1. Boletim Informativo – Ano 3 – Número 11 – Novembro de 2009
Feira do ISED
A Feira do ISED, que ocorrerá no próximo dia 28 de novembro, tado pela Escola de Minas de Ouro Preto, que apresentava as pesquisas
editorial
será uma grande oportunidade para a interação entre a academia e desenvolvidas naquele estabelecimento que originou a Universidade
a sociedade. No evento, serão apresentados os trabalhos interdis- Federal de Ouro Preto. A última exposição mundial aconteceu na cidade
ciplinares produzidos pelos alunos dos cursos de Licenciatura da espanhola de Zaragoza no ano de 2008. Mantendo o espírito de divulgação
FUNEDI/UEMG ao longo desse segundo semestre de 2009. cultural e científica, o evento na Espanha foi um dos maiores do mundo.
O curso de história participará expondo diversos jogos com Guardadas as proporções, a Feira do ISED busca instituir um espaço
temas da história construídos pelos alunos com a orientação dos de intercâmbio entre a Universidade e a sociedade divinopolitana no in-
professores. A tradição de eventos de divulgação científica remonta às tuito de estreitar os laços entre a academia e a cidade. Será a oportunida-
chamadas exposições mundiais iniciadas com as pequenas feiras nacio- de também de a própria comunidade da FUNEDI/UEMG conhecer parte
nais na primeira metade do século XIX. A primeira grande exposição do conhecimento produzido no âmbito da instituição.
universal aconteceu em Londres em 1851 e tinha por objetivo divulgar
os avanços industriais em todo o mundo. Aquele evento foi, também, um Adalson de Oliveira e João Ricardo F. Pires, professores
marco de consolidação da Inglaterra como grande potência. do curso de História, e Amanda Alves e Carla Fonseca
Ao longo das primeiras exposições mundiais, o Brasil foi represen- Morais, alunas do 2º período do curso de História
Paraty
Entre os dias 6 e 8 de novembro, os alunos do 8° período do curso de Aceito. As casas foram construídas na escala 1:33.33, e ainda as portas e
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História da FUNEDI/UEMG fizeram uma excursão para Paraty, cida- janelas foram pintadas de azul e branco, fazendo analogia ao azul hortên-
de litorânea de grande importância histórica carioca. O caminho até cia pela simbologia maçônica. Isto é fato que procede até os dias atuais; os
nosso destino é longo e cheio de curvas, se assemelhando aos caminhos casarões ainda guardam suas cores, em grande parte brancas e azuis.
da vida, onde cada curva é um novo confronto, onde romper barreiras é Da década de 1870 até por volta dos anos 1950, a cidade se manteve
questão de paciência e jogo de cintura e no qual almejamos uma vista incansá- isolada e, assim, resguardou sua arquitetura e essência colonial. Deixando
vel e esplendorosa do mar. Ao chegar a Paraty, percebemos que ali o tempo de lado o esoterismo que percorre as ruas da pequena porém excêntrica Pa-
não tomou conta, a calmaria de suas ruas se perpetua por sua natureza exube- raty, volto a relatar a viagem. Aonde o céu encontra o mar o historiador
rante, e caminhar pelas ruas dessa cidade é transportar ao passado longínquo, encontrou suas premissas e aquilo que lhe consome, o fascínio pelo passado.
e sua historicidade e seu encanto atraem turistas de todas as partes do mundo. As linhas sinuosas de uma cidade que foi alvo de piratas e que ainda sustenta
Além da natureza que protege e permeia pelos arredores de Paraty, a lenda de um possível navio que trazia ouro e que afundou naquelas medi-
outra curiosidade que me instigou foi, ao pesquisar na internet, descobrir ações não podem passar despercebidas como um tesouro irreconhecível.
que a cidade tem em sua histórica resquícios maçônicos. A Maçonaria se Conhecer Paraty é ver a historicidade e a grandiosidade do nosso
instalou na cidade por volta da primeira metade do século XIX, momento passado em confronto incessante com a modernidade, cabendo a nós,
ao qual a cidade estaria entre a capital imperial e as minas. Logo na entra- seres mortais, o entendimento do presente pelas vias passadas. Por fim,
da da cidade há um símbolo maçônico, o compasso e o esquadro, e dentro deixo uma mensagem para aqueles que, por algum motivo, não puderam
deles a letra G, que corresponde a um dos grandes segredos maçônicos. ir à viagem, muita força para superar as inusitadas, porém certezas das
A Ordem Maçônica está presente na arquitetura das casas, praças e até ações do tempo. E, para aqueles que têm vontade de conhecer esse lugar
mesmo nos quarteirões da parte velha da cidade, dividida em 33 quarteirões inesquecível, o convite está feito, vocês não se arrependerão.
e existindo um cargo de fiscal (sendo no total de 33), que faz alusão aos
níveis hierárquicos da Ordem Maçônica presente no Rito Escocês Antigo e Ramon Montorri, aluno do 8º período do curso de História
Um final de semana nas vilas setecentistas do ouro
Nada como tirar um fim de semana para visitar duas cidades lin- excelente opção para uma caminhada na qual se encontram lindas vistas
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das e com um ótimo aproveitamento histórico como Ouro Preto e da cidade e se tem contato com a natureza.
