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História – 3º teste

        A morte de Lenine, em 1924, deixou a Rússia sem líder e, desse modo, gerou uma
enorme contestação para chefe do Partido Comunista. Neste ambiente de disputa ganha, em
1928, o antigo secretário-geral do Estado, Estaline, contrariando as intenções de Lenine que
escreve no seu testamento “Estaline é demasiado brutal (…). Proponho, pois, aos camaradas
que estudem um meio de demitir Estaline deste cargo”.

        Até 1953, data da sua morte, Estaline foi chefe da União Soviética. O seu principal
objetivo era transformar a Rússia numa potência mundial e conseguir propagar o comunismo
pelos vários cantos do mundo, nomeadamente na Europa. Para tal, iniciou um projecto que
visava a melhoria dos sectores do Estado e da economia, entre eles contava-se a colectivização
dos campos, a planificação de uma economia equilibrada e sustentável e, para tal, utilizou um
meio de administração que se contava com o totalitarismo e a repressão.

        Em outono de 1929 iniciou-se o plano de colectivização dos campos. Considerava-se
esta medida imprescindível ao avanço da indústria, dado que ao retirar mão de obra dos
campos, estes teriam que, inevitavelmente, encontrar emprego nas fábricas. Este projecto,
que avançou a ritmo acelerado, foi empreendido com brutalidade sobre os pequenos
proprietários (os KULAKS), aos quais confiscaram as terras e o gado – três milhões destes
proprietários camponeses foram executados ou deportados para a Sibéria.

        Criaram-se os KOLKHOZES – cooperativas de produção – constituídas pelas famílias
camponesas. Estas foram obrigadas a entregar as suas terras e instrumentos para a
colectividade. Parte da sua produção ficava para o Estado e a restante era distribuída pelos
camponeses em função do trabalho exercido – uma medida que não partilhava os ideais
comunistas de Karl Marx. Em 1930 são criadas as Estações de Máquinas e Tractores que
tinham como função assegurar o controlo da produção e dos campos. Este projecto de
colectivização rapidamente alcançou resultados satisfatórios, apesar da forte oposição do
povo camponês.

         Por sua vez, a indústria tinha um atraso ancestral em relação aos restantes países da
Europa e Estados Unidos. Deste modo, Estaline cria os Planos Quinquenais, planeados durante
o período da NEP, pela GOSPLAN (comissão do conselho do trabalho e da defesa). Estes
tinham como objectivo primordial dar prioridade à indústria e à produção agrícola como meios
de melhoria económica, que visavam o aumento da produção em cinco anos. Estaline tinha em
vista continuar a ideia marxista-leninista de que a URSS devia ser auto-suficiente.
Implementou, assim, para os cinco anos várias metas que, caso não fossem cumpridas, seriam
vistas e punidas como um crime contra o Estado. Deste modo, o objetivo final era conseguir
colocar a produção em excesso no mercado e competir com as potências capitalistas, criando
uma imagem mais produtiva do comunismo perante a Europa e os EUA.

        O primeiro plano quinquenal é desenvolvido entre 1928 e 1932 e tinha como objectivo
a criação de bases na economia da nação. Deste modo, além da colectivização dos campos,
com a criação dos KOLKHOZES, entre outras, implementa-se uma meta que visava o aumento
da indústria pesada, nomeadamente a siderúrgica e a eléctrica. Isto conduziu ao quase
desaparecimento do sector privado da indústria. Além disso, promoveu investimentos
maciços, recorreu à contratação de técnicos estrangeiros e apostou na formação de
especialistas e engenheiros.

         O segundo plano quinquenal é desenvolvido de 1933 a 1937 e, apesar de continuar a
privilegiar a indústria pesada, cria metas que visam o desenvolvimento das indústrias ligeiras e
dos bens de consumo (vestuário e calçado). Além disso, no sector agrícola, dá-se a criação de
pequenas propriedades privadas.

        O terceiro plano quinquenal, desenvolvido entre 1938 e 1942, nunca chega a ser
concluído, devido ao despontar da II Guerra Mundial.

        Apesar de nunca ter conseguido terminar o seu plano, o governo de Estaline encontra
uma enorme produtividade nas medidas até então tomadas. A indústria do aço aumenta em
de 4 a 18 milhões de toneladas; a colectivização tem efeitos positivos, de modo que continua a
aumentar e a gerar lucro. Assim, a URSS entra na II Guerra Mundial como a terceira maior
potência mundial da altura.

         Tudo isto foi possível devido ao regime que Estaline apresentava. Um estado
omnipotente e totalitário que se regia por meio da repressão. Os cidadãos encontravam-se
privados de liberdade e eram totalmente controlados. Os jovens eram obrigados a
inscreverem-se nos Pioneiros e, mais tarde, nas Juventudes Comunistas, sendo este um meio
de os direccionar e de lhes incutir os ideais do comunismo de Estaline. A cultura era reduzida
aos métodos de propaganda e qualquer outro meio de exaltar o Estado. A repressão era
possibilitada pelas forças da polícia política, a NKVD. A partir de 1934 a repressão aumentou
ferozmente, caracterizada por purgas e processos políticos. Os antigos companheiros
bolcheviques de Lenine foram executados, assim como a administração e os líderes do Exercito
Vermelho. Todos aqueles que falassem contra o Estado foram punidos com a deportação para
campos de trabalho ou com a execução.

        Entretanto, na outra parte do mundo, os Estados Unidos recuperavam da severa crise
de 1929 (o Crash da bolsa de Nova Iorque). Resultante deste “incidente” a economia estava
mais frágil do que nunca e começam a ponderar-se soluções para evitar que tal voltasse a
acontecer. Deste modo, John Keynes preconiza o intervencionismo do Estado, clarificando que
o Estado se deve comprometer perante as empresas e as indústrias, pois, desse modo, é
possível o controlo da inflação, o investimento nas indústrias, a luta contra o entesouramento,
e o apoio às empresas.

        Em 1932, as ideias de Keynes são concretizadas graças à eleição de Roosevelt para a
presidência. Este propunha-se a tirar os EUA da crise e consegue-o através do
intervencionismo do Estado, pondo em prática um conjunto de medidas às quais se deu o
nome de New Deal.

         A primeira fase decorreu entre 1933 e 1934. Neste momento estabeleceram-se as suas
metas, do relançamento da economia e da luta contra o desemprego e a miséria. Para tal,
tomaram-se rigorosas medidas financeiras, tais como o encerramento temporário de várias
instituições bancárias para que estas fossem inspeccionadas pelos funcionários federais. Deu-
se uma desvalorização da moeda, o que permitiu baixar as dívidas externas e fez subir os
preços, através de uma inflação controlada, aumentando assim o lucro das empresas.

         No sentido de combater o desemprego, Roosevelt apostou na construção de estradas,
vias-férreas, aeroportos, barragens, entre outras, ou seja, edifícios públicos que necessitavam
de muita mão-de-obra. Deste modo, aqueles que se encontravam desempregados conseguiam
um emprego, mesmo que este não fosse ao encontro das suas habilitações.

        No que diz respeito à agricultura, foi criada uma lei, a AgriculturalAdjustmentAct
(AAA), que visava proteger a agricultura, através de empréstimos aos agricultores e de
indeminizações dadas aos mesmos pela redução das áreas cultivadas (devido à crise de
excesso de produção).

