SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 5
Baixar para ler offline
1
ESCOLA SECUNDÁRIA MARTINS SARMENTO
Ano letivo 2021/2022
“Crónica de D. Pedro I” de Fernão Lopes
10º Ano
Profª Fátima Caldas
A Crónica de el-rei D. Pedro I, ou Crónica de D. Pedro, é um registo histórico do
género crónica escrito por Fernão Lopes, abarcando o período de tempo correspondente ao
reinado de D. Pedro I de Portugal, de cognome o Justiceiro, ou o Cruel, que decorreu entre 1357
e 1367.
A Crónica de D. Pedro I está dividida em quarenta e quatro capítulos sendo iniciada por
um Prólogo. Dos inúmeros temas tratados ao longo da Crónica destacam-se a Justiça a que
dedicou o Prólogo e seis capítulos, a organização do Estado e as decisões do rei, Inês de
Castro a que dedicou seis capítulos, relatando em especial a declaração de D. Pedro sobre o
seu casamento com Inês, a perseguição aos seus assassinos e a descrição da trasladação dos
restos mortais de Inês de Coimbra para Alcobaça, um capítulo dedicado a D.João I, filho
bastardo de D. Pedro e futuro rei, e ainda o Reino de Castela ao qual dedica dezasseis dos
capítulos, tratando-se neste caso de decisões ou empreendimentos do rei D. Pedro I de Castela,
sobrinho do homónimo rei português, e para cuja história Fernão Lopes deve ter tido acesso
às Crónicas sobre a mesma época do cronista castelhano Pedro Lopes de Ayala.
Fernão Lopes, que começou por ter a profissão de tabelião, foi em 1418 nomeado
guarda-mor da Torre do Tombo, ou seja, de chefe dos arquivos do Estado, lugar de confiança da
corte, e que lhe permitiu o acesso a importante documentação para a elaboração das
suas Crónicas.[5]
Fernão Lopes inicia provavelmente a escrita da Crónica de D. Pedro em 1434
pois foi neste ano que o rei D. duarte lhe atribui pelo seu futuro trabalho a tença anual de catorze
mil reais.[1]
É a primeira das três grandes crónicas do percursor dahistória portuguesa, e também a
primeira crónica régia com características próximas das que definiram o género cultivado
no século XV e nos dois seguintes, sendo as outras duas crónicas da autoria de Fernão Lopes
a Crónica de D. Fernando e a Crónica de D. João I.
“ "E diziam as gentes que tais dez anos nunca houvera em Portugal como
estes que reinara el-Rei D. Pedro."
2
Capítulo I
Do reinado de el-rei Dom Pedro, oitavo rei de Portugal, e das condições que n'elle havia.
Capitulo II
Como el-rei de Castella mandou pelo corpo da rainha Dona Maria, sua madre, e da carta que
enviou a el-rei de Portugal, seu tio.
Capitulo III
Das cartas que o papa, e el-rei de Aragão enviaram a el-rei de Portugal sobre a morte de el-rei,
seu padre.
Capitulo IV
Da maneira que el-rei Dom Pedro tinha nos desembargos de sua casa.
Capitulo V
De algumas cousas que el-rei Dom Pedro ordenou por bem de justiça e prol de seu povo.
Capitulo VI
Como el-rei mandou degolar dois seus criados, porque roubaram um judeu e o mataram.
Capitulo VII
Como el-rei quizera metter um bispo a tormento, porque dormia com uma mulher casada.
Capitulo VIII
Como el-rei mandou capar um seu escudeiro, porque dormiu com uma mulher casada.
Capitulo IX
