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MEMORIAL DO CONVENTO – Cap. XIX
MÓDULO 11
JOSÉ SARAMAGO
16 de novembro de 1922, Azinhaga
 Serralheiro mecânico, funcionário administrativo, técnico editorial,
escritor, tradutor, jornalista, poeta, cronista, dramaturgo, contista,
romancista, teatrólogo, argumentista e ensaísta;
 Viveu maior parte da sua vida em Lisboa, para onde se mudou em 1924
quando tinha apenas 2 anos de idade;
 Desde cedo sempre mostrou um grande interesse pelos estudos e
também pela cultura. Algumas dificuldades económicas impediram
que o mesmo continuasse os estudos liceais, que o levariam
futuramente a frequentar a universidade. Após isso formou-se numa
escola técnica e teve o seu primeiro emprego como serralheiro
mecânico;
 Fascinado pelos livros, visitava à noite com grande frequência a
Biblioteca Municipal Palácio Galveias.
18 de junho de 2010, Tías, Província de Las Palmas, Canárias, Espanha
(87anos)
OBRAS
198
0
198
2
198
4
198
9
199
1
199
5
MEMORIAL DO CONVENTO (1982)
 “Memorial do Convento é um romance de José Saramago,
conhecido internacionalmente, publicado pela primeira vez em
Outubro de 1982. A ação decorre no início do século XVIII,
durante o reinado de D. João V e da Inquisição. Este rei absolutista,
graças à grande quantidade de ouro e de diamantes vindos do
Brasil Colónia, mandou construir o magnânimo Palácio Nacional
de Mafra, mais conhecido por convento, em resultado de uma
promessa que fez para garantir a sucessão do trono.”
CAPÍTULO XIX
No capitulo XIX é consagrada a
saga heróica do transporte de
uma pedra enorme (pedra mãe
[benedictione]) de Pêro
Pinheiro para Mafra num
percurso de 15Km.
Esta pedra destinava-se à
varanda situada sob o pórtico
da basílica. Para a transportar,
foi construído um carro para ser
puxado por 600 homens e 200
juntas de bois, A pedra pesava
31 toneladas e demorou 8 dias
na totalidade a ser
transportada.
TÓPICOS MAIS IMPORTANTES DO CAP. XIX
 A azáfama na construção do convento;
 Baltasar muda de serviço no trabalho;
 Notícia da necessidade de ir a Pêro Pinheiro
buscar uma pedra para a basílica;
 Descrição dos trabalhos dos homens em época
de calor e da pedra enorme;
 Transporte da pedra e o ferimento de um
homem durante o transporte da mesma;
 Início da narrativa de Manuel Milho;
 Chegada a Cheleiros e morte de Francisco
Marques e a de dois bois;
 Velório do corpo do trabalhador;
 Missão e sermão de domingo;
 Chegada da pedra ao local da basílica.
PERSONAGENS
“O rei vigente de Portugal, que
vive apenas de formalidades
encenadas, sem qualquer
espontaneidade ou emoção.
Representa o absolutismo e a
consequente repressão no
povo miserável. Assim, a faceta
de Déspota Esclarecido é
revelada quando este, ao
desejar ser lembrado por uma
obra magnificente tal como o
Rei-Sol, manda construir um
enorme palácio e um convento
de Mafra para franciscanos,
com o pretexto de cumprir a
promessa que fez ao clero -
influência que justifica e
"santifica" o seu poder - para
garantir a sucessão ao trono.”
“D. Maria Ana de Áustria,
Rainha de Portugal. A rainha,
de origem austríaca, é tratada
como um mero instrumento do
rei, cuja alegria e glória do
reino é dependente do seu
ventre. O casal protocolar
junta-se unicamente duas
vezes por semana para cumprir
o dever real.
Esta personagem representa o
papel da mulher da época:
submissa, simples procriadora
e objeto da vontade
masculina.”
“O padre, cuja alcunha é
Voador, é marcado pelo
espírito científico,
evidenciado por ignorar os
fanatismos religiosos da
época; pelo comportamento
anticanónico, questionando
os dogmas eclesiásticos; e
pela modernidade, que o
levou a ter o sonho de criar
uma máquina voadora.”
