1. Um Futuro para a Saúde
Mónica Correia
03/03/2015
“O relatório propõe uma transição do modelo atual, centrado
no hospital e na doença (…), para um sistema centrado nas pessoas
e baseado na saúde, em que os cidadãos são parceiros na
promoção da saúde e na organização dos cuidados.”
2. Um Futuro para a Saúde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde como sendo
o estado de completo bem-estar físico, mental e social.
Assim, o conceito de saúde transcende à ausência de doenças e afeções.
Bio Psico
Social
3. - Explorar uma nova abordagem à promoção da saúde com base no reforço
da iniciativa individual e coletiva, recorrendo à partilha e divulgação de
conhecimento científico e à utilização de TIC´s
- Apontar caminhos para a redução da incidência de doenças crónicas,
aumentando a capacitação dos cidadãos no que respeita à prevenção e
reduzindo a morbilidade e, consequentemente, a despesa pública
- Apresentar propostas de transição do sistema baseado no tratamento da
doença para um sistema assente na promoção coletiva e multidisciplinar
do bem estar, promovendo a otimização dos recursos e da
sustentabilidade do sistema (SNS)
Um Futuro para a Saúde
-Objetivos-
4. Positivas (potenciar) Negativas (neutralizar)
Ciência e tecnologias Biomédicas Envelhecimento da população e baixa tx de
natalidade
TIC Desigualdades sociais
Evidências Cientificas para a prevenção de
doenças
Aumento de doenças crónicas
Nível cultural e educacional Modelo de cuidados de saúde não acompanha as
necessidades (pouco orientado para d. crónicas)
Aumento da consciência do risco Aumento dos custos nos cuidados de saúde
Iniciativas governamentais Estilos de vida pouco saudáveis
Um Futuro para a Saúde
-A realidade-
5. O conhecimento apresenta-se como a principal vantagem competitiva das
sociedades modernas. Possui um valor económico e social vital para o
desenvolvimento de uma sociedade, oferecendo um contributo para o
desenvolvimento equilibrado e sustentado.
A era 2.0 permite que as pessoas interajam na produção, desenvolvimento e
partilha de conhecimento, criando conteúdos baseados em processos
colaborativos. Tudo é partilhado e acessível a todos.
“Os doentes devem ser vistos como o centro da gestão da sua própria vida e
partilhar as decisões em saúde com o seu médico, dispondo da informação
necessária para compreender a sua própria saúde…”
New Health Economy
#Era 2.0#
6. Capacitar permite fornecer autonomia, criar autoconfiança e promover progresso de
forma mais sustentável. É mais do que treinar, é desenvolver uma competência
específica que liberta a pessoa de comportamentos autómatos
permitindo/estimulando comportamentos autónomos.
Uma forma muito eficaz de envolver as pessoas num determinado objetivo, é
coloca-las a par dos progressos conseguidos (“walk the talk”): aumenta o
compromisso, o empenho e a vontade de participar, logo a capacitação e a iniciativa
individual e coletiva.
“Estar envolvido nas decisões acerca da sua própria saúde e participar no
planeamento dos serviços contribui para incrementar o envolvimento do doente,
aumentando a qualidade e reduzindo os custos com a saúde”.
New Health Economy
#Capacitação#
7. Um acesso sem barreiras a um conhecimento global gera um processo de
capacitação que resulta em comportamentos mais conscientes.
Mindful Consumption (Seth et al, 2010) é um conceito que tem em consideração a
preocupação que o consumidor manifesta não apenas consigo próprio, mas também
com a comunidade e o meio que o envolve.
Mindful Consumption é o resultado de uma sinergia obtida a partir de dois aspetos:
mindful mindset, atitude que representa a necessidade de olhar por si próprio, pela
comunidade e pelo meio envolvente, e mindful behavior, que representa o
comportamento resultante da nova atitude moderada em relação às formas de
consumo.
“Um comportamento e consumo conscientes resulta num prolongamento de uma
vida saudável e a sustentabilidade futura do sistema de saúde depende disso”.
New Health Economy
#Mindful Consumption#
8. A tomada de decisões, em saúde, é cada vez mais assente em em milhões de dados
cruzados, alguns fornecidos por pacientes envolvidos em ensaios clínicos, outros a
partir de informações obtidas em fontes que incluem registos de doenças, registos
electrónicos de saúde ou bases de dados de sinistros.
Os dados provêm de multiplos canais e de vários pontos de contacto, resultando
numa melhoria significativa no conhecimento do comportamento do doente.
Utilizando os dados obtidos através do RWE, os pacientes, os prestadores de
cuidados e aqueles que suportam os encargos financeiros, podem melhor avaliar o
valor dos serviços e dos tratamentos bem como os seus custos totais.