Como el-rei mandou queimar a mulher de Affonso André, e de outras justiças que mandou fazer.
Capitulo X
Como el-rei mandava matar o almirante; e da carta que lhe enviou o duque e commum de
Genova, rogando por elle.
Capitulo XI
Das moedas que el-rei Dom Pedro fez, e da valia do oiro e da prata n'aquelle tempo.
Capitulo XII
Da maneira que os reis tinham para fazer thesouros, e accrescentar n'elles.
Capitulo XIII
Por que guisa el-rei Dom Pedro de Castella começou de juntar thesouro.
Capitulo XIV
Como el-rei fez conde e armou cavalleiro João Affonso Tello, e da grão festa que lhe fez.
Capitulo XV
Das avenças que el-rei de Castella e el-rei Dom Pedro de Portugal firmaram entre si, e como lhe
el-rei de Portugal prometteu de fazer ajuda contra Aragão.
3
Capitulo XVI
De algumas pessoas que el-rei Dom Pedro de Castella mandou matar, e como casou com a
rainha Dona Branca e a deixou.
Capitulo XVII
Como se começou o desvairo entre el-rei Dom Pedro de Castella e o conde Dom Henrique, seu
irmão, o qual foi aso porque se o conde foi fóra do reino.
Capitulo XVIII
Como e por qual aso se começou a guerra entre Castella e Aragão.
Capitulo XIX
Como el-rei de Castella entrou por Aragão e das cousas que fez n'este anno.
Capitulo XX
Como el-rei Dom Pedro fez matar o mestre de São Thiago Dom Fradarique, seu irmão, no
alcaçar de Sevilha.
Capitulo XXI
Como el-rei partiu de Sevilha por tomar Dom Tello, seu irmão, para o matar; e como matou o
infante Dom João, seu primo.
Capitulo XXII
Como foi quebrada a tregua de um anno que havia entre os reis, e como el-rei Dom Pedro juntou
armada por fazer guerra a Aragão.
Capitulo XXIII
Como veiu o cardeal de Bolonha para fazer paz entre el-rei de Castella e el-rei de Aragão, e os
não poude pôr de accordo.
Capitulo XXIV
Como el-rei de Castella enviou pedir ajuda de galés a el-rei de Portugal, e como partiu com sua
frota por fazer guerra a Aragão.
Capitulo XXV
Como se partiu o almirante de Portugal com as dez galés, e como el-rei Dom Pedro desarmou a
frota; e de outras cousas.
Capitulo XXVI
Como o cardeal de Bolonha quizera tratar paz entre os reis e não poude, e como as gentes d'el-
rei Dom Pedro pelejaram com o conde e o desbarataram.
Capitulo XXVII
Como el-rei Dom Pedro de Portugal disse por Dona Ignez que fora sua mulher recebida, e da
maneira que em ello teve.
4
Capitulo XXVIII
Do testemunho que alguns deram no casamento de Dona Ignez, e das razões que sobre ello
propoz o conde Dom João Affonso.
Capitulo XXIX
Razões contra isto, de alguns que ahi estavam, duvidando muito n'este casamento.
Capitulo XXX
Como os reis de Portugal e de Castella fizeram entre si avença, que entregassem, um ao outro,
alguns que andavam seguros em seus reinos.
Capitulo XXXI
Como Diogo Lopes Pacheco escapou de ser preso, e foram entregues os outros, e logo mortos
cruelmente.
Capitulo XXXII
De algumas cousas que el-rei Dom Pedro de Castella mandou fazer, e como fez paz com el-rei
de Aragão entrando em seu reino.
Capitulo XXXIII
De algumas entradas que el-rei este anno fez no reino de Granada, e como el-rei Vermelho se