        Em relação à indústria, foi criada a National Industrial RecoveryAct (NIRA), que tinha
como objetivo a proteção da indústria e da produção industrial. Visando isto, foram fixados
preços mínimos e máximos de venda, de modo a evitar a concorrência desleal entre produtos;
e garantiram aos trabalhadores um salários mínimo e a liberdade sindical. As empresas que
seguissem estas medidas à ordem eram premiadas monetariamente – fomentando assim o
avanço da produção e motivando para que esta fosse conseguida justamente.

         Entre 1935 e 1938 deu-se a segunda fase do New Deal, talvez a mais significativa na
história. Foi criada a lei de Wagner, que reconhecia a liberdade sindical e o direito à greve.
Além disso, foi também criado o Social SecurityAct, que regulou a reforma e criou o fundo de
desemprego e auxílio aos pobres. Em 1938, o Fair Labor Standard Act estabeleceu o salário
mínimo e reduziu as horas de trabalho semanal. Deste modo, os EUA conseguiram finalmente
um Estado intervencionista para assegurar a felicidade e o bem estar da sociedade.

        Entretanto, em França, a crise que se vivia criou um ambiente de disputa entre
regimes radicais, cujas esperanças no regime parlamentarista e liberal caíam por não verem
qualquer resultado positivo. Deste modo, é criada uma coligação de esquerda de nome Frente
Popular, que via na figura de León Blum o seu líder. O seu lema era “pelo pão, pela paz e pela
liberdade” e triunfou em maio de 1936, ganhando as eleições. O seu objetivo prioritário era
deter o avanço fascista, com medo que sucedesse em França o mesmo que na Alemanha.

        Inicialmente, um vasto movimento grevista ocupara as fábricas em greves alegres que
visavam demonstrar a necessidade de melhoria mas, no entanto, felizes devido ao
reconhecimento que o Partido ouvia a sua voz. Seguidamente, os patrões das fábricas
começaram a denunciar a ameaça bolchevista que se propagava e o Governo interveio por
meio de mediação. Deste modo, criaram-se os contratos de trabalho, em que se aceitava a
liberdade de sindicato e se previa o aumento salarial. De seguida, diminuíram-se as horas
semanais de trabalho e concederam o direito ao trabalhador de 15 dias de férias pagas por
ano, até então impensável. Além disso, no sentido de melhorar a qualidade de vida e
promover o avanço do país, a Frente Popular tomou outras medidas tais como o aumento da
escolaridade obrigatória até aos 14 anos, a criação de albergues da juventude, o incremento
dos desportos, do cinema, do teatro, e o controlo pelo Estado do Banco de França, que é
finalmente nacionalizado.
Ainda no mesmo ano (1936), em Espanha, é também criada uma Frente Popular,
apoiadas por socialistas, comunistas, anarquistas e sindicatos operários. Este partido, mais
extremista que o de França, inicia o seu mandato enfrentando as forças conservadoras e
separando a Igreja do Estado. Neste sentido, é criada a Frente Nacional, onde os monárquicos,
os conservadores e os falangistas pretendem combater a Frente Popular, dando assim origem
à famosa guerra civil espanhola.

Dimensão Social, Política e Cultural

         O principio do século XX trás várias novidades, tanto a nível cultural, como político e
social. Deste modo, emerge a cultura de massas, que se irá propagar estrondosamente até aos
dias de hoje.

        A imprensa, a rádio e o cinema são os protagonistas desta época e englobam os meios
de comunicação de massas, os media, ou mass media. Estes proporcionaram não só a
propagação das notícias a ritmo acelerado, mas abriram também um novo mundo do sonho e
das fantasias.

        A imprensa, já existente há séculos, passa a ser direccionada à massa, com a utilização
de um vocabulário simples e informal, capaz de ser compreendido por todos. O livro, por sua
vez, passa a ser também criado em prol da sociedade. Aparecem os romances cor-de-rosa, a
banda desenhada, as histórias políticas e os romances policiais – sendo este último de especial
importância, devido à célebre escritora Agatha Christie, considerada a escritora mais vendida
do século XX. Finalmente, os jornais passam a incluir história de guerra e crime, são ilustrados
com fotografias e possuem secções femininas, desportivas, e crónicas para todos lerem.

        A rádio, criada por Marconi em 1896, é o meio de comunicação mais popular na época.
Este é acessível a todos, mesmo aos analfabetos, pois não requer qualquer leitura. Transmite
notícias, música, novelas radiofónicas e anúncios publicitários.

        O cinema, nascido na França, é considerado uma das maiores invenções do início do
século XX. Este abre as portas a uma completamente nova indústria, onde se fomenta os
sonhos e o imaginário e se criam e divulgam personagem do fantástico.

PORTUGAL: O ESTADO NOVO

       Portugal, que se encontrava desde 1910 sob o regime de uma República parlamentar,
é, em 1926, vítima de um golpe de Estado militar que acaba com a democracia, iniciando assim
um longo período de ditaduras.

         Inicialmente, instala-se uma ditadura militar, mantida até 1932, que põe termo à crise
social e política até então vivida. Após sucessivas mudanças de líder, sem que nenhum tivesse
a preparação para tomar conta do cargo, o resultado foi desastroso, deixando Portugal cair
mais fundo na crise. Em 1928 sobe ao poder o general Óscar Carmona, que conta com António
de Oliveira Salazar para o cargo da pasta das Finanças.
Salazar, antigo professor de Economia da Universidade de Coimbra, conseguiu grandes
feitos no seu cargo, conseguindo mesmo um saldo positivo no Orçamento do Estado. Deste
modo, os seus adeptos cresciam e, em 1932, é nomeado para a chefia do Governo.

         Salazar empenhou-se na criação de uma nova ordem política em Portugal. Para tal, cria
novas instituições que servem de alicerce ao Estado. Entre eles a União Nacional, uma força
política oficial, criada em 1933, que mais tarde se tornará no partido único: o Partido Nacional.
Além disso, é também criado o Ato Colonial, aprovado em 1930, onde se reafirmava o poder
de Portugal sobre as colónias e a relação de dependência das mesmas. Mais tarde, publica o
Estatuto do Trabalho Nacional e cria a que ficou conhecida como Constituição de 1933, onde
se põe fim à ditadura militar e onde ficou consagrada a nova ordem política: o Estado Novo.

        Este era um Estado onde se fomentava maioritariamente o Nacionalismo, de caráter
autoritário, corporativo e conservador – ideais inspirados nos modelos totalitários da Europa,
nomeadamente do fascismo italiano. Além disso, os seus ideais assentavam nas ideias
conservadores de Deus, Pátria, Família, Austeridade e Paz Social.

        A administração do Estado Novo residia na manipulação do povo e dos media, de
modo a demonstrar que os seus ideais eram os mais acertados. Fortemente inspirado por
Mussolini e o seu lema “tudo no Estado, nada contra o Estado”, Salazar cria também o seu
lema “Tudo pela Nação, nada contra a Nação. Os seus métodos passavam por engrandecer o
culto da vida no mundo rural, onde as populações agricultoras não tinham acesso ao mundo
exterior e, consequentemente, não tinham meios de criticarem ou compreenderem o regime
em que viviam. Além disso, Salazar protege fortemente a Igreja Católica, acabando por
declará-la mesmo a religião da Nação portuguesa.

