejaseus raios de vida para todos os seres e todas as
coisas, e ainda para outros mundos, cujo tipo e modo de vida escapam ao
conhecimento dos homens. Entretanto, esse sol não é sentido do mesmo
modo paratodas as criaturas, e não surte o mesmo efeito,apesardaigualdade
do modo com que se distribui.
Outro exemplo: Reencarnação. Ela se encontra em todos os mundos, agindo
e operando a transformação dos Espíritos,mas em cada mundo se apresenta
diferenciada, embora seja sempre a mesma lei.
Todos os seres mergulhados no orgulho estão distantes do amor.
Outro exemplo: A Lei do amor - ESE – Cap. XI, itens 8, §1º e 9, §3º.
Resumindo o subtítulo:
A leidivina é eterna, imutável (como o próprio Deus),perfeita,igualpara todos,
inscrita na consciênciados homens e reveladaem todos os tempos (de acordo
com a capacidade e compreensão dos homens).
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1.2 – Origem e conhecimento da lei natural
619 – Deus deu a todos os homens os meios de conhecer sua lei?
Todos podem conhecê-la, mas nem todos a compreendem. Os que a
compreendemmelhorsão os homens de bem e aqueles que querem procurá-
la. Entretanto, todos a compreenderão um dia, porque é preciso que o
progresso se cumpra.
Allan Kardec:
A justiça das diversas encarnações do homem é uma consequência
desse princípio, visto que, a cada nova existência, sua inteligência está
mais desenvolvida e ele compreende melhor o que é o bem e o que é o
mal. Se tudo devesse se cumprir paraele numa só existência,qualseria
a sorte de tantos milhões de seres que morrem cada dia no
embrutecimento da selvageria ou nas trevas da ignorância, sem que
tivesse dependido deles se esclarecerem? (171-222).
Comentários:
Toda a humanidade um dia terá pleno conhecimento da lei divina, pois esse é
o nosso destino.
Deus permitiu a todas as criaturas conhecerem as leis criadas por Ele.
Porém, nem todos a compreendem igualmente em todos os momentos, pois
depende da condição evolutiva de cada um.
É como nossas leis humanas. Os podereslegislativos ao promulgar uma lei a
divulgam para que todos possam conhecê-la. Mas entre nós há aqueles:
- Que se interessam em conhecer, compreender e colocar em prática;
- Que apenas procuram saber da existência da lei, apesar da facilidade na
compreensão;
- Que não conseguem compreender;
- Que desconhece, totalmente alheio, mesmo respeitando.
Só teremos pleno conhecimento das Leis de Deus quando formos Espíritos
perfeitos, contudo, não precisamos chegar lá para conhecermos e
compreendermos as leis divinas. Podemos pouco a pouco ampliar o nosso
conhecimento, compreendendo melhor o funcionamento da Lei de Deus,
mesmo que não seja por completo.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo I: A Lei Divina ou Natural
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Estamos no mundo de provas e expiações e já conhecemos um pouco a Lei
de Deus. É um entendimento gradual, conforme o desenvolvimento da nossa
inteligência e da nossa moralidade.
O progressoé necessário para que as criaturas pouco a pouco vão ampliando
os seus conhecimentos, a fim de que conheça a Lei de Deus de forma
completa.
As religiões têm esse dever de tornar visíveis as leis de Deus e induzir os homens à sua prática, para que esses sejam
mais felizes.O avanço desses conhecimentos depende muito de cada ser,da sua boa vontadede aprender, de melhorar
suas condições espirituais. Jesus, como Governador do planeta, não esqueceu de enviar, bem antes da Sua vinda,
grandes missionários,entregando aos homens revelações de leis mais claras;e Ele viria depois,para confirmar tudo o
que foi dito por eles.
620 – A alma, antes da sua união com o corpo,compreende melhora lei
de Deus do que após sua encarnação?
Ela a compreende segundo o grau de perfeição que alcançou, e conserva,
intuitivamente, a lembrança após sua união com o corpo. Mas os maus
instintos do homem fazem-na esquecer.
Comentários:
Quando estamos encarnados as nossas potencialidades de Espírito ficam
relativamente diminuídas devido a matéria.
O peso damatéria físicaé muito grande e limita as potencialidades de Espírito.
Dessa forma, quando encarnados a nossa compreensão é menor em tudo,
como também, no que se refere às leis de Deus.
Isso varia muito. Depende do grau evolutivo do Espírito.
O Espírito que já tem um certo grau de evolução, mesmo estando encarnado
não deixa de compreender as leis de Deus, pois esse entendimento já existe
em função da evolução conquistada por esse Espírito, por isso há muitas
pessoas (Espíritos encarnados)que compreendem e vivenciam a lei de Deus.
Muitos desses Espíritos, mesmo estando encarnados compreendem a lei de
Deus muito mais do que Espíritos que se encontram desencarnados.
621 – Onde está escrita a lei de Deus?
Na consciência.
621.a)Posto que o homem carregana sua consciênciaa lei de Deus,que
necessidade haveria de a revelar?
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Ele a esquecera e menosprezara: Deus quis que ela lhe fosse lembrada.
Comentários:
Deus nos criou com a centelha divina do amor que é a sua Lei.
Nós temos dentro do nosso íntimo,dentro do nosso ser,a lei de Deus gravada
em nossa consciência.
Nós fomos criados à luz e semelhança de Deus.
Ele não deixaria de colocar em nosso coração, em nossa consciência, em
nosso ser, a sua lei, a sua centelha divina, o seu amor.
A nossa consciência, mesmo com pouco entendimento, nos alerta quando
estamos certos ou quando estamos errados.
Há a necessidade de que lei seja revelada em função da força da matéria.
O corpo físico faz com que esqueçamos muitas das potencialidades, das
capacidades, da compreensão que temos como Espíritos imortais.
Deus, por compreender nossas fragilidades diante da força da matéria, nos
concede que sua lei seja relembrada, não apenas através da literatura, das
profecias de Jesus, da doutrina espírita, dos exemplos dos missionários,mas
em todas as circunstâncias estamos sempre tendo a oportunidade de
relembrarmos da lei de Deus.
É o amor do Pai presente em nossas vidas
622 – Deus deu a certos homens a missão de revelar sua lei?
Sim, certamente. Em todos os tempos,homens receberam essa missão. São
os Espíritos superiores encarnados com o objetivo de fazer a Humanidade
avançar.
Comentários:
Deus permite que Espíritos superiores venham em caráter de missão na Terra
e em outros planetas para revelarem a sua lei, para auxiliar a humanidade a
progredir.
Nós temos a lei de Deus gravada em nossa consciência, porém o fato de
estarmos encarnados muitas dessas percepções, incluindo o conhecimento
da lei natural ficam esquecidas, por isso a necessidade da intermediação
desses seres mais evoluídos vindo como missionários para nos relembrar a
lei de Deus.
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Tudo pela misericórdia e bondade de Deus que sabe que sem ajuda desses
Espíritos Superiores teríamos muito mais dificuldades para relembrar e
vivenciar suas leis em nossas vidas. O nosso processo evolutivo demoraria
muito mais tempo.
Com a ajuda desses missionários como os profetas, os filósofos, os sábios,
como Jesus(governadordaTerra),o processode crescimento dahumanidade
se torna um pouco mais rápido.
Lembrando que a natureza não dá saltos. Tudo acontece no tempo certo.Mas
a ajuda desses missionários é fundamental para o nosso despertar no nosso
processo evolutivo.
Em todos os tempos,houve homens que tiveram essatarefa de revelar as leis
já estabelecidas pelo Criador.
Muitas coisas proferidas porJesus já eram conhecidas através dos profetas e
filósofos que O antecederam, mas Jesus nos ensinou vivenciando-as na
prática.
623 – Os que pretenderam instruir os homens na lei de Deus não
estavam, algumas vezes, enganados e, frequentemente, não os
extraviaram por meio dos falsos princípios?
Aqueles que não estando inspirados por Deus e que se deram, por ambição,
uma missão que não tinham, certamente, puderam transviá-los. Entretanto,
como, em definitivo, eram homens de gênio, no meio mesmo dos erros que
eles ensinaram, frequentemente, se encontram grandes verdades.
Comentários:
Os chamados falsos profetas são aqueles que de uma forma equivocada
passaram uma mensagem da lei de Deus que não condiz com os seus
princípios e com a verdade.
Há os missionários de Deus e os que se fazem missionários.
Sendo assim:
- Há Espíritos que vem com a condição de missionários, mas acabam falindo
em sua missão por não cumprirem adequadamente. São os missionários
falidos;
- Há Espíritos que não vieram com essa missão, mas por ambição, por
orgulho, acabam se intitulando homens de Deus, trazendo informações
equivocadas, misturadas algumas vezes com a verdade.
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Porém, por serem homens de gênio, mesmo entre erros, grandes verdades
acabam sendo ditas, pois como são pessoas mais intelectualizadas acabam
trazendo alguma verdade nesse conteúdo que eles transmitem.
Nada fica sem utilidade.