veiu pôr em seu poder, cuidando de ser seguro, e el-rei o mandou matar.
Capitulo XXXIV
Das avenças que el-rei de Castella fez com el-rei de Aragão, entrando em seu reino, e como as
depois não quiz guardar.
Capitulo XXXV
Como el-rei Dom Pedro entrou outra vez em Aragão, com sua frota de naus e galés, e das
cousas que alli fez.
Capitulo XXXVI
Como o conde Dom Henrique entrou por Castella com muitas companhas, e foi alçado por rei; e
como el-rei Dom Pedro mandou desamparar todos os logares que em Aragão tinha filhados.
Capitulo XXXVII
Como el-rei Dom Pedro de Castella enviava uma sua filha a Portugal, e como elle partiu de
Sevilha com temor que houve dos da cidade.
Capitulo XXXVIII
De como el-rei Dom Pedro de Castella fez saber a seu tio que era em seu reino, e como se el-rei
escusou de o vêr, e lhe fazer ajuda.
Capitulo XXXIX
5
Como el-rei de Castella partiu de Coruche, e se foi de Portugal; e quaes enviaram em sua
companha.
Capitulo XL
Como el-rei Dom Pedro chegou a Galliza, e matou o arcebispo de São Thiago, e se foi para
Inglaterra.
Capitulo XLI
Como el-rei Dom Henrique chegou a Sevilha, e da alliança que fez com el-rei de Portugal.
Capitulo XLII
Como el-rei de Portugal enviou seus embaixadores a casa do principe de Galles, por se
desculpar do que el-rei Dom Pedro dizia.
Capitulo XLIII
Como Dom João, filho de el-rei Dom Pedro de Portugal, foi feito mestre de Aviz.
Capitulo XLIV
Como foi trasladada Dona Ignez para o mosteiro de Alcobaça, e da morte d'el-rei Dom Pedro.
Crónica do reinado de D. Pedro, escrita por Fernão Lopes, constitui a primeira das três
grandes crónicas do primeiro cronista régio. Composta entre 1440 e 1450, foi impressa pela
primeira vez em Lisboa, em 1735, por José Pereira Baião. A crónica inicia-se com o retrato do
rei, descrevendo os seus gostos particulares, como a caça, e centrando-se no seu zelo, por
vezes, excessivo, na execução da justiça. A narração detém-se com mais demora no relato da
vingança e glorificação de Inês de Castro, lembrando o cronista que o rei, ao punir os algozes
que jurara perdoar diante de seu pai, perdeu muito da boa fama de que gozava junto do povo. Já
nesta crónica, o povo surge como personagem coletiva que, na transmissão de histórias que
ilustram o comportamento do rei, julga a ação governativa do soberano. Ao mesmo tempo, uma
outra linha de leitura prepara o triunfo posterior de D. João I, como, por exemplo, no sonho em
que D. Pedro auspicia que o seu filho D. João realizaria grandes feitos. Os materiais que esta
crónica aproveitou atestam a escassez de fontes de que o autor dispunha relativamente ao
reinado de D. Pedro e, por consequência, a habilidade do historiador na organização de
fragmentos documentais diversos, que vão desde as histórias semilendárias que se avolumaram
em torno da conceção de justiça do soberano, até aos livros de chancelaria régia, atas, cartas, e
até alguns períodos de Pero López de Ayala na Crónica del Rey Don Pedro.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Pronome em adjacencia_verbal
Pronome em adjacencia_verbalPronome em adjacencia_verbal
Pronome em adjacencia_verbalgracacruz
 