        Salazar enaltece também a imagem da família portuguesa, onde o papel da mulher se
reduz ao papel passivo de submissa à família, esposa carinhosa e mãe atenciosa e sacrificada.
A família portuguesa era, de acordo com os seus ideais, uma família católica, respeitadora e
austera.

       O Estado Novo possuía, além disso, ideais de um nacionalismo exacerbado. Deste
modo, Salazar procurava enaltecer os feitos dos portugueses, apresentando-os como heróis,
dotados de enormes qualidades e grandiosos nos seus feitos.

        À semelhança do fascismo italiano, o Estado de Salazar era antiliberal, antidemocrático
e antiparlamentar. Para ele, a Nação representava um todo e, como tal, os interesses do
individuo eram colocados de parte. O interesse principal residia na Nação em si. Deste modo, a
ideia da existência de vários partidos tornou-se impensável, pois cada partido defendia os
interesses de um grupo de indivíduos, não indo de acordo com o ideal nacionalista salazarista.
Assim, Salazar opõe-se à democracia parlamentar e faz existir um Partido Único, como
acontecia na Alemanha e em Itália.

        Todas estas medidas e ideais só colocadas à prova através do poder administrativo que
cabia ao líder. Isto reconhecia a autoridade de Presidente da República como máxima, o
primeiro poder do Estado, completamente independente do Parlamento. O líder tinha, deste
modo, a capacidade de fazer reger as leis e as medidas necessárias à condução do país na
direcção pretendida.

        De modo a fomentar o seu poder, Salazar cria, tal como se vê no fascismo italiano, as
corporações. Estes órgãos agrupavam a população por famílias e funções que estes
desempenhavam. Integravam tanto os trabalhadores como os seus patrões, de modo a que
todos se sentissem iguais. No entanto, estes órgãos tinham como objetivo final o controlo da
economia e das relações laborais por parte do Estado.

        uhlsciAlém disso, de modo a concretizar os ideais ditatoriais do Estado salazarista, são
criadas um grupo de instituições e processos que visam o controlo das massas. Entre eles, o
SPN (Secretariado da Propaganda Nacional), em 1933, dirigido por António Ferro, tem o papel
de fazer propagar os ideais do Estado e controlar as artes. Em segundo lugar, funda-se em
1930 a União Nacional, que iria em 1934 tornar-se no Partido Nacional, ou seja, um Partido
Único, concretizado aquando da extinção de todos os partidos políticos.Uhil.k

        Com a vitória da Frente Popular, em França, e o início da Guerra Civil em Espanha, um
ambiente de ameaça bolchevique paira sobre o Portugal ditatorial. Deste modo, Salazar obriga
um funcionalismo público, conseguido através de um juramento que provava a fidelidade das
massas e o repúdio ao comunismo. Além disso, recorre a organizações milicianas, tais como a
Legião Portuguesa, destinada a defender o “património espiritual da Nação” e a combater a
ameaça bolchevista – esta legião era de caráter obrigatório em certos empregos públicos. Do
mesmo caráter, foi fomentada a Mocidade Portuguesa, também de inscrição obrigatória para
os estudantes, este órgão era fundamental para o Estado e visava incutir os ideais salazaristas
e os seus valores nacionalistas e patrióticos.

         Deu-se, do mesmo modo, um vasto controlo no ensino, no qual se adoptaram os
“livros únicos” do Estado, que enalteciam o nacionalismo e os ideais do Estado Novo, assim
como a religião Cristã. Em vista de continuar a propagar os seus ideais, Salazar toma também
precauções na vida familiar da população, surgindo, em 1936, a Obra das Mães para a
Educação Nacional, que visava criar a imagem da “mãe-modelo” que deveria ser seguida à
regra. Finalmente, é criada a Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho (FNAT), órgão que
procurava controlava os tempos livres dos trabalhadores, com atividades “educativas” dotadas
de nacionalismo.

         Entretanto, o clima de repressão – único modo de impor os ideais do Estado – obriga à
censura prévia de todos os artigos da imprensa, do teatro, do cinema, da rádio e, mais tarde,
da televisão. Para tal, foram criados órgãos capazes de intervir e controlar a censura e as
massas, tais como a polícia política, a PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado, ou
Polícia de Vigilância e de Defesa do Estado). Esta assegurou-se, a partir de 1945, de prender,
torturar e até matar todos os opositores ao regime, focando-se principalmente (mas não só)
nos simpatizantes do Partido Comunista.

        A nível financeiro, que foi para Salazar a prioridade desde que subiu ao poder como
ministro da Finanças, tomaram-se várias medidas capazes de aumentar o orçamento do Estado
e conseguir um saldo positivo. Para tal, dá-se uma diminuição das despesas e um aumento das
receitas, conseguida com a criação de novos impostos e com o aumento das tarifas
alfandegárias sobre as importações. Além disso, o papel neutro tomado aquando da II Guerra
Mundial foi uma atitude bem tomada no Estado Novo, com isto, criaram-se mais receitas a
nível das exportações, maioritariamente do volfrâmio, e torna possível o aumento das reservas
de ouro, permitindo assim a estabilidade monetária.

        A nível social, além de todas as medidas repressivas tomadas na educação e na família,
o Estado Novo fomentou o mundo rural, hostilizando nos seus ideais a cidade industrial, com a
intenção de manter o povo analfabeto em relação ao que se encontrava fora das fronteiras
portuenses para que, deste modo, os seus ideais se mantivessem incontestados. Para tal são
criadas medidas que visavam promover o mundo rural e agrícola, tais como a construção de
numerosas barragens que, ao melhorarem a irrigação dos solos, promoviam a agricultura,
conseguindo assim maior produção, assim como um maior número de produtores. A Junta de
Colonização Interna, criada em 1936, tinha como objetivo trazer a população para certos locais
do interior do país, conseguindo assim o crescimento da produção vinícola, de arroz, de
batata, azeite, cortiça e das frutas.

         Entre estas, a mais importante medida foi, sem dúvida, a Campanha do Trigo.
Inspirada na batalha do trigo italiana, este projecto procurava alargar a área de cultura do
trigo, principalmente no Alentejo. Entre 1929 e 1937 os seus feitos foram bastante
satisfatórios e permitiram a autosuficiência da Nação.

        A nível nacional foi implantada uma política de obras públicas, cujo protagonista foi o
Eng. Duarte Pacheco, Ministro das Obras Públicas. Neste sentido, foi criada a Lei de
Reconstituição Económica, em 1930, que procurava não só combater o desemprego originado
pela crise, mas também criar no país as infraestruturas necessárias ao desenvolvimento
económico.

        Deste modo, foram melhoradas as redes de caminhos-de-ferro e criadas inúmeras
estradas, que duplicaram até 1950, e até auto-estradas, seguindo os modelos da Alemanha.
Foram também edificadas novas pontes, entre elas a ponte sobre o Tejo, que se tornou a mais
célebre e foi considerada a maior ponte suspensa da Europa. Além disso, expandiram-se
também as redes telegráficas, os portos e os aeroportos, o que permitiu o desenvolvimento
crucial do comércio externo e interno. Finalmente, esta política preocupou-se também em
melhorar as condições de vida da população, com a construção de hospitais, escolas,
universidades, bairros de operários, estádios, tribunais e prisões.