“Baltasar Mateus , com alcunha
hereditária de Sete-Sóis, é
abandonado pelo exército
durante a Guerra da Sucessão
Espanhola por ter ficado
inválido devido à perda da sua
mão esquerda, representando
a crítica da desumanidade na
guerra. Deixado na miséria,
consegue chegar a Lisboa,
onde conhece nesse mesmo
dia Blimunda e o padre
Bartolomeu, num auto-de-fé
no Rossio.”
“Blimunda Jesus é uma jovem mulher do povo de
19 anos, que tem a capacidade de ver por dentro
das pessoas, de objetos e de recolher vontades
apenas quando está em jejum. Este ato não mata as
pessoas mas é mais facilmente executado nas que
estão a morrer. Este seu dom é revelado apenas
quando o padre Bartolomeu descobre que o
combustível da passarola é o éter e que este está
dentro das vontades das pessoas.
Ao casar-se com Baltasar, Blimunda obtém o nome
de sete-luas quando batizada.”
PERSONAGENS(CONTINUAÇÃO)
 Neste capítulo o narrador faz sobressair o povo, e nele elege os seus heróis, os construtores da história,
que sempre ficavam no anonimato;
 Este capítulo é como se fosse uma epopeia cujo o herói da mesma é o povo, que humilhado, sacrificado
e miserável, alcança uma dimensão trágica e se eleva aos nossos olhos na sua força e humanidade
superando de longe as outras duas classes;
 Destaca-se também a força, o suor, o sacrifício e até a morte dos homens que, pela sobrevivência
trabalham sem descanso para tornar possível o cumprimento da promessa do rei.
ESPAÇO
Macroespaço: Mafra
 É os espaço da megalomania do rei, onde habitam milhares de trabalhadores que vieram das suas terras de
origem, voluntariamente ou forçados, para trabalhar na construção do convento.
 Representa o espaço de um esforço desmedido, de doença, de solidão e de morte, mas também de solidariedade
, de tolerância, de companheirismo e de cumplicidade.
Microespaço: Pêro Pinheiro e Cheleiros
EXCERTOS
 “Terra solta, pedrisco, calhau que a pólvora ou o alvião arrancaram ao pedernal profundo, esse pouco o
transportam por mão de homem os carrinhos, enchendo o vale com o pó que se vai arrasando do
monte ou extraindo dos novos caboucos.”
 “São trabalhos já ditos, que mais facilmente se recapitulam por serem de força bruta… outro ficando
oculto aquele que faz sob aquilo que é feito.”
Descrição Da azáfama na Construção do
Convento
 “Durante muitos meses, Baltasar puxou e empurrou carros de mão, até que um dia se achou cansado de
ser mula liteira, ora à frente, ora atrás, e, tendo prestado públicas e boas provas perante oficiais do
oficio, passou a andar com uma junta de bois, das muitas que el-rei tinha comprado.”
 “Fora de boa ajuda o José pequeno porque instou com o abegão que passasse Baltasar Sete-sóis a
boieiro, se já andava com os bois um aleijado, podiam andar dois, fazem companhia um ao outro, e se
ele não se entender com o trabalho, não arrisca nada, volta para os carros de mão, em um dia se verá a
habilidade do homem.”
 “Estava Baltasar há pouco tempo nesta sua nova vida, quando houve notícia de que era preciso ir a Pêro
Pinheiro buscar uma pedra muito grande que lá estava, destinada à varanda que ficará sobre o pórtico
da igreja.”
Promoção de Baltasar
 “tudo o quanto é nome de homem vai aqui, tudo quanto é vida também, sobretudo se atribulada,
principalmente se miserável, já que não podemos falar-lhes das vidas, por tanto serem, ao menos
deixemos os nomes escritos, é essa a nossa obrigação, só para isso escrevemos, torná-los imortais, pois
aí ficam, se de nós depende, Alcino, Brás, Cristóvão, Daniel, Egas, Firmino, Geraldo, Horácio, Isidro,
Juvino, Luís, Marcolino, Nicanor, Onofre, Paulo, Quitério, Rufino, Sebastião, Tadeu, Ubaldo, Valério,
Xavier, Zacarias, uma letra de cada um para ficarem todos representados.”
Valorização Do Povo que Constrói o Convento
 “O cortejo de lázaros e quasímodos está saindo da vila de Mafra, ainda de madrugada, o que lhes vale
+e que de noite todos os gatos são pardos e vultos todos os homens.”
 “Soltos de carga, apenas jungidos aos pares, vão desconfiados da fartura e quase sentem inveja dos
manos que vêm puxando os carros dos petrechos, é como estar na engorda antes do matadouro.”
