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INTRODUÇÃO
• A palavra sífilis vem do grego: sys = porco + philein =
amar e significa “amor imundo”
• Sífilis= lues (latim) e significa praga, pestilência, epidemia
e corrupção
• Enfermidade sistêmica
• Exclusiva do ser humano século XV
• Vias de transmissão
• Sinais e sintomas: variável e complexo
• Prevenção sífilis exposição a DST
Aumento de casos de sífilis no Brasil
História da Sífilis
2637 a.C. – Médicos chineses descrevem cancros genitais e manifestações cutâneas
• 1100 d.C. – Epidemia de sífilis na Inglaterra ligada à moda de banhos públicos
• Fim do séc. XV / início do séc. XVI – Aspecto epidêmico da doença com possível origem americana
•1495 – Cumanus e Benedictus descrevem lesões de sífilis em soldados que participavam da batalha
de Fornovo
• 1498 – Villalobos de Salamanca descreve com precisão os primeiros sinais da sífilis
• 1514 – De Vigo descreve o cancro duro
• 1493-1541 – Paracelso divide a sífilis em primária e secundária
• 1527 – Jacques e Bettencourt empregam o termo doença venérea
• 1530 – Origem do termo sífilis
• 1566-1600 – Divulgação da doença pela imprensa. Publicados 58 livros sobre o assunto
• 1837 – Donnée descreve um espirilo denominado por Muller de Vibrio lineola , o qual seria chamado de
Spirochaeta refingens posteriormente
• 1838 – Diferenciação entre sífilis e gonorréia
• 1905 – Zoologista Fritz Schaudin e o dermatologista Paul Erich Hoffman denominaram o agente
etiológico da sífilis de Treponema pallidum
• 1943 – A penicilina é utilizada no tratamento da sífilis
• Tratamento: mercúrio, banhos, pomadas, licores, vinho,
pílulas, arsenicais trivalentes (salvarsam e neosalvarsam)
• 1921- Fournier e Guénot introduzem o bismuto no
tratamento de sífilis e posteriormente o bismuto é
substituído penicilina
• Existem duas teorias para a disseminação da sífilis
mundialmente:
✓ A sífilis já existia e adquiriu características epidêmicas
por volta de 1500
✓ Difundida pela Europa pela tripulação de Colombo, que
havia estado na América.
Em 1495, quando a cidade de Nápoles foi cercada por tropas
francesas comandadas pelo Rei Carlos VIII, as tropas
espanholas foram enviadas à cidade para reforçar a sua
defesa
Após a tomada da cidade pelos franceses, surgiu em suas
tropas uma doença, causadora de muitas mortes e que, por
intermédio de mercenários, rapidamente espalhou-se pela
Europa
A promiscuidade
e casas de prostituição
A sífilis e o castigo divino pecados
individuais
▪ Contaminação com uma relação sexual ilícita
▪ As mulheres eram consideradas as responsáveis
pela transmissão
▪ O estigma também afetava as crianças
Estudo Tuskegee de Sífilis não-
tratada em homens negros
➢ Ocorreu no Condado de Macon, Alabama (EUA)
➢ Período de 1932 – 1972
➢ 400 homens negros com sífilis
➢ Em 1969- 28 mortes no estudo
➢ Apenas 74 sobreviventes
➢ Avanço da Bioética
Entre 1891 e 1911 foi realizado o Estudo de Oslo, no qual três professores
observaram 2000 pacientes sem qualquer tipo de interferência, obtendo a
história natural da doença
Treponema pallidum
Microscópio de fluorescência
Treponema pallidum
Bactéria em forma de espiral (10 a 20 voltas)
5 - 20 𝗎m de comprimento
0,1 a 0,2 𝗎m de espessura.
Não possui membrana celular
Treponema pallidum
Flagelos na extremidade distal.
Junto a camada externa.
Ao longo do eixo longitudinal.
Rotação do corpo em volta do filamento.
Treponema pallidum
Não é cultivável.
