Em ano de pandemia mundial, a edição de 2021 faz uma análise das consequências sociais do covid 19. Que mudanças sociais provocou na Comunidade Educativa em geral e rural em particular.: Diversidade de outros temas, do ponto de vista sociológico. "Memórias de Outros Tempos"
3. 1 - EDITORIAL
descobrindo
Página 3 6 de maio de 2021
“Memória de outros tempos (I)”
Temos de nos recauchu-
tar com as memórias pessoais e afetuosas, reabilitando os
sonhos que ainda não se perderam.
Baptista Bastos
(|11/11/2016; Jornal de Negócios)
Em de dezembro de 2019, a China notificou a
Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre uma
“misteriosa” pneumonia em Wuhan, a vasta capi-
tal da província da China central, é um centro co-
mercial dividido pelos rios Yangtzé e Han. Inici-
almente é comunicado haver cerca de 40 pessoas
infetadas. (31/12/2019). Esta edição foi, por isso,
maioritariamente editada durante os meses de
março a julho de 2020.
Além da pandemia (p54), nesta edição, regista-
mos e analisamos diversos temas ocorridos o con-
celho da Ribeira Brava, de novembro de 2019 a
agosto de 2020, tais como: Semana Cultura de
2019 (p09); Semana da Defesa, Segurança e Paz
(p21); Educação Sénior (p31); Bombeiros, Carna-
val e Celebração do Dia Internacional da Mulher
(p34); Retratos do Quotidiano (p119); No Fecho
Desta Edição (p161).
Temas de Capa/Destaques do Ano (Parte II):
“(RE)VIVER” ou seja, contribuir para a valori-
zação dos conhecimentos e experiências de vida
de uma população mais envelhecida (p71); Cami-
nhos Reais (p68); CDRB: Clube Desportivo da
Ribeira Brava -Entender o Passado para compre-
endermos o Presente (p94); Postais de Outros
Tempos: Hospício de Nª. Sra. Da Porciúncula,
na Ribeira Brava? Páginas 106 a 118; Geoca-
ching e Bar “O Visconde "na Ribeira Brava?
(p135 a 145); Namoro, Noivado, Casamento &
Bordados (p146)...
Em 2022 voltaremos ao tema genérico desta edi-
ção - “Memórias de Outros Tempos”, parte II:
“descobrindo” alguns objetos (quase) esquecidos,
como as pedras que se utilizavam para se lavar a
roupa (na imagem, propriedade de um dos nossos
leitores, o Francisco Pestana); profissões (quase)
esquecidas…
Boas leituras!
António Pereira (AJAP)
4. Página 4
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
Ricardo Nacimento, Presidente do
Município, no dia 3 de julho de 2020,
numa cerimónia oficial do hastear a
bandeira azul na praia da Ribeira Bra-
va.
Fonte: Sandra Ascensão Silva 03 julho
2020 17:39, Jornal da Madeira
29/5/2020: Colocação cuidado-
sa das letras que identificam a
nova EBSPMA. À esquerda:
Francisco Simões, primeiro
Diretor da EBSPMA.
Fotografia do Jornal da Madeira, 2020.
2 - NO INÍCIO DESTA EDIÇÃO
“Em 1973 havia que começar uma Escola sem que o edifício onde ela deveria funcionar
tivesse sido construído” (SIMÕES, Francisco; 1997).
À esquerda, a presidente do Conselho Executivo da
EBSPMA, Alda Almeida, no seu local de trabalho, a
partir do qual difundiu nas redes sociais uma mensa-
gem de esperança à toda Comunidade Educativa. A
EBSPMA completou 48 anos de existência.
6 de maio— dia do concelho e da EBSPMA: O Dia 6 de maio de 2020 foi, de facto, um dia
“normal” de trabalho para alguns - imagem à direita, em cima - ou de confinamento para a
maioria por causa do “corona vírus”
Fonte:
https://www.facebook.com/652862055137046/videos/2633081136974202/
5. descobrindo
Página 5 6 de maio de 2021
6/5/2020
A imagem com a qual iniciamos esta página já tem cinco
anos - 6 de maio de 2016 - 42º aniversário da EBSPMA.
Nessa data, parte da comunidade educativa esteve reunida
na CMRB. A distribuição de Diplomas de Mérito aos alu-
nos com melhores resultados dos diferentes anos letivos
constitui um dos momentos altos das celebrações.
A alegria de 2016 contrastou com a tristeza de 6 de maio
de 2020 - nas ruas pouca gente e na EBSPMA era tempo
de mudança e de limpeza, tendo em conta as obras de
construção da escola nova e de preparação para algumas
aulas presenciais que decorreram em junho do mesmo ano.
