1. Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto
Chefia : Dr. Valdemar Mano Sanches
Dr.Brunno Rosique Lara
Mamoplastia de Aumento
A forma das mamas é muito variável de uma mulher para outra. Não existe um padrão estabelecido
para determinar qual seria o tamanho ideal de uma mama, pois o conceito de beleza está sujeito a mudanças
da moda, costumes e aceitação pessoal da sua imagem.
Histórico: As técnicas para aumento da mama surgiram no século XX, e estão ligadas a evolução dos
materiais de implantes e suas complicações.
Czerny em 1895 realizou enxerto de gordura, retirado de lipomas, em uma paciente mastectomizada.
Em 1917 Barlett transplantou gordura do abdômen para as mamas.
Bames em 1953 utilizou um enxerto dermo-gorduroso procedente do glúteo para implante em região
subglandular, por motivos estéticos.
O grande problema desses enxertos é a reabsorção com o tempo.
Em 1900 Gersuny propôs a injeção de parafina. Esta técnica foi utilizada até a década de 20, sendo
abandonada pela grande quantidade de complicações.
Nos anos 50 inicia-se a injeção de silicone em pacientes com hipotrofia mamária. Esta técnica também
foi abandonada pela aparição de complicações, principalmente a migração do silicone, formação de
extensos granulomas e calcificações.
Em 1958 McClay e Edgerton publicaram uma série de casos empregando esponjas especiais (polivinil
álcool).
Cronin em 1959 criou uma prótese ovalada com cobertura de silicone sólido e conteúdo salino. Em
março de 1962 realizou as primeiras séries cirúrgicas com estas próteses, que em pouco tempo foram
substituídas por próteses preenchidas de silicone gel.
Arion em 1965 apresenta uma prótese expansível com dextrano, em 1971 Jenny substitui o dextrano por
solução salina.
Em 1992 nos EUA a FDA estabelece que os implantes de silicone poderiam ser usados somente para
reconstrução mamária pós-mastectomia e substituição de implantes em pacientes com aumento prévio.
Tipos de Implantes :
Texturizadas ou lisas
Próteses infláveis: tem como vantagens menor incisão para via de acesso e o material de preenchimento é
inócuo. Desvantagens: maior porcentagem de ruptura; devido a membrana ser semi-permeável pode haver
perda do volume inicial.
Próteses de gel com cobertura de poliuretano: têm menor índice de contratura (Capozzi – 1981),
apresentam microcápsulas ao redor da prótese, oferecendo uma tensão de força menor em um maior
número de vetores. Desvantagem: maior aderência em tecidos vizinhos dificultando procedimentos
secundários.
Pré-operatório: Observar as seguintes características da paciente: Forma do
tórax;Constituição;Tamanho e forma das aréolas;Assimetrias entre os hemitórax e as alturas das
aréolas;Expectativas da paciente.
Técnica cirúrgica: As primeiras técnicas para a colocação de implantes se realizavam em um plano
subglandular, até que em 1968 Dempesey e Lathan realizam a implantação subpeitoral.
2. Plano submuscular – Vantagens: menor índice de contraturas, maior cobertura da prótese, que
evita o tato, e menor risco de infecção e sangramento. Desvantagens: não é indicado para
pacientes com ligeira ptose e tem um tempo de recuperação mais lento.
Plano subglandular – Vantagens: pós-operatório menos doloroso, pode ser usado para corrigir
ptoses pequenas, produzem uma forma mais natural. Desvantagens: maior sangramento, maior
tendência de contratura capsular e maior porcentagem de infecções.
As vias de acesso são diversas:
Submamária: Permite fácil exposição do plano de dissecção, a desvantagem é a cicatriz visível em
decúbito;
Periareolar: Cicatriz mínima. Contra-indicada em pacientes com aréolas pequenas.
Axilar: Cicatriz em área não aparente. Desvantagem: pouca visibilidade do campo cirúrgico,
maior risco de lesão do nervo intercostobraquial e a veia torácica lateral.
Abdominal: pode ser umbilical ou através de incisões com outras finalidades como na
abdominoplastia
Complicações: Seroma , Hematoma Alteração da sensibilidade ,Infecção ,Cicatrização
hipertrófica ,Assimetria , Extrusão do Implante , Perda da clivagem (seio) , Ruptura do
implante ,Contratura capsular
Classificação de Baker (1975)
Grau I Leve;
Grau II
Contratura mínima; implante palpável mas não-
visível;
Grau III Contratura moderada; implante palpável e visível;
Grau IV
Contratura grave, mama dura sintomática, algumas
vezes com distorções
3. Grau I Leve;
Grau II
Contratura mínima; implante palpável mas não-
visível;
Grau III Contratura moderada; implante palpável e visível;
Grau IV
Contratura grave, mama dura sintomática, algumas
vezes com distorções
A incidência de encapsulamento com implantes de silicone pode chegar a 30%, para implantes
salines é muito mais baixa (menos de 5%)
Teoria infecciosa: Reação inflamatória ao redor da prótese com formação de pseudocapsular de
tecido colágeno. Evolui para reação de corpo estranho acompanhada de infecção, promovendo hipertrofia
e contração capsular. A cápsula possui várias camadas e contem fibroblastos, miofibroblastos e histiócitos
com fibras colágenas.
Teoria não-infecciosa: Reação inflamatória de corpo estranho ao redor da prótese com inclusões
de partículas por células gigantes. Há redução e estabilização do processo inflamatório na primeira
semana, produzindo material amorfo envolvido por tecido conjuntivo frouxo. Após meses ou anos há
deposição e absorção do tecido conjuntivo o qual determina o grau de contração.
Múltiplos estudos têm falhado em mostrar qualquer indução ou aumento de incidência de
câncer de mama nas pacientes com implantes de silicone.