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MEMORIAL DO
CONVENTO
TEMPO E ESPAÇO
TEMPO HISTÓRICO
 Início do século XVIII, reinado de
D. João V.
 Período caracterizado pela ostentação e
riqueza propiciada pelo ouro do Brasil que,
apesar de chegar a Portugal em fluxos de
grande abundância, não contribuiu para o
desenvolvimento económico do país, em
grande medida devido ao esbanjamento do rei
e da corte.
TEMPO HISTÓRICO
 O Absolutismo político e a Inquisição
comandavam com mão de ferro uma
sociedade do espetáculo e repressão em que
os ricos tudo podiam e os pobres apenas
contavam com a miséria.
 O romance oferece-nos quadros que
representam a vida na corte, ao autos de fé,
as procissões, as touradas, e Entrudo.
Tempo da história narrada e
tempo do discurso
 Podemos situar a ação no período que
decorre entre 1711 e 1739, ou seja, a ação
decorre ao longo de 28 anos.
 A primeira data é deduzida pelas indicações
que, logo de início, são dadas sobre a idade e
o tempo do casamento do rei.
 A segunda data, temos de ter em conta o ano
em que morreu o dramaturgo António José da
Silva, queimado, segundo o romance, no
mesmo auto de fé de Baltasar.
Tempo da história narrada e
tempo do discurso
 Memorial do Convento é um romance no qual
a passagem do tempo se faz sentir, não
apenas pelo desenvolvimento da intriga, mas
sobretudo através do crescimento e
envelhecimento das personagens.
Tempo da história narrada e
tempo do discurso
 Muitas datas e outros informantes permitem-nos
acompanhar o desenvolvimento temporal da ação
que, de facto, apresenta uma construção
cronológica.
 Apesar desse desenvolvimento cronológico,
verificam-se analepses e prolepses. Estas
últimas estão intimamente relacionadas com a
singularidade do narrador que, por vezes, insinua
saltos no tempo, aproximando a época de D.
João e o presente.
Tempo da história narrada e
tempo do discurso
 “quando um dia se acabarem palmos e pés
por se terem achado metros de terra, irão
outros homens a tirar outras medidas e
encontrarão sete metros, três metros,
sessenta e quatro centímetros (…) também os
pesos velhos levaram o caminho das medidas
velhas, em vez de duas diremos que o peso
da pedra da varanda da casa a que se
chamará Benedictione é de trinta e um mil e
vinte quilos” (cap. XIX)
Tempo da história narrada e
tempo do discurso
 Exemplos:
 “já vem muito longe, como se observa, este
gosto português pelo verde e pelo encarnado,
que, em vindo a república, dará bandeira.”
 “Tem aos seus pés o mar novo e as mortas
eras, o único imperador que tem, deveras, o
globo mundo em sua mão, este tal foi o infante
D. Henrique, consoante o louvará um poeta
por ora ainda não nascido.”
ESPAÇO FÍSICO
 São muitas as referências ao espaço físico,
sobretudo aos espaços exteriores – as ruas, os
campos, os inúmeros caminhos.
 Com o narrador e as personagens, vemos as
ruas imundas de Lisboa setecentista, o Tejo,
caminho aquático de gentes e mercadorias; os
deslumbrantes e temíveis caminhos do ar, os
caminhos convergentes de Mafra, perigosos
para quem transportou a gigantesca pedra;
ESPAÇO FÍSICO
 Finalmente, os longos e pedregosos caminhos
que calejaram os pés de Blimunda na sua
procura de nove anos de Baltasar.
 Note-se que não são muito longas as
descrições, só contendo os elementos
suficientes para enquadrar as ações humanas
às quais o narrador dedica a sua atenção
mais minuciosamente.
ESPAÇO FÍSICO
 Quanto aos espaços interiores, é gritante o
contraste entre o esplendor barroco de igrejas
e palácios e a pobreza das casas habitadas
pelo povo, ou pior ainda, os barracões
aviltantes da “ilha da Madeira”
ESPAÇO PSICOLÓGICO
 Os sonhos do rei e da rainha contrastam
radicalmente com os das restantes
personagens pela evidência do desamor: o rei
sonha com a sua própria grandeza e
imortalidade, com a descendência e com o
convento, a rainha sonha com o cunhado
(cap. I).
ESPAÇO PSICOLÓGICO
 Nos sonhos de Baltasar estão Blimunda, o
trabalho, os animais, a aterra, o ar.
 Baltasar e Blimunda têm um sonho comum, o
mesmo que partilham acordados com o Padre
Bartolomeu, a confirmar o profundo
envolvimento de todos naquela obra, ao
contrário da construção do convento,
executada à custa do trabalho de muitos, para
realização do sonho de um só homem – o rei.