6. descobrindo
Página 6 6 de maio de 2021
6/5/2020
Ribeira Brava, 6 de maio de
2020, com destaque para os
trabalhos de construção da
segunda fase da EBSPMA
7. Página 7
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
Fonte: PORDATA (29 de junho de 2020),
,com base em dados recolhidos em 2018 e
2019. A PORDATA é uma base de dados
sobre Portugal contemporâneo com estatís-
ticas oficiais e certificadas sobre o país e a
Europa, dividida num amplo conjunto de
temas como a população, educação, saúde,
entre outros. Esta está disponível para to-
dos os cidadãos, é gratuita, de informação
rigorosa e isenta; https://www.pordata.pt/.
Leia mais em:
https://www.dnoticias.pt/madeira/pordata-retrata-ribeira-
brava-CJ6478316?fbclid=IwAR2IZRQHnnqlajHqNLy-
ZVa749Ljh0oYWItIfuwJNIspM5hZOmZmvxHuAmE
8. Página 8
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
O 6 de maio de 2020 foi um dia de muito trabalho..
Na altura, conforme recortes de imprensa regional de 9/11/2019:
Em jeito de síntese:
O concelho da Ribeira Brava convida-o a visitar a Igreja de São Bento. É um templo com
uma arquitetura muito vistosa, decorado com azulejos brancos e azuis do século XVI, sendo
também visíveis no próprio pináculo. Por detrás da igreja fica a Câmara Municipal rodeada
de belos jardins.
Na mesma área, encontrará várias lojas de pronto-a-vestir, sapatarias, cafés, restaurantes e
ainda um pequeno mercado com vários produtos hortofrutícolas . A Ribeira Brava também
tem uma praia de calhau, onde pode fazer uma pausa para apanhar um pouco de sol ou tomar
um banho refrescante (https://www.madeira-a-z.com/lazer-destaques/os-concelhos/ribeira-
brava.html ).
9. 3 - SOCIEDADE CULTURA EBSPMA 2019
descobrindo
Página 9 6 de maio de 2021
A
Escola Básica e Secundária
Padre Manuel Álvares
(EBSPMA) promoveu, uma
vez mais, a sua SEMANA
CULTURAL, evento que decorreu de 19
a 21 de novembro de 2019, no Museu Et-
nográfico da Madeira e, parcialmente, na
Biblioteca Municipal local.
A “Descobrindo…” recorda nesta e nas sete
páginas seguintes, em imagens da autoria de
Conceição José, (Gabinete de Informática da
EBSPMA) em exclusivo, para aos nossos leito-
res.
A propósito deste evento, recordamos o apelo
de Jorge Carvalho, Secretário Regional de Edu-
cação, na Biblioteca Municipal da Ribeira Bra-
va, há cinco anos atrás (2021 –2016), durante
as “Jornadas Culturais”:
“O desafio que vos deixo é que, de forma a cri-
armos cultura, sermos criativos, inovadores e
empreendedores, procurem fazer diferente.
Aproveitem estes dias de expressão cultural da
escola para que possam efetivamente criar o
vosso espaço e ser diferentes. A verdade é que,
num contexto global, só nos distinguimos pela
diferença»".
Como habitualmente, o programa de 2019 con-
tou com a presença de várias entidades exterio-
res que, além de marcarem presença no dia de
abertura, incentivaram alunos e professores,
enriquecendo este evento e elevando a cultura,
bem como a interação Escola – Comunidade
envolvente.
Ribeira Brava, 19 de novembro de 2019: Sessão de abertura da SEMANA CULTURAL da EBSPMA, referente ao
ano letivo 2019/2020, no Museu Etnográfico da Madeira.
10. Página 10
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
CULTURA
'Cultura é um termo muito abrangente que pressupõe várias áreas, e o próprio conceito sociológico não se
restringe ao domínio da sociologia.'
A cultura é parte do que somos, nela está o que regula a nossa convivência e a nossa comunicação em socie-
dade.. Segundo o antropólogo Lévi-Strauss, a cultura pode ser definida como conjunto de sistema simbólico,
entre os quais se incluem a linguagem, as regras matrimoniais, a arte, a ciência e religião. Estes sistemas se
relacionam e influenciam a realidade social e física de diferentes sociedades.” (Tomazi, 2010:173)
in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/o-conceito-sociologico-de-cultura/29076 [consultado em 30-06-2020]
11. descobrindo
Página 11 6 de maio de 2021
'Seguindo os dicionários, cultura é definida, no
âmbito da sociologia, como o «sistema de va-
lores, conhecimentos, técnicas e artefactos, de
padrões de comportamento e atitudes que ca-
racteriza uma determinada sociedade»
(Dicionário Universal da Língua Portuguesa,
Ed. Melhoramentos, 1972) ou, também, como o
«conjunto de costumes, práticas, comporta-
mentos que são adquiridos e transmitidos soci-
almente de geração em geração: "cultura aste-
ca", "cultura inca", "cultura greco-latina",
"cultura latino-americana", "cultura ociden-
tal"» (Dicionário da Língua Portuguesa Con-
temporânea, da Academia das Ciências de Lis-
boa, 2001).
