3. Introdução
• Nesta apresentação vamos abordar genericamente
alguns aspectos anatômicos da face cujo
conhecimento e atenção tornam-se importantes em
cirurgia craniomaxilofacial
4.
5. Introdução
• A melhor compreensão e manuseio das estruturas do
esqueleto craniomaxilofacial exigem uma análise
tridimensional que deve levar em conta a existência de
tecido ósseo compacto em meio ao laminar, que às vezes
é tão fino que chega a se tornar transparente – vide
transiluminação dos ossos da face. Toda essa engenharia,
que tem por objetivo oferecer resistência com proteção às
estruturas nobres como o parênquima cerebral e ocular,
apresenta o seu desenvolvimento estimulado pelo próprio
crescimento dessas estruturas e ainda pela correta
fisiologia respiratória e estomatognática na criança.
6.
7. Reticulo Tridimensional
• Retirando-se as lâminas ósseas que separam as
cavidades faciais, encontramos um retículo
tridimensional cuja finalidade é a dispersão e
centrifugação dos impactos. As chamadas barras ósseas
de sustentação foram bem elucidadas pelo trabalho de
Sturla em 1980 e juntamente com os achados de Renee
Le Fort, no início do século, representam os conceitos
fundamentais para a compreensão anatomofisiológica de
toda essa estrutura que é objeto de trabalho do cirurgião
craniomaxilofacial. Resistência e Complacência são
características que devem caminhar juntas no contexto
global, razão pela qual o cirurgião deve considerar os
aspectos biomecânicos envolvidos tanto nas agressões
como nas correções ósseas da face.
8.
9.
10.
11. Esqueleto Craniofacial
• O conhecimento detalhado das peculiaridades
regionais do esqueleto craniofacial também se faz
necessário para que possamos planejar e executar
os procedimentos cirúrgicos, seja em
traumatologia ou osteotomias eletivas, visando a
conservação e o pleno restabelecimento dessa
arquitetura tão complexa e peculiar.
12.
13. Osso Frontal
• O osso frontal forma o esqueleto da fronte,
incluindo o teto orbitário. Superiormente é muito
forte, onde é um osso bicortical,
medioinferiormente enfraquece por conter os seios
frontais e no rebordo orbitário superior torna-se
monocortical. No rebordo orbitário, apresenta um
forame para artéria e nervo supra-orbital.
14.
15. Osso Frontal
• Os afundamentos da região frontal são
potencialmente graves pelo risco de lesão da
câmara anterior do cérebro. O acesso a esta região
se dá preferencialmente pelo descolamento
bicoronal e é preciso garantir a drenagem do ósteo
do seio frontal a fim de se evitar complicações
infecciosas por coleções ou mucoceles.
16.
17. Osso Occiptal
• A parte posterior do crânio é composta dos ossos
parietais, do occipital e das partes mastoidéias dos
osso temporais.
18.
19. Osso Parietal
• Os traumatismos dessa região dizem mais
respeito ao neurocirurgião pela possibilidade de
lesão encefálica associada, entretanto, em cirurgia
craniomaxilofacial, a região parietal também
viabiliza a colheita de material para enxertia
ósseo, pela bipartição da calota.
20.
21. Osso Temporal
• O osso temporal compreende as porções escamosa,
timpânica, estilóide, mastóide e petrosa. A região
temporal encerra estruturas osteomusculares
importantes para o equilíbrio estomatognático. A fossa
mandibular e o tubérculo articular são
fundamentalmente parte da porção escamosa do
temporal, cujas bordas dão inserções para as cápsulas
das articulações temporo-mandibulares (ATM).
22.
23. Osso Temporal
• O processo zigomático do osso temporal faz parte
do arco zigomático que além de oferecer projeção
lateral à face, determina o espaço físico da fossa
temporal, através do qual a musculatura temporal
e o processo coronóide da mandíbula deverão
excursionar livremente durante a abertura bucal e
a mastigação.
24.
25. Osso Esfenóide
• O osso esfenóide é considerado “chave” para a
formação da base do crânio. O corpo é ocupado
pelo ar do seio esfenoidal enquanto os três
processos vão constituir a porção lateral da órbita,
a porção anterior da superfície temporal, o teto da
fossa infratemporal e finalmente a superfície
anterior da fossa craniana média.