         Entretanto, ao contrário do que foi feito a nível agrícola, a indústria sofreu um enorme
atraso durante todo o tempo do Estado Novo. Inicialmente foi criada uma política de
condicionamento industrial, entre 1931 e 1937, que impedia qualquer avanço ou criação de
fábricas que não fosse aprovado primeiro pelo Estado – ou seja, não se deu qualquer avanço.
Este dirigismo económico que se pensava ser temporário, resultante de uma política anticrise,
provou-se de caráter definitivo e condicionou o avanço industrial do país.
A RECONSTRUÇÃO DO PÓS-GUERRA

        Após a vitória dos Aliados na II Guerra Mundial, um clima caótico prosperou sobre a
Europa. Não só a Alemanha e o Japão saíam da guerra humilhados e destruídos, mas também
a França e a Inglaterra apresentavam grandes dificuldades a nível financeiro, social e político.

        Entre 4 e 11 de fevereiro de 1945, Roosevelt, Estaline e Churchill reúnem-se na que
ficou conhecida como a Conferência de Ialta. Neste momento, ficaram esclarecidas algumas
medidas a tomar para sustentar a nova ordem mundial, tão dificilmente conseguida.

        Em primeiro lugar, definiram-se as fronteiras da Polónia e estabeleceu-se a divisão
provisória da Alemanha em quatro áreas, que seriam administradas separadamente pelas
quatro potências (Rússia, Inglaterra, EUA e França). Em segundo lugar, decidiram-se algumas
bases essenciais à preparação da ONU (Organização das Nações Unidas) e estabeleceu-se a
quantia base de 20 000 milhões de dólares a pagar pela Alemanha, para reparar os estragos
causados pela guerra.

        Alguns meses mais tarde, os líderes reuniram-se novamente, desta vez com o fim de
consolidar os alicerces da paz. A Conferência de Potsdam foi, no entanto, mal sucedida e foi
rapidamente encerrada. Isto sucedeu-se devido ao clima tenso liderado pelas divergências de
ideais entre os liberais capitalistas e o comunismo de Estaline.

         Neste sentido, inicia-se um período de tensão entre liberais e “Estaline”. Com o papel
preponderante da Rússia para a vitória da II Guerra Mundial, o protagonismo que com ela veio
foi visto por Estaline como oportuno para a propagação dos ideais socialistas. Fomentando
estas ideias veio o poder dado à URSS, a quem coube a libertação dos países da Europa
Oriental. Assim, a vantagem no Leste Europeu rompeu-se e, embora contrárias às ideias da
Conferência de Ialta, todos os países libertados pelo Exército Vermelho tornaram-se
socialistas.

        Este acelerado processo de sovietização foi fortemente contestado pelos liberais
ocidentais. Com isto, Churchill denuncia publicamente no famoso discurso de Fulton os meios
de liderar de Estaline e insere o conceito da “cortina de ferro”.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

         Após a II Guerra Mundial retoma-se a ideia de criar um organismo capaz de manter a
paz, tal como acontecia com a Sociedade da Nações, antes do seu fracasso. Roosevelt baptiza
o futuro organismo como Organização das Nações Unidas (ONU).

        Esta fica inicialmente acordada na Conferência de Teerão, realizada em 1943 e, mais
tarde, é ratificada em Ialta, onde se acorda a convocação de uma conferência que contasse
com figuras políticas dos vários países e onde se redigiria a Carta fundadora das Nações
Unidas.

        Iniciada a 25 de abril de 1945, esta Conferência contou com representantes dos vários
países que afirmava, unanimemente, a vontade de promover a paz e a cooperação
internacional.
Manter a paz e reprimir os atos de agressão através de meios pacíficos e de acordo
com a justiça e com os direitos do Homem foi, talvez, um dos mais importantes propósitos
deste organismo. Além disso, também o desenvolver de relações amigáveis entre as várias
nações e desenvolver a cooperação internacional, tanto a nível económico, como social e
cultural.

        Maioritariamente, a ONU procurava defender os Direitos do Homem e do cidadão, de
modo a impedir que se repetissem as atrocidades do holocausto. Neste sentido, é aprovada
em 1948 a Declaração Universal dos Direitos do Homem, que ultrapassa a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão criadas em França, em 1789. Esta Declaração não se limitava
aos direitos alienáveis do Homem, mas incluía também grande importância às questões
socioeconómicas, tais como o direito ao ensino e ao trabalho – talvez assim fosse porque, com
o desenvolvimento da humanidade, já não se podia considerar que apenas os direitos básicos
fossem de caráter obrigatório.

         A ONU encontrava-se organizada em vários órgãos de funcionamento, cada um com o
seu propósito. Em primeiro lugar, a Assembleia-Geral, formada pelos estados-membros,
funciona como um parlamento mundial e tem por objetivo discutir todo o tipo de questões
abrangidas pela organização. Em segundo lugar, o Conselho de Segurança, composto pelos
estados permanentes e mais dez estados rotativos, é o órgão ao qual compete a manutenção
da paz e da segurança; este órgão faz as “recomendações”, atua como mediador, decreta
sanções e decide a intervenção das forças militares da ONU; todas as decisões deste órgão são
realizadas através do voto, no entanto, os estados permanentes têm todos que votar a favor,
tendo, contrariamente, direito de veto. O Secretariado-Geral possui um mandato de cinco
anos que pode ser renovado; neste órgão encontra-se o secretário-geral que, apesar de não te
direito de voto, toma parte em todas as reuniões do Conselho de Segurança.

       O Conselho Económico e Social, por sua vez, encontra-se encarregue de promover a
cooperação a nível económico, social e cultural entre as nações. Este é um dos órgãos mais
importantes da ONU e abrange vários pequenos órgãos, criados a partir de 1944 por
economistas de todo o mundo, que visavam evitar o ciclo da crise e da desvalorização da
moeda. Deste modo, além de terem tornado o dólar como a principal moeda na época,
criaram também organismos de proteção às nações com problemas financeiros, o FMI, e o
BIRD (Banco Mundial), destinado a financiar projectos de longo prazo das várias nações.

PRIMEIRA VAGA DE DESCOLONIZAÇÕES

        A II Guerra Mundial foi um despertar para as novas realidades do mundo, tanto a nível
económico e social, como político e cultural. Entre todas as “novidades” trazidas com o final da
guerra, a perceção das injustiças e até atrocidades cometidas nas colónias levou a um
propagação do sentimento de liberdade e revoltas nestes locais.

         A guerra mostrara que a Europa não era totalmente invencível e, no momento de
ruptura, via-se economicamente destruída e incapaz de lidar com conflitos coloniais. Além
disso, também as duas maiores potências mundiais, os EUA e a URSS, pressionavam o processo
de descolonização. A primeira potência não gostava de ver refletido no “presente” aquilo que
fora no “passado”, ou seja, uma colónia britânica sem liberdade, assim como via os seus
interesses económicos aumentarem, dado que com a ruptura das colónias as matérias-primas
tornavam-se escassas nas nações que, deste modo, teriam que pedir ajuda externa. A segunda
via os ideais marxistas a serem colocados em causa com a repressão colonial e, além disso,
viam ouro na possibilidade de estender o socialismo nos países recém criados.