Mariana. Ouro Preto, fundada em 1711, chegou a ser considerada, Em Mariana, além das igrejas, o Mosteiro de Nossa Senhora da Boa
no século XVIII, uma das cidades principais e com maior popula- Morte (hoje prédio da UFOP) e a Casa de Câmara e Cadeia, há uma
ção da América e também foi capital da província de Minas Gerais atração que vale a pena destacar: o Concerto na Catedral da Sé de Mari-
de 1823 a 1897. A cidade de Mariana foi sede do primeiro Bispado de ana, por Josinéia Godinho. O órgão que se encontra na Catedral, um Arp
Minas Gerais, com Dom Frei Manoel da Cruz, e também residência dos Schnitger, foi doado por Dom João V para presentear o Primeiro Bispa-
dois primeiros governadores de Minas, Dom Braz Baltazar e Dom Pedro do das Minas, do qual Dom Frei Manoel da Cruz era o bispo no século
de Almeida (conde de Assumar). XVIII. É uma bela atração que acontece todas as sextas-feiras, às 11h30,
Em Ouro Preto, há inúmeras atrações para se visitar, entre elas as e aos domingos, às 12h15.
igrejas e capelas do estilo barroco e também o Museu do Oratório, nos Naquelas regiões montanhosas onde milhares de pessoas de todas as
quais pode se observar como se distinguiam as irmandades e confrarias partes do mundo e das mais diversas culturas e etnias migraram na corri-
desde o período colonial e o lugar de destaque da religiosidade naquele da do ouro do século XVII e XVIII, ainda se conservam as lembranças
contexto. Há também a Casa dos Contos, o Museu da Inconfidência, no de uma época distante. Considerando que ambas as cidades são um por-
qual se encontram os registros da devassa da Inconfidência Mineira e tal entre a atualidade e as minas setecentistas, pode-se, então, dizer que a
objetos domésticos que remetem às minas do ouro, etc. É um ótimo lugar riqueza do lugar é inestimável e que, principalmente um Historiador,
para se ampliar a visão, não só política, mas também social e cotidiana pode saber aproveitá-la.
da época. Um outro lugar que vale a pena destacar é o chamado Parque
Horto dos Contos, que foi o segundo Horto Botânico do Brasil, uma Carla Fonseca de Morais, aluna do 2º período de História
2. Ouro Preto
Descemos pelo asfalto, recortando com velocidade as altas serras ain- feito um herói, um revolucionário que teve seu corpo despedaçado com fú-
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da enuvaradas, rumando para Ouro Preto, antiga Vila Rica, rumando ria pela coroa portuguesa, e seus pedaços foram expostos a todos os olhos.
não só para a vila colonial do império português ou para a cidade do Em meio às ladeiras, pensei em Chico Rei, em sua irmandade e suas
período imperial e antiga capital das minas gerais, rumávamos para a festas, subindo as mesmas ladeiras, tocando seus sons e reverenciando seus
cidade turística de hoje. A cidade abriga cicatrizes de sua vida, casa- santos... Como posso eu estar aqui, compartilhando o mesmo espaço que
rões e marcas de seus mais variados períodos, desde a corrida do ouro, o esses homens, se aquilo que nos separa é apenas algum século?
império ou a nascente república. Ouro Preto é um museu a céu aberto, que O que são séculos comparados ao lento e rápido contar do tempo, o que
nos convida a penetrar em sua história, em seus diversos períodos. somos senão uma fina camada de poeira que o tempo cuida de soprar para o
Enquanto caminhávamos pela atual Casa dos Contos, pensava em “Ti- esquecimento... Frágeis mortais que, enfrentando essa mão, insistiram em
radentes” há “tantos” anos de distância, subindo os mesmos degraus do ca- escrever aquilo que chamamos de história, seja escrita em papéis ou cravada
sarão, conspirando contra a coroa, e ali no mesmo espaço que nós, tramando nas próprias pedras, como foi feito em Vila Rica!
seus planos, o que em breve o levaria a ser enforcado defronte à Casa de
Câmara e Cadeia (atual Museu da Inconfidência), um criminoso que, hoje Isaac Erder, aluno do 2º período do curso de História
Eventos e cursos Navegando na História...
informes
Na atualidade, diversos sites disponibilizam documentos digitais de
– Seleção do Mestrado em História da Universidade Severino interesse para a pesquisa e o ensino de História.
Sombra (USS), em Vassouras (RJ). De 28 de setembro de 2009 a Pensando na multiplicidade de possibilidades de pesquisa na web, os
28 de dezembro de 2009. O programa possui quatro bolsas de editores desse número do Boletim de História realizaram uma seleção de
pesquisa da CAPES e quatro bolsas institucionais. sites que remetem a outros sites de interesse do historiador.
Lembramos também que o site da Biblioteca da FUNEDI/UEMG
– 2º Seminário de Estudos Marxistas. De 11 a 14 de novembro de 2009. disponibiliza links de nosso interesse.