Pelo facto de estar intimamente associada às
particularidades de um determinado povo ou
de uma civilização, o termo cultura refere-se,
ainda, ao «património literário, artístico e ci-
entífico de um grupo social, de um povo», o
que está patente na seguinte frase: «Recuperar
os monumentos antigos é preservar a nossa
cultura» (idem).
Por sua vez, se não nos quisermos limitar a
estas fontes tão abrangentes e optarmos por
direcionarmos a nossa pesquisa a bibliografia
específica, da autoria de especialistas, aperce-
bemo-nos de que as suas definições de cultura
não divergem das dos dicionários. O sociólogo
Guy Rocher, em Sociologia Geral (Lisboa, Ed.
Presença, 1977), define cultura como sendo
«um conjunto ligado de maneiras de pensar, de
sentir e de agir mais ou menos formalizadas
que, sendo apreendidas e partilhadas por uma
pluralidade de pessoas, servem, de uma manei-
ra simultaneamente objetiva e simbólica, para
organizar essas pessoas numa coletividade
particular e distinta. (pp. 198-199).
Acrescenta, ainda, que «os modelos, os valores
e símbolos que compõem a cultura incluem os
conhecimentos, as ideias, o pensamento,
abrangem todas as formas de expressão dos
sentimentos, assim como as regras que regem
ações observáveis do modo objetivo», o que
leva a que sejam «muito formalizadas num có-
digo de lei, nas fórmulas rituais, cerimónias,
protocolo […], em certos sectores das regras
da boa educação, nomeadamente aquelas que
regulam as relações interpessoais implicando
pessoas que se conhecem e se dão há muito
tempo» (idem, p. 200).
Portanto, os traços culturais caracterizam-se
como uma herança social.'
in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-
iul.pt/consultorio/perguntas/o-conceito-sociologico-de-cultura/29076 [consultado
em 30-06-2020]
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Edição n.º 19
Ribeira Brava, 19 a 21/11/2019: SEMANA CULTURAL da EBSPMA, referente ao ano letivo 2019/2020,
no Museu Etnográfico da Madeira e na Biblioteca Municipal local.
14. Página 14
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
Ribeira Brava, 19 a 21 de novembro de 2019: SEMANA CULTURAL da EBSPMA, referente ao ano letivo
2019/2020, no Museu Etnográfico da Madeira.
15. descobrindo
Página 15 6 de maio de 2021
Ribeira Brava, 19 a 21 de novem-
bro de 2019: SEMANA CULTU-
RAL da EBSPMA, referente ao ano
letivo 2019/2020, no Museu Etno-
gráfico da Madeira.
16. Página 16
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Edição n.º 19
H
ologramas: O que são?
Os hologramas são registos de
objetos que quando iluminados
de forma conveniente permitem a observação
dos objetos que lhe deram origem. Ao contrá-
rio da fotografia que apenas permite registar as
diferentes intensidades de luz proveniente da
cena fotografada, os hologramas registam tam-
bém a fase da radiação luminosa proveniente
do objeto. Nesta fase está contida a informação
sobre a posição relativa de cada ponto do
objeto iluminado, permitindo reconstruir uma
imagem com informação tridimensional.
Na Semana Cultural da EBSPMA, realizada
em novembro de 2019, entre as diversas ativi-
dades práticas abordadas pelos convidados,
foi a construção de hologramas, no Museu Et-
nográfico da Madeira.
17. descobrindo
Página 17 6 de maio de 2021
4 - SOCIEDADE PROJETOS E CLUBES (I)
Ribeira Brava, 28 de novembro de 2019: ESTENDAL SOLIDÁRIO, um evento realizado pelo projeto “I Share”,
da EBSPMA, no Mercado Municipal da Ribeira Brava. A Fotogaleria que se segue é da autoria de Conceição
José (Gabinete de Informática da EBSPMA), mais um exclusivo para a “Descobrindo…”. A imagem de cima foi
adaptada de: https://www.facebook.com/lojaishare/ .
18. Página 18
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
5 - SOCIEDADE TRADIÇÃO MISSA NATAL EBSPMA 2019
Ribeira Brava, 17 de dezembro de 2019: Discentes, docentes, encarregados de educação, pessoal auxiliar feste-
jaram , uma vez mais, o Natal. Local: Igreja Matriz. Organização: EBSPMA. Fotografias: Conceição José.
19. descobrindo
Página 19 6 de maio de 2021
O que aconteceu em 25 de dezem-
bro?
