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Casanova, M.P. (2014). Avaliação da Formação Contínua de Professores. Atas do XX Congresso da
AFIRSE “Formação Profissional: Investigação Educacional sobre teorias, políticas e práti-
cas”. Lisboa: AFIRSE. EDUCA/Secção Portuguesa da AFIRSE. (ISBN: 978-989-8272-17-1)
Avaliação da Formação Contínua de Professores
Maria Prazeres Simões Moço Casanova
Resumo
A influência da formação contínua de professores no seu próprio desenvolvimento pessoal e
profissional e no dos seus pares, no desenvolvimento dos alunos, na melhoria da organização
de pertença e ainda no desenvolvimento da comunidade educativa é o objeto da reflexão que
nos propomos apresentar. Entendemos também que existe a necessidade de proceder à avalia-
ção da aplicabilidade da formação ministrada e das mais-valias delas decorrentes.
Definimos como objetivos desta comunicação:
1. Conhecer as mais-valias para os alunos, para o professor que beneficiou de formação e,
quiçá, para os seus pares.
2. Identificar de que forma a organização beneficia da formação recebida por um dos seus
membros.
3. Identificar os constrangimentos sentidos, quer ao nível da tentativa de implementar as
aprendizagens realizadas quer pelas mudanças ocorridas.
A formação de professores só tem sentido se for capaz de estar ao serviço da satisfação das
necessidades dos alunos, dos professores, da organização-escola e da comunidade educativa.
Este processo supõe que a formação de professores seja capaz de exercer uma ação transfor-
madora: no desenvolvimento cognitivo, afetivo, emocional e operativo dos alunos; no desen-
volvimento pessoal e profissional dos professores; no desenvolvimento da eficácia e da eficiên-
cia da organização e, ainda, no desenvolvimento da comunidade educativa. As diferentes
mudanças ocorridas terão de ser analisadas e interpretadas.
Parece-nos que o processo investigativo deve de ocorrer em quatro momentos distintos: no
início da formação, para diagnosticar as necessidades sentidas pelos formandos, os interesses e
as expetativas dos formandos relativamente à formação, durante a formação e no final da
formação. Propomo-nos neste momento encetar um quarto momento: passado algum tempo,
quando os professores se encontram no exercício das suas funções profissionais. É importante
que sejam identificadas as mais-valias para os alunos, para o professor que beneficiou de for-
2
mação e, quiçá, para os seus pares e ainda para a organização em que se insere, assim como
os constrangimentos detetados.
Palavras-chave: Formação Contínua de Professores, Avaliação da Formação Docente,
Desenvolvimento profissional
Resumé
L'influence de la formation des enseignants dans leur développement personnel et pro-
fessionnel et de leurs pairs dans le développement des élèves, dans l'amélioration de l'organi-
sation d'appartenance et aussi dans le développement de la communauté éducative est l'objet
de réflexion que nous nous proposons présenter. Nous comprenons également qu'il y a la né-
cessité d'évaluer l'applicabilité de la formation et les gains qui en découlent.
Nous avons défini comme objectifs de cette communication:
1. Connaître les avantages pour les étudiants, pour l'enseignant ayant reçu une for-
mation et, peut-être, pour leurs pairs.
2. Identifier de quelle façon l'organisation profite de la formation reçue par l'un de ses
membres.
3. Identifier les contraintes ressenties, tant en termes d'essayer de mettre en œuvre
l'apprentissage qui a lieu soit par les changements.
La formation des a seulement du sens si elle puisse répondre aux besoins des étu-
diants, des enseignants, de l'organisation scolaire et de la communauté éducative. Ce proces-
sus suppose que la formation des enseignants puisse exercer une action transformatrice au ni-
veau du développement: cognitif, affectif et émotionnel des étudiants, du développement
personnel et professionnel des enseignants, du développement de l'efficacité et de l'efficience
de l'organisation et aussi du développement de la communauté éducative. Les divers change-
ments devront être analysés et interprétés.
Il nous semble que le processus d'enquête doit être ultérieure à quatre moments diffé-
rents: au début de la formation pour diagnostiquer les besoins ressentis par les stagiaires, les
intérêts et les attentes des stagiaires sur la formation, l'entraînement et à la fin de la forma-
tion. Nous proposons de commencer dès maintenant le quatrième moment: après un certain
temps lorsque les enseignants sont dans l'exercice de leurs fonctions officielles. Il est impor-
tant d'identifier les gains pour les étudiants, pour les enseignants qui ont reçu une formation
et, peut-être, pour leurs pairs et pour l'organisation à laquelle on appartient, ainsi que les
contraintes détectées.
3
Mots-clé: Formation des enseignants, Évaluation de la formation des enseignants, Le dé-
veloppement professionnel
Introdução
É nossa convicção que a formação é o eixo mobilizador da transformação da vida
das pessoas e das organizações.
A formação contínua de professores é um elemento essencial na melhoria das
aprendizagens dos alunos nas diferentes áreas do saber, no desenvolvimento profissional e
pessoal dos professores, na melhoria da organização-escola e da comunidade.
O caso que aqui apresentamos refere-se a um pequeno estudo que temos vindo a
fazer enquanto formadores de um Centro de Formação da Região de Lisboa e Vale do Tejo.
Assumimo-nos também como observadores participantes do processo formativo. É neste
contexto que entendemos ser premente saber como são usados os conhecimentos adquiri-
dos, quais as dificuldades sentidas e as mudanças operadas a nível profissional e organiza-
cional após a formação adquirida.
1. A Avaliação da Formação Contínua de Professores
A avaliação da formação contínua de professores é efetuada no término da ação de
formação, podendo também ser realizada ao longo do processo, se o formador o entender.
Durante o processo formativo podem ser usadas como técnicas a entrevista aplicada de
forma informal e/ou a aplicação de um inquérito por questionário de resposta fechada em
escala de Likert (Ghiglione e Matalon, 1993). A sua aplicação pode regular os processos e
ajudar a ir de ao encontro das necessidades dos formandos.