        Deste modo, inicia-se no continente asiático o processo de descolonização. No Médio
Oriente, tornam-se independentes a Síria, o Líbano, entre outros, sendo estes os primeiros. A
Índia apenas em 1947 consegue tornar-se independente, depois dos muitos esforços do líder
da “oposição”, Gandhi. Muitos outros estados vão lutando e conseguindo a sua
independência, alguns a grandes custos, como foi o caso da Indochina, onde a ocupação
japonesa fomentara os sentimentos antifranceses, resultando numa forte oposição comunista
e ditatorial contra a França.

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Estaline e os Planos Quinquenais na URSS

  • 1. História – 3º teste A morte de Lenine, em 1924, deixou a Rússia sem líder e, desse modo, gerou uma enorme contestação para chefe do Partido Comunista. Neste ambiente de disputa ganha, em 1928, o antigo secretário-geral do Estado, Estaline, contrariando as intenções de Lenine que escreve no seu testamento “Estaline é demasiado brutal (…). Proponho, pois, aos camaradas que estudem um meio de demitir Estaline deste cargo”. Até 1953, data da sua morte, Estaline foi chefe da União Soviética. O seu principal objetivo era transformar a Rússia numa potência mundial e conseguir propagar o comunismo pelos vários cantos do mundo, nomeadamente na Europa. Para tal, iniciou um projecto que visava a melhoria dos sectores do Estado e da economia, entre eles contava-se a colectivização dos campos, a planificação de uma economia equilibrada e sustentável e, para tal, utilizou um meio de administração que se contava com o totalitarismo e a repressão. Em outono de 1929 iniciou-se o plano de colectivização dos campos. Considerava-se esta medida imprescindível ao avanço da indústria, dado que ao retirar mão de obra dos campos, estes teriam que, inevitavelmente, encontrar emprego nas fábricas. Este projecto, que avançou a ritmo acelerado, foi empreendido com brutalidade sobre os pequenos proprietários (os KULAKS), aos quais confiscaram as terras e o gado – três milhões destes proprietários camponeses foram executados ou deportados para a Sibéria. Criaram-se os KOLKHOZES – cooperativas de produção – constituídas pelas famílias camponesas. Estas foram obrigadas a entregar as suas terras e instrumentos para a colectividade. Parte da sua produção ficava para o Estado e a restante era distribuída pelos camponeses em função do trabalho exercido – uma medida que não partilhava os ideais comunistas de Karl Marx. Em 1930 são criadas as Estações de Máquinas e Tractores que tinham como função assegurar o controlo da produção e dos campos. Este projecto de colectivização rapidamente alcançou resultados satisfatórios, apesar da forte oposição do povo camponês. Por sua vez, a indústria tinha um atraso ancestral em relação aos restantes países da Europa e Estados Unidos. Deste modo, Estaline cria os Planos Quinquenais, planeados durante o período da NEP, pela GOSPLAN (comissão do conselho do trabalho e da defesa). Estes tinham como objectivo primordial dar prioridade à indústria e à produção agrícola como meios de melhoria económica, que visavam o aumento da produção em cinco anos. Estaline tinha em vista continuar a ideia marxista-leninista de que a URSS devia ser auto-suficiente. Implementou, assim, para os cinco anos várias metas que, caso não fossem cumpridas, seriam vistas e punidas como um crime contra o Estado. Deste modo, o objetivo final era conseguir colocar a produção em excesso no mercado e competir com as potências capitalistas, criando uma imagem mais produtiva do comunismo perante a Europa e os EUA. O primeiro plano quinquenal é desenvolvido entre 1928 e 1932 e tinha como objectivo a criação de bases na economia da nação. Deste modo, além da colectivização dos campos, com a criação dos KOLKHOZES, entre outras, implementa-se uma meta que visava o aumento da indústria pesada, nomeadamente a siderúrgica e a eléctrica. Isto conduziu ao quase desaparecimento do sector privado da indústria. Além disso, promoveu investimentos
  • 2. maciços, recorreu à contratação de técnicos estrangeiros e apostou na formação de especialistas e engenheiros. O segundo plano quinquenal é desenvolvido de 1933 a 1937 e, apesar de continuar a privilegiar a indústria pesada, cria metas que visam o desenvolvimento das indústrias ligeiras e dos bens de consumo (vestuário e calçado). Além disso, no sector agrícola, dá-se a criação de pequenas propriedades privadas. O terceiro plano quinquenal, desenvolvido entre 1938 e 1942, nunca chega a ser concluído, devido ao despontar da II Guerra Mundial. Apesar de nunca ter conseguido terminar o seu plano, o governo de Estaline encontra uma enorme produtividade nas medidas até então tomadas. A indústria do aço aumenta em de 4 a 18 milhões de toneladas; a colectivização tem efeitos positivos, de modo que continua a aumentar e a gerar lucro. Assim, a URSS entra na II Guerra Mundial como a terceira maior potência mundial da altura. Tudo isto foi possível devido ao regime que Estaline apresentava. Um estado omnipotente e totalitário que se regia por meio da repressão. Os cidadãos encontravam-se privados de liberdade e eram totalmente controlados. Os jovens eram obrigados a inscreverem-se nos Pioneiros e, mais tarde, nas Juventudes Comunistas, sendo este um meio de os direccionar e de lhes incutir os ideais do comunismo de Estaline. A cultura era reduzida aos métodos de propaganda e qualquer outro meio de exaltar o Estado. A repressão era possibilitada pelas forças da polícia política, a NKVD. A partir de 1934 a repressão aumentou ferozmente, caracterizada por purgas e processos políticos. Os antigos companheiros bolcheviques de Lenine foram executados, assim como a administração e os líderes do Exercito Vermelho. Todos aqueles que falassem contra o Estado foram punidos com a deportação para campos de trabalho ou com a execução. Entretanto, na outra parte do mundo, os Estados Unidos recuperavam da severa crise de 1929 (o Crash da bolsa de Nova Iorque). Resultante deste “incidente” a economia estava mais frágil do que nunca e começam a ponderar-se soluções para evitar que tal voltasse a acontecer. Deste modo, John Keynes preconiza o intervencionismo do Estado, clarificando que o Estado se deve comprometer perante as empresas e as indústrias, pois, desse modo, é possível o controlo da inflação, o investimento nas indústrias, a luta contra o entesouramento, e o apoio às empresas. Em 1932, as ideias de Keynes são concretizadas graças à eleição de Roosevelt para a presidência. Este propunha-se a tirar os EUA da crise e consegue-o através do intervencionismo do Estado, pondo em prática um conjunto de medidas às quais se deu o nome de New Deal. A primeira fase decorreu entre 1933 e 1934. Neste momento estabeleceram-se as suas metas, do relançamento da economia e da luta contra o desemprego e a miséria. Para tal, tomaram-se rigorosas medidas financeiras, tais como o encerramento temporário de várias instituições bancárias para que estas fossem inspeccionadas pelos funcionários federais. Deu-