“A informação resultante destes processos tem um verdadeiro valor económico e
financeiro.”
New Health Economy
#Real World Evidence#
9. Os wearables são dispositivos, que produzem dados, integráveis no dia a dia das pessoas
comuns. Estes dados podem servir de base aos seus utilizadores para monitorizar aspetos da
sua saúde, ou servir de apoio à decisão de prestadores de serviços na área da saúde
otimizando a sua performance. Os wearables interagem com outros aparelhos (internet of
things) e os dados recolhidos são, geralmente, integrados na cloud ou em aplicações de Big
Data.
Alguns benefícios obtidos pela utilização de wearables são, por exemplo a monitorização de
pacientes, a melhoria na dieta e no exercício, acesso a informação médica e clínica,
diagnósticos mais precisos ou melhorias na adesão às terapeuticas.
“O Health Cluster Portugal visa transformar Portugal num parceiro competitivo na
investigação, conceção e desenvolvimento de produtos e serviços, baseando-se no
reconhecimento da sua qualidade, nível tecnológico e competências na área da inovação.”
New Health Economy
#Wearables &
The Internet of Things#
10. A relação, entre políticas públicas e saúde ganhou relevo nos últimos anos, envolvendo um
duplo compromisso: o compromisso político de situar a saúde no topo da agenda pública, e o
compromisso técnico de enfatizar, como foco de intervenção, os fatores determinantes do
processo saúde-doença.
Proporcionar saúde significa que, além de evitar doenças e prolongar a vida, assegurar meios
e situações que ampliem a qualidade da vida “vivida”, ou seja, ampliem a capacidade de
autonomia e o padrão de bem-estar que, por sua vez, são valores socialmente definidos, que
veiculam valores e escolhas.
Decisões baseadas em processos de design thinking propiciam uma análise de diversos
ângulos e perspetivas para solução de problemas, priorizando o trabalho colaborativo em
equipas multidisciplinares em busca de soluções inovadoras.
Análise de ineficiencias nos cuidados têm reflexos na saúde dos cidadãos e nas contas do
estado (exames de diagnóstico, dispensa de medicamentos dispendiosos, etc.-> afeta a
sustentabilidade do sistema
“A deficiente qualidade dos cuidados de saúde não é apenas má para os doentes, é também
muito cara”
New Health Economy
#Governance#
Mendes, F., 2012
11. Principais Recomendações
Abordagem multi-stakeholder
•Novo pacto para a saúde
•Conselho Nacional da Saúde- Orgão representativo dos cidadãos, politicamente independente e responsável
•SNS Evidência- Orgão que fará a ponte entre o sistema atual e o sistema baseado na divulgação e partilha de
informação , evidências clinicas e boas práticas (benchmark)
•Fundo de transição
Cidadãos
•Literacia da saúde
•Portal da Saúde e
registo eletrónico
de saúde
•Representação do
cidadão junto dos
orgãos de gestão
Comunidade
•Autarquias:Subsidi
aridade e
responsabilidade
ambiental
•Sociedade civil
(Macro-
envolvente)
• Saúde pública
SNS
•Melhoria continua
da qualidade (SNS
Evidência)
•Colaboração do
SNS com a
investigação e a
industria
(inovação)
Governo
•Novos modelos
para os cuidados
de saúde (formal
vs informal)
•Accountability
•Publico-Privado
•Centros de
referência
Profissionais de
Saúde
•Formação
profissional(melhor
ia da qualidade e
aquisição de
novas
competencias)
•Criação da figura
“Enfermeiro de
família”
Gestão
Financeira
•Sustentabilidade
(gestão do
desperdício,
redução da
morbilidade e
otimização do
sistema)
•Gestão financeira
(financiamento e
contratualização)
Catalizadores para a mudança
12. Curto-prazo Médio-prazo Longo-prazo
MotordaMudança
Profissionais de
Saúde
•Controlo da Infeção
hospitalar*
•Capacitação dos
enfermeiros
•Melhoria continua na
qualidade.
•Envolvimento do
SNS com as áreas de
investigação
•Novos modelos de
cuidados de saúde
Comunidade •Informação pessoal
de saúde.
Representatividade
dos cidadãos
•Fomentar as redes
informais de cuidados
•Baixar a prevalência
de diabetes*
Intervenção Pública •Acesso à informação
•Criação do Conselho
Nacional para a
Saúde
•Literacia para a
saúde. Definição de
carreiras em saúde
pública
•Saúde e educação
para a saúde em
crianças e jovens*
Contexto Institucional •Accountability
•Sustentabilidade
financeira
•Fundo de transição
•Evidência do SNS
•Concordata publico-
privada
Fonte: Pedro Pita Barros
Desafios Gulbenkian*
* Poupança estimada de 1 a 3% da despesa anual com a saúde