26.
27. Osso Esfenóide
• O osso esfenóide consiste de um corpo e três
pares de processos: as asas maiores, as asas
menores e os processos pterigóides. Esses últimos
se localizam atrás das maxilas e separam as fossas
infratemporais das coanas, região de grande
interesse para a livre mobilização do terço médio
nas osteotomias ortognáticas.
28.
29. Osso Maxilar
• As maxilas são responsáveis pela dimensão vertical
do terço médio da face e são constituídas de um
corpo e quatro processos, formando as paredes
laterais da cavidade nasal e a maior parte do assoalho
da órbita. A face anterior apresenta o forame infra-
orbital que dá passagem à artéria e nervo infra-
orbitais, cerca de 1 cm abaixo do rebordo orbitário
inferior. Os processos da maxila são o zigomático,
frontal, palatino e o alveolar.
30.
31. Osso Maxilar
• A presença do seio maxilar confere uma característica
peculiar ao terço médio da face pela possível
comunicação mucosa por traços de fraturas que se
estendam até o corpo maxilar.
• Os dentes superiores estão situados nos processos
alveolares das maxilas e as bordas verticais
correspondem à projeção de suas raízes. As
movimentações dos processos alveolares são importantes
para que se mantenha condições de uma oclusão
adequada.
32.
33. Osso Zigomático
• O osso zigomático repousa sobre a maxila e
contribui para formar a parede lateral e assoalho
da órbita, além de projetar a face no sentido
antero-posterior. O arco zigomático é formado
pela união do processo temporal do zigomático
com o processo zigomático do temporal,
delimitando a fossa temporal e sustentando a
projeção lateral da face.
34.
35. Osso Zigomático
• As alterações e movimentações deste segmento podem
afetar drasticamente as projeções das dimensões estéticas
da face além de deteriorar a função visual pelo seu íntimo
relacionamento com o globo ocular e demais estruturas
ligamentares. O zigoma representa o principal mecanismo
de rota pelo qual o stress da força oclusal é carreado da
maxila até a ser dissipado pela estrutura da base do crânio.
O corpo do osso zigomático é sustentado apenas por meio
das finas paredes que compõem o seio e a placa orbitária
da maxila. Também por isso, a ação do potente músculo
masséter originando-se no rebordo inferior do osso
zigomático é um fator importante a ser considerado na
reparação das fraturas a este nível.
36.
37. Osso Vomer e Nasal
• A parte óssea do nariz externo está formada pelos ossos
nasais e pelos processos frontais das maxilas que
determinam anteriormente a chamada abertura piriforme.
A cavidade nasal é então dividida pelo septo nasal
mediano, cuja porção anterior é formada pela cartilagem
quadrangular enquanto a porção posterior é óssea,
formada pela lâmina perpendicular do etmóide e pelo
osso vômer. A conformação estrutural dos ossos e seios a
este nível apresenta uma certa fragilidade que aliada à
proximidade com a câmara anterior do crânio torna
potencialmente graves os traumatismos antero-
posteriores na região nasoglabelar.
38.
39. Osso Lacrimal e Etmoidal
• Também fazem parte da parede medial das órbitas os
ossos lacrimal e etmóide.
40.
41. Osso Etmóide
• A região olfatória da cavidade nasal encontra-se
inervada por feixes do n. olfatório que perfuram a
lâmina crivosa do osso etmóide e podem ser alvo
de lesões nos traumatismos a este nível.
42.
43. Osso Lacrimal
• Da mesma forma, os traumatismos cominutivos
da parede medial da órbita podem comprometer o
saco lacrimal e a melhor drenagem de todo o
sistema, muitas vezes com a necessidade de
abordagem cirúrgica específica para correção das
deformidades.
44.
45. Ossa Mandibular
• Trata-se do maior e mais forte osso do esqueleto
facial. O corpo da Mandíbula tem a forma de “U”
e se estende inferiormente numa elevação
triangular denominada de protuberância mental e
mais lateralmente, na projeção do segundo pré-
molar, encontramos o forame mentual (nervo e
vasos mentuais). Os seus componentes anatômicos
são a sínfisis, parasínfisis, corpo, ângulo, ramo,
processo coronóide, côndilo e processo alveolar.
46.