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo JoaninoD. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo JoaninoBarbaraSilveira9
 
Crónica de D. João I de Fernão Lopes
Crónica de D. João I de Fernão LopesCrónica de D. João I de Fernão Lopes
Crónica de D. João I de Fernão LopesGijasilvelitz 2
 
Os maias: Características trágicas da intriga
Os maias: Características trágicas da intrigaOs maias: Características trágicas da intriga
Os maias: Características trágicas da intrigaMariana Silva
 
Crónica de D. João I.pptx
Crónica de D. João I.pptxCrónica de D. João I.pptx
Crónica de D. João I.pptxIriaVasconcelos
 
Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Lurdes Augusto
 
Análise do episódio "Inês de Castro"
Análise do episódio "Inês de Castro"Análise do episódio "Inês de Castro"
Análise do episódio "Inês de Castro"Inês Moreira
 
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do conventoPedro Silva
 
Teste1 poesia trovadoresca 10 ano
Teste1 poesia trovadoresca 10 anoTeste1 poesia trovadoresca 10 ano
Teste1 poesia trovadoresca 10 anoRonaldo Figo
 

Mais procurados (20)

Cap vi
Cap viCap vi
Cap vi
 
Ldia10 ficha el_cronica_d_joao_i
Ldia10 ficha el_cronica_d_joao_iLdia10 ficha el_cronica_d_joao_i
Ldia10 ficha el_cronica_d_joao_i
 
Livro do prof 10º ano.pdf
Livro do prof 10º ano.pdfLivro do prof 10º ano.pdf
Livro do prof 10º ano.pdf
 
Pronome em adjacencia_verbal
Pronome em adjacencia_verbalPronome em adjacencia_verbal
Pronome em adjacencia_verbal
 
03 progress tests
03 progress tests03 progress tests
03 progress tests
 
As cantigas de amigo
As cantigas de amigoAs cantigas de amigo
As cantigas de amigo
 
Lusiadas Figurasdeestilo
Lusiadas FigurasdeestiloLusiadas Figurasdeestilo
Lusiadas Figurasdeestilo
 
A falácia da derrapagem
A falácia da derrapagemA falácia da derrapagem
A falácia da derrapagem
 
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo JoaninoD. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
D. João V, o Absolutismo e o Absolutismo Joanino
 
Crónica de D. João I de Fernão Lopes
Crónica de D. João I de Fernão LopesCrónica de D. João I de Fernão Lopes
Crónica de D. João I de Fernão Lopes
 
Os maias: Características trágicas da intriga
Os maias: Características trágicas da intrigaOs maias: Características trágicas da intriga
Os maias: Características trágicas da intriga
 
Crónica de D. João I.pptx
Crónica de D. João I.pptxCrónica de D. João I.pptx
Crónica de D. João I.pptx
 
Frei luís de sousa
Frei luís de sousaFrei luís de sousa
Frei luís de sousa
 
Teste 9º os lusíadas
Teste 9º os lusíadasTeste 9º os lusíadas
Teste 9º os lusíadas
 
Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas
 
Análise do episódio "Inês de Castro"
Análise do episódio "Inês de Castro"Análise do episódio "Inês de Castro"
Análise do episódio "Inês de Castro"
 
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do convento
 
Amor é fogo que arde
Amor é fogo que ardeAmor é fogo que arde
Amor é fogo que arde
 
Classe de palavras
Classe de palavrasClasse de palavras
Classe de palavras
 
Teste1 poesia trovadoresca 10 ano
Teste1 poesia trovadoresca 10 anoTeste1 poesia trovadoresca 10 ano
Teste1 poesia trovadoresca 10 ano
 

Semelhante a Cronica d. pedro

Reis De Portugal
Reis De PortugalReis De Portugal
Reis De PortugalHelena
 
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRica
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRicaA Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRica
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRicaHist8
 
3 O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640
3   O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 16403   O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640
3 O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640Hist8
 
D. Afonso Henriques
D. Afonso HenriquesD. Afonso Henriques
D. Afonso HenriquesMaria Gomes
 
Portugal no século xiv
Portugal no século xivPortugal no século xiv
Portugal no século xivCátia Botelho
 
Rafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De DezembroRafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De Dezembroguest9ca549
 
Rafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De DezembroRafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De Dezembroguest9ca549
 
Rafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De DezembroRafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De Dezembroguest9ca549
 
A Revolução de 1640 e a Guerra da Restauração
A Revolução de 1640 e a Guerra da RestauraçãoA Revolução de 1640 e a Guerra da Restauração
A Revolução de 1640 e a Guerra da Restauraçãoguest68cbf4
 
Trabalho de história.power point carolina-11ºf
Trabalho de história.power point carolina-11ºfTrabalho de história.power point carolina-11ºf
Trabalho de história.power point carolina-11ºfCarla Teixeira
 