Deus,na sua perfeição,aproveitaesses seres paratrazerem algo de verdade,
mesmo misturado com erros e equívocos. A verdade pouco a pouco vem à
tona. Ela prevalece.
Essas pessoas que hoje propagam os erros, amanhã propagará a verdade.
As pessoas que hoje estão escutando o erro, amanhã escutarão a verdade.
Nada se perde, tudo serve de crescimento, de aprendizado para o Espírito e
para a humanidade.
624 – Qual é o caráter do verdadeiro profeta?
O verdadeiro profeta é um homem de bem inspirado por Deus. Pode-se
reconhecê-lo porsuas palavras e por suas ações.Deus não pode se servir da
boca do mentiroso para ensinar a verdade.
Comentários:
O verdadeiro profetaé de caráter nobre. Podemosreconhecerpor palavras e
atos. A postura é o reflexo das palavras.
O verdadeiro profeta é escolhido por Deus para trazer a sua lei, o
conhecimento da sua justiça divina.
Esse profeta (missionário) é preparado para isso. Apresenta uma condição
evolutiva condizente com a sua missão, portanto, é verdadeiro em palavras e
atos.
Pode serque não cumpra sua missão de formacompleta,mas a probabilidade
é que ele cumpra na grande maioria aquilo que ele se propôs.
Podemos lembrar de muitos missionários, de muitos avatares no decorrer da
história da humanidade.
Podemosanalisar que eram coerentes com aquilo que diziam e o que faziam.
O melhor e o maior entre todos foi Jesus que trouxe uma mensagem sublime,
não apenas em palavras, mas principalmente, em atitudes.
Nós Espíritas temos a missão de levar às pessoas o Evangelho de Jesus, o
conhecimento da doutrina, vivenciando o desafio de aliar o entendimento, a
verdade, a intelectualidade com as nossas atitudes.
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625 – Qual é o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe
servir de guia e de modelo?
Vede Jesus.
Allan Kardec:
Jesus é para o homem o modelo da perfeição moral que a Humanidade
pode pretender sobre a Terra. Deus no- lo oferece como o mais perfeito
modelo e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão da sua lei,
porque ele estava animado de espírito divino e foi o ser mais puro que
apareceu sobre a Terra.
Se alguns daqueles que pretenderam instruir o homem na lei de Deus,
algumas vezes a extraviaram por meio de falsos princípios, foi por se
deixarem dominar,eles mesmos,por sentimentos muito terrestrese por
terem confundido as leis que regem as condições da vida da alma com
aquelas que regem a vida do corpo. Vários deram como leis divinas o
que não eram senão leis humanas, criadas para servir às paixões e
dominar os homens.
Comentários:
Respostacurtíssima, porém,não haveria necessidade daEspiritualidade dizer
mais nada.
Jesus já era um Espírito puro quando se planejava e criava o nosso planeta.
Ele já atingiu a perfeição relativa, pois absoluta só Deus.Ele é um dos Cristos,
governador da Terra. O único Espírito perfeito que já esteve encarnado na
Terra.
Todos nós conhecemos a história de Jesus.
Ele esteve aqui encarnado para nos ensinar a amar. Não apenas com
palavras, mas principalmente, com atitudes, exemplificando cadapalavra, nos
mostrando que só através do amor seremos verdadeiramente felizes.
Por isso Ele é o nosso modelo e o nosso guia.
Guia – Nos mostra o caminho a seguir. Ele aponta o caminho
Modelo – É o tipo a ser imitado. Copiarmos o seu comportamento, como ele
falava, como ele agia, como ele lidava com a humanidade
Ele é o tipo de perfeição moral que podemos aspirar na Terra.
Seguindo os seus passos chegaremos ao seu nível evolutivo.
Precisamos vivenciar o evangelho, reparar os nossos erros,nos esforçarpara
melhorar.
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Buscar a reforma do nosso coração, dos nossos sentimentos. Modificar os
nossos pensamentos e as nossas ações.
É muito gratificante saber que a lei do progresso é a lei de Deus e saber que
não ficaremos eternamente na condição que nos encontramos.
Por isso precisamos sempre focar os nossos pensamentos e as nossas
atitudes no Mestre querido.
Quando estivermos aponto de nos irritar, lembremos como Jesus agiria.Aliás,
em todas as situações, qual seria a atitude de Jesus.
Procuremos agirdamesmaforma.Pelo menos um pouco podemos conseguir.
Precisamos esforçar.
E assim um dia chegaremos a ser modelo para outras criaturas, assim como
Jesus é o nosso modelo.
O esforço depende de cada um. Não deixemos para depois.
Eu sou a luz do mundo;quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário,
terá a luz da vida. (João, 8:12)
Eu sou o caminho, a verdade e a vida.
626 – As leis divinas e naturais,não foram reveladasaos homens senão
por Jesus? Antes dele, delas não tinham conhecimento senão por
intuição?
Não dissemos que elas estão escritas por toda parte? Todos os homens que
meditaram sobre a sabedoriapuderam compreendê-las e as ensinaram desde
os séculos mais remotos.Pelos seus ensinamentos,mesmoincompletos,eles
prepararam o terreno para receberasemente.As leis divinas,estando escritas
no livro da Natureza, o homem pôde conhecê-las quando quis procurá-las e é
por isso que os preceitos que elas consagram foram proclamados em todos
os tempos pelos homens de bem e é por isso, também, que se encontram
seus elementos na doutrina moral de todos os povos saídos da barbárie,
embora incompletos ou alterados pela ignorância e a superstição.
Comentários:
As leis de Deus estão escritas na natureza, estão em toda parte e sempre
estiveram à disposição da humanidade.
Nós é que pela nossa imperfeição, nosso entendimento ainda rudimentar
tínhamos mais dificuldades para perceber e compreender a lei divina que
sempre esteve à nossa disposição.
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As leis de Deus foram reveladas gradativamente em toda a Terra, por meio de
todos os povos.
Independente da própria natureza muitos sábios, filósofos, profetas que
vieram antes de Jesus começaram a mostrar as leis de Deus para a
humanidade, preparando o ambiente para a chegada de Jesus.
Jesus esclareceua lei de Deus mais abertamente, reforçando,relembrando o
entendimento que já havia sido passado por seus antecessores, mesmo que
de forma incompleta, sem a pureza e perfeição da mensagem de Jesus.
Missionários já vinham preparando o terreno para Jesus,de formaque quando
ele chegouo terreno já estava fértil e ele pôde plantar a semente do Evangelho
em nossas vidas.
Exemplo:
A Regra Áurea
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” — Jesus. (MATEUS, 22.39)
1 Incontestavelmente, muitos séculos antes da vinda do Cristo já era ensinada no mundo a Regra
Áurea, trazida por embaixadores de sua sabedoria e misericórdia. Importa esclarecer, todavia, que
semelhante princípio era transmitido com maior ou menor exemplificação de seus expositores.
2 Diziam os gregos: “Não façais ao próximo o que não desejais receber dele.”
3 Afirmavam os persas: “Fazei como quereis que se vos faça.”
4 Declaravam os chineses: “O que não desejais para vós, não façais a outrem.”
5 Recomendavam os egípcios: “Deixai passar aquele que fez aos outros o que desejava para si.”
6 Doutrinavam os hebreus: “O que não quiserdes para vós, não desejeis para o próximo.”
7 Insistiam os romanos: “A lei gravada nos corações humanos é amar os membros da sociedade
como a si mesmo.”
8 Na antiguidade, todos os povos receberam a lei de ouro da magnanimidade do Cristo. Profetas,
administradores, juízes e filósofos, porém, procederam como instrumentos mais ou menos
identificados com a inspiração dos Planos mais altos da vida.
9 Suas figuras apagaram-se no recinto dos templos iniciáticos ou confundiram-se na tela do tempo
em vista de seus testemunhos fragmentários.
10 Com o Mestre, todavia, a Regra Áurea é anovidade divina, porque Jesus a ensinou e exemplificou,
não com virtudes parciais, mas emplenitude de trabalho, abnegação e amor, à claridade das praças
públicas, revelando-se aos olhos da Humanidade inteira.
Emmanuel
Caminho, Verdade e Vida — Emmanuel, Mensagem nº 41.
18. 18
627 – Visto que Jesus ensinou as verdadeiras leis de Deus, qual é a
utilidade do ensinamento dado pelos Espíritos? Terão a nos ensinar
alguma coisa a mais?
A palavra de Jesus era frequentemente alegórica e em parábolas, porque
falava segundo os tempos e os lugares. É necessário, agora, que a verdade
seja inteligívelpara todo o mundo.É preciso bem explicare desenvolveressas
leis, visto que há tão pouca gente que as compreende e ainda menos que as
pratica. Nossa missão é impressionaros olhos e os ouvidos para confundir os
orgulhosos e desmascararos hipócritas:aqueles que tomam as aparências da
virtude e da religião para ocultarem suas torpezas. O ensinamento dos
Espíritos deve ser claro e inequívoco, a fim de que ninguém possa pretextar
ignorância e cada um possa julgá-lo e apreciá-lo com sua razão. Estamos
encarregados de preparar o reino do bem anunciado por Jesus; por isso, não
é preciso que cada um interprete a lei de Deus ao capricho de suas paixões,
nem falseie o sentido de uma lei toda de amor e de caridade.