“A data do Natal foi fixada em 25 de
dezembro pelo imperador Constanti-
no, porque nesse dia era celebrada a
grande festa solar em Roma”, expli-
ca Ramón Teja, professor emérito de
História Antiga da Universidade de
Cantábria (Espanha), especialista em
história do cristianismo e presidente
de honra da Sociedade Espanhola de
Ciência das Religiões…”
Leia mais em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/12/08/cultura/1512736033_713696.html
20. Página 20
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
O
Espaço Intergeracional de
São João reabriu as suas
portas para o novo ano de
2020, repleto de festejos típi-
cos.
As portas reabriram no Dia de Reis, ouvindo-
se os alunos da Escola de São João e São Pau-
lo a cantar pelas estradas da zona. Seguiu-se o
Santo Amaro, com um momento de intergera-
cionalidade entre os utentes do Espaço e os
alunos da escola primária. Como forma de ter-
minar janeiro em festa, celebrou-se os aniver-
sários dos utentes que fizeram anos ao longo
deste mês, uma iniciativa que se pretende as-
sinalar todos os meses.
Presente na cerimónia esteve o presidente da
CMRB, Ricardo Nascimento e a sua comitiva,
tendo o presidente aproveitado para desejar
um bom ano a todos os presentes.
Fonte: CMRB
6 SOCIEDADE TRADIÇÃO SANTO AMARO CMRB 2020
O dia de Santo Amaro celebra-se um pouco por toda a ilha da
Madeira de forma festiva e cerimoniosa, altura em que os ma-
deirenses desmancham os presépios, as lapinhas e “varrem os
armários” – uma tradição que consiste em visitar familiares e
amigos que se juntam para partilhar as últimas iguarias da
Festa, entre os dias 11 e 15 de janeiro.
21. Página 21
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
7 - SOCIEDADE SEMANA DA SEGURANÇA 2020
A
EBSPMA organizou entre os
dias 17 e 21 de fevereiro de
2020 a SEMANA DA SEGU-
RANÇA, DEFESA E PAZ.
O evento teve muitas atividades com temas in-
teressantes orientados para a promoção da Se-
gurança, Defesa e Paz, que conta com o apoio
da CMRB, conforme ilustramos, de seguida,
em exclusivo para os nossos leitores.
Imagens captadas por Conceição José.
24. descobrindo
Página 24 6 de maio de 2021
Semana da Segurança, Defesa e Paz na Ribeira Brava,
fevereiro 2020.
25. Página 25
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
Semana da Segu-
rança, Defesa e Paz
na Ribeira Brava.
Organização:
EBSPMA.
Data: 17 a 21 de feve-
reiro de 2020.
Imagens: Conceição
José.
30. descobrindo
Página 30 6 de maio de 2021
EBSPMA (Bica do Pau)– Demonstra-
ção de meios e equipas cinotécnicas,
em fevereiro de 2020.
31. Página 31
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
8 - SOCIEDADE EDUCAÇÃO SÉNIOR CMRB
A
Universidade Sénior é um projeto do
Município da Ribeira Brava, que sur-
ge no ano letivo 2018/2019, repre-
sentando um desafio ao envelheci-
mento ativo, e como um contributo para o estímulo
intelectual da população mais idosa.
A Universidade Sénior é um Centro de Cultura e
Saberes que constitui uma resposta social às ne-
cessidades de indivíduos com idade igual ou supe-
rior a 50 anos, visando ser um polo de ensino, pes-
quisa e aprendizagem, complementado, com ativi-
dades culturais e recreativas, onde se fomenta o
enriquecimento intelectual e cultural, as relações
interpessoais, o aumento da autoestima e da auto-
nomia pessoal.
CONVERSAS COM JOÃO CARLOS ABREU |
UNIVERSIDADE SÉNIOR DA RIBEIRA BRA-
VA(USRB)
Os alunos da USRB assistiram na manhã de sexta-
feira, dia 24 de janeiro, a uma palestra ministrada
pelo antigo Secretário do Turismo, João Carlos
Abreu, que partilhou alguns pontos inerentes ao
Turismo na Região Autónoma da Madeira, contan-
do histórias vividas, enquanto Secretário Regional
e apaixonado pelo turismo e pela cultura. Um en-
contro de partilha de situações e experiências pro-
venientes do contacto com inúmeras pessoas de
diversos países, com quem se foi cruzando, a partir
de relatos ímpares sobre a opinião dessas mesmas
pessoas sobre o arquipélago. Partilhou ainda uma
visão interessante sobre o interesse turístico, numa
narrativa do livro "Dos Deuses ao turismo atual",
livro da sua autoria. Fique com alguns momentos
desta sessão que foi bastante interessante para os
alunos que interagiram com o palestrante de forma
entusiasta”.
Fonte: CMRB e imprensa regional diária.