17 A Revolução De 1640 e a Guerra da Restauração
17  A Revolução De 1640 e a Guerra da Restauração17  A Revolução De 1640 e a Guerra da Restauração
17 A Revolução De 1640 e a Guerra da Restauraçãoguest6298af
 
Dinastia filipina.
Dinastia filipina.Dinastia filipina.
Dinastia filipina.Mariana Gil
 
Reis de portugal
Reis de portugalReis de portugal
Reis de portugalanptrinta
 
Reis de portugal
Reis de portugalReis de portugal
Reis de portugalanptrinta
 
Criação de uma identidade nacional CEF B9
Criação de uma identidade nacional CEF B9Criação de uma identidade nacional CEF B9
Criação de uma identidade nacional CEF B9profribeiro
 
A revolta do 1º de dezembro de 1640
A revolta do 1º de dezembro de 1640A revolta do 1º de dezembro de 1640
A revolta do 1º de dezembro de 1640Leonel Gomes
 

Semelhante a Cronica d. pedro (20)

Reis De Portugal
Reis De PortugalReis De Portugal
Reis De Portugal
 
HistóRia De Portugal
HistóRia De PortugalHistóRia De Portugal
HistóRia De Portugal
 
História de portugal2
História de portugal2História de portugal2
História de portugal2
 
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRica
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRicaA Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRica
A Crise Do ImpéRio PortuguêS E A UniãO IbéRica
 
3 O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640
3   O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 16403   O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640
3 O ComéRcio AçUcareiro E A RestauraçãO De 1640
 
D. Afonso Henriques
D. Afonso HenriquesD. Afonso Henriques
D. Afonso Henriques
 
Portugal no século xiv
Portugal no século xivPortugal no século xiv
Portugal no século xiv
 
Rafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De DezembroRafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De Dezembro
 
Rafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De DezembroRafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De Dezembro
 
Rafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De DezembroRafael 1 De Dezembro
Rafael 1 De Dezembro
 
A Revolução de 1640 e a Guerra da Restauração
A Revolução de 1640 e a Guerra da RestauraçãoA Revolução de 1640 e a Guerra da Restauração
A Revolução de 1640 e a Guerra da Restauração
 
Trabalho de história.power point carolina-11ºf
Trabalho de história.power point carolina-11ºfTrabalho de história.power point carolina-11ºf
Trabalho de história.power point carolina-11ºf
 
17 A Revolução De 1640 e a Guerra da Restauração
17  A Revolução De 1640 e a Guerra da Restauração17  A Revolução De 1640 e a Guerra da Restauração
17 A Revolução De 1640 e a Guerra da Restauração
 
Dinastia filipina.
Dinastia filipina.Dinastia filipina.
Dinastia filipina.
 
Afonsohenriques 110706071735-phpapp01
Afonsohenriques 110706071735-phpapp01Afonsohenriques 110706071735-phpapp01
Afonsohenriques 110706071735-phpapp01
 
Reis de portugal
Reis de portugalReis de portugal
Reis de portugal
 
Reis de portugal
Reis de portugalReis de portugal
Reis de portugal
 
Criação de uma identidade nacional CEF B9
Criação de uma identidade nacional CEF B9Criação de uma identidade nacional CEF B9
Criação de uma identidade nacional CEF B9
 
Os Távoras
Os TávorasOs Távoras
Os Távoras
 
A revolta do 1º de dezembro de 1640
A revolta do 1º de dezembro de 1640A revolta do 1º de dezembro de 1640
A revolta do 1º de dezembro de 1640
 

Mais de Cidalia Silva

ae_pag11_13_sermao_sto_ant (1).pptx
ae_pag11_13_sermao_sto_ant (1).pptxae_pag11_13_sermao_sto_ant (1).pptx
ae_pag11_13_sermao_sto_ant (1).pptxCidalia Silva
 