Enquanto formadores de adultos com formação de nível superior, surgem-nos algu-
mas questões: quais são as aprendizagens realizadas em contexto de formação contínua
que perduram ao longo do tempo? Como são aplicadas as aprendizagens realizadas e em
que contextos? Qual a influência e as mudanças sentidas pelos professores e pelas organi-
zações após um grupo de professores da mesma organização ter realizado uma determina-
da ação de formação?
A formação de professores só tem sentido se for capaz de estar ao serviço da satisfação
das necessidades dos alunos, dos professores, das organização-escola e da comunidade educa-
tiva. Este processo supõe que a formação de professores seja capaz de exercer uma ação
transformadora: no desenvolvimento cognitivo, afetivo, emocional e operativo dos alunos; no
4
desenvolvimento pessoal e profissional dos professores; no desenvolvimento da eficácia e da
eficiência da organização e, ainda, no desenvolvimento da comunidade educativa. As diferen-
tes mudanças ocorridas terão de ter analisadas e interpretadas.
2. O Processo Avaliativo: Algumas Considerações
O processo avaliativo deverá ocorrer em três momentos: antes, durante a formação e
no seu término (Casanova, 2010).
Propomos um quarto momento avaliativo: a ocorrer após alguns meses o término da
formação, quando os professores se encontram no exercício das suas funções profissionais.
Parece-nos importante que sejam identificadas as mais-valias para os alunos, para o professor
que beneficiou de formação e quiçá para os seus pares e ainda para a organização em que se
insere, assim como os constrangimentos detetados.
A busca incessante das causas, dos processos e das mudanças ocorridas pressupõe
conhecimento dos métodos e das técnicas de recolha de dados, assim como do seu tratamen-
to, para além de conhecimento teórico que permita interpretar assertivamente e cientifica-
mente os dados recolhidos.
Também, nos parece, que é comum os formadores realizarem procedimentos avaliati-
vos antes de ser iniciada a formação e ao longo do processo formativo, muitas vezes utilizando
como técnica de recolha de dados a observação participante e naturalista (Estrela, 1990). Os
Centros de Formação aplicam também um questionário no final da formação e os formadores
elaboram um relatório onde são referidos dados avaliativos respeitantes ao processo formati-
vo. Tanto os formadores como os Centros de Formação podem recorrer ao uso das tecnologias
de informação e comunicação para recolha dos dados de forma eficiente e eficaz. Esta recolha
de dados tem de ser pensada e organizada para permitir que os formadores gastem o menor
tempo possível no seu tratamento, na sua análise e na sua interpretação. Preconizamos o uso
de aplicações disponibilizadas por diferentes plataformas eletrónicas para que o tratamento
dos dados seja automático.
Cremos que a realização de procedimentos investigativos efetuados de forma concreta
e sistemática não é realizada após o término da formação contínua dos professores, à exceção
da elaboração de trabalhos académicos. É, no nosso entender, pertinente que os Centros de
Formação encontrem mecanismos de avaliação das mais-valias produzidas e dos constrangi-
mentos que não se conseguiram superar. Se for realizada investigação, os formadores dispõem
de dados para melhorarem as suas práticas formativas e também serem mais consentâneos
com as necessidades formativas dos professores.
5
O processo avaliativo deverá ser realizado tendo em consideração dois públicos-alvo: os
professores que frequentaram a formação e os órgãos de gestão, nomeadamente o diretor.
Apresentamos duas propostas de indicadores, a primeira (A) a ser usada na elaboração
do guião de entrevista semiestruturada e/ou a um group focus e/ou inquérito de resposta
fechada em escala de Likert aplicado aos professores que realizaram determinada formação, e
o segundo (B) ao diretor.
A. Proposta de indicadores a usar na elaboração do guião para reflexão dos
grupos de discussão focalizada e/ou no inquérito de resposta fechada em
escala de Likert e de resposta aberta
1 - No exercício das funções de professor e poderá considerar-se o exercício de
funções em cargos específicos:
4. Grau de implementação das aprendizagens realizadas na ação de formação no
exercício das suas funções profissionais;
5. Identificação das temáticas abordadas e que foram usadas no exercício da sua
profissionalidade;
6. Identificação das mais-valias decorrentes da formação;
7. Identificação das dificuldades que foram minimizadas e/ou superadas tendo em
conta as aprendizagens realizadas no curso de formação;
8. Identificação dos contextos em que mobilizou os conhecimentos adquiridos na
formação;
9. Identificação dos contextos em que foram utilizados os materiais elaborados.
2 – Na organização-escola e comunidade educativa:
10.Identificação de mais-valias para a organização-escola decorrentes da formação
adquirida;
11.Identificação de mais-valias para os alunos;
12.Grau de aceitação das estratégias propostas;
13.Identificação de dificuldades na implementação das metodologias e técnicas
preconizadas na formação.
B. Proposta de indicadores a usar na elaboração do guião da entrevista
semiestruturada ou no inquérito de resposta fechada em escala de Likert
a aplicar ao diretor da escola ou agrupamento de escolas
1. Âmbito de aplicação dos conhecimentos adquiridos na formação.
2. Âmbito de aplicação dos materiais elaborados.
3. Grau de implementação das aprendizagens realizadas na ação de formação.
4. Identificação das mudanças de procedimentos que tenham ocorrido após a forma-
ção.
5. Identificação de mais-valias para a organização-escola decorrentes da formação
adquirida.
6
6. Identificação de mais-valias para os alunos decorrentes da formação.
3. Desenvolvimento da Investigação
Como afirmámos anteriormente o processo investigativo deve de ocorrer em quatro
momentos distintos: no início da formação, para diagnosticar as necessidades, os interes-
ses e as expetativas dos formandos relativamente à formação, durante a formação e no
final da formação. Propomo-nos neste momento encetar um quarto momento: passado
algum tempo, quando os professores se encontram no exercício das suas funções profissionais.
É importante que sejam identificadas as mais-valias para os alunos, para o professor que bene-
ficiou de formação e, quiçá, para os seus pares e ainda para a organização em que se insere,
assim como os constrangimentos detetados.
Ao longo das ações de formação que temos realizado, aplicámos um pequeno ques-
tionário de resposta aberta, de forma a podermos apurar os interesses e necessidades dos
diversos formandos, ao mesmo tempo que recolhemos dados, através de observação natu-
ralista como observador participante (Estrela, 1990). Foram anotadas as principais ações e
reações dos formandos sob a forma de notas de campo (Bogdan e Biklen, 1994).