Biblioteca Pública da Rª. Brava: Os alunos da USRB assistiram na manhã de sexta-feira, dia 24 de janeiro, a uma palestra ministrada
pelo antigo Secretário do Turismo, João Carlos Abreu (de camisola azul e colete vermelho, no primeiro plano da imagem).
33. Página 33
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
A Universidade Sénior da Ribeira Brava
(USRB) é um Centro de Cultura e Saberes que
constitui uma resposta social às necessidades de
indivíduos com idade igual ou superior a 50 anos,
visando ser um polo de ensino, pesquisa e apren-
dizagem, complementado, com atividades cultu-
rais e recreativas, onde se fomenta o enriqueci-
mento intelectual e cultural, as relações interpes-
soais, o aumento da autoestima e da autonomia
pessoal.
DIA INTERNACIONAL DA MULHER |
(USRB): Foi na segunda feira, dia 9 de março de
2020 que a USRB comemorou o dia internacional
da mulher com um almoço convívio. Fique com
alguns momentos do evento.
Organização: CMRB
No dia 8 de março de cada ano, celebra-se o Dia
Internacional da Mulher, símbolo de luta de
igualdade.
O Dia Internacional da Mulher foi instituído em
1975, após as lutas femininas por melhores con-
dições de trabalho, com uma enorme greve de
trabalhadoras em 1857 e outra em 1917.
Muitos são os poetas que encontraram e encon-
tram a sua inspiração no ser feminino, exaltando
a sua beleza e a sua personalidade.
34. Página 34
9 – SOCIEDADE BOMBEIROS, CARNAVAL & “MULHERES” CMRB
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
T
omada de Posse dos novos Órgãos Sociais da Associação Humanitária dos Bom-
beiros da Ribeira Brava e Ponta do Sol. 13 de janeiro de 2020
Fotos: Carlos Costa (Ponta do Sol) /CMRB
Na cerimónia da tomada de posse dos órgãos sociais
da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários
da Ribeira Brava e Ponta do Sol, no dia 13 de janeiro
de 2020, estiveram presentes Pedro Ramos, secretário
regional da Saúde e da Proteção civil, Ricardo Nasci-
mento, presidente CM da Ribeira Brava, Célia Pesse-
gueiro, presidente da CM da Ponta de Sol, e José Di-
as, presidente do Serviço Regional de Proteção civil
da Madeira. (SRPC).
35. descobrindo
Página 35 6 de maio de 2021
O
carnaval é um período de
alegria, festa onde se esquece
todos os problemas, o país
pára, dizem "tudo só começa
depois do carnaval..." Durante o carnaval, a
imagem que se tem aparentemente é de uma
festa alegre e "igualitária", as pesso-
as fantasiadas e misturadas, aparentam ser
iguais, sem distinções sociais e económicas.
Qual é a origem do Carnaval (carne vale -
adeus à carne)? Porque “adeus à carne”? nos
últimos dias antes de uma quarentena religiosa
– aquela observada antes da Páscoa: a
“quaresma”. Um período de privação alimentar
voltado à reflexão espiritual.
O carne vale, que nunca fez parte do calendário
religioso oficial, ficou marcado como o mo-
mento de exagero feito para compensar a entra-
da no período de penitência – no qual o consu-
mo de carne era proibido.
A variação da data do Carnaval no calendário
deve-se justamente à ligação direta com a Pás-
coa.
Por sinal: no fundo, tudo veio de festivais pré-
históricos da celebração da colheita. A própria
Páscoa, antes de celebrar a ressurreição de
Cristo ou o Êxodo dos judeus do Egito (que
teria acontecido mil anos antes de Jesus), era
uma comemoração pelo início da primavera, e
de sua abundância agrícola, no hemisfério nor-
te.
E os dias de privação antes da primavera eram
simplesmente uma necessidade: já que marca-
vam o momento em que os stocks de alimento
para o inverno (mortal e completamente infértil
nas altas latitudes) estavam a acabar. Com a
tradição desses períodos de penitência, veio
igualmente a de festejar antes. É isso que o
Carnaval reflete.
“Segundo alguns autores e historiadores, as
origens do Carnaval madeirense, em Portugal,
que remontam ao período áureo da produção
de açúcar, no seculo XVI, a sua ligação aos es-
cravos enquanto porto de passagem de bens e
pessoas, quando se iniciou a expansão do co-
mércio internacional açucareiro no Atlântico a
partir daquela ilha, com ele viajaram também
as tradições e expressões lúdicas regionais, o
que influenciou intrinsecamente as então festi-
vidades carnavalescas do Brasil, que se viriam
a tornar numa das principais manifestações
culturais”
(Fonte principal (adaptado): https://
fanecamassuda.blogs.sapo.pt/).