O principezinho prova avaliação formativa1 (blog9 15-16)
O principezinho   prova avaliação formativa1 (blog9 15-16)O principezinho   prova avaliação formativa1 (blog9 15-16)
O principezinho prova avaliação formativa1 (blog9 15-16)Cidalia Silva
 

Mais de Cidalia Silva (7)

ae_pag11_13_sermao_sto_ant (1).pptx
ae_pag11_13_sermao_sto_ant (1).pptxae_pag11_13_sermao_sto_ant (1).pptx
ae_pag11_13_sermao_sto_ant (1).pptx
 
Auto da lusitania
Auto da lusitaniaAuto da lusitania
Auto da lusitania
 
Prova final 2 port
Prova final 2 portProva final 2 port
Prova final 2 port
 
Natal
NatalNatal
Natal
 
Agenda turmas
Agenda turmasAgenda turmas
Agenda turmas
 
Revisões teste 3
Revisões teste 3Revisões teste 3
Revisões teste 3
 
O principezinho prova avaliação formativa1 (blog9 15-16)
O principezinho   prova avaliação formativa1 (blog9 15-16)O principezinho   prova avaliação formativa1 (blog9 15-16)
O principezinho prova avaliação formativa1 (blog9 15-16)
 

Último

Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreElianeElika
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfinterfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfIvoneSantos45
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometriajucelio7
 

Último (20)

Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfinterfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometria
 