Local: Campus UNESP/IBILCE, em São José do Rio Preto (SP) – Audi- Boa viagem!
tório C (rua Cristóvão Colombo, 2.265, Jardim Nazareth).
– http://portal.iphan.gov.br/portal montarPaginaInicial.do;jsessionid=
– Exposição de Arte Contemporânea Africana na Soso Luanda – Suave e C6289300A4138F6A31B7E5AA17EDA464
Frenética. De 11 de novembro de 2009 a 2 de novembro de 2010. Local: – http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/sala/online/ui
avenida São João, 313, 2º andar, São Paulo (SP). A mostra pretende abor- SearchBasic.aspx
dar a cidade de Luanda numa perspectiva esférica e mutante, sem neces- – Varia Historia: http://www.fafich.ufmg.br/varia/entrada
sidade de um ponto de observação fixo. – Cadernos de História: http://www.ichs.ufop.br/cadernosdehistoria/
– História&Perspectivas: http:www.historiaperspectivas.inhis.ufu.br/
– 1º Seminário Nacional Fontes Documentais e Pesquisa Histórica. De – Cadernos de História: http://www.seer.ufu.br/index.php/
1º a 4 de dezembro de 2009. Universidade Federal de Campina Grande cadernoshistoria
(UFCG), na Paraíba. No século XX, houve uma verdadeira revolução – Locus: http://www.locus.ufjf.br/
sobre o que se entende por documento, permitindo a ampliação e a diver- – USP: http://www.fflch.usp.br/dh/pos/
sificação da definição de fonte na pesquisa histórica. – Revista de História: http://www.usp.br/revistadehistoria/
– História Social: http://www.unicamp.br/ifch/rhs
Sugestão de filme – Acervo Digital Veja: http://veja.abril.com.br/acervodigital/
– APM: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/
– Arquivo Nacional: http://www.arquivonacional.gov.br/cgi/
O Grande Ditador (The Great Dictator), de Charles Chaplin. Nova York, cgilua.exe/sys/start.htm
VI volume, Coleção Carlitos, ed. 1940 e duração de 128 min. – Biblioteca Nacional: http://www.bn.br/portal/
– Biblioteca Nacional Digital: http://www.bn.br/bndigital/
Na nossa última edição deste ano, convido a todos os democratas e – Biblioteca Digital Mundial: http://www.wdl.org/pt/
amantes a assistirem a uma sátira de Charles Chaplin, produzida no iní- – Museu Imperial: http://www.museuimperial.gov.br/
cio da Segunda Guerra Mundial, ainda quando os Estados Unidos não – FGV/CPDOC: http://www.cpdoc.fgv.br/comum/htm/
tinham se posicionado na guerra. – Fundação Casa de Rui Barbosa: www.casaruibarbosa.gov.br
Foi Charles Chaplin quem escreveu, produziu e protagonizou seu – Centro de Memória de Arquivos Históricos da Unicamp:
primeiro filme sonoro, expondo abertamente suas opiniões políticas, de- http://www.centrodememoria.unicamp.br/arqhist/new_page.php
nunciando e ridicularizando Hitler e seus subordinados. – História e História: www.historiaehistoria.com.br – Remete para
Chaplin teve a preocupação em relatar os fatos tristes que se inserem os sites da Unicamp e da Faculdade de Ciências e Letras de Bragança
no contexto da Segunda Guerra Mundial, antecipando e denunciando Paulista, entre outros
uma automatização da humanidade e expressando, assim, a forma vigen- – The British Museum – Museu Britânico: www.britishmuseum.org
te de apresentação do discurso em comandar as populações, mostrando – Fundação Calouste Gulbeenkian – Lisboa: www.gulbeenkian.pt
sua maior autoridade. – Museu Arqueológico de Madri – Espanha: www.algarvivo.com/
O filme ataca o totalitarismo e seus supostos líderes, ressaltando o arqueo/museus
momento histórico vivido, porém usando o lado hilário das comédias – Museu Digital da Memória Afro-Brasileira:
estadunidenses. É uma sátira à Alemanha nazista, confrontando direta- www.arquivoafro.ufba.br/projetos) – Remete para a Fundação Pierre
mente aos ditadores Adolf Hitler e Benito Mussolini. Verger e para o Centro de Estudos Afro-Orientais
– Revistas Abril: www.abril.com/revistas
Amanda Alves, – Rede da Memória Virtual Brasileira: http://bndigital.bn.br/
aluna do 2º período do curso de História redememoria/
expediente
Boletim informativo do curso de História da FUNEDI/UEMG – Ano 3 – Número 11 – Novembro de 2009 – Editores
deste número: Adalson de Oliveira e João Ricardo Ferreira Pires (professores do curso de História) e Amanda Alves e
Carla Fonseca de Morais (alunas no 2º período do curso de História) – Diagramação: Daniela Couto – Revisão: Elvis
Gomes (Assessoria de Comunicação da FUNEDI/UEMG) – Contatos: historia@funedi.edu.br – (37) 3229-3569 –
Avenida Paraná, 3001, bairro Jardim Belvedere, CEP 35501-170 – Divinópolis (MG)