  • 3. se uma desvalorização da moeda, o que permitiu baixar as dívidas externas e fez subir os preços, através de uma inflação controlada, aumentando assim o lucro das empresas. No sentido de combater o desemprego, Roosevelt apostou na construção de estradas, vias-férreas, aeroportos, barragens, entre outras, ou seja, edifícios públicos que necessitavam de muita mão-de-obra. Deste modo, aqueles que se encontravam desempregados conseguiam um emprego, mesmo que este não fosse ao encontro das suas habilitações. No que diz respeito à agricultura, foi criada uma lei, a AgriculturalAdjustmentAct (AAA), que visava proteger a agricultura, através de empréstimos aos agricultores e de indeminizações dadas aos mesmos pela redução das áreas cultivadas (devido à crise de excesso de produção). Em relação à indústria, foi criada a National Industrial RecoveryAct (NIRA), que tinha como objetivo a proteção da indústria e da produção industrial. Visando isto, foram fixados preços mínimos e máximos de venda, de modo a evitar a concorrência desleal entre produtos; e garantiram aos trabalhadores um salários mínimo e a liberdade sindical. As empresas que seguissem estas medidas à ordem eram premiadas monetariamente – fomentando assim o avanço da produção e motivando para que esta fosse conseguida justamente. Entre 1935 e 1938 deu-se a segunda fase do New Deal, talvez a mais significativa na história. Foi criada a lei de Wagner, que reconhecia a liberdade sindical e o direito à greve. Além disso, foi também criado o Social SecurityAct, que regulou a reforma e criou o fundo de desemprego e auxílio aos pobres. Em 1938, o Fair Labor Standard Act estabeleceu o salário mínimo e reduziu as horas de trabalho semanal. Deste modo, os EUA conseguiram finalmente um Estado intervencionista para assegurar a felicidade e o bem estar da sociedade. Entretanto, em França, a crise que se vivia criou um ambiente de disputa entre regimes radicais, cujas esperanças no regime parlamentarista e liberal caíam por não verem qualquer resultado positivo. Deste modo, é criada uma coligação de esquerda de nome Frente Popular, que via na figura de León Blum o seu líder. O seu lema era “pelo pão, pela paz e pela liberdade” e triunfou em maio de 1936, ganhando as eleições. O seu objetivo prioritário era deter o avanço fascista, com medo que sucedesse em França o mesmo que na Alemanha. Inicialmente, um vasto movimento grevista ocupara as fábricas em greves alegres que visavam demonstrar a necessidade de melhoria mas, no entanto, felizes devido ao reconhecimento que o Partido ouvia a sua voz. Seguidamente, os patrões das fábricas começaram a denunciar a ameaça bolchevista que se propagava e o Governo interveio por meio de mediação. Deste modo, criaram-se os contratos de trabalho, em que se aceitava a liberdade de sindicato e se previa o aumento salarial. De seguida, diminuíram-se as horas semanais de trabalho e concederam o direito ao trabalhador de 15 dias de férias pagas por ano, até então impensável. Além disso, no sentido de melhorar a qualidade de vida e promover o avanço do país, a Frente Popular tomou outras medidas tais como o aumento da escolaridade obrigatória até aos 14 anos, a criação de albergues da juventude, o incremento dos desportos, do cinema, do teatro, e o controlo pelo Estado do Banco de França, que é finalmente nacionalizado.
  • 4. Ainda no mesmo ano (1936), em Espanha, é também criada uma Frente Popular, apoiadas por socialistas, comunistas, anarquistas e sindicatos operários. Este partido, mais extremista que o de França, inicia o seu mandato enfrentando as forças conservadoras e separando a Igreja do Estado. Neste sentido, é criada a Frente Nacional, onde os monárquicos, os conservadores e os falangistas pretendem combater a Frente Popular, dando assim origem à famosa guerra civil espanhola. Dimensão Social, Política e Cultural O principio do século XX trás várias novidades, tanto a nível cultural, como político e social. Deste modo, emerge a cultura de massas, que se irá propagar estrondosamente até aos dias de hoje. A imprensa, a rádio e o cinema são os protagonistas desta época e englobam os meios de comunicação de massas, os media, ou mass media. Estes proporcionaram não só a propagação das notícias a ritmo acelerado, mas abriram também um novo mundo do sonho e das fantasias. A imprensa, já existente há séculos, passa a ser direccionada à massa, com a utilização de um vocabulário simples e informal, capaz de ser compreendido por todos. O livro, por sua vez, passa a ser também criado em prol da sociedade. Aparecem os romances cor-de-rosa, a banda desenhada, as histórias políticas e os romances policiais – sendo este último de especial importância, devido à célebre escritora Agatha Christie, considerada a escritora mais vendida do século XX. Finalmente, os jornais passam a incluir história de guerra e crime, são ilustrados com fotografias e possuem secções femininas, desportivas, e crónicas para todos lerem. A rádio, criada por Marconi em 1896, é o meio de comunicação mais popular na época. Este é acessível a todos, mesmo aos analfabetos, pois não requer qualquer leitura. Transmite notícias, música, novelas radiofónicas e anúncios publicitários. O cinema, nascido na França, é considerado uma das maiores invenções do início do século XX. Este abre as portas a uma completamente nova indústria, onde se fomenta os sonhos e o imaginário e se criam e divulgam personagem do fantástico. PORTUGAL: O ESTADO NOVO Portugal, que se encontrava desde 1910 sob o regime de uma República parlamentar, é, em 1926, vítima de um golpe de Estado militar que acaba com a democracia, iniciando assim um longo período de ditaduras. Inicialmente, instala-se uma ditadura militar, mantida até 1932, que põe termo à crise social e política até então vivida. Após sucessivas mudanças de líder, sem que nenhum tivesse a preparação para tomar conta do cargo, o resultado foi desastroso, deixando Portugal cair mais fundo na crise. Em 1928 sobe ao poder o general Óscar Carmona, que conta com António de Oliveira Salazar para o cargo da pasta das Finanças.
  • 5. Salazar, antigo professor de Economia da Universidade de Coimbra, conseguiu grandes feitos no seu cargo, conseguindo mesmo um saldo positivo no Orçamento do Estado. Deste modo, os seus adeptos cresciam e, em 1932, é nomeado para a chefia do Governo. Salazar empenhou-se na criação de uma nova ordem política em Portugal. Para tal, cria novas instituições que servem de alicerce ao Estado. Entre eles a União Nacional, uma força política oficial, criada em 1933, que mais tarde se tornará no partido único: o Partido Nacional. Além disso, é também criado o Ato Colonial, aprovado em 1930, onde se reafirmava o poder de Portugal sobre as colónias e a relação de dependência das mesmas. Mais tarde, publica o Estatuto do Trabalho Nacional e cria a que ficou conhecida como Constituição de 1933, onde se põe fim à ditadura militar e onde ficou consagrada a nova ordem política: o Estado Novo. Este era um Estado onde se fomentava maioritariamente o Nacionalismo, de caráter autoritário, corporativo e conservador – ideais inspirados nos modelos totalitários da Europa, nomeadamente do fascismo italiano. Além disso, os seus ideais assentavam nas ideias conservadores de Deus, Pátria, Família, Austeridade e Paz Social. A administração do Estado Novo residia na manipulação do povo e dos media, de modo a demonstrar que os seus ideais eram os mais acertados. Fortemente inspirado por Mussolini e o seu lema “tudo no Estado, nada contra o Estado”, Salazar cria também o seu lema “Tudo pela Nação, nada contra a Nação. Os seus métodos passavam por engrandecer o culto da vida no mundo rural, onde as populações agricultoras não tinham acesso ao mundo exterior e, consequentemente, não tinham meios de criticarem ou compreenderem o regime em que viviam. Além disso, Salazar protege fortemente a Igreja Católica, acabando por declará-la mesmo a