O documento discute três tópicos principais: 1) O envelhecimento da população brasileira trará um aumento significativo no número de idosos nas próximas décadas, levando a maiores gastos com saúde; 2) As restrições fiscais representam um desafio para o financiamento do SUS; 3) Existem oportunidades para contenção de custos e potencial de crescimento no setor de saúde suplementar no Brasil.

1. A Economia Política do SUS:
A visão de múltiplos atores
Dr. José Cechin
jcechin@iess.org.br
www.iess.org.br
São Paulo, 13 de Agosto de 2019

2. Ser agente promotor da
sustentabilidade da saúde
suplementar pela produção
de conhecimento do setor
e melhoria da informação
sobre a qual se tomam
decisões.
Nossa Missão

3. Nossas Publicações periódicas
1. Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB)
- Mensal
2. Relatório de Emprego na Cadeia da Saúde
Suplementar (RECSS) – Mensal
3. Boletim Científico - Quadrimestral
4. Conjuntura Saúde Suplementar - Trimestral
5. Saúde Suplementar em Números - Trimestral
6. Variação dos Custos Médico Hospitalares (VCMH)
– Semestral

4. Nossos Estudos Técnicos
• Textos para Discussão
• Estudos Especiais
• Estudos segmentados realizados
por especialistas
• Pareceres e Notas Técnicas
• Relatórios Específicos

5. Sistemas de saúde

6. Sistemas de saúde
 A busca pela saúde é um processo
 É vã a busca por um único sistema ideal
 Saúde depende de outros fatores além de um bom sistema de
saúde
 Os sistemas de cada país são produto de sua história, cultura,
tradições, organização social e política

7. Questões na escolha do modelo
 Cuidar de todos ou não; com ou sem limite?
 Se não de todos, de quem cuidar?
 Se os recursos são limitados, o que será coberto?
 Diferenciar tempo de espera entre pacientes?
 Como financiar o sistema?

8. Opção Brasileira da CF/88 - SUS
 É direito de todos e dever do Estado
 Sistema Único de Saúde (SUS), admitida a atuação iniciativa
privada
 Princípio do SUS: universalidade, integralidade e equidade
Interpretações: tudo, para todos e sem cobrança no ponto de
atendimento?
 Consequências:
• Estado paternalista
• Ignora que o indivíduo tem deveres para com sua saúde

9. Saúde Suplementar x SUS
 Há universalidade?
• Cobertura somente para quem é
beneficiário de plano.
 Há integralidade da assistência?
• Cobertura é a estipulada nas
normas e no contrato.
 Há igualdade na assistência?
• Cada beneficiário terá direito ao
que ele tiver contratado.
Seguiriam princípios semelhantes?

10. Financiamento
 SUS: via orçamentária, por tributos
• Da União (Seguridade Social –
COFINS, CSLL, Folha);
• dos Estados e DF (12% da RCL); e
• dos Municípios (15% da RCL).
 Saúde Suplementar: via mensalidades
• Regulação por contrato comutativo
• Cobertura mínima do Rol de
procedimentos mínimos da ANS
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11. Sistemas de Saúde no Mundo
Formas de atuação privada:
• Em paralelo e em duplicidade: ESP, ITA, AUS, RU, BRA
• Em suplemento: ALE, CAN, HOL, para serviços não cobertos pelo
público
• Em complemento: EUA e FRA, para co-pagamentos
• Em substituição e na Atenção Primária:
EUA, para excluídos do público
ALE, optativo para alta renda
 Sistema público coexiste com o privado
 Na medida em que o país se desenvolve, cresce a participação do
público
 Na CE prevalecem o sistema o público, que participa com 72% em
média
 No Brasil, o público participa com 43%
 Caminho para a universalidade no mundo?

12. Despesas crescem de
forma acelerada

13. Despesas crescem de forma acelerada
Fonte: IESS e IBGE.

14. VCMH: Comparativo internacional
A VCMH como múltiplo da inflação geral no Brasil e no mundo (2017)
FONTE: IESS - COM BASE EM DADOS DAS CONSULTORIAS AON HEWITT, MERCER E WILLIS TOWERS WATSON.