Os formandos elaboraram um relatório crítico onde referem dados avaliativos respeitantes
ao processo formativo e às aprendizagens realizadas. Poderemos identificar alguns indicado-
res, referindo a existência de:
 Contextualização das aprendizagens;
 Aplicação prática da formação recebida;
 Elaboração de recursos e materiais para aplicar e/ou adaptar ao processo de aprendi-
zagem dos alunos;
 Trabalho cooperativo com os pares;
 Promoção de práticas reflexivas.
O Centro de Formação aplicou também um questionário no final da formação. Deste
questionário parece-nos que alguns dos indicadores têm interesse para o nosso estudo. Recor-
remos ao uso das tecnologias de informação e comunicação para tratamento dos dados reco-
lhidos.
Num primeiro momento apresentamos os dados recolhidos no final do curso de forma-
ção, através da aplicação de um pequeno questionário. Responderam a este questionário 94
formandos. Enquanto ao questionário aplicado após a formação, responderam 51 professores,
o que perfaz 54,8% dos formandos. Apresentaremos todos os dados em percentagem de modo
7
a estabelecermos comparações em futuras investigações. Usamos neste estudo uma escala de
Likert formada por cinco níveis. E de referir que o nível 3 corresponde ao nível de satisfaz,
muito à semelhança dos níveis classificativos do Ensino Básico.
Quadro 1: Avaliação do Curso de Formação – dados recolhidos no término.
Indicadores 1 2 Fi 3 4 5 Fi
1. A ação de formação veio ao
encontro das minhas necessidades
de formação.
0 0 0 15,9% 46,3% 37,6 100%
2. Os conteúdos foram adequados. 0 0 0 15,9% 37,6% 46,3 100%
3. A articulação dos diferentes con-
teúdos temáticos foi concretizada. 0 0 0 24,6% 33,3% 42,0 100%
4. A linguagem utilizada foi clara e
assertiva. 0 0 0 14,4% 31,8% 53,6 100%
5. As competências adquiridas vão
ter impacto na minha atividade
profissional.
0 0 0 17,3% 47,8% 34,7 100%
6. Após esta formação irei utilizar os
conhecimentos adquiridos nos pro-
cessos de ensino e de aprendiza-
gem.
0 1,4% 1,45 22,0% 37,6% 39,1 98,9%
Pela análise dos dados, verificamos que os formandos afirmam que irão usar, no
exercício da sua profissionalidade, as aprendizagens que realizaram. É necessário conhecer
o modo como os formandos implementam as aprendizagens realizadas e quais as mudanças
operadas.
Aplicámos um inquérito e verificamos que no ano letivo 2011-2012, 35% dos profes-
sores tinha exercido as funções de tutor enquanto 65% não tinha exercido esta função.
Constatamos ainda que todos professores que responderam que não tinham exercido fun-
ções afirmam que na sua escola e/ou escolas agrupadas existiam projetos de Tutoria.
As aprendizagens realizadas nos cursos de formação foram implementadas no exer-
cício das suas funções profissionais, por 80% dos respondentes. Questionámos sobre a utili-
dade e pertinência das aprendizagens realizadas para o exercício das suas funções profis-
sionais e verificamos que a maioria das respostas são positivas (95%), o que significa que as
aprendizagens realizadas foram úteis e pertinentes.
8
Quadro 2: Utilidade das aprendizagens realizadas pelos formandos.
1
Muito pouco útil,
muito pouco per-
tinente,…
2 3 4
5
Muito útil, muito
pertinente,...
0% 5% 50% 40% 5%
È nossa intenção compreender quais as temáticas abordadas que foram utilizadas
pelos formandos no exercício das suas funções docentes. Entendemos a tutoria como uma
técnica ou um método transversal em que os saberes se entrecruzam e as competências
adquiridas poderão ser aplicadas noutro contexto. Nesse sentido questionámos os professo-
res tendo em consideração o exercício da função de professor-tutor (A) e as outras funções
exercidas enquanto docente (B).
Quadro 3: Aplicação das diferentes temáticas abordadas pelos formandos no exer-
cício da sua profissionalidade enquanto professores-tutores e em outras fun-
ções docentes.
Temáticas abordadas nos Cursos de Formação
A
Funções docen-
tes enquanto
Professor-tutor
B
Funções Docentes
(não enquanto
Professor-tutor)
1. Professor-Tutor 67% 20%
2. Estruturação e Planificação das Sessões 56% 25%
3. Técnicas a Aplicar na Tutoria 56% 20%
4. Competências, Funções e Papel do Tutor 44% 25%
5. Projeto de Tutoria de Escola 33% 5%
6. Tutoria entre Pares 33% 60%
7. Avaliação dos Alunos 22% 35%
8. Instrumentos de Observação, Inquéritos e Entrevistas 22% 25%
9. Tutoria Intercultural 22% 5%
10.Coordenação da Tutoria 11% 0%
11.Necessidades Formativas dos Alunos 11% 35%
12.Projetos 11% 15%
13.Avaliação de Projetos 0% 15%
14.Construção de Mapas Conceptuais 0% 25%
9
15.Projeto de Tutoria de Individual 0% 0%
16.Utilização da Plataforma Prezi e/ou da Plataforma
Glogster.
0% 15%
Ao analisarmos com atenção o Quadro 3 verificamos que os respondentes que exer-
cem funções de professores-tutores identificaram como indicador moda o conhecimento da
noção de professor-tutor. A abordagem desta temática foi referida, ao longo dos cursos de
formação, como uma necessidade de saber, de saber mais em contexto. Esta nossa perce-
ção é corroborada pela frequência de ocorrências do indicador que menciona competên-
cias, funções e papel do tutor.
