O documento analisa o desempenho econômico da América do Sul no contexto da fraqueza global. Aponta sinais tímidos de melhora nas economias emergentes devido às taxas de juros baixas e preços de commodities em alta, apesar da volatilidade cambial e situação fiscal frágil. A inflação mais benigna é um ponto positivo.
1. Monitor America do Sul
Julho 2016
“Panorama melhor”
Com um desempenho global que continua fraco e sem sinais claras de melhora, o Brexit
gerou um terremoto impulsionando uma nova onda de políticas monetárias expansivas e
aumentando o risco do sistema bancário ainda fraco.
EUA se apresenta com menos folego e Europa vai sofrer os efeitos negativos da saída de
Inglaterra da União. A China continua fraca mas numa trajetória de expansão. Nesse
cenário as taxas de juros deveriam se manter baixas, o que junto a preços de
commodities com leve viês expansivo dão espaço para um melhor desempenho das
economias emergentes.
Nelas, a volatilidade cambiaria, o crescimento decepcionante, e uma situação fiscal em
deterioro construem um cenário complexo que evita tirar o melhor da conjuntura. A
melhor notícia vem de um frente inflacionário mais benigno.
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3. Tímidas sinais de melhora da atividade e forte compromisso
com a estabilidade de preços geram melhora das expectativas
e forte apreciação cambiaria. Os desafios continuam difíceis,
principalmente no frente fiscal. O governo pretende passar
na camara reformas para conter o gasto. Retomada do
crescimento poderia ser no primeiro trimestre de 2017.
Após um começo de ano mais fraco, o segundo trimestre teve
melhores números. A aceleração deveria continuar da mão
de uma maior atividade dos sócios comerciais. Os dados de
Maio apresentaram um significativo deterioro fiscal devido à
menor receita e mais investimentos.
Continua o cenário de fraqueza mesmo que o ritmo de
desaceleração do segundo trimestre parece ter sido menor. A
inflação continua alta e o cambio tem se apreciado com o
dólar de Julho abaixo do de começo de ano. O cenário de
estanflação fez que o governo celebre grandemente uma
promessa de uma terceira pranta de celulose.
O bimestre passado foi desafiador para a economia com
inflação acima do esperado (em níveis absurdamente altos) e
atividade económica em zona negativa. A política monetária
fica mista com movimentos na taxa de juros procurando não
restar folego ao cambio mesmo que a inflação não apresenta
sinais de melhora. Frente fiscal muito complexo.
BRASILPARAGUAYURUGUAYARGENTINA
BRA 15(f) 16(f) 17(f)
0,37% PIB (US bi) 5904 5800 6258 Ù
0,14% Var a/a -3,8% -3,3% 1,0% Ù
0,08% Infla 10,7% 7,1% 4,9% Ú
-0,22% USD 3,96 3,50 3,69 Ú
-0,32% Res fiscal -10,3% -9,2% -8,3% Ù
URY 15(f) 16(f) 17(f)
-2,16% PIB (US bi) 53 49 51 Ú
-0,03% Var a/a 0,9% 0,2% 1,0% Ú
0,18% Infla 9,4% 10,1% 9,3% Ù
2,17% USD 29,9 34,3 37,4 Ù
0,13% Res fiscal -3,5% -3,7% -3,2% Ú
ARG 15(f) 16(f) 17(f)
0,86% PIB (US bi) 630 566 619 Ú
0,06% Var a/a 2,4% -1,0% 3,1% Ú
-0,09% Infla 26,9% 37,0% 21,3% Ù
-0,76% USD 13,0 16,1 18,3 Ù
0,17% Res fiscal -4,8% -4,6% -0,9% Ù
PRY 15(f) 16(f) 17(f)
2,38% PIB (US bi) 28 27 28 Ú
0,06% Var a/a 3,1% 3,1% 3,6% Ù
0,03% Infla 3,1% 4,6% 4,5% Ù
-2,13% USD 5782 5925 6175 Ù
-0,05% Res fiscal -1,8% -2,0% -1,7% Ù
4. Finalmente a paz foi assinada o que somente abre novos
frentes em termos de segurança. As contas públicas estão
desafiadoras dada a evolução do preço do petróleo, mas um
preço médio mais alto em 2017 deveria ajudar. A inflação
ainda segue fora de linha e determina as decisões de política
monetária mesmo num contexto de menos dinamismo.
Os dados de desempenho económico se apresentam fracos
mas em zona positiva. A atividade interna não esta ruim, mas
a atividade externa precisa pegar momento e a menor
atividade de USA não ajuda. A preocupação da autoridade
monetária é quanto a conter a desvalorização cambiaria e
dessa forma manter em linha a inflação.
PPK conseguiu se impor a Keiko no segundo turno para
presidir a única economia que esta aumentando a sua
velocidade de crescimento. Para manter o ritmo é preciso
acionar sobre o investimento privado. Alguns planos chave na
campanha implicam um deterioro fiscal (queda do IVA) o que
pode gerar um desafio para as contas públicas.
Chile acumula meses com leituras que somente sinalizam
fraqueza no ritmo de expansão. As exportações mineiras
tiveram menor atividade e o mercado interno esta resfriando
devido ao maior desemprego. Isso ajuda à inflação a retornar
ao centro da meta. O governo pretende passar mudanças
numa agenda de reformas mas tem pouco capital político.
MEXICOCOLOMBIAPERUCHILE
MEX 15(f) 16(f) 17(f)
PIB (US bi) 1103 1099 1175 Ú
Var a/a 2,5% 2,4% 2,6% Ú
Infla 2,1% 3,0% 3,2% Ú
USD 17,4 17,5 17,4 Ù
Res fiscal -3,5% -2,8% -2,8% Ù
COL 15(f) 16(f) 17(f)
PIB (US bi) 293 279 318 Ù
Var a/a 3,1% 2,3% 2,9% Ù
Infla 6,8% 6,4% 4,2% Ù
USD 3175 3050 2950 Ú
Res fiscal -3,0% -3,9% -3,5% Ú
PER 15(f) 16(f) 17(f)
PIB (US bi) 192 189 198 Ú
Var a/a 3,3% 3,6% 4,1% Ù
Infla 4,4% 3,0% 2,8% Ú
USD 3,41 3,44 3,53 Ú
Res fiscal -2,1% -2,9% -2,5% Ù
CHL 15(f) 16(f) 17(f)
PIB (US bi) 240 239 259 Ù
Var a/a 2,1% 1,6% 2,0% Ú
Infla 4,4% 3,4% 2,8% Ú
USD 709 684 680 Ú
Res fiscal -2,2% -3,0% -3,0% Ù