Comentários:
A missão dos Espíritos,da doutrina Espírita é clarear as informações trazidas
por Jesus porque ele falava por parábolas, por alegorias e nem todos
entendiam o que ele falava.
E até hoje ainda não compreendemos tudo.
Jesus foio medianeiro máximo entre nós e Deus.Ele sentia a verdade na mais
pura expressão, porém, não poderia nos revelar essa verdade do modo que
recebia.
O Mestre pregava frequentemente em parábolas,por não ser tempo de serem
conhecidas, a não ser por alguns a quem Ele mesmo explicava Seus
segredos.
As comunicações dos Espíritos superiores têm a finalidade de fazer reviver
Jesus não para superar, mas para dar cumprimento ao que Ele mesmo disse,
que enviaria outro Consolador, a fim de dizer o que Ele mesmo não poderia
falar na época em que viveu no mundo.
A Espiritualidade tem a missão de ir tirando o véu da nossa ignorância,
clareando para nós o sentido real e verdadeiro de tudo aquilo que Jesus quis
nos dizer.
Nada pode ficar com duplo sentido. Os Espíritos vêm trazer a verdade de
forma clara para todos.
Nós conhecendo a lei de Deus na sua plenitude possamos aplicá-la com
sabedoria, sem falso entendimento, sem enganação.
19. 19
628 – Por que a verdade não foi sempre colocada ao alcance de todo
mundo?
É preciso que cada coisa venha a seu tempo. A verdade é como a luz: é
preciso nos habituar a ela, pouco a pouco,de outra forma ela nos deslumbra.
Allan Kardec:
Jamais ocorreu que Deus permitisse ao homem receber comunicações
tão completas e tão instrutivas como as que lhe é dado receber hoje.
Havia, como sabeis, na antiguidade, alguns indivíduos possuidores do
que consideravam uma ciência sacra, e da qual faziam mistério aos
profanos,segundo eles.Deveis compreender,com o que conheceis das
leis que regem esses fenômenos,que eles não recebiam senãoalgumas
verdadesesparsasno meio de um conjunto equívoco e a maior parte do
tempo simbólico. Entretanto, não há para o estudioso, nenhum sistema
filosófico antigo, nenhuma tradição, nenhuma religião a negligenciar,
porque tudo contém os germes de grandes verdades que, ainda que
pareçam contraditórias umas comas outras,esparsas queestãono meio
de acessórios sem fundamentos,são muito fáceis de coordenar,graças
à chave que nos dá o Espiritismo para uma multidão de coisas que
puderam,até aqui,vos parecer sem razão e da qual,hoje,a realidadevos
demonstrada de maneira irrecusável. Não negligencieis, portanto, de
haurir objetosde estudosnesses materiais;elessãomuito ricose podem
contribuir poderosamente para a vossa instrução.
Comentários:
A verdade tem que vir na medidae na conformidade do entendimento de cada
um.
Seria inútil passar para toda a humanidade, fora da época, muita verdade,
muito esclarecimento sobre a lei de Deus, pois não iria compreender.
Os homens do passado recebiam algumas verdades esparsas, ainda assim,
somente os que estavam preparados para tal iniciação, e em muitos casos
elas chegavam a eles envolvidas em roupagens onde as letras perduravam
escondendo o Espírito que vivifica.
20. 20
1.3 – O bem e o mal
629 – Que definição se pode dar da moral?
A moral é a regra para se conduzir bem, quer dizer, a distinção entre o bem e
o mal. Ela se funda sobre a observação da lei de Deus. O homem se conduz
bem quando faz tudo em vista e para o bem de todos, porque, então, ele
observa a lei de Deus.
Comentários:
A moral está diretamente relacionada à capacidade que a pessoa tem de
distinguir o bem do mal.
A moral não é plena no início das nossas reencarnações no reino hominal,
pois estamos na fase inicial do desenvolvimento da nossa inteligência e a
moral é inexistente.
Com o tempo vamos adquirindo a capacidade de distinguir o bem do mal.
A capacidade de perceber que a moralidade independe da intelectualidade.
O cumprimento da Lei de Deus envolve diretamente o bem proceder.
A moralidade plena, onde não fazemos nada em que possamos prejudicar o
nosso irmão.
Enquanto agimos pensando somente em nós mesmos,sem se preocuparcom
o sofrimento do outro, estamos ainda em uma fase em que não somos
completamente moralizados.
A moral é a regra para se conduzir bem, portanto, não podemos nos conduzir
bem se maltratamos ou prejudicamos o outro.
Essa questão nos leva a refletir:
Até que ponto somos uma pessoa moralizada?
Cada ato que fazemos que prejudica o próximo é indicativo de imperfeição e
de falta de moralidade.
Nem tudo que conseguimos, ler, absorver, entender do Livro dos Espíritos,
nós conseguimos aplicar. Ainda somos muito imperfeitos. Mas não devemos
nos acomodar. A partir do momento que temos o conhecimento, temos a
obrigação de procurar melhorar.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo I: A Lei Divina ou Natural
21. 21
630 – Como se pode distinguir o bem e o mal?
O bem é tudo aquilo que está conformea lei de Deus, e o mal tudo aquilo que
dela se afasta. Assim,fazer o bem é se conformarcom a lei de Deus, e fazer
o mal é infringir essa lei.
Comentários:
Deus – Princípio de todas as coisas. Perfeito, todo-poderoso,
soberanamente justo e bom (atributos).
- Não pode produzir algo que seja irracional, mau e injusto.
- O mal não pode proceder dEle.
O mal existe e tem uma causa
Os males tanto físicos como morais pertencem a duas categorias:
1 - Os que independem da vontade do homem – os flagelos naturais.
- Diante do estado imperfeito, com faculdades limitadas, por não conhecer a
causa, o objetivo, o resultado definitivo dos flagelos (praga, doença ou
calamidade) o homem os julga como maus e injustos.
- A inteligência – Prevenir ou amenizar seus efeitos. Ou neutralizar as suas
consequências, quando não possam ser inteiramente evitados.
- Quanto mais saber através das ciências aplicadas, mais se adianta em
civilização, trazendo melhoria de condições de vida e bem-estar no planeta,
aumentando o seu próprio bem-estar.
A dor é o aguilhão que impele o homem para frente, na senda do
progresso:
- Os males são um estimulante para o desenvolvimento da inteligência;
- Se nada tivesse a temer, nenhuma necessidade o induziria a procurar o
melhor; seu espírito se entorpeceria na inatividade; nada inventaria nem
descobriria.
2 – Os males que o homem pode evitar:
- Criados pelos vícios, orgulho, egoísmo, ambição, cobiça, ciúme e por todos
os excessos.
- Apesar da consciência que lhe foi outorgada pelo Criador, das
advertências dos mensageiros quanto ao cumprimento das Leis Divinas que
têm por objetivo o bem e o progresso, insiste o homem em causar guerras,
injustiças, opressão do fraco pelo forte, a maior parte das doenças, usando
assim seu livre-arbítrio para a satisfação de seus vícios e sua vaidade.
- Capítulo V – ESE – Causas das aflições: atuais e anteriores (pág. 54)
22. 22
- Chega um momento em que o excesso do mal moral se torna intolerável e
impõe ao homem a necessidade de mudarde vida. Instruído pelaexperiência,
ele se sente compelidoaprocurarno bem o remédio de que necessita,sempre
por efeito do seu livre-arbítrio.
- Deus estabeleceuleis plenas de sabedoria, tendo por único objetivo o bem.
- O mal é a ausência do bem, como o frio é a ausência do calor. Assim como
o frio não é um fluido especial,também o mal não é um atributo distinto; um é
a antítese do outro.
- Onde não existe o bem, forçosamente existe o mal.
- Não praticar o mal, já é um princípio do bem.
- Como a causa do mal está em nós mesmos, e tendo ao mesmo tempo o
livre-arbítrio e por guia as Leis divinas, podemos evitá-lo sempre que
queiramos.
- Se não o fazemos, é em virtude do nosso livre-arbítrio, sofrendo assim as
consequências do nosso proceder.
- Nós encontramos em nós mesmos tudo o que é necessário para cumprir as
Leis de Deus.
- Sua rota está traçada na nossa consciência e a Lei divina está gravada em
nosso coração.
- Deus nos lembra disso constantemente por intermédio de seus Messias e
profetas.
Exemplo:
Um proprietário sabe que nos confins de suas terras há um lugar perigoso,
onde poderiaperecerou ferir-se quem por lá se aventurasse. Que faz a fim de
prevenir os acidentes? Manda colocar perto um aviso, proibindo que
prossigam os que ali passem, devido ao perigo. Aí está a lei, que é sábia e
previdente. Se, apesar disso,um imprudente desatende o aviso, ultrapassa o
ponto permitido e sai-se mal, de quem ele se pode queixar, senão de si
mesmo?