Pátogeno exclusivo do homem.
Quando inoculado pode causar.
Infecções experimentais.
Em macacos e ratos.
Treponema pallidum
Destruído pelo calor e falta de umidade.
Resistência fora do seu ambiente de 26 horas.
Divide-se transversalmente a cada 30 horas.
Treponema pallidum
Por causa da pequena diferença de densidade.
Entre o corpo e a parede do T. pallidum.
Cora-se fracamente.
Daí o nome pálido, do latim pallidum.
Treponema pallidum
Treponema pallidum
1 138 006 (pares de bases)
Treponema pallidum
Limitada biossíntese.
com baixo teor de oxigênio.
Prefere locais
Poucos componentes
protéicos em sua
parede celular.
Treponema pallidum
Gênero Treponema
Da família Treponemataceae.
Possui 4 espécies patogênicas.
Pelo menos 6 espécies não patogênicas.
Treponema pallidum
Limitada biossíntese.
com baixo teor de oxigênio.
Prefere locais
Poucos componentes
protéicos em sua
parede celular.
Treponema pallidum
As espécies patogênicas são:
1. Treponema pallidum subesp. pallidum - sífilis.
2. Treponema carateum - pinta.
3. Treponema pertenue - bouba.
4. Treponema pallidum subesp. endemicum - sífilis endêmica ou bejel.
1 Treponema pallidum subesp.
Pallidum - causador da Sífilis
Treponema carateum –
causador da Pinta
Primariamente acomete a pele
Treponema pertenue –
causador da Bouba
Infecção tropical da pele, ossos e articulações.
Treponema pallidum subesp.
Endemicum - sífilis endêmica ou
bejel
Transmissão boca a boca
r. Compartilhamento de utensílios para comer e beber
Extrema falta de higiene.
Evolução
Sífilis primária
Sífilis primária
FTA-abs: + na Sífilis primária (Cancro)
Reação sorológica treponêmica
VDRL: + a partir da 3a semana
Reação sorológica não treponêmica
Sífilis secundária
Sífilis terciária
Sífilis congênita
EPIDEMIOLOGIA DA
SÍFILIS
Em 2016, a sífilis foi declarada como um
GRAVE problema de saúde pública no
Brasil.
A sífilis afeta 1.000.000 de gestantes/ ano em todo o
mundo, levando a mais de 300 mil mortes fetais e
neonatais e colocando em risco de morte prematura
mais de 200 mil crianças.
Estima-se que o custo per capita, em média, não
ultrapasse 1,4 dólar para a detecção dos casos de
sífilis ativa e 29 dólares para o tratamento das
mulheres gestantes (Brasil. Ministério da Saúde.
DataSUS, 2018)
Notificação compulsória
• Portaria nº 542 de 22 de dezembro de 1986: Sífilis
congênita
• Portaria nº 33 de 14 de julho de 2005: Sífilis em
gestantes
• Portaria nº 2472 de 31 de agosto de 2010: Sífilis
adquirida
Diagnóstico
Clínica
SorológicoHistopatológico
Testes sorológicos
• Não-Treponêmicos
(Rastreamento)
• VDRL
• RPR
• Treponêmicos
(Confirmação)
• FTA-Abs
• TPHA
Testes sorológicos
• Não-Treponêmicos
(Rastreamento) • AC Anticardiolipina
• Qualitativo ou
Quantitativo
• Metodologia de
floculação
• Possibilidade de falsos-
positivos
• Avaliação do tratamento,
6/6 meses, até 2º ano
•VDRL
•RPR
Testes sorológicos
• Treponêmicos
(Confirmação)
• FTA-Abs
• TPHA
• Antígenos
específicos T.
Pallidum
• Início da infecção
• Teste-Rápido: 30
minutos
COMO É FEITO O
TRATAMENTO DA SÍFILIS?
• O tratamento de escolha é a penicilina BENZATINA
(benzetacil), que poderá ser aplicada na unidade
básica de saúde mais próxima da residência.