47. Osso Mandibular
• A mandíbula apresenta uma superfície interna e externa,
uma borda superior ou alveolar e outra inferior ou basal.
A superfície medial do ramo apresenta o forame
mandíbular, que dá passagem aos nervos e vasos
alveolares inferiores. Os músculos da mastigação
inserem-se na mandíbula e exercem sobre ela uma carga
de força importante que deve ser considerada em
qualquer planejamento cirúrgico da região, da mesma
forma que as condições oclusais em relação à maxila.
• A articulação temporomandibular tem grande
importância na fisiologia deste segmento e será mais
especificamente abordada ainda nesta apresentação.
48.
49. Esqueleto Fetal
• O desenvolvimento craniofacial do feto é direcionado para
proporcionar espaço suficiente para o crescimento normal e
cadenciado das cavidades oro-nasais, dos cones orbitários e
das câmaras cerebrais. O arcabouço ósteo-cartilaginoso vai
se moldando gradativamente de acordo com a fisiologia e
expansão dessas estruturas nobres, que deverão ser
protegidas pelo próprio esqueleto craniomaxilofacial no
indivíduo adulto.
• As fontanelas são áreas membranáceas temporárias que
ligam fendas entre os bordos em ossificação no crânio.
Determinadas falhas neste processo de adaptação e
crescimento acarretam em deformidades que poderão ser
apenas dento-esqueléticas ou ainda determinantes de graves
50.
51. Esqueleto Infantil
• Algumas características peculiares da anatomia facial na
criança merecem especial atenção numa possível abordagem
cirúrgica por traumatismos ou osteotomias reparadoras. O
esqueleto facial infantil é mais elástico do que o adulto, com
maior quantidade de osso esponjoso e tecido cartilaginoso.
Além disso, a presença de dentes não erupcionados e seios
paranasais ainda não totalmente desenvolvidos, conferem ao
esqueleto facial infantil uma característica ao mesmo tempo
compacta e elástica. Por esta razão, os traumatismos faciais
em crianças freqüentemente produzem fraturas em galho
verde e raramente lesões cominutivas.
52.
53. Esqueleto infantil
• Também a condição especial da dentição da criança e a
presença dos núcleos de crescimento ativos representam
aspectos importantes na avaliação de pacientes nesta faixa
de vida. Dentre os diferentes aspectos anatômicos das
estruturas ósseas faciais que conferem maior resistência ao
esqueleto facial das crianças, devemos citar o pouco
desenvolvimento do ramo ascendente e do côndilo da
mandíbula, além da altura vertical mais compactada em
relação ao adulto. No detalhe podemos observar o
desenvolvimento do seio maxilar, mostrando a aeração da
cavidade que vai conferindo menor resistência a região do
terço médio da face, na medida em que o seio maxilar vai se
tornando maior.
54.
55. Esqueleto do Idoso
• O esqueleto craniofacial do idoso também
apresenta diferenças estruturais importantes, desde
a fisiologia até a própria biologia do tecido ósseo.
As freqüentes perdas de elementos dentários com
diferentes graus de absorção óssea, via de regra
levam a uma perda da dimensão vertical do terço
médio e inferior da face.
56.
57. Esqueleto do Idoso
• Além disso, o tecido ósseo do idoso apresenta-se
geralmente desmineralizado e mais susceptível a
fraturas do tipo cominutivas. Também a
cicatrização óssea é mais lenta em relação à
criança e o adulto, características essas que, ao
lado das condições clínicas gerais devem ser
consideradas na abordagem diagnóstica e
terapêutica nesta faixa etária.
58.
59. Orbitas
• As órbitas são cavidades constituídas por sete ossos que se articulam
em 4 paredes: Lateral (zigomático-a, esfenóide-b e frontal-c); Medial
(maxilar superior-d, lacrimal-e, etmóide-f e esfenóide-b); Superior ou
Teto (frontal-c e esfenóide-b) e Inferior ou Soalho (zigomático-a,
maxilar superior-d e palatino).
• A cavidade orbital tem uma forma piriforme com base anterior,
circunscrita pelo rebordo e ápice posterior. Os ossos da órbita, que
podem ser únicos (esfenóide, etmóide, frontal) ou duplos (maxilar
superior, zigomático, lacrimal e palatino), são inteiramente forrados
pelo periósteo, que nesse local toma o nome de periórbita.