36. CARNAVAL
DAS ESCOLAS
- RIBEIRA
BRAVA -2020
Fotos: CMRB
Por causa
da chuva,
a festa de
carnaval
das Esco-
las do
Município
decorreu
no Pavi-
lhão Luís
Mendes.
descobrindo
Página 36 6 de maio de 2021
3. Carnaval, do ponto de vista sociológico
É uma festa popular Constitui-se numa festa para
todos. A troca de papéis sociais é comum, a vida
diária, de casa ao trabalho, de muitas pessoas é
mudada. Se a sociedade segrega e uniformiza a
festa de carnaval, para quem participa, cria “(..)
um cenário e uma atmosfera social onde tudo po-
de ser trocado de lugar (...)”.
O operário que em dias normais passa pelas ruas
movimentadas vestindo seu simples uniforme e
nem é notado, pode, no carnaval se fantasiar de
um rei, aparecer na TV, ser reconhecido e admi-
rado por um grande número de pessoas, pela sua
destreza e agilidade de passos e coreografias ou
simplesmente pela imagem que representa.
[...] Por tudo isso, o carnaval é a possibilidade
utópica de mudar de lugar, de trocar de posição
na estrutura social. De realmente inverter o mun-
do em direção à alegria, à abundância, à liberda-
de e, sobretudo, à igualdade de todos perante a
sociedade. Pena que tudo isso só sirva para reve-
lar o seu justo e exato oposto...” (DaMatta,
2000:78).
Fontes: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/; http://
augusthocesar.blogspot.com/2011/03/o-carnaval-sociologia-e-
historia.html
37. Página 37
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
Diversão na Ribeira Brava
No dia 21 de fevereiro de
2020- “Carnaval das Esco-
las”. Local: Pavilhão Luís
Mendes. Organização e fo-
tos: CMRB.
38. descobrindo
Página 38 6 de maio de 2021
O carnaval é um período de alegria, festa onde se
esquece todos os problemas, o país pára, dizem .
Durante o carnaval, a imagem que se tem apa-
rentemente é de uma festa alegre e "igualitária",
as pessoas fantasiadas e misturadas, aparentam
ser iguais, sem distinções sociais e económicas.
Organização e fotos: CMRB.L
Local: Pavilhão Luís Mendes.
39. Página 39
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
À esquerda e páginas seguin-
tes.
Carnaval do Campanário
de 2020.
Organização: Casa do Povo
local.
Fotos: CMRB./JM.
Data: 2020/02/23.
40. descobrindo
Página 40 6 de maio de 2021
A Casa do Povo de Campanário organiza mais uma vez o Tradicional Cortejo de Carnaval, no dia 23 de
fevereiro de 2020.
41. descobrindo
Página 41 6 de maio de 2021
CAMPANÁRIO-CARNAVAL 020
Fotos: CMRB
Organização: Casa do Povo local.
O cortejo começou depois das 15H30. Não faltaram as habituais Bar-
raquinhas e Animação no centro cívico até às 21H00. O carnaval no
Campanário teve também presença da Banda Municipal RB e os
“4Litro”.
42. descobrindo
Página 42 6 de maio de 2021
https://www.calendarr.com/portugal/factos-sobre-origem-historia-carnaval/
Em jeito de síntese:
SABIA QUE…?
.
1. No carnaval mesopotâmico, o rei era humi-
lhado e chicoteado?
Segundo estudiosos, duas celebrações realiza-
das no ano novo e início da primavera, para
comemorar a fecundidade da terra, têm aspe-
tos semelhantes com o dia de carnaval, pois
em ambas é possível observar a troca de pa-
péis na sociedade.
Durante as Saceias, um prisioneiro tinha a
oportunidade de se vestir como rei e aprovei-
tar os benefícios dessa posição. Ao chegar o
final da festa, o cativo era executado.
Um outro ritual realizado era para demonstrar
submissão ao deus mesopotâmico Marduk. A
divindade era exaltada com a humilhação do
rei vigente e, por isso, o monarca era chicote-
ado em frente à estátua do deus em seu tem-
plo.
2 .A figura carnavalesca do Rei Momo era
um deus que foi expulso do Olimpo?
Na mitologia grega, Dionísio é o deus do vi-
nho e da vegetação. As festas dionisíacas
eram marcadas por sacrifícios, desfiles e en-
cenação de teatros. Os participantes passavam
dias de comemoração, entregando-se ao vinho
e a prazeres carnais.
Na Grécia Antiga, há outra figura que ainda
hoje faz parte das comemorações carnavales-
cas, trata-se do Rei Momo. Essa figura conhe-
cida por seu sarcasmo, foi expulsa do Olimpo
por sua irreverência e por ridicularizar as cri-
ações de outros deuses.
Os festejos gregos incorporaram essa figura
nas comemorações, escolhendo um homem
gordo que simbolizasse a fartura durante as
festividades.
3. A Igreja incluiu o carnaval no calendário
eclesiástico porque não conseguiu proibi-lo?