Parece-nos que os indicadores: Técnicas a Aplicar na Tutoria e Estruturação e Plani-
ficação das Sessões se interligam. Compreende-se desse modo a sua escolha por parte dos
formandos. No trabalho concreto do dia-a-dia com os alunos, os professores sentem neces-
sidade de identificar as diferentes técnicas que podem aplicar tendo em consideração as
necessidades formativas dos alunos e por outro lado precisam de possuir ferramentas que
lhes possibilitem a estruturação e planificação das diferentes sessões de tutoria. Ao longo
do curso de formação os formandos tiveram a possibilidade de estruturar e planificar ses-
sões de tutoria tendo em consideração diferentes técnicas e o perfil de um aluno em con-
creto. Todos os materiais elaborados foram disponibilizados para todos, o que proporcio-
nou materiais diferenciados e aplicados a diferentes perfis. Para serem usados pelos pro-
fessores, estes documentos poderão (deverão) ser adaptados a cada um dos alunos.
O indicador moda identificado pelos professores no exercício das suas funções (não
enquanto professor-tutor) é a Tutoria entre pares, o que nos leva a supor que esta prática
foi realizada no contexto de sala de aula.
Se compararmos a frequência de ocorrências entre as duas respostas, correspon-
dendo a exercício de funções distintas, verificamos que o maior número de ocorrências
surge em indicadores diferentes. Este facto leva-nos a supor que os professores foram
capazes de assumir as aprendizagens realizadas, de as contextualizar e de transferir o
aprendido para outras situações.
Os professores no exercício de funções de professor-tutor (35% dos respondentes)
afirmaram a existência de vantagens decorrentes da formação adquirida.
Quadro 4: Vantagens da formação ministrada considerando 35% dos respondentes.
1
Sem alguma
vantagem
2 3 4
5
Com muitas
vantagens
10
0% 0% 10% 20% 5%
Colocámos aos professores três questões de resposta aberta e não obrigatória no
sentido de conhecermos mais-valias, dificuldades superadas e/ou minimizadas e ainda as
dificuldades sentidas e decorrentes da aplicação da formação recebida.
As respostas obtidas foram em menor número ao esperado, dada a hipótese que
deixamos de ser uma resposta não obrigatória. Relativamente à existência de mais-valias
identificamos os seguintes indicadores:
 Maior organização;
 Nova perspetiva;
 Conhecimento das práticas inerentes à função de tutor;
 Mais informação para o desempenho na coordenação do projeto de tutorias.
 Construção de diversos materiais;
 Partilha de experiências;
 Inovação em relação às técnicas aplicadas;
 Melhorar estruturação e planificação das sessões de tutoria;
 Adquisição de estratégias de atuação;
 Recurso a novos materiais e metodologias que permitem um melhor exercício da
função.
Foram também reconhecidas dificuldades que foram minimizadas e/ou superadas
no exercício das suas funções de Professor-tutor:
 Pouca diversidade de materiais a aplicar durante as sessões;
 Menor dificuldade no trabalho a realizar nos diferentes perfis de alunos;
 As decisões a tomar na preparação das sessões com os alunos foram mais organiza-
das a partir do trabalho desenvolvido na formação porque partilharam-se sugestões
e experiências;
 Foi minimizada a questão burocrática, valorizando a vertente pedagógica e relacio-
nal, assim como a dificuldade em aplicar estratégias de tutoria com alunos mais
velhos, pelo que o recurso a novos esquemas facilitou;
 Maior consciência do papel a desempenhar pelo Professor Tutor.
Quisemos, ainda, identificar as dificuldades na implementação das metodologias e
técnicas preconizadas na formação. Foram assinalados os seguintes indicadores:
 Até ao momento as metodologias e as técnicas não têm apresentado dificuldades de
11
aplicação;
 Na minha escola não havia espaços próprios para se desenvolver as atividades pelo
que o espaço foi um constrangimento para colocar em prática o que aprendi na
formação;
 A falta de tempo para refletir e adaptar ao contexto dos alunos e da escola os novos
conhecimentos;
 A falta de tempo com os alunos para trabalhar e acompanhar as evoluções;
 Por vezes, a assiduidade irregular dos tutorandos.
A utilização dos materiais elaborados no curso foi realizada por 75% dos formandos. Ao
analisarmos o quadro 5, verificamos que o indicador moda se regista na identificação de
necessidades dos alunos e poderemos inferir que esta identificação se realiza na sala de
aula.
Quadro 5: Contextos de utilização dos materiais elaborados pelo próprio for-
mando ou por outros formandos.
Contextos de utilização dos materiais elaborados Fi
1. Sala de aula 47%
2. Atividades de complemento curricular (visitas de estudo, exposições, …) 6%
3. Implementação de plano de ação tutorial 29%
4. Elaboração de projeto 24%
5. Identificação das necessidades dos alunos 53%
6. Processo avaliativo 29%
7. Outro contexto. 6%
4. Algumas Notas Conclusivas
Pela análise de dados recolhidos neste estudo de caso pressupomos que a formação
ministrada veio ao encontro das necessidades dos docentes. Parece também que no curso
de formação foram ministrados conteúdos adequados de forma articulada através de uma
linguagem assertiva. Os professores acreditam que as competências adquiridas irão ter
impacto na sua vida profissional e que também irão utilizar os conhecimentos adquiridos
nos processos de ensino e de aprendizagem, nos quais se reconhecem a auto implicação na
aprendizagem e a ajuda dos outros na construção do conhecimento (cf. Sá-Chaves, 2005: 8).
12
Do ponto de vista dos professores a formação adquirida trouxe mais-valias para os
alunos, uma vez que os professores conseguiram identificar de forma mais eficaz e eficien-
te as necessidades dos alunos de modo a que estes superem as suas incertezas e dificulda-
des. Consideram ainda que os materiais que produziram geram motivação nos alunos de
modo a desenvolverem as suas aprendizagens.
Entendemos ser urgente saber as mudanças produzidas e o grau de concretização
dos conhecimentos adquiridos pelos formandos. É este o processo que iremos encetar de
forma a prosseguirmos o presente estudo.
5.Bibliografia
5.1.Referências Bibliográficas
Bogdan, R. e Bilken, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação: Uma introdução à
teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora.
Casanova, M. P. (2010). Estruturas Intermédias e Gestão Curricular. Lisboa: Sítio do Livro.
Estrela, A. (1990). Teoria e Prática de Observação de Classes. Uma Estratégia de Formação
de Professores (3ª edição). Lisboa: Instituto Nacional de Investigação Científica.