Partida Para Pêro Pinheiro
 “Francisco Marques aproximou-se, compensando o atraso com o empenho de saber, Que é que estão a
ver além, por acaso foi o ruivo que lhe respondeu, É a pedra, e outro acrescentou, Nunca vi uma coisa
assim em dias na minha vida, e abanava a cabeça, abismado.”
 “Era uma laje retangular enorme, uma brutidão de mármore rugoso que assentava sobre troncos de
pinheiro, chegando mais perto sem dúvida ouviríamos o gemer da seiva, como ouvimos agora o gemido
de espanto que saiu da boca dos homens, neste instante em que a pedra desafogada apareceu em seu
real tamanho”
 “Manuel Milho, que estava a lado de Cheleiros, medindo-se com a laje agora tão próxima, disse, É a mãe
da pedra, não disse que era o pai da pedra, sim a mãe, talvez porque viesse das profundas, ainda
maculada pelo barro da matriz, mãe gigantesca sobre a qual poderiam deitar-se quantos homens, ou ela
a esmagá-los a eles.”
Chegada a Pêro Pinheiro / Chegada ao Local onde Se Encontra a Pedra
Mãe
 “Vinha puxada a braço, em grande alarido de quem fazia a força, de quem a mandava fazer, um homem
distraiu-se, deixou ficar o pé debaixo da roda, ouviu-se um berro, um grito de dor insuportável, a viagem
começa mal.”
 “É assim o mundo, junta no mesmo lugar o grande gosto e a grande dor…”
 Manuel Milho a contar a sua história, falta aqui um ouvinte, só eu, e tu, e tu, damos pela ausência, outros
nem sabiam que fosse Francisco Marques, alguns o viram morto, a maior parte nem isso, não se vá
julgar que desfilaram seiscentos homens diante do cadáver em última e comovida homenagem, são
coisas que só acontecem nas epopeias.”
8º dia
 “toda a gente se admirava com o tamanho desmedido da pedra, Tão grande. Mas Baltasar murmurou,
olhando a basílica, Tão pequena.”
Viagem de Volta Para Mafra

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Memorial do convento - Capítulo XIX

  • 1. MEMORIAL DO CONVENTO – Cap. XIX MÓDULO 11
  • 2. JOSÉ SARAMAGO 16 de novembro de 1922, Azinhaga  Serralheiro mecânico, funcionário administrativo, técnico editorial, escritor, tradutor, jornalista, poeta, cronista, dramaturgo, contista, romancista, teatrólogo, argumentista e ensaísta;  Viveu maior parte da sua vida em Lisboa, para onde se mudou em 1924 quando tinha apenas 2 anos de idade;  Desde cedo sempre mostrou um grande interesse pelos estudos e também pela cultura. Algumas dificuldades económicas impediram que o mesmo continuasse os estudos liceais, que o levariam futuramente a frequentar a universidade. Após isso formou-se numa escola técnica e teve o seu primeiro emprego como serralheiro mecânico;  Fascinado pelos livros, visitava à noite com grande frequência a Biblioteca Municipal Palácio Galveias. 18 de junho de 2010, Tías, Província de Las Palmas, Canárias, Espanha (87anos)
  • 4. MEMORIAL DO CONVENTO (1982)  “Memorial do Convento é um romance de José Saramago, conhecido internacionalmente, publicado pela primeira vez em Outubro de 1982. A ação decorre no início do século XVIII, durante o reinado de D. João V e da Inquisição. Este rei absolutista, graças à grande quantidade de ouro e de diamantes vindos do Brasil Colónia, mandou construir o magnânimo Palácio Nacional de Mafra, mais conhecido por convento, em resultado de uma promessa que fez para garantir a sucessão do trono.”
  • 5. CAPÍTULO XIX No capitulo XIX é consagrada a saga heróica do transporte de uma pedra enorme (pedra mãe [benedictione]) de Pêro Pinheiro para Mafra num percurso de 15Km. Esta pedra destinava-se à varanda situada sob o pórtico da basílica. Para a transportar, foi construído um carro para ser puxado por 600 homens e 200 juntas de bois, A pedra pesava 31 toneladas e demorou 8 dias na totalidade a ser transportada.