• Essa camada só é aderente aos ossos subjacentes no rebordo (arcus
marginalis), nas três aberturas principais (canal óptico e as fissuras
orbitais superior e inferior) e forames, os quais são obliterados pela
passagem de estruturas diversas.
•
60. Orbitas
• As principais relações da órbita incluem a fossa
craniana anterior acima e o seio maxilar abaixo.
Medialmente, o seio etmóide e o osso lacrimal
separam a órbita da cavidade nasal. Mais atrás as
cavidades orbitais são separadas entre si pelo
esfenóide. Lateralmente a órbita se relaciona, na
frente com a fossa temporal e atrás com a fossa
craniana média.
61.
62. Orbita
• O canal óptico situa-se no ápice, e dá passagem ao
nervo óptico e à artéria oftálmica (A).
No ângulo súpero-externo acha-se a fissura orbital
superior(B), por vezes denominada de fenda
esfenoidal, que comunica a órbita com a fossa
craniana média e dá passagem à maioria dos
elementos vásculo-nervosos orbitais (nervos III, IV, V
e VI, a raiz simpática do gânglio ciliar e as veias
oftámicas).
No ângulo ínfero-externo encontra-se a fissura
orbital inferior(c), ou fenda esfeno-palatina, que
conecta a órbita às fossas infratemporal e
pterigopalatina.
63. Orbita
• Por ela passam os nervos infraorbital e zigomático
(ramos do nervo maxilar), a artéria infraorbital e a veia
oftálmica inferior, que no seu trajeto dá um ramo para o
plexo pterigóide.
• Outros acidentes ósseos importantes são, no soalho, o
canal do nervo infraorbital e abaixo do rebordo inferior,
o orifício desse mesmo nervo(D).
• No teto acha-se o canal (freqüentemente uma simples
incisura) do nervo supra-orbital.
64.
65. Orbita
• As principais relações da órbita incluem a fossa craniana
anterior acima e o seio maxilar abaixo. Medialmente, o seio
etmóide e o osso lacrimal separam a órbita da cavidade
nasal. Mais atrás as cavidades orbitais são separadas entre si
pelo esfenóide. Lateralmente a órbita se relaciona, na frente
com a fossa temporal e atrás com a fossa craniana média.
• A região lateral da sutura fronto-zigomática foi revisitada
com a finalidade específica de se determinar o risco de
penetração na fossa craniana anterior por parafusos de
titânio durante a colocação de sistemas rígidos de fixação
(mini e microplacas). Os resultados mostraram que acima da
sutura, parafusos de 5 mm de comprimento são os mais
indicados e que com os de mais de 10 mm há risco de
penetração craniana.
66.
67. Orbita
• O conteúdo orbital é topograficamente delimitado
pela musculatura extra-ocular. À exceção do
oblíquo inferior que se origina no soalho ínfero-
medial, todos os músculos extra-oculares,
incluindo o elevador palpebral, nascem no ápice
orbital. Os quatro retos delimitam na órbita dois
compartimentos bem definidos: os espaços intra e
extracônicos.
68.
69. Inervação
• A inervação motora é assegurada pelos nervos III
(retos medial, superior, inferior e elevador
palpebral), IV (oblíquo superior) e VI (reto
lateral). O contingente sensitivo é veiculado pelo
V nervo. A primeira divisão ou nervo oftálmico
recebe os nervos frontal, nasal e lacrimal. O
frontal é formado pelos nervos supratroclear e
supraorbital, enquanto que o nasal é o resultado da
reunião dos nervos infratroclear, ciliares curtos e
etmoidal anterior.
70.
71. Vascularização
• A vascularização arterial da órbita é praticamente
toda dependente da artéria oftálmica, ramo da
carótida interna. Na órbita, a artéria oftálmica dá
origem a ramos anexiais (lacrimal, palpebrais
superior e inferior, etmoidais anterior e posterior,
musculares) e sensoriais (central da retina, ramos
piais, ciliares longas e curtas posteriores). O
sistema venoso drena para os plexos carotídeos e
pterigóide. As veias mais constantes são a superior
e a inferior.
72.