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  • 2. TEMPO HISTÓRICO  Início do século XVIII, reinado de D. João V.  Período caracterizado pela ostentação e riqueza propiciada pelo ouro do Brasil que, apesar de chegar a Portugal em fluxos de grande abundância, não contribuiu para o desenvolvimento económico do país, em grande medida devido ao esbanjamento do rei e da corte.
  • 3. TEMPO HISTÓRICO  O Absolutismo político e a Inquisição comandavam com mão de ferro uma sociedade do espetáculo e repressão em que os ricos tudo podiam e os pobres apenas contavam com a miséria.  O romance oferece-nos quadros que representam a vida na corte, ao autos de fé, as procissões, as touradas, e Entrudo.
  • 4. Tempo da história narrada e tempo do discurso  Podemos situar a ação no período que decorre entre 1711 e 1739, ou seja, a ação decorre ao longo de 28 anos.  A primeira data é deduzida pelas indicações que, logo de início, são dadas sobre a idade e o tempo do casamento do rei.  A segunda data, temos de ter em conta o ano em que morreu o dramaturgo António José da Silva, queimado, segundo o romance, no mesmo auto de fé de Baltasar.
  • 5. Tempo da história narrada e tempo do discurso  Memorial do Convento é um romance no qual a passagem do tempo se faz sentir, não apenas pelo desenvolvimento da intriga, mas sobretudo através do crescimento e envelhecimento das personagens.
  • 6. Tempo da história narrada e tempo do discurso  Muitas datas e outros informantes permitem-nos acompanhar o desenvolvimento temporal da ação que, de facto, apresenta uma construção cronológica.  Apesar desse desenvolvimento cronológico, verificam-se analepses e prolepses. Estas últimas estão intimamente relacionadas com a singularidade do narrador que, por vezes, insinua saltos no tempo, aproximando a época de D. João e o presente.
  • 7. Tempo da história narrada e tempo do discurso  “quando um dia se acabarem palmos e pés por se terem achado metros de terra, irão outros homens a tirar outras medidas e encontrarão sete metros, três metros, sessenta e quatro centímetros (…) também os pesos velhos levaram o caminho das medidas velhas, em vez de duas diremos que o peso da pedra da varanda da casa a que se chamará Benedictione é de trinta e um mil e vinte quilos” (cap. XIX)
  • 8. Tempo da história narrada e tempo do discurso  Exemplos:  “já vem muito longe, como se observa, este gosto português pelo verde e pelo encarnado, que, em vindo a república, dará bandeira.”  “Tem aos seus pés o mar novo e as mortas eras, o único imperador que tem, deveras, o globo mundo em sua mão, este tal foi o infante D. Henrique, consoante o louvará um poeta por ora ainda não nascido.”
  • 9. ESPAÇO FÍSICO  São muitas as referências ao espaço físico, sobretudo aos espaços exteriores – as ruas, os campos, os inúmeros caminhos.  Com o narrador e as personagens, vemos as ruas imundas de Lisboa setecentista, o Tejo, caminho aquático de gentes e mercadorias; os deslumbrantes e temíveis caminhos do ar, os caminhos convergentes de Mafra, perigosos para quem transportou a gigantesca pedra;
  • 10. ESPAÇO FÍSICO  Finalmente, os longos e pedregosos caminhos que calejaram os pés de Blimunda na sua procura de nove anos de Baltasar.  Note-se que não são muito longas as descrições, só contendo os elementos suficientes para enquadrar as ações humanas às quais o narrador dedica a sua atenção mais minuciosamente.
  • 11. ESPAÇO FÍSICO  Quanto aos espaços interiores, é gritante o contraste entre o esplendor barroco de igrejas e palácios e a pobreza das casas habitadas pelo povo, ou pior ainda, os barracões aviltantes da “ilha da Madeira”
  • 12. ESPAÇO PSICOLÓGICO  Os sonhos do rei e da rainha contrastam radicalmente com os das restantes personagens pela evidência do desamor: o rei sonha com a sua própria grandeza e imortalidade, com a descendência e com o convento, a rainha sonha com o cunhado (cap. I).
  • 13. ESPAÇO PSICOLÓGICO  Nos sonhos de Baltasar estão Blimunda, o trabalho, os animais, a aterra, o ar.  Baltasar e Blimunda têm um sonho comum, o mesmo que partilham acordados com o Padre Bartolomeu, a confirmar o profundo envolvimento de todos naquela obra, ao contrário da construção do convento, executada à custa do trabalho de muitos, para realização do sonho de um só homem – o rei.