Dá-se a mesma coisa com o mal; o homem o evitaria se observasse as Leis
divinas. Deus, por exemplo, impôs limite à satisfação das necessidades; o
homem é advertido pela saciedade; se ultrapassa esse limite, o faz
voluntariamente. As doenças, as enfermidades, a morte que daí podem
resultar provêm da sua imprevidência, e não de Deus.
A Gênese – Capítulo III
23. 23
A alma foi criada simples e ignorante sujeita à Lei do Progresso. Quis Deus
que o progresso resulte do próprio trabalho a fim de que lhe pertença o fruto
deste como também é de sua responsabilidade o mal que pratique.
As raízes das paixões e dos vícios se acham no instinto de conservação,
intenso nos animais e seres animalizados onde inexiste o senso moral e a vida
intelectual. Com o desenvolvimento da inteligência o instinto se enfraquece,
fazendo com que paulatinamente haja o domínio do espírito sobre a matéria.
Quanto mais se deixe dominar pela matéria, atrasa seu desenvolvimento
identificando-se com o bruto. Assim, as paixões que lhe eram um bem, por
que eram necessidade de sua natureza, passam a ser um mal por que se
tornam prejudiciais à espiritualização do ser. “O mal é, portanto, relativo e a
responsabilidade é proporcional ao grau de desenvolvimento”.
A Gênese – Capítulo III
631 – O homem,por si mesmo,tem os meios para distinguiro que é bem
e o que é mal?
Sim, quando ele crê em Deus e o quer saber. Deus deu-lhe a inteligência para
discernir um do outro.
Comentários:
1 – Centelha divina e Lei de Deus:
A Lei de Deus está gravada em nossa consciência.Todosnós nascemos com
a centelha do amor, com a centelha divina em nossos corações.
Mesmo os Espíritos que se encontra no início do processo reencarnatório na
condição de Espírito no reino hominal onde a moralidade e o conhecimento
ainda são muito limitado, com a centelha divina do amor e a Lei de Deus
gravada na consciênciapodem saber(lá no fundo) o que é o bem e o que é o
mal.
2 – Jesus: Façam aos outros o que vocês querem que eles façam a vocês.
Para nós já que possuímos um pouco de entendimento torna mais fácil
discerniro que é o bem e o que é o mal. Basta pensarmos se gostaríamosque
fizesse isso conosco. Como nos sentiríamos se alguém fizesse, pensasse,
falasse ou agisse dessa forma para conosco. Se a resposta for negativa, é
certo que aquela postura não é adequadae, consequentemente,não é o bem.
3 – A orientação de Santo Agostinho (questão 919) – Conhece-te a ti mesmo.
Quando estivermos em dúvida em relação a uma determinada postura. Se
está ou não em conformidade com a Lei de Deus, se é boa ou ruim, basta
pensar em Jesus. Colocar Jesus naquela situação.
24. 24
Se Jesus estivesse na mesma situação em que me encontro agora, como Ele
agiria?
A resposta indicará se estamos pelo caminho do bem ou do mal.
Todos nós, um pouco mais ou um pouco menos, sabemos o que é certo e o
que é errado. Temos a inteligência para discernir o bem do mal.
Com o entendimento que possuímos,com as orientações que já temos,não é
verdadeiro dizermos que não conseguimos distinguir o bem do mal.
632 – O homem, que está sujeito a erros, não pode se enganar na
apreciação do bem e do mal, e crer que faz o bem quando,na realidade,
faz o mal?
Jesus vos disse:vede o que quereríeis que se fizesse ou não se fizesse para
vós: tudo está nisso. Não vos enganareis.
Comentários:
Se nós percebemos aquilo que queríamos que as pessoas nos fizessem ou
não, não há como errar.
Em momento algum desejaremos para nós mesmos algo ruim.
Devido a nossa imperfeição nós muitas fazemos isso em relação aos outros,
mas para nós queremos somente aquilo que é bom.
Na dúvida, basta fazer essa análise.
É isso mesmo que quero para mim?
Eu gostaria que fizessem isso comigo? Dessa forma?
Eu gostaria que emitissem palavras como essas para mim? Com esse tom?
Eu gostariaque as pessoastivessem emoções comoas que estoutendo agora
para comigo?
Esses questionamentos que devemos fazer à nossa consciência nos ajudará
no discernimento daquilo que é o bem e daquilo que é o mal.
Nós temos a Lei de Deus na consciência,às vezes adormecida,mas que faz
ser ouvida. Basta querermos.
A consciência está sempre nos alertando do bem e do mal.
Podemosaté enganar, mas esse engano é consciente,pois sabemos quando
praticamos o mal.
25. 25
633 – A regra do bem e do mal, que se poderia chamar de reciprocidade
ou de solidariedade, não pode se aplicar à conduta pessoal do homem
para consigo mesmo. Encontra ele na lei natural a regra dessa conduta
e um guia seguro?
Quando comeis muito, isso vos faz mal. Pois bem! É Deus que vos dá a
medidado que vos é preciso.Quando a ultrapassais, sois punidos. É o mesmo
em tudo. A lei natural traça ao homem o limite de suas necessidades,e quando
ele a ultrapassa, é punido pelo sofrimento.Se o homem escutasse,em todas
as coisas,essavoz que diz basta, evitaria a maior parte dos males, dos quais
acusa a Natureza.
Comentários:
Deus concede em nós mesmos mecanismosque nos alertam quanto ao limite
das nossas necessidades.
Quando excedemosna medida, seja no alimento, seja na bebida, nas nossas
preocupações,no nosso trabalho ou no descanso, no lazer, em tudo na vida,
sentimos o reflexo do excesso. Depois virão dores, mal-estar, doenças.
É Deus nos mostrando que basta. Não precisamos exceder, em qualquer
coisa. Caso contrário receberemos o sofrimento. A punição através do
sofrimento.
Não que Deus nos deseje o sofrimento ou que seja punitivo, mas como não
obedecemos ao limite mostrado pela natureza e pelo nosso organismo
precisaremos da dor para que ela seja o remédio amargo que nos curará.
A natureza está cheia de regras áureas para nos educar.
Compete a nós estudarmos as lições da natureza ou buscar na própria
consciência.
634 – Por que o mal está na natureza das coisas? Eu falo do mal moral.
Deus não poderia criar a Humanidade em melhores condições?
Já te dissemos: os Espíritos foram criados simples e ignorantes (115). Deus
deixa ao homem a escolha do caminho; tanto pior para ele, se toma o mau:
sua peregrinação será mais longa. Se não houvesse montanhas, o homem
não poderia compreender que se pode subir e descer, e se não houvesse
rochedos, ele não compreenderia que há corpos duros. É preciso que o
Espírito adquira experiência e, para isso, é preciso que ele conheça o bem e
o mal. Por isso, há a união do Espírito e do corpo (119).
26. 26
Comentários:
Deus nos criou simples e ignorantes e nos concedeu o livre arbítrio para
escolhermos os nossos caminhos.
Temos a necessidade de passarmos pelas dificuldades, pelos erros, pelos
equívocos para progredirmos e assim aprendermos a verdade, o amor, a
perfeição.
Deus permite que a criatura cresça, evolua pelo seu próprio esforço, seu
próprio mérito.
A lei do progresso é uma lei de Deus. Ela se aplica a todo o Universo. É uma
lei perfeita. Todos nós vamos progredir. Não há exceção.
Se Deus houvesse nos criado mais evoluídos ou mesmo perfeitos,Ele estaria
infringindo sua própria lei. Ele sabe que a lei do progresso é a melhor para
todos nós. O ser humano não poderia estar excluído dessa lei.
Nós precisamos do bem e do mal, dessas divergências,dessas contradições
para que através das nossas experiências aprender o que é certo e o que é
errado.
Questão 115:
115. Entre os Espíritos, uns terão sido criados bons e outros maus?
Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu
determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à
perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que
eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe é
que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e
chegam mais depressa à meta que lhes foi assinada. Outros só a suportam murmurando
e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da
prometida felicidade.
115.a) - Segundo o que acabais de dizer, os Espíritos, em sua origem, seriam como
as crianças, ignorantes e inexperientes, só adquirindo pouco a pouco os
conhecimentos de que carecem com o percorrerem as diferentes fases da vida?
Sim, a comparação é boa. A criança rebelde se conserva ignorante e imperfeita. Seu
aproveitamento depende da sua maior ou menor docilidade. Mas, a vida do homem tem
termo, ao passo que a dos Espíritos se prolonga ao infinito.
COMENTÁRIOS:
A justiça de Deus está na igualdade da criação.
Todos nós fomos criados igualmente: simples e ignorantes.
Este esclarecimento pelaespiritualidade ocorre exatamente nesta questão n.º
115.
27. 27
Como compreender melhor a expressão “simples e ignorante”?
Simplicidade = ausência de tendências para o Bem e o Mal.
Ignorante = desconhecedor das coisas e das leis naturais.