73. Músculos
• Além dos músculos extra-oculares e suas fáscias, os
principais elementos do conteúdo orbital são o tecido
gorduroso que preenche toda a cavidade, a glândula
lacrimal principal, o gânglio ciliar, os vasos e nervos. O
gânglio ciliar situa-se na face lateral do nervo óptico e dá
origem aos nervos ciliares curtos. Acima do cone orbitário
temos a câmara anterior e abaixo o seio maxilar.
Traumatismos que rompam as lâminas papiráceas das
paredes orbitárias poderão ocasionar o extravasamento
deste conteúdo cujas conseqüências serão abordadas em
apresentações específicas.
74.
75. Músculos da Face
• A maioria dos músculos da face se origina nos ossos do
crânio e se insere na pele. A contração desses movimenta
a pele sobrejacente, na qual eles estão fixados,
produzindo pregas (linhas de expressão) perpendiculares
em direção às fibras.
• Existem 20 pares de músculos responsáveis pela
expressão facial: frontal, prócero, corrugador do
supercílio, orbicular dos olhos, nasal, depressor do septo,
levantador do lábio superior, zigomáticos maior e menor,
levantador do ângulo da boca, risório, orbicular da boca,
depressor do ângulo da boca, depressor lábio inferior,
bucinador, mental e auriculares anterior, superior e
posterior.
76.
77. Músculos da Mímica
• Lesões nervosas e/ou musculares não tratadas
adequadamente podem representar grandes
prejuízos para a livre movimentação e
conseqüentemente para a expressão facial. Na
Região Frontal, o músculo Frontal levanta o
supercílio e enruga a testa, enquanto o Prócero
produz rugas glabelares horizontais e os
Corrugadores produzem rugas glabelares
verticais
78.
79. Mímica Orbital e Nasal
• Na Região Orbitária, o músculo Orbicular dos
olhos promove o fechamento das pálpebras e
comprime o saco lacrimal, enquanto na Região
Nasal, o músculo Nasal lateraliza as cartilagens
alares e abre as narinas, o Depressor do septo
rebaixa a ponta e contrai as narinas e o
Levantador do lábio superior e da asa do nariz
agem conforme os nomes indicam.
80.
81. Mímica Bucal e Bochecha
• Na Região da Boca temos os músculos Levantador do
lábio superior, Levantador do lábio superior e da asa
do nariz, Zigomático maior e menor, Levantador do
ângulo da boca, Risório, Depressor do lábio inferior,
Depressor do ângulo da boca, Mental e Orbicular da
boca. Na Região da Bochecha temos o músculo
Bucinador.
• Os traumatismos musculares da face, a despeito de
lesões nervosas, devem ser recuperados anatomicamente
sob pena de se promover assimetrias e déficits funcionais
aos pacientes, por suturas inadequadas e iatrogênicas.
82.
83. Músculos da Mastigação
• Os músculos da mastigação representam um importante
fator no equilíbrio do nosso sistema estomatognático com
grandes implicações na cirurgia craniomaxilofacial. A
vigorosa carga funcional exercida sobre segmentos ósseos
que freqüentemente estão envolvidos nos traumatismos e
osteotomias programadas, torna necessária a aplicação de
técnicas adequadas para fixação e imobilização pós-
operatória a fim de se evitar recidivas e outras
complicações.
• M. Bucinador, Masseter , Temporal, Bucinador, Mental,
Depressor do Angulo da Boca , Orbicular da Boca,
Levantador do Lábio Superior e da Asa Nasal, Levantador
do Lábio Superior, Zigomático Maior e Menor
84.
85. Vetores
• Os vetores de ação muscular, especialmente no
segmento mandibular, devem ser avaliados
durante o planejamento cirúrgico no sentido de se
identificar possíveis deslocamentos bem como as
condições favoráveis ou desfavoráveis ao melhor
contato dos fragmentos e conseqüente cicatrização
óssea.
86.
87. ATM
• A chamada ATM é uma articulação móvel ou diartrose,
bilateral do tipo complexa pois possui duas regiões ou
espaços articulares superior e inferior. Está ajustada para os
movimentos da mastigação, sendo assim chamados de
protusão, retrusão, translação e rotação. Juntamente
com os componentes ósseos, existe a cartilagem hialina,
tecido fibrocartilaginoso e ligamentos que compõem a
única articulação do segmento que aloja os componentes
dentários.