15. Envelhecimento
mais acelerado na saúde suplementar

16. O envelhecimento populacional
→ Resumo: em 40 anos
• PIA encolhe 5,4%
• sexagenários duplicam
• septuagenários triplicam
• octogenários quadruplicam
População brasileira por faixa etária
Faixa etária 2016 2056 ∆(%)
00-18 58.607.783 44.348.852 -24,3%
19 – 58 118.672.363 112.273.491 -5,4%
59+ 27.876.441 74.182.880 166,1%
60-69 14.534.648 29.589.014 103,6%
70 – 79 7.713.042 24.074.083 212,1%
80 – 89 3.101.382 12.791.375 312,4%

17. O envelhecimento da Saúde Suplementar
Tabela – Beneficiários de planos médico-hospitalares
por faixa etária e variação percentual entre 2000 e 2018.
Fonte: SIB/ANS/MS - 06/2019. Elaborado pelo IESS em 07/08/2019.
Nota: o número de beneficiários de cada ano foi elaborado com base na
média de beneficiários dos quatro trimestres do ano.
Últimos 18 anos:
 Dobrou o número de
beneficiários idosos
nos planos de saúde.
 Quase triplicou o
número de
beneficiários com 80
anos ou mais.
Faixa etária (anos) 2000 2018
Variação (%)
entre 2000 e
2018
0 - 59 27.578.846 40.785.686 47,9%
60 ou mais 3.311.016 6.428.137 94,1%
60 - 69 1.860.132 3.397.547 82,7%
70 - 79 1.058.544 1.900.278 79,5%
80 ou mais 392.340 1.130.311 188,1%

18. O que vem junto com o
envelhecimento?
Problemas de saúde mais frequentes, de maior complexidade e
com maiores gastos. Realidade no público e no privado
um simples fato da vida

19. Efeito do envelhecimento nos custos
Fonte: IBGE e Pesquisa Unidas 2017/2018. Elaboração: FenaSaúde

20. Efeito do envelhecimento: 2016-2056
Fonte: IBGE e Pesquisa Unidas 2017/2018. Elaboração: FenaSaúde
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
9%
0-1
1-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80+
População(%)
Faixa-Etária (anos)
População 2016 População 2056
Despesa: + 47%

21. Restrições fiscais e
financiamento do SUS

22. Estrutura de gastos (em valores correntes)
Fonte: Resultado Primário do Governo Central - Brasil - Anual - 1997 a 2018. Elaboração: IESS.
1997 2007 2017 2018
Receita Corr. Líquida 134,77 516,44 1.154,75 1.227,51
Despesa primaria 132,97 458,79 1.279,01 1.351,76
1. Benefícios Previdenciários 47,05 185,29 557,23 586,38
2. Pessoal e Encargos Sociais 40,13 117,59 284,04 298,02
3. Abono e Seguro Desemprego 4,32 17,99 54,51 53,55
4. BPC + RMV 2,34 14,19 53,74 56,16
5. Bolsa Familia - 9,0 28,3 29,9
6. Demais obrigatorias 8,60 56,63 197,25 201,34
Primario 1,80 57,65 -124,26 -120,22
Previdência (%) 34,9 35,9 48,2 47,7
Previdência + folha (%) 64,7 58,6 72,9 72,0
Grande Folha (%) 69,6 66,6 84,7 83,4
Grande Folha (1+2+3+4+5) 93,84 344,06 977,85 1024,04
Percentual de RCL

23. Perspectivas
Contenção dos custos crescentes
Potencial de crescimento do setor saúde

24. Contenção de custos
 Operadoras migrando para gestores de saúde com beneficiário no centro
da ações (desfecho e qualidade de vida)
 Mudanças nos modelos de assistência à saúde – APS, coordenação do
cuidado e orientação para serviços secundários e terciários
 Ações de Promoção da saúde e Prevenção de doenças
 Redução do custeio administrativo
 Investimentos em sistemas de informações para detectar fraudes e abusos
 Novas relações com a indústria (compras diretas)
 Novos modelos de remuneração

25. Contenção de custos: envolvimento de todos
O grande desafio: entender e reduzir o ritmo de aumento das despesas
Assegurar sustentabilidade requer ações sobre fatores propulsores do aumento das despesas:
- Incorporação e prescrição de novas tecnologias, desperdícios, preços, atitudes dos
consumidores e profissionais, sua formação, judicialização, hábitos de vida .....
- Por parte de todos os participantes de cadeia de valor da saúde
Incorporação de tecnologias:
Questão de escolhas entre o desejo de acesso imediato a qualquer tecnologia disponível no
mundo e as possibilidades econômicas das pessoas e sociedades.
Desperdícios:
- Detectar, apurar e apenar
- Mudar a formas de remuneração

26. Potencial de crescimento do setor
Gasto como % do PIB: equivalente à média da OECD
Gasto per capita: um terço da média OECD
Gasto cresce mais aceleradamente do que a renda
Investimentos atrativos para capital estrangeiro
Consolidação em todos os segmentos
Novos produtos
Maior integração com infraestrutura do SUS

27. Emprego na atenção à saúde

28. Evolução de preços nos US por setor

29. 29
Obrigado!
José Cechin
INSTITUTO DE ESTUDOS DE SAÚDE SUPLEMENTAR - IESS
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