Ghiglione, R. e Matalon, B. (1993). O Inquérito – Teoria e Prática (2ª edição). Oeiras: Celta
Editora.
Sá-Chaves, I. (2005). Os "Portfolios" Reflexivos" (também) trazem Gente Dentro. Porto:
Porto Editora.

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Avaliação Formação Professores

  • 1. 1 Casanova, M.P. (2014). Avaliação da Formação Contínua de Professores. Atas do XX Congresso da AFIRSE “Formação Profissional: Investigação Educacional sobre teorias, políticas e práti- cas”. Lisboa: AFIRSE. EDUCA/Secção Portuguesa da AFIRSE. (ISBN: 978-989-8272-17-1) Avaliação da Formação Contínua de Professores Maria Prazeres Simões Moço Casanova Resumo A influência da formação contínua de professores no seu próprio desenvolvimento pessoal e profissional e no dos seus pares, no desenvolvimento dos alunos, na melhoria da organização de pertença e ainda no desenvolvimento da comunidade educativa é o objeto da reflexão que nos propomos apresentar. Entendemos também que existe a necessidade de proceder à avalia- ção da aplicabilidade da formação ministrada e das mais-valias delas decorrentes. Definimos como objetivos desta comunicação: 1. Conhecer as mais-valias para os alunos, para o professor que beneficiou de formação e, quiçá, para os seus pares. 2. Identificar de que forma a organização beneficia da formação recebida por um dos seus membros. 3. Identificar os constrangimentos sentidos, quer ao nível da tentativa de implementar as aprendizagens realizadas quer pelas mudanças ocorridas. A formação de professores só tem sentido se for capaz de estar ao serviço da satisfação das necessidades dos alunos, dos professores, da organização-escola e da comunidade educativa. Este processo supõe que a formação de professores seja capaz de exercer uma ação transfor- madora: no desenvolvimento cognitivo, afetivo, emocional e operativo dos alunos; no desen- volvimento pessoal e profissional dos professores; no desenvolvimento da eficácia e da eficiên- cia da organização e, ainda, no desenvolvimento da comunidade educativa. As diferentes mudanças ocorridas terão de ser analisadas e interpretadas. Parece-nos que o processo investigativo deve de ocorrer em quatro momentos distintos: no início da formação, para diagnosticar as necessidades sentidas pelos formandos, os interesses e as expetativas dos formandos relativamente à formação, durante a formação e no final da formação. Propomo-nos neste momento encetar um quarto momento: passado algum tempo, quando os professores se encontram no exercício das suas funções profissionais. É importante que sejam identificadas as mais-valias para os alunos, para o professor que beneficiou de for-
  • 2. 2 mação e, quiçá, para os seus pares e ainda para a organização em que se insere, assim como os constrangimentos detetados. Palavras-chave: Formação Contínua de Professores, Avaliação da Formação Docente, Desenvolvimento profissional Resumé L'influence de la formation des enseignants dans leur développement personnel et pro- fessionnel et de leurs pairs dans le développement des élèves, dans l'amélioration de l'organi- sation d'appartenance et aussi dans le développement de la communauté éducative est l'objet de réflexion que nous nous proposons présenter. Nous comprenons également qu'il y a la né- cessité d'évaluer l'applicabilité de la formation et les gains qui en découlent. Nous avons défini comme objectifs de cette communication: 1. Connaître les avantages pour les étudiants, pour l'enseignant ayant reçu une for- mation et, peut-être, pour leurs pairs. 2. Identifier de quelle façon l'organisation profite de la formation reçue par l'un de ses membres. 3. Identifier les contraintes ressenties, tant en termes d'essayer de mettre en œuvre l'apprentissage qui a lieu soit par les changements. La formation des a seulement du sens si elle puisse répondre aux besoins des étu- diants, des enseignants, de l'organisation scolaire et de la communauté éducative. Ce proces- sus suppose que la formation des enseignants puisse exercer une action transformatrice au ni- veau du développement: cognitif, affectif et émotionnel des étudiants, du développement personnel et professionnel des enseignants, du développement de l'efficacité et de l'efficience de l'organisation et aussi du développement de la communauté éducative. Les divers change- ments devront être analysés et interprétés. Il nous semble que le processus d'enquête doit être ultérieure à quatre moments diffé- rents: au début de la formation pour diagnostiquer les besoins ressentis par les stagiaires, les intérêts et les attentes des stagiaires sur la formation, l'entraînement et à la fin de la forma- tion. Nous proposons de commencer dès maintenant le quatrième moment: après un certain temps lorsque les enseignants sont dans l'exercice de leurs fonctions officielles. Il est impor- tant d'identifier les gains pour les étudiants, pour les enseignants qui ont reçu une formation et, peut-être, pour leurs pairs et pour l'organisation à laquelle on appartient, ainsi que les contraintes détectées.