• Consiste em um complexo sistema articular de
alavancas, onde um disco fibroso é estreitamente ajustado
entre as superfícies opostas compensando as
incongruências entre os contornos articulares.
88.
89. ATM
• Os componentes ósseos que participam na
formação da ATM são o osso temporal e a
mandíbula. No osso temporal mais
especificamente na parte escamosa, encontra-se a
fossa mandibular(cavidade glenóide) e
anteriormente a essa o tubérculo articular. Na
mandíbula o côndilo é o responsável pelo
movimento da articulação.
90.
91. ATM
• A cápsula se estende da fossa mandibular até o colo da
mandíbula, é uma cobertura mais externa de tecido fibroso
que reveste a membrana sinovial. A cápsula junto com a
zona laminar evita o contato entre os dois ossos: temporal e
o côndilo da mandíbula.
• Ela é inervada, possui receptores sensitivos e é mais ou
menos frouxa a fim de permitir os movimentos e
principalmente o deslizamento da cabeça da mandíbula para
frente.
•
92. ATM
• Já a membrana sinovial cobre as superfícies mais
superiores e inferiores da zona bilaminar e só não
está presente sobre as superfícies de atrito ou
articulares (superfícies das cartilagens articulares e
do disco). Ela tem por função fabricar o líquido
sinovial (ácido hialurônico), produzindo
lubrificação da articulação, reparando o desgaste e
drenando os detritos acumulados com a função
normal.
93.
94. • A Rotação é o movimento do côndilo dentro da articulação.
A Translação traz a mandíbula ântero-posteriormente para
baixo. No Abaixamento e Elevação da mandíbula, o
movimento se inicia com a rotação pura do côndilo, depois
para continuar a abertura a rotação ocorre juntamente com a
translação. A depressão da mandíbula é feita pelos
pterigóides laterais ajudados pelo digástrico. Na abertura da
boca, o osso hióide se mostra pouco, os músculos
gêniohióide e milohióide fazem ponto fixo nele, para
colaborar com o digástrico no abaixamento da mandíbula.
•
95. Movimentos
• Na elevação ocorre tudo ao contrário e os músculos que
agora agem são: masséter, pterigóide medial e
temporal.
• Movimento de protrusão e retrusão - a protrusão
simétrica da mandíbula é efetivada pelos músculos
pterigóides laterais a partir dos músculos elevadores,
principalmente o temporal, como coadjuvante desse
movimento, no sentido de manter a mandíbula elevada
enquanto ela se desloca para frente.
• No movimento inverso, ou seja, no movimento de
retrusão, ainda sob assistência dos elevadores
funcionam efetivamente o músculo digástrico e porção
posterior do temporal.
96.
97. Vascularização
• A Artéria Facial é ramo da A . Carótida Externa,
cruza a borda da mandíbula e caminha em direção
superior e anterior para a face. Ela emite ramos: Artéria
Labial Inferior; Artéria Labial Superior; Artéria
Nasal Lateral e Artéria Angular que é a terminação da
artéria facial. A artéria angular anastomosa-se com a
artéria dorsal do nariz, que é ramo da artéria oftálmica.
• A Artéria Oftálmica é ramo da A . Carótida Interna,
atravessa o canal óptico e caminha entre o nervo óptico e
o músculo reto lateral, divide-se em Artéria
Supratroclear e A .Dorsal do Nariz.
98.
99. Vascularização
• A Artéria Temporal Superficial é o menor dos dois ramos
terminais da Artéria Carótida Externa (o outro ramo
terminal é a artéria maxilar). Ela origina-se profundamente
na glândula parótida superficialmente ao processo
zigomático do osso temporal, entra na fossa temporal e
termina no couro cabeludo através da divisão em ramos
Frontal e Parietal.
• A Artéria Transversa da Face origina-se da Artéria
Temporal Superficial antes de emergir da glândula
parótida. Divide-se em ramos que suprem a glândula
parótida e seu ducto, o músculo masseter e a pele da face.
Anastomosa-se com ramos da artéria facial.
100.
101. Drenagem Venosa
• A drenagem é realizada principalmente pela Veia
Facial, que não possui válvulas, começa no ângulo
medial do olho pela união das Veias Supra-
Orbital e Supratroclear. Anastomosa-se
livremente com a Veia Oftálmica Superior (e
desta maneira com o seio cavernoso) e desce pela
face atrás da artéria facial.