religião da Nação portuguesa. Salazar enaltece também a imagem da família portuguesa, onde o papel da mulher se reduz ao papel passivo de submissa à família, esposa carinhosa e mãe atenciosa e sacrificada. A família portuguesa era, de acordo com os seus ideais, uma família católica, respeitadora e austera. O Estado Novo possuía, além disso, ideais de um nacionalismo exacerbado. Deste modo, Salazar procurava enaltecer os feitos dos portugueses, apresentando-os como heróis, dotados de enormes qualidades e grandiosos nos seus feitos. À semelhança do fascismo italiano, o Estado de Salazar era antiliberal, antidemocrático e antiparlamentar. Para ele, a Nação representava um todo e, como tal, os interesses do individuo eram colocados de parte. O interesse principal residia na Nação em si. Deste modo, a ideia da existência de vários partidos tornou-se impensável, pois cada partido defendia os interesses de um grupo de indivíduos, não indo de acordo com o ideal nacionalista salazarista. Assim, Salazar opõe-se à democracia parlamentar e faz existir um Partido Único, como acontecia na Alemanha e em Itália. Todas estas medidas e ideais só colocadas à prova através do poder administrativo que cabia ao líder. Isto reconhecia a autoridade de Presidente da República como máxima, o primeiro poder do Estado, completamente independente do Parlamento. O líder tinha, deste
  • 6. modo, a capacidade de fazer reger as leis e as medidas necessárias à condução do país na direcção pretendida. De modo a fomentar o seu poder, Salazar cria, tal como se vê no fascismo italiano, as corporações. Estes órgãos agrupavam a população por famílias e funções que estes desempenhavam. Integravam tanto os trabalhadores como os seus patrões, de modo a que todos se sentissem iguais. No entanto, estes órgãos tinham como objetivo final o controlo da economia e das relações laborais por parte do Estado. uhlsciAlém disso, de modo a concretizar os ideais ditatoriais do Estado salazarista, são criadas um grupo de instituições e processos que visam o controlo das massas. Entre eles, o SPN (Secretariado da Propaganda Nacional), em 1933, dirigido por António Ferro, tem o papel de fazer propagar os ideais do Estado e controlar as artes. Em segundo lugar, funda-se em 1930 a União Nacional, que iria em 1934 tornar-se no Partido Nacional, ou seja, um Partido Único, concretizado aquando da extinção de todos os partidos políticos.Uhil.k Com a vitória da Frente Popular, em França, e o início da Guerra Civil em Espanha, um ambiente de ameaça bolchevique paira sobre o Portugal ditatorial. Deste modo, Salazar obriga um funcionalismo público, conseguido através de um juramento que provava a fidelidade das massas e o repúdio ao comunismo. Além disso, recorre a organizações milicianas, tais como a Legião Portuguesa, destinada a defender o “património espiritual da Nação” e a combater a ameaça bolchevista – esta legião era de caráter obrigatório em certos empregos públicos. Do mesmo caráter, foi fomentada a Mocidade Portuguesa, também de inscrição obrigatória para os estudantes, este órgão era fundamental para o Estado e visava incutir os ideais salazaristas e os seus valores nacionalistas e patrióticos. Deu-se, do mesmo modo, um vasto controlo no ensino, no qual se adoptaram os “livros únicos” do Estado, que enalteciam o nacionalismo e os ideais do Estado Novo, assim como a religião Cristã. Em vista de continuar a propagar os seus ideais, Salazar toma também precauções na vida familiar da população, surgindo, em 1936, a Obra das Mães para a Educação Nacional, que visava criar a imagem da “mãe-modelo” que deveria ser seguida à regra. Finalmente, é criada a Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho (FNAT), órgão que procurava controlava os tempos livres dos trabalhadores, com atividades “educativas” dotadas de nacionalismo. Entretanto, o clima de repressão – único modo de impor os ideais do Estado – obriga à censura prévia de todos os artigos da imprensa, do teatro, do cinema, da rádio e, mais tarde, da televisão. Para tal, foram criados órgãos capazes de intervir e controlar a censura e as massas, tais como a polícia política, a PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado, ou Polícia de Vigilância e de Defesa do Estado). Esta assegurou-se, a partir de 1945, de prender, torturar e até matar todos os opositores ao regime, focando-se principalmente (mas não só) nos simpatizantes do Partido Comunista. A nível financeiro, que foi para Salazar a prioridade desde que subiu ao poder como ministro da Finanças, tomaram-se várias medidas capazes de aumentar o orçamento do Estado e conseguir um saldo positivo. Para tal, dá-se uma diminuição das despesas e um aumento das receitas, conseguida com a criação de novos impostos e com o aumento das tarifas
  • 7. alfandegárias sobre as importações. Além disso, o papel neutro tomado aquando da II Guerra Mundial foi uma atitude bem tomada no Estado Novo, com isto, criaram-se mais receitas a nível das exportações, maioritariamente do volfrâmio, e torna possível o aumento das reservas de ouro, permitindo assim a estabilidade monetária. A nível social, além de todas as medidas repressivas tomadas na educação e na família, o Estado Novo fomentou o mundo rural, hostilizando nos seus ideais a cidade industrial, com a intenção de manter o povo analfabeto em relação ao que se encontrava fora das fronteiras portuenses para que, deste modo, os seus ideais se mantivessem incontestados. Para tal são criadas medidas que visavam promover o mundo rural e agrícola, tais como a construção de numerosas barragens que, ao melhorarem a irrigação dos solos, promoviam a agricultura, conseguindo assim maior produção, assim como um maior número de produtores. A Junta de Colonização Interna, criada em 1936, tinha como objetivo trazer a população para certos locais do interior do país, conseguindo assim o crescimento da produção vinícola, de arroz, de batata, azeite, cortiça e das frutas. Entre estas, a mais importante medida foi, sem dúvida, a Campanha do Trigo. Inspirada na batalha do trigo italiana, este projecto procurava alargar a área de cultura do trigo, principalmente no Alentejo. Entre 1929 e 1937 os seus feitos foram bastante satisfatórios e permitiram a autosuficiência da Nação. A nível nacional foi implantada uma política de obras públicas, cujo protagonista foi o Eng. Duarte Pacheco, Ministro das Obras Públicas. Neste sentido, foi criada a Lei de Reconstituição Económica, em 1930, que procurava não só combater o desemprego originado pela crise, mas também criar no país as infraestruturas necessárias ao desenvolvimento económico. Deste modo, foram melhoradas as redes de caminhos-de-ferro e criadas inúmeras estradas, que duplicaram até 1950, e até auto-estradas, seguindo os modelos da Alemanha. Foram também edificadas novas pontes, entre elas a ponte sobre o Tejo, que se tornou a mais célebre e foi considerada a maior ponte suspensa da Europa. Além disso, expandiram-se também as redes telegráficas, os portos e os aeroportos, o que permitiu o desenvolvimento crucial do comércio externo e interno. Finalmente, esta política preocupou-se também em melhorar as condições de vida da população, com a construção de hospitais, escolas, universidades, bairros de operários, estádios, tribunais e prisões. Entretanto, ao contrário do que foi feito a nível agrícola, a indústria sofreu um enorme atraso durante todo o tempo do Estado Novo. Inicialmente foi criada uma política de condicionamento industrial, entre 1931 e 1937, que impedia qualquer avanço ou criação de fábricas que não fosse aprovado primeiro pelo Estado – ou seja, não se deu qualquer avanço. Este dirigismo económico que se pensava ser temporário, resultante de uma política anticrise, provou-se de caráter definitivo e condicionou o avanço industrial do país.
