Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
SPR 150 anos transporte café SP
1. 1MRS LOGÍSTICA S.A. ◦ SP RAILWAY COMPLETA 150 ANOS A TODO VAPOR
SÃO PAULO RAILWAY COMPLETA 150
ANOS A TODO VAPOR
NOS ÚLTIMOS 13 ANOS HOUVE CRESCIMENTO DE QUASE 200% NOS VOLUMES
TRANSPORTADOS. EM 2016, PASSARAM 32 MILHÕES DE TONELADAS PELO TRECHO
Panorama da ferrovia na Serra do Mar (viaduto da Grota Funda,
1898).
A São Paulo Railway (SPR), também conhecida como
Estrada de Ferro Santos a Jundiaí, completa 150
anos em 2017 e mais pujante do que nunca.
Somente em 2016, aproximadamente, 32 milhões
de toneladas passaram por este que é um dos mais
importantes trechos ferroviários do país e do
mundo. Esta foi a primeira ferrovia construída pela
São Paulo Railway Company (uma empresa
controlada por ingleses) a entrar em operação em
16 de fevereiro de 1867.
A prioridade no século XIX, era o transporte do café
produzido no Oeste paulista para o Porto de Santos.
Atualmente, qualquer tipo de carga pode passar por
ali em contêineres. Outros volumes expressivos que
passam pelo trecho são produtos agrícolas e
siderúrgicos.
“Os trilhos que ligam Santos à região de Campinas
através de Jundiaí, desde 1867, representam mais
do que a ligação entre São Paulo e o mar ou entre o
interior do Brasil e o mundo. As linhas ali construídas
naquela época estão, até hoje, contribuindo para
escrever a história do nosso país. São outras
pessoas, outras cidades e negócios completamente
diferentes, mas a ferrovia permanece contribuindo
para as soluções logísticas das quais o Brasil
precisa”, enfatiza Guilherme Alvisi, gerente geral de
Negócios – Carga Geral da MRS.
INVESTIMENTOS
Nos últimos três anos, somente na malha situada no
estado de São Paulo, a MRS investiu,
aproximadamente, R$ 445 milhões. Grande parte
deste montante foi destinado à Cremalheira (trecho
de oito quilômetros de extensão com inclinações de
até 10%) com a compra de sete novas locomotivas
Stadler, que estão entre as mais modernas e
potentes do mundo, além disso, foram feitos
investimentos diretos em duplicação e sinalização de
trechos (margem direita de Santos), melhorias em
pátios, pontes ferroviárias e até sistemas de
operação e de TI.
Locomotiva Stadler, uma das mais potentes do mundo
“Com os recursos foi possível alavancar a vocação
dessa rota histórica, fazendo saltar de cerca de 11
milhões de toneladas (2003) para,
aproximadamente, 32 milhões (2016) os volumes ali
transportados”, destaca Emanuele Forastieri,
coordenadora comercial da MRS.
Aos seus 150 anos, a SPR continua sendo
considerada uma das maiores do mundo em
densidade de tráfego, apesar de sua pequena
extensão: apenas 139 km.
UM POUCO DE HISTÓRIA
A primeira iniciativa para a implantação de uma
ferrovia em São Paulo ocorreu em 1836, apenas um
ano após a promulgação da Lei Feijó, que concedeu
o privilégio para a construção de estradas de ferro
no Brasil. Mas São Paulo precisou esperar pela
inauguração de sua primeira ferrovia até 1867.
Ainda que, em 1855, o presidente da Província de
São Paulo, José Antônio Saraiva, em discurso na
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Assembleia Legislativa Provincial, tivesse que
defender a construção de ferrovias, suas vantagens
e seus atributos.
“O desenvolvimento do comércio de Santos, o
desenvolvimento do trabalho livre e da colonização
espontânea, a redução dos preços do transporte a
uma terça parte do que se paga atualmente, o
melhoramento dos processos industriais, o aumento
do valor das terras, a cessação das despesas públicas
com a estrada que tem que ser substituída pela linha
férrea”, disse ele à época.
Trabalhadores da SPR emendam cabo de aço do sistema funicular
A SPR, que partiu do estuário da cidade de Santos
para chegar até a cidade de Jundiaí, passando pela
capital do estado, foi o ponto de partida para a
implantação da extensa malha ferroviária de São
Paulo.
Construídas, principalmente em função da
necessidade de transporte da produção cafeeira
para o porto, as diferentes ferrovias foram sendo
lançadas para ir buscar o café nas regiões
produtoras, trazendo-o para as estações para que,
desses locais, o produto seguisse para Santos e para
o mundo.
A partir do primeiro trecho ferroviário, inúmeros
troncos e ramais foram se estendendo de tal forma
pelo território de São Paulo que passaram a
identificar as diversas regiões do estado pelo nome
das respectivas vias, como é o caso, até hoje, das
zonas denominadas Paulista, Noroeste, Mogiana e
Sorocabana.
Como é uma cidade portuária, Santos não pode
prescindir da metrópole do estado: São Paulo. Com
fundação em 1554, a capital enraizou-se no planalto,
área mais salubre que a baixada litorânea. Situado
no planalto, São Paulo permaneceu intrinsecamente
ligado a Santos porque este era o elo que conectava
a cidade ao restante do planeta.
A inauguração da SPR assinala importante mudança
e aceleração no ritmo de desenvolvimento de São
Paulo, que passa a receber grande contingente de
imigrantes europeus, novos produtos e novas
tecnologias. Para resgatar e preservar um pouco
dessa história, a MRS tomou a iniciativa de restaurar
e manter em funcionamento a Torre do Relógio da
Estação de Paranapiacaba, patrimônio nacional,
recuperado e entregue em 2004.
Locomotiva a vapor Ten Wheel 4-6-0, de 1922
O GRANDE DESAFIO: A GEOGRAFIA
De todos os desafios apresentados durante a
construção desta ferrovia, sem dúvidas, o maior
deles foi a transposição da Serra do Mar, o grande
obstáculo natural entre o planalto paulista e a
baixada santista. O modal ferroviário naturalmente
necessita de planícies, principalmente por conta do
peso dos trens. A Cremalheira, um sistema criado
especialmente para vencer o relevo acidentado, é
exclusiva do Brasil.
O trecho possui oito quilômetros de extensão, com
inclinações de até 10% (ou seja, o trem sobe um
metro a cada dez percorridos). Para que o trem
possa trafegar nesse trecho, o sistema de tração da
locomotiva é feito com uma roda dentada que incide
sobre um terceiro trilho, também dentado, colocado
entre os dois trilhos convencionais.
As novas máquinas, criadas especialmente para esse
projeto (Stadlers), têm quase 18 metros de
comprimento, potência de 5 mil KW e são 60% mais
eficientes que as utilizadas anteriormente. Elas
garantem a segurança operacional contendo a carga
na descida ou empurrando-a na subida.
O início das operações com as novas locomotivas foi
considerado o primeiro passo para eliminar gargalos
no acesso ferroviário ao Porto de Santos e também
para desafogar as rodovias.
Por Diogo Kling – MRS Logística
imprensa@mrs.com.br