• Na região da bochecha recebe a Veia Facial
Profunda a partir do Plexo Pterigóideo, termina
direta ou indiretamente na Veia Jugular Interna.
102.
103. Inervação
• Vamos abordar agora alguns aspectos dos V e VII
pares cranianos, com seus ramos terminais que são
os principais responsáveis pela inervação sensitiva
e motora da face.
104.
105. • O nervo trigêmeo (V par craniano) possui uma porção motora responsável
pela inervação dos músculos da mastigação e uma porção sensitiva para
toda a face, que será o maior alvo de nossa abordagem.
Está dividido em três principais ramos:
1 - Oftálmico: atravessa a fissura orbital superior para a cavidade orbitária,
emite os ramos lacrimal, frontal e nasociliar. O ramo frontal bifurca-se em
ramos supra-orbital e supratroclear, que inervam a fronte, o seio frontal e a
parte medial da pálpebra superior. O ramo lacrimal inerva a pele da parte
lateral da pálpebra superior e a glândula lacrimal.
106. Trigêmio
• 2 - Maxilar: atravessa a fossa pterigopalatina e bifurca-se em ramos
zigomático, infra-orbital e alveolar. O ramo zigomático atravessa a
fissura orbitária inferior e origina os ramos zigomaticotemporal e
zigomaticofacial. O ramo infra-orbital atravessa o forame
homônimo e, através dos seus ramos palpebral inferior, nasal
externo e labial superior, inerva pálpebras inferior, nariz, bochecha
e lábio superior. O ramo alveolar inerva a arcada alveolar superior.
• 3 - Mandibular: É misto porquanto possui prolongamentos
periféricos sensitivos do gânglio trigeminal, e a ele convergem
todas as fibras motoras do nervo trigêmeo. Sob forma de tronco
único atravessa o forame oval e penetra na fossa infratemporal. Os
ramos anteriores são predominantemente motores; e os posteriores,
sensitivos.
107.
108. Trigêmio
• Aqui estão representados os ramos terminais do
nervo trigêmeo que se dirigem à superfície da
face. As lesões tronculares desses ramos podem
acarretar longas parestesias que algumas vezes
podem ser até mesmo definitivas.
109.
110. Facial
• O nervo facial (VII par craniano) consiste de uma
grande parte que inerva os músculos da expressão
facial, e de uma pequena parte, denominada de
nervo intermédio, que contem fibras gustatórias,
secretomotoras e sensitivas.
• As fibras dessas duas porções deixam o encéfalo
ao nível do ângulo cerebelo-pontino, atravessando
sucessivamente a fossa craniana posterior, o meato
acústico interno, o canal facial (osso temporal), a
glândula parótida e a face.
111.
112. Nervo Facial
• Após atravessar o meato acústico interno, caminha
em direção ao seio petroso, onde forma o primeiro
cotovelo do facial e onde se localiza o gânglio
geniculado, daí parte o primeiro ramo, o nervo petroso
superficial maior.
• Este nervo é responsável pela função secretomotora
da glândula lacrimal, glândulas salivares menores,
sensibilidade gustativa do palato mole e profunda da
face.
• Após o gânglio geniculado, o nervo facial penetra o
canal ósseo do facial no osso temporal, após 12 mm
emite o nervo estapédio.
113.
114. Facial
• Ainda intrapetroso, 4 a 6 mm do forame
estilomastóideo, o nervo facial emite o nervo
corda do tímpano, que atua na função secretora
das glândulas sublingual e submandibular e da
gustação dos dois terços anteriores da língua.
115.
116. Facial
• Após deixar o osso temporal pelo forame
estilomastóideo, o nervo facial emite o nervo auricular
posterior e um ramo para os mm digástrico posterior e
estiloióide.
• Após 0,5 a 1 cm de trajeto extratemporal, o nervo facial
penetra entre as porções superficial e profunda da
glândula parótida, próximo ao istmo desta glândula
divide-se em troncos temporofacial e cervicofacial.
• O tronco temporofacial origina os ramos temporal
(frontal) e zigomático, e o tronco cervicofacial origina os
ramos bucal, marginal da mandíbula e cervical.
