O documento descreve diferentes tipos de deformidades corporais nas coxas e culotes e os procedimentos cirúrgicos adequados para cada tipo. Algumas deformidades podem ser tratadas apenas com lipoaspiração, enquanto outros tipos requerem remoção cirúrgica da pele excessiva, dependendo do grau de flacidez da pele. O documento fornece exemplos ilustrados de cada tipo de deformidade e resultados típicos dos procedimentos.
1. Contorno Corporal
Braquioplastia
Antes do advento da lipoaspiração, a circunferência do braço era reduzida
através da excisão da pele e do tecido subcutâneo redundantes. Está técnica continua
sendo um procedimento efetivo e aceitável em casos selecionados. O objetivo é reduzir
o excesso de pele e gordura posicionando a cicatriz resultante na posição menos
aparente na porção medial do braço.
A marcação da linha de incisão fica sobre o sulco braquial localizado do ponto
médio da axila até o epicôndilo medial.
Antes de ressecar a pele deve-se testar (pinçando as bordas), evitando ressecção
exagerada. Em alguns casos é necessário realizar zetaplastia para evitar retração.
2. Atualmente a braquioplastia é realizada em associação com a lipoaspiração,
evitando a ressecção de subcutâneo (Grazer).
A monitorização do paciente nas primeiras 24 horas é essencial para detectar
distúrbios vasculares ou neurológicos.
Outras complicações que podem ocorrer são:
Hematoma;
Seroma;
Deiscência;
Cicatriz alargada ou hipertrófica.
3. Mulher de 64 anos submetida a braquioplastia. A, B pré-operatório. C, D pós-operatório
após sete anos.
Retalho de Coxa
A lipoaspiração
isolada é um bom
tratamento para a
lipodistrofia das coxas e
culotes na maioria dos
casos, porém alguns
pacientes necessitam
redução do envelope de
pele para obter um
resultado satisfatório.
Grazer e Klingbeil
(1980) criaram uma
classificação baseada nos
desvios anatômicos para as
deformidades das coxas e
dos culotes.
4. Para os pacientes que possuem um turgor da pele normal a lipoaspiração isolada
é suficiente. Os tipos I, IV, VI e VII geralmente necessitam de redução de pele.
Tipo I – Essa deformidade pode ocorrer isolada ou acompanhada de qualquer
outra. É caracterizada pelo aumento medial das coxas. Nos casos cuja pele estiver
flácida a lipoaspiração deve ser acompanhada da ressecção do excesso de pele.
Pós-operatório de redução medial da coxa (posição
imprópria da cicatriz)
5. Tipo II – “Saddlebag” . Lipoaspiração isolada é suficiente para o tratamento
dessa deformidade.
A, B e C pré-operatório. C, D, E pós-operatório, realizado lipoaspiração isolada.
Tipo III – Esse tipo é caracterizado por uma depressão medial do glúteo somado
a uma deformidade trocantérica. Também é tratado com lipoaspiração.
Mulher de 31 anos comdepressão medial no glúteo associado a deformidade “saddlebag”.
6. Pós-operatório (lipoaspiração isolada)
Tipo IV – Também conhecida como deformidade em “violino”, é uma
combinação do tipo II com aumento na região da crista ilíaca. Esse tipo pode necessitar
de ressecção de pele, utilizando a técnica em ilha.
7. Homem de 37 anos apresentando deformidade tipo IV. A – pré-operatório.
B – pós-operatório 7 anos.
Tipo V (Obesidade) – Os pacientes apresentam um corpo desproporcional (tórax
pequeno e tronco inferior grande). Esses pacientes geralmente são obesos. Alguns
podem ser tratados com lipoaspiração isolada.
Paciente de 32 anos com deformidade em tronco inferior, caracterizando o tipo V. A, B e
C pré-operatório. D, E e F pós-operatório.
8. Tipo VI – É caracterizado por assimetria, pode ser uma deformidade congênita
ou pós-traumática. Essa categoria também inclui as deformidades iatrogênicas
decorrentes de aspiração exagerada.
Tipo VII – Causada pelo envelhecimento, atrofia ou perda de peso significante.
As deformidades geralmente envolvem o abdômen, nádegas, coxas, culotes e a cintura.
Requer primariamente a ressecção de pele.
Paciente de 58 anos submetida a “bypass” íleo-jejunal, após emagrecimento de 68
kg apresentando excesso de pele emcoxas, abdômen, mamas e nádegas.