  • 3. 3 Mots-clé: Formation des enseignants, Évaluation de la formation des enseignants, Le dé- veloppement professionnel Introdução É nossa convicção que a formação é o eixo mobilizador da transformação da vida das pessoas e das organizações. A formação contínua de professores é um elemento essencial na melhoria das aprendizagens dos alunos nas diferentes áreas do saber, no desenvolvimento profissional e pessoal dos professores, na melhoria da organização-escola e da comunidade. O caso que aqui apresentamos refere-se a um pequeno estudo que temos vindo a fazer enquanto formadores de um Centro de Formação da Região de Lisboa e Vale do Tejo. Assumimo-nos também como observadores participantes do processo formativo. É neste contexto que entendemos ser premente saber como são usados os conhecimentos adquiri- dos, quais as dificuldades sentidas e as mudanças operadas a nível profissional e organiza- cional após a formação adquirida. 1. A Avaliação da Formação Contínua de Professores A avaliação da formação contínua de professores é efetuada no término da ação de formação, podendo também ser realizada ao longo do processo, se o formador o entender. Durante o processo formativo podem ser usadas como técnicas a entrevista aplicada de forma informal e/ou a aplicação de um inquérito por questionário de resposta fechada em escala de Likert (Ghiglione e Matalon, 1993). A sua aplicação pode regular os processos e ajudar a ir de ao encontro das necessidades dos formandos. Enquanto formadores de adultos com formação de nível superior, surgem-nos algu- mas questões: quais são as aprendizagens realizadas em contexto de formação contínua que perduram ao longo do tempo? Como são aplicadas as aprendizagens realizadas e em que contextos? Qual a influência e as mudanças sentidas pelos professores e pelas organi- zações após um grupo de professores da mesma organização ter realizado uma determina- da ação de formação? A formação de professores só tem sentido se for capaz de estar ao serviço da satisfação das necessidades dos alunos, dos professores, das organização-escola e da comunidade educa- tiva. Este processo supõe que a formação de professores seja capaz de exercer uma ação transformadora: no desenvolvimento cognitivo, afetivo, emocional e operativo dos alunos; no
  • 4. 4 desenvolvimento pessoal e profissional dos professores; no desenvolvimento da eficácia e da eficiência da organização e, ainda, no desenvolvimento da comunidade educativa. As diferen- tes mudanças ocorridas terão de ter analisadas e interpretadas. 2. O Processo Avaliativo: Algumas Considerações O processo avaliativo deverá ocorrer em três momentos: antes, durante a formação e no seu término (Casanova, 2010). Propomos um quarto momento avaliativo: a ocorrer após alguns meses o término da formação, quando os professores se encontram no exercício das suas funções profissionais. Parece-nos importante que sejam identificadas as mais-valias para os alunos, para o professor que beneficiou de formação e quiçá para os seus pares e ainda para a organização em que se insere, assim como os constrangimentos detetados. A busca incessante das causas, dos processos e das mudanças ocorridas pressupõe conhecimento dos métodos e das técnicas de recolha de dados, assim como do seu tratamen- to, para além de conhecimento teórico que permita interpretar assertivamente e cientifica- mente os dados recolhidos. Também, nos parece, que é comum os formadores realizarem procedimentos avaliati- vos antes de ser iniciada a formação e ao longo do processo formativo, muitas vezes utilizando como técnica de recolha de dados a observação participante e naturalista (Estrela, 1990). Os Centros de Formação aplicam também um questionário no final da formação e os formadores elaboram um relatório onde são referidos dados avaliativos respeitantes ao processo formati- vo. Tanto os formadores como os Centros de Formação podem recorrer ao uso das tecnologias de informação e comunicação para recolha dos dados de forma eficiente e eficaz. Esta recolha de dados tem de ser pensada e organizada para permitir que os formadores gastem o menor tempo possível no seu tratamento, na sua análise e na sua interpretação. Preconizamos o uso de aplicações disponibilizadas por diferentes plataformas eletrónicas para que o tratamento dos dados seja automático. Cremos que a realização de procedimentos investigativos efetuados de forma concreta e sistemática não é realizada após o término da formação contínua dos professores, à exceção da elaboração de trabalhos académicos. É, no nosso entender, pertinente que os Centros de Formação encontrem mecanismos de avaliação das mais-valias produzidas e dos constrangi- mentos que não se conseguiram superar. Se for realizada investigação, os formadores dispõem de dados para melhorarem as suas práticas formativas e também serem mais consentâneos com as necessidades formativas dos professores.
  • 5. 5 O processo avaliativo deverá ser realizado tendo em consideração dois públicos-alvo: os professores que frequentaram a formação e os órgãos de gestão, nomeadamente o diretor. Apresentamos duas propostas de indicadores, a primeira (A) a ser usada na elaboração do guião de entrevista semiestruturada e/ou a um group focus e/ou inquérito de resposta fechada em escala de Likert aplicado aos professores que realizaram determinada formação, e o segundo (B) ao diretor. A. Proposta de indicadores a usar na elaboração do guião para reflexão dos grupos de discussão focalizada e/ou no inquérito de resposta fechada em escala de Likert e de resposta aberta 1 - No exercício das funções de professor e poderá considerar-se o exercício de funções em cargos específicos: 4. Grau de implementação das aprendizagens realizadas na ação de formação no exercício das suas funções profissionais; 5. Identificação das temáticas abordadas e que foram usadas no exercício da sua profissionalidade; 6. Identificação das mais-valias decorrentes da formação; 7. Identificação das dificuldades que foram minimizadas e/ou superadas tendo em conta as aprendizagens realizadas no curso de formação; 8. Identificação dos contextos em que mobilizou os conhecimentos adquiridos na formação; 9. Identificação dos contextos em que foram utilizados os materiais elaborados. 2 – Na organização-escola e comunidade educativa: 10.Identificação de mais-valias para a organização-escola decorrentes da formação adquirida; 11.Identificação de mais-valias para os alunos; 12.Grau de aceitação das estratégias propostas; 13.Identificação de dificuldades na implementação das metodologias e técnicas preconizadas na formação. B. Proposta de indicadores a usar na elaboração do guião da entrevista semiestruturada ou no inquérito de resposta fechada em escala de Likert a aplicar ao diretor da escola ou agrupamento de escolas 1. Âmbito de aplicação dos conhecimentos adquiridos na formação. 2. Âmbito de aplicação dos materiais elaborados. 3. Grau de implementação das aprendizagens realizadas na ação de formação. 4. Identificação das mudanças de procedimentos que tenham ocorrido após a forma- ção. 5. Identificação de mais-valias para a organização-escola decorrentes da formação adquirida.