Simples e ignorantes, portanto incompletos, que devem adquirir por si
mesmos, por sua atividade, a ciência, a experiência que naquele início não
pode ter.
A expressão “simples e ignorante” comporta em si a pluralidade das
existências, uma vez que sendo a alma anterior ao corpo, a cada nova
existência física exterioriza um potencial adquirido, conquistado aos poucos
no decorrerde cada momento existencial. E, vai ser no choque traumático do
ir e vir, dos reencarnes sucessivos que o Espírito perde a sua simplicidade e
ignorância iniciais, começando o treinamento, a aprendizagem, para
posteriormente assumir a razão, estabelecer o primado da vontade e por
consequência, a responsabilidade moral.
Se os Espíritos tivessem sido criados perfeitos, Deus os teria isentado do:
Trabalho intelectual;
De toda atividade;
Da ação da própria lei do progresso;
Da possibilidade de fazer o mal, impelidos ao bem com atitudes de alta
precisão, agindo mecanicamente; programados para.
Em função disso, não teriam:
Livre-arbítrio e por consequência,não mais independênciade escolhas;
Não haveria conquistas a serem feitas e por decorrência, méritos.
Ausência total do direito a luta, trabalho, recompensas, jamais
desfrutando de situações conquistadas pelas escolhas pessoais.
Poderiam ser comparados a homens que nascem em meio a fortunas,
julgando-se por isso no direito de viver parasitariamente, julgando-se
dispensados de fazer o que quer que seja.
Criados, porém, iguais, simples e ignorantes, sem vícios nem virtudes,
mas com liberdade de regular, escolher as próprias ações conforme a
consciênciadá a cada um em qualquer tempo evolutivo, o poderde distinguir
o bem do mal.
Todo Espírito tem como destinação, como objetivo de criação atingir a
perfeição e por isso deve adquirir todo conhecimento pelo estudo de todas as
ciências, iniciar-se em todas as verdades,depurar-se pela prática de também
- todas - as virtudes. Como tudo isso não pode ser adquirido em uma só vida,
completa-se a justiça através das várias experiências em que adquirirá os
diversos graus do saber.
Uma única experiência corpórea não dá para o Espírito adquirir tudo o
que lhe falta de bem e se desfazerde tudo que em si ainda é mal. Eis porque
28. 28
são concedidas ao Espírito tantas existências quantas lhe forem necessárias
para atingir seu objetivo que é a perfeição.
Em cada nova existência traz o que adquiriu nas precedentes em
aptidões, conhecimentos intuitivos, inteligência e moralidade. Cada novo
reencarne é um passo à frente na via do progresso a menos que, pela
preguiça, despreocupação ou obstinação ao mal, não aproveite o tempo que
será sempre novo. Nesse sentido, terá que conviver com retomadas,
recomeços. De cada um vai depender aumentar ou diminuir o número dos
reencarnes mais ou menos laboriosas, penosas ou suaves, mais tranquilas.
Dando a todos o mesmo ponto de partida, oferece sem preferências, as
mesmas oportunidades, a mesma tarefa a desempenhar para atingir o fim;
ninguém é privilegiado pela natureza. Dotados de livre-arbítrio, isto é,
capacidade de escolher,uns optam por fazê-lo mais rapidamente - são os que
escolhem o bem; outros preferem optarpor decisões que os comprometem e
retardam.
Deus traçou o nosso objetivo de vida, o nosso caminho que é a busca da
felicidade, o rumo da perfeição. Cada um vai percorrer o seu caminho
conforme melhor convir, pois junto com a criação Deus nos concedeu o livre
arbítrio que é a possibilidade de escolhermos o caminho pelo qual vamos
percorrer.
Errando, equivocando ouacertando todos nós mais cedo oumais tarde iremos
chegar à perfeição (relativa – absoluta só Deus). O Espírito é infinito, temos
todo o tempo para aprimorar. Aqueles que estão no caminho da maldade, um
dia ele cansa de fazer o mal e vai buscar a luz do Criador.
Enquanto estamos no caminho todo o bem que plantamos, vamos receber
algo de bom. E todo mal que plantamos, vamos estar colhendo dores,
sofrimentos. Se a lei do livre-arbítrio nos autoriza fazer nossas próprias
escolhas, há uma outra lei que é determinista que é a lei de causa e efeito.
Por cada uma de nossas escolhas vamos receber o fruto daquilo que
plantamos.
Dessa forma vamos buscar os ensinamentos de Jesus: A lei do amor. Ir pelo
caminho do bem para mais breve atingirmos o estado de felicidade dos
Espíritos puros.
Deus cria os Espíritos simples e ignorantes, para que a perfeição venha pelo esforço de
cada um, na urdidura do tempo. O Senhor criou todos iguais, por ser um Pai amoroso e
Santo, considerando todos como Seus filhos. Não existe imperfeição nas obras do Criador,
por ser Ele perfeito. (Miramez)
Questão 119:
119. Não podia Deus isentar os Espíritos das provas que lhes cumpre sofrer para
chegarem à primeira ordem?
29. 29
Se Deus os houvesse criado perfeitos, nenhum mérito teriam para gozar dos benefícios
dessa perfeição. Onde estaria o merecimento sem a luta? Demais, a desigualdade entre
eles existente é necessária às suas personalidades. Acresce ainda que as missões que
desempenham nos diferentes graus da escala estão nos desígnios da Providência, para a
harmonia do Universo.
Allan Kardec:
Pois que, na vida social, todos os homens podem chegar às mais altas funções, seria
o caso de perguntar-se por que o soberano de um país não faz de cada um de seus
soldados um general; por que todos os empregados subalternos não são
funcionários superiores; por que todos os colegiais não são mestres. Ora, entre a
vida social e a espiritual há esta diferença: enquanto que a primeira é limitada e nem
sempre permite que o homem suba todos os seus degraus, a segunda é indefinida e
a todos oferece a possibilidade de se elevarem ao grau supremo.
COMENTÁRIOS:
Todos nós somos criados de forma igual: simples e ignorantes
A cada um de nós, nos é dada uma caminhada para que possamos aprender
e evoluir rumo à felicidade.Encarnação após encarnação, caindo, levantando,
equivocando, acertando vamos nos tornando cada vez melhores.
No exemplo de Kardec, às vezes a pessoa não tem oportunidade de
crescimento social dentro de uma empresa, chega no limite dele e outros
podem ocupar cargos mais elevados, tendo a oportunidade de crescimento
dentro dessa mesma empresa.
Na espiritualidade é diferente, todos nós temos as mesmas oportunidades,
com todas as possibilidades que a vida possa nos oferecer e todos nós
chegaremos lá.
Nosso objetivo é a perfectibilidade,ou seja, a felicidade através da perfeição.
A evolução é conquista, não há privilégios na criação. Justiça divina.
Todos nós somos seus filhos,portanto, desde aquele que está ainda no início
da sua evolução, na fase primitiva até o anjo, o arcanjo fomos criados da
mesma forma, simples e ignorantes e a conquista vai sendo adquirida pelo
esforço do próprio trabalho, da própria transformação moral, por mérito de
cada um.
Aquilo que não é conquistado não tem valor.
Deus nos rege com meritocracia.
Tudo o que conquistamos é por esforço próprio.
Porque o Filho do homem virá na glória de seuPai, com os seus anjos; e então
dará a cada um segundo as suas obras. (Mateus 16:27)
30. 30
635 – As diferentes posições sociais criam necessidades novas,que não
são as mesmas para todos os homens. A lei natural parece, assim, não
ser uma regra uniforme?
Essas diferentes posições estão na Natureza e segundo a lei do progresso.
Isso não impede a unidade da lei natural que a tudo se aplica.
Allan Kardec:
As condições de existência do homem mudam segundo os tempos e os
lugares,resultando para ele necessidadesdiferentes e posições sociais
apropriadas a essas necessidades. Visto que essa diversidade está na
ordem dascoisas,ela estáconforme a leide Deus,e essaleinão é menos
uma em seu princípio.Cabeà razão distinguir as necessidades reais das
necessidades artificiais ou de convenção.
Comentários:
As diferentes posições sociais dos homens não significam que as leis de Deus
são mutáveis; pelo contrário, elas são imutáveis em todas as direções onde
são reconhecidas.
As posições variadas dos seres e das coisas não tornam as leis fora da
unidade universal; é falta de visão espiritual das almas em estado de
despertamento espiritual.
Tudo depende da posição, da natureza das coisas, do momento pelo qual
estamos passando.
A lei divina é única e se aplica a tudo, mas em função do nível de maturidade,
de desenvolvimento da criatura, as coisas se mostram relativamente
diferentes.
É a forma de assimilar. Cada qual compreende conforme o seu momento, o
seu entendimento.
À nossa razão cabe distinguir as nossas necessidades reais das fictícias.
Passamos a compreender melhor essas necessidades reais quando temos
maior maturidade, o que demanda tempo.
Somente a lei do Criador não está submetida ao progresso, não obedece ao
progresso, porque é ela que rege a todos e a tudo, inclusive o próprio
progresso.