  • 6. TÓPICOS MAIS IMPORTANTES DO CAP. XIX  A azáfama na construção do convento;  Baltasar muda de serviço no trabalho;  Notícia da necessidade de ir a Pêro Pinheiro buscar uma pedra para a basílica;  Descrição dos trabalhos dos homens em época de calor e da pedra enorme;  Transporte da pedra e o ferimento de um homem durante o transporte da mesma;  Início da narrativa de Manuel Milho;  Chegada a Cheleiros e morte de Francisco Marques e a de dois bois;  Velório do corpo do trabalhador;  Missão e sermão de domingo;  Chegada da pedra ao local da basílica.
  • 7. PERSONAGENS “O rei vigente de Portugal, que vive apenas de formalidades encenadas, sem qualquer espontaneidade ou emoção. Representa o absolutismo e a consequente repressão no povo miserável. Assim, a faceta de Déspota Esclarecido é revelada quando este, ao desejar ser lembrado por uma obra magnificente tal como o Rei-Sol, manda construir um enorme palácio e um convento de Mafra para franciscanos, com o pretexto de cumprir a promessa que fez ao clero - influência que justifica e "santifica" o seu poder - para garantir a sucessão ao trono.” “D. Maria Ana de Áustria, Rainha de Portugal. A rainha, de origem austríaca, é tratada como um mero instrumento do rei, cuja alegria e glória do reino é dependente do seu ventre. O casal protocolar junta-se unicamente duas vezes por semana para cumprir o dever real. Esta personagem representa o papel da mulher da época: submissa, simples procriadora e objeto da vontade masculina.”
  • 8. “O padre, cuja alcunha é Voador, é marcado pelo espírito científico, evidenciado por ignorar os fanatismos religiosos da época; pelo comportamento anticanónico, questionando os dogmas eclesiásticos; e pela modernidade, que o levou a ter o sonho de criar uma máquina voadora.” “Baltasar Mateus , com alcunha hereditária de Sete-Sóis, é abandonado pelo exército durante a Guerra da Sucessão Espanhola por ter ficado inválido devido à perda da sua mão esquerda, representando a crítica da desumanidade na guerra. Deixado na miséria, consegue chegar a Lisboa, onde conhece nesse mesmo dia Blimunda e o padre Bartolomeu, num auto-de-fé no Rossio.”
  • 9. “Blimunda Jesus é uma jovem mulher do povo de 19 anos, que tem a capacidade de ver por dentro das pessoas, de objetos e de recolher vontades apenas quando está em jejum. Este ato não mata as pessoas mas é mais facilmente executado nas que estão a morrer. Este seu dom é revelado apenas quando o padre Bartolomeu descobre que o combustível da passarola é o éter e que este está dentro das vontades das pessoas. Ao casar-se com Baltasar, Blimunda obtém o nome de sete-luas quando batizada.”
  • 10.
  • 11. PERSONAGENS(CONTINUAÇÃO)  Neste capítulo o narrador faz sobressair o povo, e nele elege os seus heróis, os construtores da história, que sempre ficavam no anonimato;  Este capítulo é como se fosse uma epopeia cujo o herói da mesma é o povo, que humilhado, sacrificado e miserável, alcança uma dimensão trágica e se eleva aos nossos olhos na sua força e humanidade superando de longe as outras duas classes;  Destaca-se também a força, o suor, o sacrifício e até a morte dos homens que, pela sobrevivência trabalham sem descanso para tornar possível o cumprimento da promessa do rei.