Cronica d. pedro

  • 1. 1 ESCOLA SECUNDÁRIA MARTINS SARMENTO Ano letivo 2021/2022 “Crónica de D. Pedro I” de Fernão Lopes 10º Ano Profª Fátima Caldas A Crónica de el-rei D. Pedro I, ou Crónica de D. Pedro, é um registo histórico do género crónica escrito por Fernão Lopes, abarcando o período de tempo correspondente ao reinado de D. Pedro I de Portugal, de cognome o Justiceiro, ou o Cruel, que decorreu entre 1357 e 1367. A Crónica de D. Pedro I está dividida em quarenta e quatro capítulos sendo iniciada por um Prólogo. Dos inúmeros temas tratados ao longo da Crónica destacam-se a Justiça a que dedicou o Prólogo e seis capítulos, a organização do Estado e as decisões do rei, Inês de Castro a que dedicou seis capítulos, relatando em especial a declaração de D. Pedro sobre o seu casamento com Inês, a perseguição aos seus assassinos e a descrição da trasladação dos restos mortais de Inês de Coimbra para Alcobaça, um capítulo dedicado a D.João I, filho bastardo de D. Pedro e futuro rei, e ainda o Reino de Castela ao qual dedica dezasseis dos capítulos, tratando-se neste caso de decisões ou empreendimentos do rei D. Pedro I de Castela, sobrinho do homónimo rei português, e para cuja história Fernão Lopes deve ter tido acesso às Crónicas sobre a mesma época do cronista castelhano Pedro Lopes de Ayala. Fernão Lopes, que começou por ter a profissão de tabelião, foi em 1418 nomeado guarda-mor da Torre do Tombo, ou seja, de chefe dos arquivos do Estado, lugar de confiança da corte, e que lhe permitiu o acesso a importante documentação para a elaboração das suas Crónicas.[5] Fernão Lopes inicia provavelmente a escrita da Crónica de D. Pedro em 1434 pois foi neste ano que o rei D. duarte lhe atribui pelo seu futuro trabalho a tença anual de catorze mil reais.[1] É a primeira das três grandes crónicas do percursor dahistória portuguesa, e também a primeira crónica régia com características próximas das que definiram o género cultivado no século XV e nos dois seguintes, sendo as outras duas crónicas da autoria de Fernão Lopes a Crónica de D. Fernando e a Crónica de D. João I. “ "E diziam as gentes que tais dez anos nunca houvera em Portugal como estes que reinara el-Rei D. Pedro."
  • 2. 2 Capítulo I Do reinado de el-rei Dom Pedro, oitavo rei de Portugal, e das condições que n'elle havia. Capitulo II Como el-rei de Castella mandou pelo corpo da rainha Dona Maria, sua madre, e da carta que enviou a el-rei de Portugal, seu tio. Capitulo III Das cartas que o papa, e el-rei de Aragão enviaram a el-rei de Portugal sobre a morte de el-rei, seu padre. Capitulo IV Da maneira que el-rei Dom Pedro tinha nos desembargos de sua casa. Capitulo V De algumas cousas que el-rei Dom Pedro ordenou por bem de justiça e prol de seu povo. Capitulo VI Como el-rei mandou degolar dois seus criados, porque roubaram um judeu e o mataram. Capitulo VII Como el-rei quizera metter um bispo a tormento, porque dormia com uma mulher casada. Capitulo VIII Como el-rei mandou capar um seu escudeiro, porque dormiu com uma mulher casada. Capitulo IX Como el-rei mandou queimar a mulher de Affonso André, e de outras justiças que mandou fazer. Capitulo X Como el-rei mandava matar o almirante; e da carta que lhe enviou o duque e commum de Genova, rogando por elle. Capitulo XI Das moedas que el-rei Dom Pedro fez, e da valia do oiro e da prata n'aquelle tempo. Capitulo XII Da maneira que os reis tinham para fazer thesouros, e accrescentar n'elles. Capitulo XIII Por que guisa el-rei Dom Pedro de Castella começou de juntar thesouro. Capitulo XIV Como el-rei fez conde e armou cavalleiro João Affonso Tello, e da grão festa que lhe fez. Capitulo XV Das avenças que el-rei de Castella e el-rei Dom Pedro de Portugal firmaram entre si, e como lhe el-rei de Portugal prometteu de fazer ajuda contra Aragão.
  • 3. 3 Capitulo XVI De algumas pessoas que el-rei Dom Pedro de Castella mandou matar, e como casou com a rainha Dona Branca e a deixou. Capitulo XVII Como se começou o desvairo entre el-rei Dom Pedro de Castella e o conde Dom Henrique, seu irmão, o qual foi aso porque se o conde foi fóra do reino. Capitulo XVIII Como e por qual aso se começou a guerra entre Castella e Aragão. Capitulo XIX Como el-rei de Castella entrou por Aragão e das cousas que fez n'este anno. Capitulo XX Como el-rei Dom Pedro fez matar o mestre de São Thiago Dom Fradarique, seu irmão, no alcaçar de Sevilha. Capitulo XXI Como el-rei partiu de Sevilha por tomar Dom Tello, seu irmão, para o matar; e como matou o infante Dom João, seu primo. Capitulo XXII