• É a principal e mais eficaz forma
de combater a bactéria causadora
da doença.
COMO É FEITO O
TRATAMENTO DA SÍFILIS?
• Quando a sífilis é detectada na gestante, o tratamento deve
ser iniciado o mais rápido possível, com a penicilina
benzatina.
• Este é o único medicamento capaz de prevenir a
transmissão vertical, ou seja, de passar a doença para o
bebê
• A parceria sexual também deverá ser testada e tratada
para evitar a reinfecção da gestante.
Sífilis primária, secundária e
latente recente
(com menos de 1 ano de evolução)
Penicilina G Benzatina 2,4 milhões UI, IM, dose única
(1,2 milhões UI em cada glúteo)
OU
Doxiciclina 100 mg, VO, 2xdia, por 15dias (exceto gestantes)
OU
Ceftriaxona 1 g, IV ou IM, 1xdia, por8 a 10 dias para gestantes
e não gestantes
• SEGUIMENTO
• População em geral: trimestral (1º ano), semestral (2º ano)
• Gestante: mensal
SÍFILIS LATENTE TARDIA (com mais de um
ano de evolução) OU LATENTE COM DURAÇÃO
IGNORADA E SÍFILIS TERCIÁRIA
Penicilina G Benzatina 2,4 milhões UI, IM,semanal, por 3 semanas. Dose
total: 7,2 milhões UI, IM
OU
Doxiciclina 100 mg, VO, 2xdia, por 30dias (exceto gestantes)
OU
Ceftriaxona 1 g, IV ouIM, 1xdia, por 8a 10 dias para gestantes e não
gestantes
• SEGUIMENTO
• População em geral: trimestral (1º ano), semestral (2º ano)
• Gestante: mensal
Neurossífilis
Penicilina G Cristalina 18-24 milhões UI/dia,IV, doses de 3-4
milhões UI, a cada 4 horasou por infusão contínua, por 14 dias
OU
Ceftriaxona 1g, IV, 1 x/dia, por 10 a14 dia
SEGUIMENTO
Exame de líquor de 6/6meses
até normalização
Referências
Obs: As imagens são de domínio público.

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Sífilis: agente causador, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento

  • 1.
  • 2. INTRODUÇÃO • A palavra sífilis vem do grego: sys = porco + philein = amar e significa “amor imundo” • Sífilis= lues (latim) e significa praga, pestilência, epidemia e corrupção • Enfermidade sistêmica • Exclusiva do ser humano século XV • Vias de transmissão • Sinais e sintomas: variável e complexo • Prevenção sífilis exposição a DST Aumento de casos de sífilis no Brasil
  • 3. História da Sífilis 2637 a.C. – Médicos chineses descrevem cancros genitais e manifestações cutâneas • 1100 d.C. – Epidemia de sífilis na Inglaterra ligada à moda de banhos públicos • Fim do séc. XV / início do séc. XVI – Aspecto epidêmico da doença com possível origem americana •1495 – Cumanus e Benedictus descrevem lesões de sífilis em soldados que participavam da batalha de Fornovo • 1498 – Villalobos de Salamanca descreve com precisão os primeiros sinais da sífilis • 1514 – De Vigo descreve o cancro duro • 1493-1541 – Paracelso divide a sífilis em primária e secundária • 1527 – Jacques e Bettencourt empregam o termo doença venérea • 1530 – Origem do termo sífilis • 1566-1600 – Divulgação da doença pela imprensa. Publicados 58 livros sobre o assunto • 1837 – Donnée descreve um espirilo denominado por Muller de Vibrio lineola , o qual seria chamado de Spirochaeta refingens posteriormente • 1838 – Diferenciação entre sífilis e gonorréia • 1905 – Zoologista Fritz Schaudin e o dermatologista Paul Erich Hoffman denominaram o agente etiológico da sífilis de Treponema pallidum • 1943 – A penicilina é utilizada no tratamento da sífilis
  • 4. • Tratamento: mercúrio, banhos, pomadas, licores, vinho, pílulas, arsenicais trivalentes (salvarsam e neosalvarsam) • 1921- Fournier e Guénot introduzem o bismuto no tratamento de sífilis e posteriormente o bismuto é substituído penicilina • Existem duas teorias para a disseminação da sífilis mundialmente: ✓ A sífilis já existia e adquiriu características epidêmicas por volta de 1500 ✓ Difundida pela Europa pela tripulação de Colombo, que havia estado na América.