  • 12. ESPAÇO Macroespaço: Mafra  É os espaço da megalomania do rei, onde habitam milhares de trabalhadores que vieram das suas terras de origem, voluntariamente ou forçados, para trabalhar na construção do convento.  Representa o espaço de um esforço desmedido, de doença, de solidão e de morte, mas também de solidariedade , de tolerância, de companheirismo e de cumplicidade. Microespaço: Pêro Pinheiro e Cheleiros
  • 13. EXCERTOS  “Terra solta, pedrisco, calhau que a pólvora ou o alvião arrancaram ao pedernal profundo, esse pouco o transportam por mão de homem os carrinhos, enchendo o vale com o pó que se vai arrasando do monte ou extraindo dos novos caboucos.”  “São trabalhos já ditos, que mais facilmente se recapitulam por serem de força bruta… outro ficando oculto aquele que faz sob aquilo que é feito.” Descrição Da azáfama na Construção do Convento
  • 14.  “Durante muitos meses, Baltasar puxou e empurrou carros de mão, até que um dia se achou cansado de ser mula liteira, ora à frente, ora atrás, e, tendo prestado públicas e boas provas perante oficiais do oficio, passou a andar com uma junta de bois, das muitas que el-rei tinha comprado.”  “Fora de boa ajuda o José pequeno porque instou com o abegão que passasse Baltasar Sete-sóis a boieiro, se já andava com os bois um aleijado, podiam andar dois, fazem companhia um ao outro, e se ele não se entender com o trabalho, não arrisca nada, volta para os carros de mão, em um dia se verá a habilidade do homem.”  “Estava Baltasar há pouco tempo nesta sua nova vida, quando houve notícia de que era preciso ir a Pêro Pinheiro buscar uma pedra muito grande que lá estava, destinada à varanda que ficará sobre o pórtico da igreja.” Promoção de Baltasar
  • 15.  “tudo o quanto é nome de homem vai aqui, tudo quanto é vida também, sobretudo se atribulada, principalmente se miserável, já que não podemos falar-lhes das vidas, por tanto serem, ao menos deixemos os nomes escritos, é essa a nossa obrigação, só para isso escrevemos, torná-los imortais, pois aí ficam, se de nós depende, Alcino, Brás, Cristóvão, Daniel, Egas, Firmino, Geraldo, Horácio, Isidro, Juvino, Luís, Marcolino, Nicanor, Onofre, Paulo, Quitério, Rufino, Sebastião, Tadeu, Ubaldo, Valério, Xavier, Zacarias, uma letra de cada um para ficarem todos representados.” Valorização Do Povo que Constrói o Convento
  • 16.  “O cortejo de lázaros e quasímodos está saindo da vila de Mafra, ainda de madrugada, o que lhes vale +e que de noite todos os gatos são pardos e vultos todos os homens.”  “Soltos de carga, apenas jungidos aos pares, vão desconfiados da fartura e quase sentem inveja dos manos que vêm puxando os carros dos petrechos, é como estar na engorda antes do matadouro.” Partida Para Pêro Pinheiro
  • 17.  “Francisco Marques aproximou-se, compensando o atraso com o empenho de saber, Que é que estão a ver além, por acaso foi o ruivo que lhe respondeu, É a pedra, e outro acrescentou, Nunca vi uma coisa assim em dias na minha vida, e abanava a cabeça, abismado.”  “Era uma laje retangular enorme, uma brutidão de mármore rugoso que assentava sobre troncos de pinheiro, chegando mais perto sem dúvida ouviríamos o gemer da seiva, como ouvimos agora o gemido de espanto que saiu da boca dos homens, neste instante em que a pedra desafogada apareceu em seu real tamanho”  “Manuel Milho, que estava a lado de Cheleiros, medindo-se com a laje agora tão próxima, disse, É a mãe da pedra, não disse que era o pai da pedra, sim a mãe, talvez porque viesse das profundas, ainda maculada pelo barro da matriz, mãe gigantesca sobre a qual poderiam deitar-se quantos homens, ou ela a esmagá-los a eles.” Chegada a Pêro Pinheiro / Chegada ao Local onde Se Encontra a Pedra Mãe
  • 18.  “Vinha puxada a braço, em grande alarido de quem fazia a força, de quem a mandava fazer, um homem distraiu-se, deixou ficar o pé debaixo da roda, ouviu-se um berro, um grito de dor insuportável, a viagem começa mal.”  “É assim o mundo, junta no mesmo lugar o grande gosto e a grande dor…”  Manuel Milho a contar a sua história, falta aqui um ouvinte, só eu, e tu, e tu, damos pela ausência, outros nem sabiam que fosse Francisco Marques, alguns o viram morto, a maior parte nem isso, não se vá julgar que desfilaram seiscentos homens diante do cadáver em última e comovida homenagem, são coisas que só acontecem nas epopeias.” 8º dia  “toda a gente se admirava com o tamanho desmedido da pedra, Tão grande. Mas Baltasar murmurou, olhando a basílica, Tão pequena.” Viagem de Volta Para Mafra

Notas do Editor

  1. Descrição da azáfama na construção do convento
  2. Promoção de Baltasar
  3. 1 – Valorização do povo que constrói o convento
  4. Partida para Pêro Pinheiro - Através do recurso ao dom de Blimunda sabe-se que a vontade de cada um daqueles homens era ser outra coisa, eles não queriam estar lá.
  5. Chegada a Pêro Pinheiro / Chegada à pedra mãe