Com a chegada do Cristianismo ao Ocidente,
as autoridades da Igreja condenaram o modo
como as pessoas se divertiam nas festas pa-
gãs. Entretanto, não conseguiu afastar o povo
desses eventos populares.
O carnaval foi então incluído no calendário
eclesiástico, incorporando símbolos da religi-
ão. A Igreja tentou cristianizar a festa, mas
não obteve sucesso e o carnaval continuou a
se popularizar pela sua tradição.
Quando a quaresma foi instituída no século
VIII, o carnaval passou a acontecer antes do
período religioso, assim os cristãos não come-
teriam excessos.(…)..
Saiba mais sobre a data em:
43. Página 43
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
8 DE MARÇO | DIA DA MULHER| 2020
Para comemorar a data, a Câmara Municipal da Ribei-
ra Brava (CMRB) ofereceu bombons às colaboradoras
do município e registou momento para desejar um bom
dia e os maiores sucessos a todas as mulheres, em parti-
cular às ribeira-bravenses.
Fontes (adaptado): CMRB. https://www.gqportugal.pt/8-marco-dia-mulher-mais-data
A origem da data escolhida para celebrar as mulheres tem algumas explicações históricas.
44. Página 44
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
(…) Em 1976 entrou
em vigor, em Portugal,
a nova Constituição,
onde fica estabelecida
a “igualdade entre
homens e mulheres em
todos os domínios”.
1977: A ONU reconhe-
ce o dia 8 de março
como o Dia Internacio-
nal da Mulher.
46. Página 46
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
Dia Internacional da Tolerância de 2019 cele-
brado na Escola
A preparação das atividades teve o seu início em
outubro e culminaram no passado dia 14 de no-
vembro, com danças, exposição visionamento de
filmes, testemunhos de alunos e apresentação pú-
blica, na sala de sessões da Escola Básica e Se-
cundária Padre Manuel Álvares, com a presença
de alunos do 8 ao 12º. Ano.
Recorde-se que o Dia Internacional da Tolerância
é celebrado anualmente a 16 de novembro. A data
foi aprovada pelos estados membros da UNESCO
após a celebração, em 1995, do Ano das Nações
Unidas para a Tolerância.
A instauração da data é baseada na Declaração
Universal dos Direitos Humanos, nomeadamente
nos artigos 18, 19 e 26: Todas as pessoas têm di-
reito à liberdade de pensamento, consciência e re-
ligião; todos têm direito à liberdade de opinião e
expressão; a educação deve promover a compreen-
são, a tolerância e a amizade entre todas as nações,
grupos raciais e religiosos.
A iniciativa foi coordenada pelo Clube dos Direi-
tos Humanos (Bela Brito e António Pereira), em
parceria com o “Liga-te” bem como da professora
Carmo Olival, na qualidade de docente da discipli-
na “Português Língua Não Materna”.
A Declaração de Princípios sobre
a Tolerância data de 1995 e defi-
ne o significado de tolerância co-
mo respeito, aceitação e apreço
pela riqueza e diversidade das
culturas do mundo, dos modos de
expressão e das maneiras de ex-
primir a nossa qualidade como
seres humanos. Também consiste
em não tolerar a injustiça social.
Clube dos Diretos Humanos e Projeto Liga-te (EBSPMA)
47. Página 47
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
Escola Básica e Secundária Padre Manuel Álvares (Ribeira Brava) :Dia Mundial da Alimentação, Dia Mundial do Não Fumador e Biblioteca
Humana, no â âmbito do Projeto Liga-te.
48. descobrindo
Página 48 6 de maio de 2021
No passado dia 19 de novembro de 2019, assi-
nalou-se, das 15 às 18 horas o Dia Mundial do
Não Fumador (17 de novembro) na Ribeira
Brava, através de uma campanha antitabágica
intitulada “Valoriza-te”, sob a coordenação da
Liga Portuguesa Contra o Cancro (Madeira).
A atividade constou da realização de mais uma
campanha de prevenção antitabágica virada para a
autoestima e atividades físicas; distribuição de fo-
lhetos e moldura para fotos; Aplicação que mostra
os efeitos do tabaco na nossa aparência física. A
moldura foi idealizada e executada pela turma do
8º. OI, sob a coordenação do professor Francisco
Teixeira.
Participaram diretamente nas atividades cinquenta
pessoas, nomeadamente, 10 alunos da turma 8º.
OI; 3 do 10º. D; 9 do 9º. D; 4 do 8º. B; 8 alunos do
8º. E; 2 alunos do 9º. B e 2 do 11º B, acompanha-
dos por 4 adultos (António, Carmo, Francisco, Fá-
tima e Énia), na qualidade de docentes, funcioná-
rias e encarregadas de educação; outros
49. descobrindo
Página 49 6 de maio de 2021
Público-Alvo: Comunidade escolar
Lema: “Nós não fumamos e…somos felizes!”