  • 5. Em 1495, quando a cidade de Nápoles foi cercada por tropas francesas comandadas pelo Rei Carlos VIII, as tropas espanholas foram enviadas à cidade para reforçar a sua defesa Após a tomada da cidade pelos franceses, surgiu em suas tropas uma doença, causadora de muitas mortes e que, por intermédio de mercenários, rapidamente espalhou-se pela Europa A promiscuidade e casas de prostituição
  • 6. A sífilis e o castigo divino pecados individuais ▪ Contaminação com uma relação sexual ilícita ▪ As mulheres eram consideradas as responsáveis pela transmissão ▪ O estigma também afetava as crianças
  • 7. Estudo Tuskegee de Sífilis não- tratada em homens negros ➢ Ocorreu no Condado de Macon, Alabama (EUA) ➢ Período de 1932 – 1972 ➢ 400 homens negros com sífilis ➢ Em 1969- 28 mortes no estudo ➢ Apenas 74 sobreviventes ➢ Avanço da Bioética Entre 1891 e 1911 foi realizado o Estudo de Oslo, no qual três professores observaram 2000 pacientes sem qualquer tipo de interferência, obtendo a história natural da doença
  • 8.
  • 10. Treponema pallidum Bactéria em forma de espiral (10 a 20 voltas) 5 - 20 𝗎m de comprimento 0,1 a 0,2 𝗎m de espessura. Não possui membrana celular
  • 11. Treponema pallidum Flagelos na extremidade distal. Junto a camada externa. Ao longo do eixo longitudinal. Rotação do corpo em volta do filamento.
  • 12. Treponema pallidum Não é cultivável. Pátogeno exclusivo do homem. Quando inoculado pode causar. Infecções experimentais. Em macacos e ratos.
  • 13. Treponema pallidum Destruído pelo calor e falta de umidade. Resistência fora do seu ambiente de 26 horas. Divide-se transversalmente a cada 30 horas.
  • 14. Treponema pallidum Por causa da pequena diferença de densidade. Entre o corpo e a parede do T. pallidum. Cora-se fracamente. Daí o nome pálido, do latim pallidum.
  • 16. Treponema pallidum 1 138 006 (pares de bases)
  • 17. Treponema pallidum Limitada biossíntese. com baixo teor de oxigênio. Prefere locais Poucos componentes protéicos em sua parede celular.
  • 18. Treponema pallidum Gênero Treponema Da família Treponemataceae. Possui 4 espécies patogênicas. Pelo menos 6 espécies não patogênicas.
  • 19. Treponema pallidum Limitada biossíntese. com baixo teor de oxigênio. Prefere locais Poucos componentes protéicos em sua parede celular.
  • 20. Treponema pallidum As espécies patogênicas são: 1. Treponema pallidum subesp. pallidum - sífilis. 2. Treponema carateum - pinta. 3. Treponema pertenue - bouba. 4. Treponema pallidum subesp. endemicum - sífilis endêmica ou bejel.
  • 21. 1 Treponema pallidum subesp. Pallidum - causador da Sífilis
  • 22. Treponema carateum – causador da Pinta Primariamente acomete a pele
  • 23. Treponema pertenue – causador da Bouba Infecção tropical da pele, ossos e articulações.
  • 24. Treponema pallidum subesp. Endemicum - sífilis endêmica ou bejel Transmissão boca a boca r. Compartilhamento de utensílios para comer e beber Extrema falta de higiene.