  • 6. 6 6. Identificação de mais-valias para os alunos decorrentes da formação. 3. Desenvolvimento da Investigação Como afirmámos anteriormente o processo investigativo deve de ocorrer em quatro momentos distintos: no início da formação, para diagnosticar as necessidades, os interes- ses e as expetativas dos formandos relativamente à formação, durante a formação e no final da formação. Propomo-nos neste momento encetar um quarto momento: passado algum tempo, quando os professores se encontram no exercício das suas funções profissionais. É importante que sejam identificadas as mais-valias para os alunos, para o professor que bene- ficiou de formação e, quiçá, para os seus pares e ainda para a organização em que se insere, assim como os constrangimentos detetados. Ao longo das ações de formação que temos realizado, aplicámos um pequeno ques- tionário de resposta aberta, de forma a podermos apurar os interesses e necessidades dos diversos formandos, ao mesmo tempo que recolhemos dados, através de observação natu- ralista como observador participante (Estrela, 1990). Foram anotadas as principais ações e reações dos formandos sob a forma de notas de campo (Bogdan e Biklen, 1994). Os formandos elaboraram um relatório crítico onde referem dados avaliativos respeitantes ao processo formativo e às aprendizagens realizadas. Poderemos identificar alguns indicado- res, referindo a existência de:  Contextualização das aprendizagens;  Aplicação prática da formação recebida;  Elaboração de recursos e materiais para aplicar e/ou adaptar ao processo de aprendi- zagem dos alunos;  Trabalho cooperativo com os pares;  Promoção de práticas reflexivas. O Centro de Formação aplicou também um questionário no final da formação. Deste questionário parece-nos que alguns dos indicadores têm interesse para o nosso estudo. Recor- remos ao uso das tecnologias de informação e comunicação para tratamento dos dados reco- lhidos. Num primeiro momento apresentamos os dados recolhidos no final do curso de forma- ção, através da aplicação de um pequeno questionário. Responderam a este questionário 94 formandos. Enquanto ao questionário aplicado após a formação, responderam 51 professores, o que perfaz 54,8% dos formandos. Apresentaremos todos os dados em percentagem de modo
  • 7. 7 a estabelecermos comparações em futuras investigações. Usamos neste estudo uma escala de Likert formada por cinco níveis. E de referir que o nível 3 corresponde ao nível de satisfaz, muito à semelhança dos níveis classificativos do Ensino Básico. Quadro 1: Avaliação do Curso de Formação – dados recolhidos no término. Indicadores 1 2 Fi 3 4 5 Fi 1. A ação de formação veio ao encontro das minhas necessidades de formação. 0 0 0 15,9% 46,3% 37,6 100% 2. Os conteúdos foram adequados. 0 0 0 15,9% 37,6% 46,3 100% 3. A articulação dos diferentes con- teúdos temáticos foi concretizada. 0 0 0 24,6% 33,3% 42,0 100% 4. A linguagem utilizada foi clara e assertiva. 0 0 0 14,4% 31,8% 53,6 100% 5. As competências adquiridas vão ter impacto na minha atividade profissional. 0 0 0 17,3% 47,8% 34,7 100% 6. Após esta formação irei utilizar os conhecimentos adquiridos nos pro- cessos de ensino e de aprendiza- gem. 0 1,4% 1,45 22,0% 37,6% 39,1 98,9% Pela análise dos dados, verificamos que os formandos afirmam que irão usar, no exercício da sua profissionalidade, as aprendizagens que realizaram. É necessário conhecer o modo como os formandos implementam as aprendizagens realizadas e quais as mudanças operadas. Aplicámos um inquérito e verificamos que no ano letivo 2011-2012, 35% dos profes- sores tinha exercido as funções de tutor enquanto 65% não tinha exercido esta função. Constatamos ainda que todos professores que responderam que não tinham exercido fun- ções afirmam que na sua escola e/ou escolas agrupadas existiam projetos de Tutoria. As aprendizagens realizadas nos cursos de formação foram implementadas no exer- cício das suas funções profissionais, por 80% dos respondentes. Questionámos sobre a utili- dade e pertinência das aprendizagens realizadas para o exercício das suas funções profis- sionais e verificamos que a maioria das respostas são positivas (95%), o que significa que as aprendizagens realizadas foram úteis e pertinentes.
  • 8. 8 Quadro 2: Utilidade das aprendizagens realizadas pelos formandos. 1 Muito pouco útil, muito pouco per- tinente,… 2 3 4 5 Muito útil, muito pertinente,... 0% 5% 50% 40% 5% È nossa intenção compreender quais as temáticas abordadas que foram utilizadas pelos formandos no exercício das suas funções docentes. Entendemos a tutoria como uma técnica ou um método transversal em que os saberes se entrecruzam e as competências adquiridas poderão ser aplicadas noutro contexto. Nesse sentido questionámos os professo- res tendo em consideração o exercício da função de professor-tutor (A) e as outras funções exercidas enquanto docente (B). Quadro 3: Aplicação das diferentes temáticas abordadas pelos formandos no exer- cício da sua profissionalidade enquanto professores-tutores e em outras fun- ções docentes. Temáticas abordadas nos Cursos de Formação A Funções docen- tes enquanto Professor-tutor B Funções Docentes (não enquanto Professor-tutor) 1. Professor-Tutor 67% 20% 2. Estruturação e Planificação das Sessões 56% 25% 3. Técnicas a Aplicar na Tutoria 56% 20% 4. Competências, Funções e Papel do Tutor 44% 25% 5. Projeto de Tutoria de Escola 33% 5% 6. Tutoria entre Pares 33% 60% 7. Avaliação dos Alunos 22% 35% 8. Instrumentos de Observação, Inquéritos e Entrevistas 22% 25% 9. Tutoria Intercultural 22% 5% 10.Coordenação da Tutoria 11% 0% 11.Necessidades Formativas dos Alunos 11% 35% 12.Projetos 11% 15% 13.Avaliação de Projetos 0% 15% 14.Construção de Mapas Conceptuais 0% 25%