•
117. Facial
• Os cinco ramos terminais do nervo facial são
responsáveis pela mímica facial.
• Todos estes ramos tornam-se superficiais após a borda
anterior da glândula parótida, porém localizam-se
sempre abaixo do SMAS e do platisma.
• Os ramos se encontram abaixo dos músculos da
expressão facial, com exceção do grupo profundo
(músculos bucinador, mental e depressor do lábio
inferior) que ficam profundos aos ramos do nervo facial.
118.
119. • Ramo frontal: localizado na projeção de uma linha que liga o trago a
um ponto 1,5 cm lateral à cauda do supercílio, é ramo terminal em 85-
90% das vezes, acima do arco zigomático encontra-se entre as fáscias
temporal superficial e profunda. Inerva o m. frontal.
• Ramo zigomático: inerva m. orbicular dos olhos e corrugador do
supercílio.
• Ramo bucal: inervação dos músculos prócero, nasal, depressor dos
septo, elevador do lábio superior e da asa do nariz, zigomático maior e
menor, elevador do ângulo da boca, risório, orbicular da boca,
bucinador, depressor do ângulo da boca, mental e depressor do lábio
inferior.
• Ramo marginal da mandíbula: inerva m. orbiculares da boca,
risório, depressor do ângulo da boca, mental e depressor do lábio
inferior.
• Ramo cervical: inerva o platisma.
120.
121. Zonas de Seckel
• Seckel estabeleceu uma divisão da face em sete zonas
de maior perigo por lesões durante as dissecções faciais.
Veja abaixo as suas localizações e possíveis danos:
• Zona 1 - 6,5 cm abaixo do canal auditivo externo - N.
Grande auricular: dormência nos 2/3 inf. da orelha e
bochecha.
• Zona 2 - abaixo de uma linha entre 0,5 cm abaixo do
trago e 2 cm acima da sobrancelha lateral - Ramo
temporal do n. facial: paralisia da fronte.
•
122. Zonas de Seckel
• Zona 3 - parte média da mandíbula, 2cm atrás da
comissura oral - Ramo marginal da mandíbula:
paralisia do lábio inferior
• Zona 4 – triângulo entre a eminência malar,
borda posterior do ângulo da mandíbula e
comissura oral - Ramos zigomático e bucal do n.
facial: paralisia do lábio superior e da bochecha
• Zona 5 - rebordo orbitário superior, acima da
parte média da pupila - Nervos supraorbitário e
supratroclear: dormência da fronte, pálpebra
superior, dorso do nariz e couro cabeludo.
•
123. Zonas de Seckel
• Zona 6 - um cm abaixo da rebordo orbitário
inferior, abaixo da parte média da pupila - N. infra
orbitário: dormência do lado do nariz, bochecha e
pálpebra superior.
• Zona 7 - parte média da mandíbula abaixo do
segundo pré molar – Nervo mentoniano:
dormência da metade do lábio inf. e do queixo
124.
125. Smas
• O SMAS (sistema músculo aponeurótiuco
superficial) é uma rede fibrovascular contínua e
consistente que recobre e une os músculos da
expressão facial, conectando-os à pele via septos
fibrosos. Cranialmente, o SMAS se continua com
a gálea aponeurótica medialmente e com a fáscia
temporal superficial lateralmente. Caudalmente, o
SMAS se continua com o platisma.
• Estes conceitos referentes ao tegumento facial
precisam ser conhecidos e considerados durante os
descolamentos em cirurgia craniomaxilofacial
126.
127. • Da mesma forma, em determinados locais da face, os
planos superficiais encontram-se aderidos aos planos
profundos por elementos de fixação: Ligamentos, Septos,
Adesões.
• Os Ligamentos originam-se da fáscia profunda ou do
periósteo, cruzam o plano subSMAS até a superfície
profunda do SMAS, e dividem-se em ramificações que vão
até a derme. Permitem uma grande amplitude de
movimentos. Ex.: massetérico e zigomáico.
• Os Septos são lâminas perpendiculares colocadas entre a
fáscia profunda e a superfície profunda do SMAS.
Permitem movimentos somente no plano perpendicular. A
maioria dos septos está colocada na região temporal (septo
inferior e superior) e periorbital.
• E as Adesões são áreas fibrosas