Como foi quebrada a tregua de um anno que havia entre os reis, e como el-rei Dom Pedro juntou armada por fazer guerra a Aragão. Capitulo XXIII Como veiu o cardeal de Bolonha para fazer paz entre el-rei de Castella e el-rei de Aragão, e os não poude pôr de accordo. Capitulo XXIV Como el-rei de Castella enviou pedir ajuda de galés a el-rei de Portugal, e como partiu com sua frota por fazer guerra a Aragão. Capitulo XXV Como se partiu o almirante de Portugal com as dez galés, e como el-rei Dom Pedro desarmou a frota; e de outras cousas. Capitulo XXVI Como o cardeal de Bolonha quizera tratar paz entre os reis e não poude, e como as gentes d'el- rei Dom Pedro pelejaram com o conde e o desbarataram. Capitulo XXVII Como el-rei Dom Pedro de Portugal disse por Dona Ignez que fora sua mulher recebida, e da maneira que em ello teve.
  • 4. 4 Capitulo XXVIII Do testemunho que alguns deram no casamento de Dona Ignez, e das razões que sobre ello propoz o conde Dom João Affonso. Capitulo XXIX Razões contra isto, de alguns que ahi estavam, duvidando muito n'este casamento. Capitulo XXX Como os reis de Portugal e de Castella fizeram entre si avença, que entregassem, um ao outro, alguns que andavam seguros em seus reinos. Capitulo XXXI Como Diogo Lopes Pacheco escapou de ser preso, e foram entregues os outros, e logo mortos cruelmente. Capitulo XXXII De algumas cousas que el-rei Dom Pedro de Castella mandou fazer, e como fez paz com el-rei de Aragão entrando em seu reino. Capitulo XXXIII De algumas entradas que el-rei este anno fez no reino de Granada, e como el-rei Vermelho se veiu pôr em seu poder, cuidando de ser seguro, e el-rei o mandou matar. Capitulo XXXIV Das avenças que el-rei de Castella fez com el-rei de Aragão, entrando em seu reino, e como as depois não quiz guardar. Capitulo XXXV Como el-rei Dom Pedro entrou outra vez em Aragão, com sua frota de naus e galés, e das cousas que alli fez. Capitulo XXXVI Como o conde Dom Henrique entrou por Castella com muitas companhas, e foi alçado por rei; e como el-rei Dom Pedro mandou desamparar todos os logares que em Aragão tinha filhados. Capitulo XXXVII Como el-rei Dom Pedro de Castella enviava uma sua filha a Portugal, e como elle partiu de Sevilha com temor que houve dos da cidade. Capitulo XXXVIII De como el-rei Dom Pedro de Castella fez saber a seu tio que era em seu reino, e como se el-rei escusou de o vêr, e lhe fazer ajuda. Capitulo XXXIX
  • 5. 5 Como el-rei de Castella partiu de Coruche, e se foi de Portugal; e quaes enviaram em sua companha. Capitulo XL Como el-rei Dom Pedro chegou a Galliza, e matou o arcebispo de São Thiago, e se foi para Inglaterra. Capitulo XLI Como el-rei Dom Henrique chegou a Sevilha, e da alliança que fez com el-rei de Portugal. Capitulo XLII Como el-rei de Portugal enviou seus embaixadores a casa do principe de Galles, por se desculpar do que el-rei Dom Pedro dizia. Capitulo XLIII Como Dom João, filho de el-rei Dom Pedro de Portugal, foi feito mestre de Aviz. Capitulo XLIV Como foi trasladada Dona Ignez para o mosteiro de Alcobaça, e da morte d'el-rei Dom Pedro. Crónica do reinado de D. Pedro, escrita por Fernão Lopes, constitui a primeira das três grandes crónicas do primeiro cronista régio. Composta entre 1440 e 1450, foi impressa pela primeira vez em Lisboa, em 1735, por José Pereira Baião. A crónica inicia-se com o retrato do rei, descrevendo os seus gostos particulares, como a caça, e centrando-se no seu zelo, por vezes, excessivo, na execução da justiça. A narração detém-se com mais demora no relato da vingança e glorificação de Inês de Castro, lembrando o cronista que o rei, ao punir os algozes que jurara perdoar diante de seu pai, perdeu muito da boa fama de que gozava junto do povo. Já nesta crónica, o povo surge como personagem coletiva que, na transmissão de histórias que ilustram o comportamento do rei, julga a ação governativa do soberano. Ao mesmo tempo, uma outra linha de leitura prepara o triunfo posterior de D. João I, como, por exemplo, no sonho em que D. Pedro auspicia que o seu filho D. João realizaria grandes feitos. Os materiais que esta crónica aproveitou atestam a escassez de fontes de que o autor dispunha relativamente ao reinado de D. Pedro e, por consequência, a habilidade do historiador na organização de fragmentos documentais diversos, que vão desde as histórias semilendárias que se avolumaram em torno da conceção de justiça do soberano, até aos livros de chancelaria régia, atas, cartas, e até alguns períodos de Pero López de Ayala na Crónica del Rey Don Pedro.