O documento analisa o desempenho econômico da América do Sul no primeiro trimestre de 2017, notando que houve sinais melhores do que o esperado, mas problemas estruturais permanecem. As perspectivas para o segundo trimestre são piores que as do primeiro, e instabilidades políticas adicionam viés negativo.
América do Sul tem início de ano melhor do que o esperado
1. Monitor America do Sul
Maio 2017
“Começo melhor do esperado”
O primeiro trimestre teve sinais melhores do esperado nas economias desenvolvidas e na Asia
com China se consolidando num crescimento algo por debaixo de 7%.
A cotação do dolar e a lentidão no aumento das tasas tem contribuido para um fluxo positivo de
IED contra as expectativas do mercado no começo do ano.
Mesmo assim, o padrão de crescimento não faz desaparecer os problemas estruturais que
trouxeram crises no passado: alto nível de endividamento, lento crescimento da produtividade,
desigualdade crescente.
As economías da região apresentaram desempenhos mistos no primeiro trimestre com as
economias do Pacífico decepcionando.
As perspectivas para o segundo trimestre são piores que as do primeiro porém continúa um
lento processo de aceleração para níveis de crescimento que ainda vão estar abaixo do
potencial. Adicionalmente, o ruido político coloca um viés negativo.
Argentina e Brasil envolvidos em problemas gerados por eles, Uruguay e Paraguay com
surpressas por dados levemente melhores ao esperado quanto a atividade, Colombia, Chile e
Perú com menos dinamismo do esperado.
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3. A pesar de algumas sinais possitivas a economia não
consegue apresentar evidência consistente de melhoras, o
que junto com um quadro político extremo faz difícil compor
um cenário possitivo. O ponto possitivo é o controle de
preços com uma infla em queda e uma expectativa de forte
corte da taxa de política económica.
O primeiro trimestre do ano foi melhor do esperado
consistente com uma alta de 5% para o ano. O investimento
público em infraestrutura e a indústria tiveram destaque. A
inflação segue sob controle e o guarani teve revalorização
real. O saldo comercial teve um desempenho um pouco pior
e o déficit fiscal (devido a obra pública) uma alta.
A inflação segue caindo e o peso teve um forte processo de
revalorização. Após um primeiro trimestre bom, os
indicadores de anticipo não são tão fortes para o segundo. O
problema fiscal continúa significativo com um déficit que
obliga ao governo a se endividar o que justifica o outlook
negativo na qualificação da dívida.
Mesmo com leve avanço de registros de atividade mensal a
economia ainda segue abaixo do desempenho de um ano
atras. O déficit fiscal é importante o que demanda um
aumento significativo da dívida internacional e deprime o
cambio. A economia deve se acelerar no resto do ano porém
a alta dependéncia da dívida gera instabilidade no modelo.
BRASILPARAGUAYURUGUAYARGENTINA
BRA 16 (e) 17(f) 18(f)
-3,40% PIB (US bi) 6267 6510 6833 Ú
-0,17% Var a/a -3,6% 0,8% 2,8% Ú
0,21% Infla 6,3% 4,0% 4,2% Ú
3,16% USD 3,26 3,28 3,44 Ú
-0,20% Res fiscal -9,0% -7,1% -5,9% Ù
PRY 16 (e) 17(f) 18(f)
2,24% PIB (US bi) 27 29 31 Ù
0,13% Var a/a 4,1% 4,2% 3,9% Ù
0,03% Infla 3,9% 4,2% 4,2% Ú
-2,01% USD 5738 5775 5920 Ú
-1,20% Res fiscal -1,5% -1,6% -1,6% Ú
URY 16 (e) 17(f) 18(f)
-0,51% PIB (US bi) 53 57 61 Ù
-0,09% Var a/a 1,5% 2,1% 2,7% Ù
0,00% Infla 8,1% 7,6% 7,8% Ú
0,40% USD 29,2 30,4 32,6 Ú
-2,00% Res fiscal -4,0% -3,5% -3,0% Ù
ARG 16 (e) 17(f) 18(f)
0,63% PIB (US bi) 546 604 649 Ù
-0,06% Var a/a -2,1% 2,7% 3,0% Ú
0,04% Infla 41,0% 21,8% 14,5% Ù
-0,64% USD 19,9 17,7 19,8 Ù
0,03% Res fiscal -4,5% -4,2% -3,5% Ú
4. Os dados da atividade económica não foram bons no começo
do ano. Menos atividade do previsto e um mercado laboral
que não apresenta sinais de aceleração. Adicionalmente a
inflação segue alta, mas a economia fraca faz que o Banco
Central contrarie as expectativas e faça uma redução das taxas
da PM.
Melhoras no frente fiscal e na atividade durante o primeiro
trimestre sustentam uma alta na expectativa de crescimento
para esse ano. A inflação também em alta não permite pausar
o ciclo de alza das taxas do BC. O peso tem se apreciado mas o
fluxo comercial segue bem.
Tormentas do clima e do cenário político tiraram fólego do
desempenho económico no começo do ano. O sinal da PM
continua positiva para a atividade com novas quedas da taxa
permitidas por um contexto inflacionario benigno. O governo
negocia no parlamento um pacote de aceleração de
crescimento com investimento de infraestrutura.
Chile não apresentou bons dados no começo do ano mas
conseguiu evitar uma queda no primeiro trimestre. A
economia deve seguir fraca no resto do ano mas com inflação
em queda o BC tem condições de reduzir a taxa e adicionar
estímulo na atividade.
MEXICOCOLOMBIAPERUCHILE
MEX 16 (e) 17(f) 18(f)
PIB (US bi) 1046 1073 1129 Ù
Var a/a 2,3% 1,6% 2,0% Ù
Infla 3,4% 5,7% 3,6% Ù
USD 20,7 20,2 19,7 Ú
Res fiscal -2,6% -2,5% -2,3% Ù
COL 16 (e) 17(f) 18(f)
PIB (US bi) 282 305 325 Ú
Var a/a 2,0% 2,0% 2,7% Ú
Infla 5,8% 4,2% 3,5% Ù
USD 3002 3032 3038 Ú
Res fiscal -3,9% 0,0% -2,9% Ù
PER 16 (e) 17(f) 18(f)
PIB (US bi) 195 213 218 Ù
Var a/a 3,9% 2,7% 3,9% Ú
Infla 3,2% 3,0% 2,6% Ù
USD 3,36 3,38 3,41 Ú
Res fiscal -2,6% 0,0% 0,2% Ù
CHL 16 (e) 17(f) 18(f)
PIB (US bi) 251 254 278 Ù
Var a/a 1,6% 1,7% 2,5% Ú
Infla 2,7% 3,0% 3,0% Ú
USD 670 679 678 Ú
Res fiscal -2,8% -3,2% -3,0% Ù