  • 27. Sífilis primária FTA-abs: + na Sífilis primária (Cancro) Reação sorológica treponêmica VDRL: + a partir da 3a semana Reação sorológica não treponêmica
  • 32.
  • 33.
  • 34. Em 2016, a sífilis foi declarada como um GRAVE problema de saúde pública no Brasil.
  • 35. A sífilis afeta 1.000.000 de gestantes/ ano em todo o mundo, levando a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais e colocando em risco de morte prematura mais de 200 mil crianças. Estima-se que o custo per capita, em média, não ultrapasse 1,4 dólar para a detecção dos casos de sífilis ativa e 29 dólares para o tratamento das mulheres gestantes (Brasil. Ministério da Saúde. DataSUS, 2018)
  • 36. Notificação compulsória • Portaria nº 542 de 22 de dezembro de 1986: Sífilis congênita • Portaria nº 33 de 14 de julho de 2005: Sífilis em gestantes • Portaria nº 2472 de 31 de agosto de 2010: Sífilis adquirida
  • 37.
  • 38.
  • 39.
  • 40.
  • 41.
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  • 51. Testes sorológicos • Não-Treponêmicos (Rastreamento) • VDRL • RPR • Treponêmicos (Confirmação) • FTA-Abs • TPHA
  • 52. Testes sorológicos • Não-Treponêmicos (Rastreamento) • AC Anticardiolipina • Qualitativo ou Quantitativo • Metodologia de floculação • Possibilidade de falsos- positivos • Avaliação do tratamento, 6/6 meses, até 2º ano •VDRL •RPR
  • 53. Testes sorológicos • Treponêmicos (Confirmação) • FTA-Abs • TPHA • Antígenos específicos T. Pallidum • Início da infecção • Teste-Rápido: 30 minutos
  • 54. COMO É FEITO O TRATAMENTO DA SÍFILIS? • O tratamento de escolha é a penicilina BENZATINA (benzetacil), que poderá ser aplicada na unidade básica de saúde mais próxima da residência. • É a principal e mais eficaz forma de combater a bactéria causadora da doença.
  • 55. COMO É FEITO O TRATAMENTO DA SÍFILIS? • Quando a sífilis é detectada na gestante, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, com a penicilina benzatina. • Este é o único medicamento capaz de prevenir a transmissão vertical, ou seja, de passar a doença para o bebê • A parceria sexual também deverá ser testada e tratada para evitar a reinfecção da gestante.
  • 56. Sífilis primária, secundária e latente recente (com menos de 1 ano de evolução) Penicilina G Benzatina 2,4 milhões UI, IM, dose única (1,2 milhões UI em cada glúteo) OU Doxiciclina 100 mg, VO, 2xdia, por 15dias (exceto gestantes) OU Ceftriaxona 1 g, IV ou IM, 1xdia, por8 a 10 dias para gestantes e não gestantes • SEGUIMENTO • População em geral: trimestral (1º ano), semestral (2º ano) • Gestante: mensal
  • 57. SÍFILIS LATENTE TARDIA (com mais de um ano de evolução) OU LATENTE COM DURAÇÃO IGNORADA E SÍFILIS TERCIÁRIA Penicilina G Benzatina 2,4 milhões UI, IM,semanal, por 3 semanas. Dose total: 7,2 milhões UI, IM OU Doxiciclina 100 mg, VO, 2xdia, por 30dias (exceto gestantes) OU Ceftriaxona 1 g, IV ouIM, 1xdia, por 8a 10 dias para gestantes e não gestantes • SEGUIMENTO • População em geral: trimestral (1º ano), semestral (2º ano) • Gestante: mensal
  • 58. Neurossífilis Penicilina G Cristalina 18-24 milhões UI/dia,IV, doses de 3-4 milhões UI, a cada 4 horasou por infusão contínua, por 14 dias OU Ceftriaxona 1g, IV, 1 x/dia, por 10 a14 dia SEGUIMENTO Exame de líquor de 6/6meses até normalização
  • 59. Referências Obs: As imagens são de domínio público.