31. 31
636 – O bem e o mal são absolutos para todos os homens?
A lei de Deus é a mesma para todos, mas o mal depende, sobretudo, da
vontade que se tem de fazê-lo. O bem é sempre bem e o mal é sempre mal,
qualquer que seja a posição do homem. A diferença está no grau de
responsabilidade.
Comentários:
A escolhapelo mal não vem da lei de Deus ou de uma imposição da lei divina,
mas depende da nossa vontade, das nossas escolhas, do nosso livre-arbítrio
mal direcionado.
O bem é sempre o bem em qualquer condição e em qualquer lugar, assim
como o mal é sempre o mal. O grau de responsabilidade de cada um é que
varia, pois quanto mais entendimento temos,maiores são os compromissos e
as condições de fazer o bem.
O fato do grau de responsabilidade se alterar não quer dizer que o bem seja
mais bem ou o mal seja mais mal. Um é sempre negativo e o outro é sempre
positivo.
A passagem pelo bem é algo sempre presente em nossas vidas, pois fomos
criados para o bem, para o amor, para a felicidade, para a perfeição.
O mal depende das nossas escolhas.
As lutas da vida, os desafios, as dificuldades são necessários, mas essas
trajetórias não significam que tenhamos que passar pelo mal. Não precisamos
escolher o mal nesses caminhos de lutas e desafios.
Podemos passar por essas provas seguindo somente o caminho do bem,
vivenciando o Evangelho
120. Todos os Espíritos passam pela fieira do mal para chegar ao bem?
Pela fieira do mal, não; pela fieira da ignorância.
Fieira – Experiência
Para eu ser bom, tenho que primeiro ser mau?
Ser ignorante, não é ser mal, mas não ter conhecimento.
Podemos até não passar pelo caminho do mal, mas temos que passar pelas
etapas para ir vencendo a ignorância.
Simplicidade = ausência de tendências para o Bem e o Mal.
Ignorante = desconhecedor das coisas e das leis naturais.
32. 32
Simples e ignorantes, portanto incompletos, que devem adquirir por si
mesmos, por sua atividade, a ciência, a experiência que naquele início não
pode ter.
O importante não é passar ou deixar de passar pelo caminho do mal, o
importante é a conquista que efetivamos, pois todos nós haveremos de ser
feliz um dia, chegaremos à perfeição relativa.
“Aquele servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem
o realiza, receberá muitos açoites.
Mas aquele que não a conhece e pratica coisas merecedoras de castigo, receberá poucos
açoites. A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais
será pedido.” Lc 12:47-48
Vamos a uma comparação simples, mas que dá para entender as diferenças de atuação
da lei, nos homens e nas coisas: homem primitivo mora ao relento, sujeito às variações do
tempo, e sofrendo as consequências dessas variações. O civilizado usou da inteligência
desenvolvida, fez uma casa, usa a eletricidade, fabricou a roupa e consegue alimentos com
mais facilidade, e ainda fez o carro e usa o avião para rápidas viagens. Mas, as leis que
regulam tudo são as mesmas para todos. Em rápido entendimento, o que o civilizado gasta
para percorrer uma distância de avião em uma hora, por vezes o primitivo leva mais de
vinte dias; porém, é a mesma a distância. Deus não encurtou a distância para o homem
dito civilizado, ele é que descobriu meios para tal.
Daí, podes deduzir as outras coisas, não fora da lei. A lei é a mesma para todas as criaturas.
A diferença que existe é por causa da maturidade da alma, que gastou milhões de anos, no
sentido de adquirir experiências. Quanto ao mal, é a mesma coisa; depende do
conhecimento da alma.
637 – O selvagem que cede aos seus instintos e se nutre de carne
humana, é culpável?
Eu disse que o mal dependedavontade. Pois bem! o homem é mais culpável,
à medida que sabe melhor o que faz.
Allan Kardec:
As circunstâncias dão aobem e ao malumagravidaderelativa.O homem,
frequentemente,comete faltas quepor serem a consequênciada posição
em que a sociedade o colocou, não são menos repreensíveis; mas a
responsabilidade está em razão dos meios que ele tem de compreender
o bem e o mal. É assim que o homem esclarecido que comete uma
simples injustiça mais culpável aos olhos de Deus do que o selvagem
ignorante, que se abandona aos seus instintos.
33. 33
Comentários:
O mal é sempre o mal.Não deixa de ter essacaracterísticaaos olhos de Deus.
Mas a responsabilidade de cada um é diferenciada.
À medida que temos maior entendimento para compreender o bem e o mal
seremos mais responsabilizados por nossos atos.
Diante do conhecimento que já possuímos somos muito mais responsáveis
perante Deus por uma simples injustiça do que aquele selvagem que comete
atitudes ainda piores,um mal maior, pois ainda não possuio entendimento, a
intelectualidade.
O mal depende da vontade. Tanto mais culpado é o homem, quanto melhor
sabe o que faz.
Em certas circunstâncias, o selvagem sabe mais que o civilizado,
principalmente no que diz respeito aos que dirigem a tribo; o seu instinto é tão
forte que em sua mente vem às claras o que deve ou não fazer. Se ele teima,
por orgulho ou mesmo por egoísmo, errando o que não deveria errar, é mais
punido que o intelectual, conforme as circunstâncias.
- A vontade, a intenção, a atitude consciente.
A responsabilidade é proporcional ao nosso entendimento,à nossa evolução.
638 – Algumas vezes, o mal parece ser uma consequência da força das
coisas. Tal é, por exemplo, em certos casos, a necessidade de
destruição, mesmo sobre seu semelhante. Pode-se dizer, então, que há
subversão à lei de Deus?
Ainda que necessário, não deixa de ser o mal. Mas essa necessidade
desaparece à medida que a alma se depura, passando de uma existência a
outra. Então o homem não é senão mais culpável quando o comete, porque
ele compreende melhor.
Comentários:
O mal não deixa de ser o mal, independente da condição que tenha ocorrido,
independente do ambiente, da força das coisas que tenha ou não contribuído
para que ele aconteça. Ele será sempre o mal. Atitude distanciada da lei de
Deus.
Por mais que a condição nos favoreça uma atitude equivocada, temos
condições de saber que aquela atitude não está correta, pois a lei de Deus
está gravada em nossa consciência.
34. 34
O mal ainda é necessário para nós, na nossa condição evolutiva de muita
imperfeição.
Como somos muito materializados precisamos da dor, das dificuldades, ter o
mal perto de nós para valorizarmos o bem.
Precisamos das sombras, das trevas para valorizar a luz.
Precisamos convivercom essas dificuldades paraque possamos crescer,mas
não precisamos ser os autores, aqueles que praticam as atitudes malévolas.
Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai
daquele homem por quem o escândalo vem!
Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o, e atira-o para longe de ti; melhor
te é entrar na vida coxo, ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado
no fogo eterno.
Mateus 18:7,8
639 – O mal que se comete, frequentemente,nãoé o resultadoda posição
que nos deram os outros homens? Nesse caso, quais são os mais
culpáveis?
O mal recai sobre aquele que lhe é causa. Assim,o homem que é conduzido
ao mal pela posição que lhe é dada pelos seus semelhantes, é menos
culpável que aqueles que lhe são a causa, porque cada um carregará a pena,
não somente do mal que haja feito, mas do que haja provocado.
Comentários:
Essaquestão trata daquelas pessoas que incentivam, intermediam, leva outra
pessoa a praticar o mal.
Aquelas que colocam outra pessoa numa condição na qual ela não tem muita
opção e acaba por praticar o mal. (mandantes, atos de coagir).
A grande responsável por aquele ato é essa pessoa que ocasionou o ato de
maldade pela forma de agir. Aquele que está na situação de mandante ou de
coagir. E não aquele que praticou o ato diretamente resultante da atitude
dessa outra pessoa.
Há muitas situações de subalternidade, de hierarquia ou numa condição até
familiar, como filhos, por exemplo, quando os pais são extremamente
autoritários que impõe determinadas coisas.
Muitas vezes, sem querer fazer, mas a condição por não ter liberdade,não ter
autonomia, acaba se vendo em uma condição que de certa forma obriga a
realização daquele ato.
35. 35
O mal é sempre o mal. Mas Deus em sua perfeição e bondade vai avaliar o
percentual de responsabilidade de cada um: daquele que praticou o ato e
daquele que o colocou nessa condição.
Cada caso é um caso.
Todos os culpados serão responsabilizados.
Todos os culpados precisarão reparar os seus atos.
640 – Aquele que não faz o mal, mas que aproveita do malfeito por outro,
é culpável no mesmo grau?
É como se o cometesse; aproveitar é participar. Talvez tenha recuado diante
da ação. Mas se encontrando-a pronta ele a usa, é que aprova e que o faria
ele mesmo se pudesse, ou se ousasse.
Comentários:
Nessa situação a pessoaemboranão tenha feito o ato diretamente mantém a
maldade em seu coração, havendo o desejo de aproveitar daquela ação
maldosa, tirando proveito de uma atitude praticada em desconformidade com
a lei de Deus.