  • 8. A RECONSTRUÇÃO DO PÓS-GUERRA Após a vitória dos Aliados na II Guerra Mundial, um clima caótico prosperou sobre a Europa. Não só a Alemanha e o Japão saíam da guerra humilhados e destruídos, mas também a França e a Inglaterra apresentavam grandes dificuldades a nível financeiro, social e político. Entre 4 e 11 de fevereiro de 1945, Roosevelt, Estaline e Churchill reúnem-se na que ficou conhecida como a Conferência de Ialta. Neste momento, ficaram esclarecidas algumas medidas a tomar para sustentar a nova ordem mundial, tão dificilmente conseguida. Em primeiro lugar, definiram-se as fronteiras da Polónia e estabeleceu-se a divisão provisória da Alemanha em quatro áreas, que seriam administradas separadamente pelas quatro potências (Rússia, Inglaterra, EUA e França). Em segundo lugar, decidiram-se algumas bases essenciais à preparação da ONU (Organização das Nações Unidas) e estabeleceu-se a quantia base de 20 000 milhões de dólares a pagar pela Alemanha, para reparar os estragos causados pela guerra. Alguns meses mais tarde, os líderes reuniram-se novamente, desta vez com o fim de consolidar os alicerces da paz. A Conferência de Potsdam foi, no entanto, mal sucedida e foi rapidamente encerrada. Isto sucedeu-se devido ao clima tenso liderado pelas divergências de ideais entre os liberais capitalistas e o comunismo de Estaline. Neste sentido, inicia-se um período de tensão entre liberais e “Estaline”. Com o papel preponderante da Rússia para a vitória da II Guerra Mundial, o protagonismo que com ela veio foi visto por Estaline como oportuno para a propagação dos ideais socialistas. Fomentando estas ideias veio o poder dado à URSS, a quem coube a libertação dos países da Europa Oriental. Assim, a vantagem no Leste Europeu rompeu-se e, embora contrárias às ideias da Conferência de Ialta, todos os países libertados pelo Exército Vermelho tornaram-se socialistas. Este acelerado processo de sovietização foi fortemente contestado pelos liberais ocidentais. Com isto, Churchill denuncia publicamente no famoso discurso de Fulton os meios de liderar de Estaline e insere o conceito da “cortina de ferro”. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS Após a II Guerra Mundial retoma-se a ideia de criar um organismo capaz de manter a paz, tal como acontecia com a Sociedade da Nações, antes do seu fracasso. Roosevelt baptiza o futuro organismo como Organização das Nações Unidas (ONU). Esta fica inicialmente acordada na Conferência de Teerão, realizada em 1943 e, mais tarde, é ratificada em Ialta, onde se acorda a convocação de uma conferência que contasse com figuras políticas dos vários países e onde se redigiria a Carta fundadora das Nações Unidas. Iniciada a 25 de abril de 1945, esta Conferência contou com representantes dos vários países que afirmava, unanimemente, a vontade de promover a paz e a cooperação internacional.
  • 9. Manter a paz e reprimir os atos de agressão através de meios pacíficos e de acordo com a justiça e com os direitos do Homem foi, talvez, um dos mais importantes propósitos deste organismo. Além disso, também o desenvolver de relações amigáveis entre as várias nações e desenvolver a cooperação internacional, tanto a nível económico, como social e cultural. Maioritariamente, a ONU procurava defender os Direitos do Homem e do cidadão, de modo a impedir que se repetissem as atrocidades do holocausto. Neste sentido, é aprovada em 1948 a Declaração Universal dos Direitos do Homem, que ultrapassa a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão criadas em França, em 1789. Esta Declaração não se limitava aos direitos alienáveis do Homem, mas incluía também grande importância às questões socioeconómicas, tais como o direito ao ensino e ao trabalho – talvez assim fosse porque, com o desenvolvimento da humanidade, já não se podia considerar que apenas os direitos básicos fossem de caráter obrigatório. A ONU encontrava-se organizada em vários órgãos de funcionamento, cada um com o seu propósito. Em primeiro lugar, a Assembleia-Geral, formada pelos estados-membros, funciona como um parlamento mundial e tem por objetivo discutir todo o tipo de questões abrangidas pela organização. Em segundo lugar, o Conselho de Segurança, composto pelos estados permanentes e mais dez estados rotativos, é o órgão ao qual compete a manutenção da paz e da segurança; este órgão faz as “recomendações”, atua como mediador, decreta sanções e decide a intervenção das forças militares da ONU; todas as decisões deste órgão são realizadas através do voto, no entanto, os estados permanentes têm todos que votar a favor, tendo, contrariamente, direito de veto. O Secretariado-Geral possui um mandato de cinco anos que pode ser renovado; neste órgão encontra-se o secretário-geral que, apesar de não te direito de voto, toma parte em todas as reuniões do Conselho de Segurança. O Conselho Económico e Social, por sua vez, encontra-se encarregue de promover a cooperação a nível económico, social e cultural entre as nações. Este é um dos órgãos mais importantes da ONU e abrange vários pequenos órgãos, criados a partir de 1944 por economistas de todo o mundo, que visavam evitar o ciclo da crise e da desvalorização da moeda. Deste modo, além de terem tornado o dólar como a principal moeda na época, criaram também organismos de proteção às nações com problemas financeiros, o FMI, e o BIRD (Banco Mundial), destinado a financiar projectos de longo prazo das várias nações. PRIMEIRA VAGA DE DESCOLONIZAÇÕES A II Guerra Mundial foi um despertar para as novas realidades do mundo, tanto a nível económico e social, como político e cultural. Entre todas as “novidades” trazidas com o final da guerra, a perceção das injustiças e até atrocidades cometidas nas colónias levou a um propagação do sentimento de liberdade e revoltas nestes locais. A guerra mostrara que a Europa não era totalmente invencível e, no momento de ruptura, via-se economicamente destruída e incapaz de lidar com conflitos coloniais. Além disso, também as duas maiores potências mundiais, os EUA e a URSS, pressionavam o processo de descolonização. A primeira potência não gostava de ver refletido no “presente” aquilo que fora no “passado”, ou seja, uma colónia britânica sem liberdade, assim como via os seus
  • 10. interesses económicos aumentarem, dado que com a ruptura das colónias as matérias-primas tornavam-se escassas nas nações que, deste modo, teriam que pedir ajuda externa. A segunda via os ideais marxistas a serem colocados em causa com a repressão colonial e, além disso, viam ouro na possibilidade de estender o socialismo nos países recém criados. Deste modo, inicia-se no continente asiático o processo de descolonização. No Médio Oriente, tornam-se independentes a Síria, o Líbano, entre outros, sendo estes os primeiros. A Índia apenas em 1947 consegue tornar-se independente, depois dos muitos esforços do líder da “oposição”, Gandhi. Muitos outros estados vão lutando e conseguindo a sua independência, alguns a grandes custos, como foi o caso da Indochina, onde a ocupação japonesa fomentara os sentimentos antifranceses, resultando numa forte oposição comunista e ditatorial contra a França.