  • 9. 9 15.Projeto de Tutoria de Individual 0% 0% 16.Utilização da Plataforma Prezi e/ou da Plataforma Glogster. 0% 15% Ao analisarmos com atenção o Quadro 3 verificamos que os respondentes que exer- cem funções de professores-tutores identificaram como indicador moda o conhecimento da noção de professor-tutor. A abordagem desta temática foi referida, ao longo dos cursos de formação, como uma necessidade de saber, de saber mais em contexto. Esta nossa perce- ção é corroborada pela frequência de ocorrências do indicador que menciona competên- cias, funções e papel do tutor. Parece-nos que os indicadores: Técnicas a Aplicar na Tutoria e Estruturação e Plani- ficação das Sessões se interligam. Compreende-se desse modo a sua escolha por parte dos formandos. No trabalho concreto do dia-a-dia com os alunos, os professores sentem neces- sidade de identificar as diferentes técnicas que podem aplicar tendo em consideração as necessidades formativas dos alunos e por outro lado precisam de possuir ferramentas que lhes possibilitem a estruturação e planificação das diferentes sessões de tutoria. Ao longo do curso de formação os formandos tiveram a possibilidade de estruturar e planificar ses- sões de tutoria tendo em consideração diferentes técnicas e o perfil de um aluno em con- creto. Todos os materiais elaborados foram disponibilizados para todos, o que proporcio- nou materiais diferenciados e aplicados a diferentes perfis. Para serem usados pelos pro- fessores, estes documentos poderão (deverão) ser adaptados a cada um dos alunos. O indicador moda identificado pelos professores no exercício das suas funções (não enquanto professor-tutor) é a Tutoria entre pares, o que nos leva a supor que esta prática foi realizada no contexto de sala de aula. Se compararmos a frequência de ocorrências entre as duas respostas, correspon- dendo a exercício de funções distintas, verificamos que o maior número de ocorrências surge em indicadores diferentes. Este facto leva-nos a supor que os professores foram capazes de assumir as aprendizagens realizadas, de as contextualizar e de transferir o aprendido para outras situações. Os professores no exercício de funções de professor-tutor (35% dos respondentes) afirmaram a existência de vantagens decorrentes da formação adquirida. Quadro 4: Vantagens da formação ministrada considerando 35% dos respondentes. 1 Sem alguma vantagem 2 3 4 5 Com muitas vantagens
  • 10. 10 0% 0% 10% 20% 5% Colocámos aos professores três questões de resposta aberta e não obrigatória no sentido de conhecermos mais-valias, dificuldades superadas e/ou minimizadas e ainda as dificuldades sentidas e decorrentes da aplicação da formação recebida. As respostas obtidas foram em menor número ao esperado, dada a hipótese que deixamos de ser uma resposta não obrigatória. Relativamente à existência de mais-valias identificamos os seguintes indicadores:  Maior organização;  Nova perspetiva;  Conhecimento das práticas inerentes à função de tutor;  Mais informação para o desempenho na coordenação do projeto de tutorias.  Construção de diversos materiais;  Partilha de experiências;  Inovação em relação às técnicas aplicadas;  Melhorar estruturação e planificação das sessões de tutoria;  Adquisição de estratégias de atuação;  Recurso a novos materiais e metodologias que permitem um melhor exercício da função. Foram também reconhecidas dificuldades que foram minimizadas e/ou superadas no exercício das suas funções de Professor-tutor:  Pouca diversidade de materiais a aplicar durante as sessões;  Menor dificuldade no trabalho a realizar nos diferentes perfis de alunos;  As decisões a tomar na preparação das sessões com os alunos foram mais organiza- das a partir do trabalho desenvolvido na formação porque partilharam-se sugestões e experiências;  Foi minimizada a questão burocrática, valorizando a vertente pedagógica e relacio- nal, assim como a dificuldade em aplicar estratégias de tutoria com alunos mais velhos, pelo que o recurso a novos esquemas facilitou;  Maior consciência do papel a desempenhar pelo Professor Tutor. Quisemos, ainda, identificar as dificuldades na implementação das metodologias e técnicas preconizadas na formação. Foram assinalados os seguintes indicadores:  Até ao momento as metodologias e as técnicas não têm apresentado dificuldades de
  • 11. 11 aplicação;  Na minha escola não havia espaços próprios para se desenvolver as atividades pelo que o espaço foi um constrangimento para colocar em prática o que aprendi na formação;  A falta de tempo para refletir e adaptar ao contexto dos alunos e da escola os novos conhecimentos;  A falta de tempo com os alunos para trabalhar e acompanhar as evoluções;  Por vezes, a assiduidade irregular dos tutorandos. A utilização dos materiais elaborados no curso foi realizada por 75% dos formandos. Ao analisarmos o quadro 5, verificamos que o indicador moda se regista na identificação de necessidades dos alunos e poderemos inferir que esta identificação se realiza na sala de aula. Quadro 5: Contextos de utilização dos materiais elaborados pelo próprio for- mando ou por outros formandos. Contextos de utilização dos materiais elaborados Fi 1. Sala de aula 47% 2. Atividades de complemento curricular (visitas de estudo, exposições, …) 6% 3. Implementação de plano de ação tutorial 29% 4. Elaboração de projeto 24% 5. Identificação das necessidades dos alunos 53% 6. Processo avaliativo 29% 7. Outro contexto. 6% 4. Algumas Notas Conclusivas Pela análise de dados recolhidos neste estudo de caso pressupomos que a formação ministrada veio ao encontro das necessidades dos docentes. Parece também que no curso de formação foram ministrados conteúdos adequados de forma articulada através de uma linguagem assertiva. Os professores acreditam que as competências adquiridas irão ter impacto na sua vida profissional e que também irão utilizar os conhecimentos adquiridos nos processos de ensino e de aprendizagem, nos quais se reconhecem a auto implicação na aprendizagem e a ajuda dos outros na construção do conhecimento (cf. Sá-Chaves, 2005: 8).
  • 12. 12 Do ponto de vista dos professores a formação adquirida trouxe mais-valias para os alunos, uma vez que os professores conseguiram identificar de forma mais eficaz e eficien- te as necessidades dos alunos de modo a que estes superem as suas incertezas e dificulda- des. Consideram ainda que os materiais que produziram geram motivação nos alunos de modo a desenvolverem as suas aprendizagens. Entendemos ser urgente saber as mudanças produzidas e o grau de concretização dos conhecimentos adquiridos pelos formandos. É este o processo que iremos encetar de forma a prosseguirmos o presente estudo. 5.Bibliografia 5.1.Referências Bibliográficas Bogdan, R. e Bilken, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação: Uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora. Casanova, M. P. (2010). Estruturas Intermédias e Gestão Curricular. Lisboa: Sítio do Livro. Estrela, A. (1990). Teoria e Prática de Observação de Classes. Uma Estratégia de Formação de Professores (3ª edição). Lisboa: Instituto Nacional de Investigação Científica. Ghiglione, R. e Matalon, B. (1993). O Inquérito – Teoria e Prática (2ª edição). Oeiras: Celta Editora. Sá-Chaves, I. (2005). Os "Portfolios" Reflexivos" (também) trazem Gente Dentro. Porto: Porto Editora.