O fato de não fazermos não nos torna melhores que os outros.
Deus analisa o coração de cada um de nós.
Deus sabe o porquê que aquela pessoa não praticou o mal.
- Não fez porque não aprova
- Está procurando se melhorar
- Está procurando vivenciar o evangelho
- Não se sentiu com coragem de fazer
- Não teve uma oportunidade
- Não ousou fazer
Mas no íntimo queria aquilo para lhe agradar e tendo a oportunidade se
beneficia aproveitando o mal praticado por outro.
Deus sabe ponderar na balança da justiça divina cada uma das nossas
atitudes.
Se achamos que estamos enganando alguém, estamos enganando a nós,
pois a Deus jamais enganaremos.
Ex: Bem-feito;bem-merecido;agoraencontrouo que merece;não fui eu quem
fiz, mas gostaria que fosse.
36. 36
Se encontrarmos meios de, pelo menos, desejarmos o mal, é melhor que
esqueçamos, buscando outros caminhos, porque Deus e Jesus são o bem
puro em nossas vidas.
641 – O desejo do mal é tão repreensível quanto o próprio mal?
Conforme; há virtude em resistir voluntariamente ao mal que se deseja,
sobretudo quando se tem a possibilidade de satisfazeresse desejo,porém,se
o que falta é apenas ocasião, então é culpável.
Comentários:
Na verdade, depende da intenção.
Deus vai ponderar o bem e o mal que temos em nosso coração, através das
nossas ações, dos nossos pensamentos, dos nossos sentimentos.
Quem pratica o mal tem uma responsabilidade, quem deseja tem outra.
Por que o mal não foi praticado?
Faltou oportunidade?
O desejo é tão forte que diante de uma oportunidade será praticado?
Há o desejo, porém, tenta voluntariamente resistir a tal prática?
Não basta não praticar o ato maldoso,é necessário saberquala razão impediu
tal prática, se foi a vontade sincera de mudança, de melhora, de progressoou
se foi apenas falta de oportunidade.
Se foi a oportunidade, a criatura é quase ou tão culpada como se houvesse
cometido. Não é culpada igual, mas conforme suas atitudes, seus
pensamentos, sua intenção.
Os atos em geral têm mais importância que os pensamentos,tanto para o bem
quanto para o mal.
Mas todos têm efeitos positivos e negativos. O fato apenas de pensar não
exime das responsabilidades. O pensamento é energia e cria formas no
mundo das ideias, no mundo espiritual.
Uma coisa é pensar, outra é pensar e partir para a ação.
Tudo de bom ou de mal nasce nos princípios do pensar, para então depois se
materializar nos atos.
Se pensamos no mal e não o praticamos,ainda assim estaremos agindo mal;
esses pensamentos contrários ao amor podem inspirar outras pessoas, e a
responsabilidade, em parte, cabe a quem formou as ideias negativas.
Deus está presente nos pensamentos dos homens,nos ajudando em todos os
momentos a conhecermos a nós mesmos.
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642 – Bastaránão fazer o mal para ser agradávela Deus e assegurar sua
posição futura?
Não, é preciso fazer o bem no limite de suas forças, porque cada um
responderá por todo mal que resulte do bem que não haja feito.
Comentários:
Fora da caridade não há salvação
É através da caridade que vamos crescer e evoluir.
A caridade decorre da nossa postura ativa, das nossas atitudes.
Se bastasse apenas não fazer o mal, a Espiritualidade teria orientado que não
precisaria praticar o bem, mas não é assim.
Deus e Jesus trabalham incessantemente por nós. Os Espíritos superiores
também. Nós também não somos diferentes. Não basta não praticar o mal,
temos que estar em ação pelo bem para assegurar uma posição futura feliz.
Não podemosficar na ociosidadee na neutralidade. Temos que fazer o bem.
O amor, a caridade é atitude, ação, trabalho, esforço, doação.
Quem não faz o bem,já abre caminhos para que os impulsos do malapareçam
em suas intenções.
Todo o mal que resulte da ausência da prática do bem,também é um mal pelo
qual responderemos.
Se eu poderia ter feito uma atitude positiva e não fiz, fiquei inerte e dessa
inércia resultou algum prejuízo a alguém, tenho certa responsabilidade e
precisarei arcar com ela.
643 – Haverá pessoasque,pela sua posição,não tenham possibilidades
de fazer o bem?
Não há ninguém que não possafazero bem.Só o egoístanão encontra jamais
oportunidade. Bastará estar em relação com outros homens para encontrar
ocasião de fazer o bem, e cada dia da vida dá oportunidade a qualquer que
não estejacego pelo egoísmo,porque fazero bem não é só sercaridoso,mas
ser útil na medida de vosso poder, todas as vezes que vosso concurso pode
ser necessário.
Comentários:
38. 38
Em qualquer lugar, em qualquer momento, em qualquer situação nós
podemos fazer o bem e auxiliar o próximo.
Não precisamos estar dentro de um templo, num asilo, num local apropriado
para fazer a caridade, nem um tempo, uma hora determinada para fazer a
caridade.
O local, o tempo, a hora determinada é somente um local e um momento a
mais dentro da nossa rotina para praticar a caridade.
Nós temos condições de praticar a caridade a todo o momento, pois vivemos
uma vida de relações, vivemos em sociedade.
Até mesmo as pessoas que vivem isoladas têm condições de fazero bem para
si mesmo e para outros elementos da criação divina, como as plantas e
animais.
O bem sempre pode ser feito. Só quem não se acha cego pelo egoísmo tem
a oportunidade de praticá-lo.
- Eu tenho evitado o egoísmo na minha vida?
- Tenho conseguido perceber a necessidade do outro?
- Será que absorvido nos meus interesses pessoais,tenho deixado de olhar o
próximo?
Dentro do lar (às vezes não percebo, diante da cegueira para o outro, vendo
somente a mim mesmo).
Precisamos nos dispor ao bem, senão jamais iremos fazê-lo.
Encontramos mil desculpas para não ajudar. Todas essas desculpas refletem
o egoísmo que há em nossos corações.
Exemplo:
Caridade não brilha unicamente na dádiva. Destaca-se nos mínimos gestos
do cotidiano.
Está no sorriso de compreensão e tolerância;
na palavra que tranquiliza;
na gentileza para com desconhecidos;
no amparo a criança;
no socorro ao doente;
na atenção para com quem fala;
no acatamento das confidências de um amigo;
no silêncio, ante os conceitos agressivos desse ou daquele adversário;
no respeito perante os hábitos e as cicatrizes do próximo.
Emmanuel
39. 39
644 – O meio no qualcertoshomens se encontram colocados,não é,para
eles a fonte primeira de muitos vícios e crimes?
Sim, mas isso ainda é uma prova escolhida pelo Espírito, em estado de
liberdade. Ele quis se expor à tentação para ter o mérito da resistência.
Comentários:
A questão trata da influência do meio em nossas atitudes positivas ou
negativas, especialmente, na causa de muitos vícios e crimes.
Quando o Espírito é colocado numa condição de tentação para que possa ter
também o mérito da resistência.
Aquele que vive em um ambiente propício àcriminalidade precisabuscarmais
resistência, mais força, mais entendimento para não cair no arrastamento
desses mesmos meios.
Essa é uma situação que decorre da própria escolha do Espírito na
erraticidade, antes de reencarnar, ele mesmo levado pela vontade de crescer,
de evoluir, de acelerar o seu progresso pede paravir em um ambiente propício
aos vícios e aos crimes e assim vencer a propensão do meio, vencer as más
tendências e galgar maiores degraus na escala evolutiva.
Alguns conseguem êxito nessa tarefa, outros acabam falindo.
Muitas dificuldades que passamos hoje decorrem das nossas atitudes
equivocadas na vida, são consequências dos nossos erros desta
reencarnação, porém em algumas dessas dificuldades vamos encontrar as
causas na reencarnação anterior. Quando na erraticidade solicitamos essas
dificuldades, solicitamos estar em ambientes mais difíceis para que
pudéssemos vencer aquelas probabilidades de influência do meio e, assim,
evoluir.
Se escolhesteumaprova para viver no meio do mal, trabalha buscando resistir
a ele, para viveres unicamente no bem que nunca morre.
645 – Quando o homem está,de alguma forma,mergulhadona atmosfera
do vício,o mal não se torna para ele um arrastamento quaseirresistível?
Arrastamento, sim; irresistível, não, porque no meio dessaatmosferade vício,
encontras, algumas vezes, grandes virtudes. Esses são Espíritos que tiveram
força para resistir e que tiveram, ao mesmo tempo, a missão de exercer uma
boa influência sobre seus semelhantes.
Comentários:
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Essa respostanos mostra que sempre teremos o livre arbítrio para escolhero
caminho do bem ou o caminho do mal.
Por mais que estivermos mergulhados na atmosfera do vício, não estamos
fadados ao crime, a esse arrastamento
Se fosse assim, nosso planejamento reencarnatório estaria fadado ao erro e
ao fracasso. Isso não existe na espiritualidade.
Todos nós temos um planejamento reencarnatório que nos leva à prática do
bem, ao progresso espiritual.
Portanto, mesmo se estivermos nessa atmosfera do vício, a nossa meta é
resistir, vencer e superar essa dificuldade.
Certos homens, e mesmo Espíritos desencarnados, demoram-se por tempo
indeterminado nos vícios, enquanto outros seus companheiros saem logo
quando passam a sofrer as consequências do erro.
Pelo conhecimento da Doutrina dos Espíritos, é fácil saber o porquê de uns
sofrerem mais que outros. Alguns, ainda, passam pelo ambiente vicioso,mas,
não se interessam em viciar-se. Todos sabem que, quanto mais a ignorância
domina a mente humana, mais viciada ela pode ser. (Miramez)
646 – O mérito do bem que se fez está subordinado a certas condições;
dizendo melhor, há diferentes graus no mérito do bem?
O mérito do bem está na dificuldade. Não há mérito em fazer o bem sem
trabalho, e quando nada custa. Deus tem mais em conta o pobre que reparte
seuúnico pedaço de pão,do que o rico que não dá senão seusupérfluo.Jesus
disse-o a propósito do óbolo da viúva.
Comentários:
“Jesus estava no pátio do Templo, olhando o que estava acontecendo, e viu
os ricos pondo dinheiro na caixa das ofertas. Viu também uma viúva pobre,
que pôs ali duas moedinhas de pouco valor. Então ele disse: — Eu afirmo a
vocês que esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque os outros deram
do que estava sobrando. Porém ela, que é tão pobre, deu tudo o que tinha
para viver.” (Lucas 21:1-4)
O mérito do bem está na dificuldade em praticá-lo. Significadizerque não está
na quantidade de bem que se faz, mas a prática mais difícil, que exige mais
esforço.
41. 41
Quem faz o bem para quem ama não tem o mesmo mérito daquele que faz o
bem para o seu inimigo. Exige esforço, abnegação, amor, caridade.
Todo bem que praticamos quanto mais esforço ele exige de nós, mais mérito
ele tem perante o pai.
Mas se ainda não conseguimos fazer o bem por esforço, façamos da forma
que conseguimos. Pois, mesmo sendo um bem sem esforço, ainda assim
teremos mérito para com o pai.
Quantas pessoas ainda praticam o mal! Fazer o bem já é um começo.
Antes estar fazendo a caridade do que estar fazendo a maldade.
Tudo é progresso, tudo é gradual.
É melhor que façamos o bem mesmo que não seja com aquele
desprendimento, como no exemplo do óbolo da viúva.
Fazer o bem sem olhar a quem.
“Auxilie quanto puder.
Faça o bem sem olhar a quem.
Você é o desejo de seguir para Deus.
Mas, entre Deus e você, o próximo é a ponte.
O criador atende às criaturas, através das criaturas.”
André Luiz – Livro: O Espírito da Verdade – Mensagem 13
Se já compreendemos que a evolução não dá saltos, mas tem uma sequência de passo a
passo, de vida a vida, jamais o ser humano, mesmo acompanhando grandes mestres da
filosofia espiritualista, pode pretender fazê-la na perfeição que lhe cabe, com o coração em
Jesus. Portanto, mesmo que as pessoas não sintam, como a viúva pobre do Evangelho, o
amor de doar o que tem em favor dos que sofrem, o que elas fizerem, mesmo do que sobra
em sua mesa, já é um começo.
O que vale mais, certamente que são os sentimentos que irradiam na hora da doação, e
não a quantidade. Mas, nos dias atuais, mesmo que faltem sentimentos de fraternidade no
coração doador, na oferta que cai das mãos nobres dos ricos, ela é abençoada por enxugar
muitas lágrimas, por dar pão a muitos famintos e vestir muitos nus. (Miramez)
ESE – Capítulo 13, itens 5, 6 e 14.
42. 42
1.4 – Divisões da lei natural
647 – Toda a lei de Deus está contida na máxima de amor ao próximo
ensinada por Jesus?
Certamente,essamáxima encerra todos os deveres dos homens entre si.Mas
é preciso mostrar-lhes a aplicação, de outra forma eles podem negligenciá-la,
como o fazem hoje. Aliás, a lei natural compreende todas as circunstâncias da
vida e essa máxima não é dela senão uma parte. Os homens necessitam de
regras precisas,pois os preceitos gerais e muito vagos deixam muitas portas
abertas à interpretação.
Comentários:
O amor ao próximo ensinado por Jesus encerra toda a sua lei. É o grande
fundamento da Lei de Deus.
Mas devemos observar outros princípios, outras regras para que possamos
compreender toda a Lei Natural, pois ela não se resume apenas na Lei de
amor. O amor é uma parte da Lei Natural.
A lei de amor é o preceito maior ensinada por Deus. É a máxima.
A lei de Deus abrange outras circunstâncias da vida que estão presentes nas
demais leis morais que vamos estudar e compreender.
As regras gerais abrem as portas para as interpretações,porisso,precisamos
de regras mais objetivas, mais detalhadas para que possamos nos conduzir,
pois temos nosso entendimento ainda reduzido.
À medida que vamos ampliando o nosso entendimento esses detalhes vão
sendo automaticamente incorporados à nossa conduta.
A lei de Deus está fundamentada no atributo do amor que é um atributo divino,
mas outros detalhes são necessários para que possamos compreender.
“Quando falamos na lei de Deus, focalizamos um único ponto de partida que
é o amor; entretanto, como esse amornão pode sercompreendidodamaneira
mais elevada na Terra, ele se divide pelos poderes do Criador, para educar e
beneficiar a todas as criaturas.
Vejamos o que pode ser o amor e suas manifestações:
É a maior de todas as virtudes somadas;
É o perdão;
É a fraternidade;
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo I: Caracteres da Lei Natural
43. 43
É a confiança;
É a caridade;
É a sabedoria;
É a santidade e a fé;
Enfim, todas as virtudes, como divisões, são ramificações do amor.
E cada coisa e cada alma o compreende de acordo com a sua elevação
espiritual.” (Miramez)
Quando a alma começaa crescernos seus valores, as divisões do amor vão
diminuindo, por não se precisar mais de muitas advertências.
648 – Que pensais da divisão da lei natural em dez partes,
compreendendo as leis sobre a adoração, o trabalho, a reprodução, a
conservação, a destruição, a sociedade, o progresso, a igualdade, a
liberdade, enfim, a de justiça, de amor e de caridade?
Essa divisão da lei de Deus em dez partes é a de Moisés e pode abranger
todas as circunstâncias da vida, o que é essencial.Podes,pois,segui-la, sem
que ela tenha por isso nada de absoluto, não mais que todos os outros
sistemas de classificação que dependem do ponto de vista sob o qual se
considerauma coisa. A última lei é a mais importante: é por ela que o homem
pode avançar mais na vida espiritual, porque ela resume todas as outras.
Comentários:
A lei de Deus é uma só e que está presente em todo o Universo.
Mas para que possamoscompreendê-lae entender as circunstâncias da vida,
a lei natural foi dividida nessas dez leis aqui mencionadas, as quais
estudaremos cada uma delas.
Todas essas leis nos conduz a Deus, pois são subdivisões da lei de Deus,
única lei que é a lei de amor. Vamos a partir de agora estudá-las
individualmente e perceberemos que uma complementa a outra, são
interligadas, sendo todas fundamentais para a nossa existência.
A Espiritualidade deixa claro que a última lei é a mais importante por ser a que
nos proporciona adiantarmos na vida espiritual, pois resume todas as outras.
A Lei de justiça, amor e caridade é a que mais aproxima o homem da vida
espiritual.
Havendo dúvidas em determinadas situações, no sentido de não sabermos
qual ação tomar, qual a melhoratitude, lembremos das leis morais e qualdelas
está mais de acordo com a lei de justiça, amor e caridade.
44. 44
REFERÊNCIAS:
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Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 52ª Ed. Araras – SP: IDE,2018.
KARDEC,Allan. O EvangelhoSegundo o Espiritismo.Tradução de
Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
KARDEC,Allan. O Livro dos Espíritos.Tradução de Salvador Gentile. 182ª
Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
KARDEC,Allan. O Livro dos Médiuns.Tradução de Salvador Gentile. 85ª
Ed. Araras – SP: IDE, 2008.
KARDEC,Allan. O Céu e o Inferno.Tradução de Salvador Gentile. Araras –
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MLODINOW,Leonard. De primatas a astronautas:A jornadado homem
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XAVIER,Chico. A Caminho da Luz.21ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995.Pelo
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XAVIER,Chico & VIEIRA,Waldo. Mecanismos da Mediunidade.28ª ed.
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UnZ
http://www.caminhosluz.com.br
A Lei de Ação e Reação é a mesma coisa que a Lei de Causa e Efeito?
https://editoradionisi.com.br/folhaespiritacairbarschutel/2020/05/31/a-lei-de-
acao-e-reacao-e-a-mesma-coisa-que-a-lei-de-causa-e-efeito/