No passado dia 20 de janeiro, segunda-feira,
das 09:45 às 11:15 horas realizou-se a ativi-
dade designada” Biblioteca Humana” na
Escola Básica e Secundária Pe. M. Álvares
(Ribeira Brava), dinamizada pelo Projeto
Liga-te, destinada à turma do 7º. F.
O programa teve a seguinte sequência: Rece-
ção de convidados relacionados com várias te-
máticas, que foram vistos como “livros huma-
nos” e puderam ser consultados pelos alunos
para esclarecimento de dúvidas sobre a impor-
tância de cada um de nós para na escolha de
estilos de vida saudáveis, visando assim a pre-
venção de cancro e a promoção de saúde.
Os convidados e os respetivos papeis:
"Sobrevivente…”: Testemunho dado por que-
les a quem já foi diagnosticada uma doença
oncológica ou que acompanharam de perto es-
ta experiência, representada por duas voluntá-
rias da Liga Portuguesa Contra o Cancro
(Madeira) e uma Educadora Infantil); “E de-
pois do adeus…” - Testemunho dado por
quem deixou de fumar há pelo menos dois
anos; “É mais fácil não começar a fumar...”:
Testemunho dado por um professor que nunca
fumou.
Os 20 alunos da turma 7º. F foram divididos
em 4 grupos de trabalho; no final houve anedo-
tas, flexões, artes marciais e dança (duas alu-
nas do 10º ano de escolaridade, na qualidade
membros mais velhos do “Liga-te” na Ribeira
Brava).
50. descobrindo
Página 50 6 de maio de 2021
Escola Básica e Secundária Padre Manuel
Álvares – Ribeira Brava entregou segundo
cabaz de géneros à Delegação Regional da
Assistência Médica Internacional, do Cen-
tro Porta Amiga do Funchal e de toda a
Fundação AMI, 24 de janeiro de 2020
O Clube dos Direitos Humanos da Escola Bá-
sica e Secundária Padre Manuel Álvares, na
sequência da recolha e entrega de géneros no
passado dia 10 de dezembro de 2019 alimentí-
cios à AMI (Funchal), repetiu o gesto no pas-
sado dia 24 de janeiro do corrente anto, atra-
vés da entrega de mais um cabaz de géneros.
A primeira atividade foi desenvolvida em par-
ceria com a turma 8º OI e a última em parce-
ria com a Biblioteca da Escola, ao motivar a
Comunidade Escolar a materializar mais este
gesto de solidariedade.
No ato da receção do cabaz na Delegação Re-
gional da AMI/Centro Porta Amiga do Fun-
chal/Fundação AMI, registamos, com agrado
as seguintes palavras de estímulo, por parte
daquela Organização Não Governamental:
Por último, em meu nome, em nome da Dele-
gação Regional, do Centro Porta Amiga do
Funchal e de toda a Fundação AMI o nosso
muito obrigada por esta ação, por este dona-
tivo e por todo o trabalho feito em prol da ci-
dadania e dos Direitos Humanos (Ana Caroli-
na Vieira - Técnica Superior de Educação da
Delegação do Funchal da Fundação AMI).
51. descobrindo
Página 51 6 de maio de 2021
Promoção o debate sobre os Direitos Humanos na Educação para a Cidadania significa promover o desenvol-
vimento da consciência cívica em matéria de Direitos Humanos
52. descobrindo
Página 52 6 de maio de 2021
29 de abril às 11:27 ·
DIA MUNDIAL DA DANÇA
Para comemorar esta data, o Museu recordou e
partilhou na sua página na rede social facebook
algumas imagens, de várias atuações de dança,
no Museu Etnográfico da Madeira, de diferen-
tes grupos: Conservatório- Escola Profissional
das Artes da Madeira Eng. Luiz Peter Clode,
Grupo de Folclore da Casa do Povo da Ribeira
Brava e Escola Básica e Secundária Padre Ma-
nuel Álvares:
53. descobrindo
Página 53 6 de maio de 2021
Em jeito de síntese:
Frases sobre dança: "Perdido seja para nós
aquele dia em que não se dançou nem uma
vez!" Nietzsche. "Não é o ritmo nem os passos
que fazem a dança, mas a paixão que vai na
alma de quem dança." Augusto Branco.
"Dançar é sentir, sentir é sofrer, sofrer é
amar... Tu amas, sofres e sentes. Dan-
ça!" Isadora Duncan.
"A dança consegue revelar tudo o que a músi-
ca esconde misteriosamente, tendo mais méri-
to de ser humana e palpável. A dança é poesia
com braços e pernas, é a matéria, graciosa e
terrível, animada, embelezada pelo movimen-
to". Charles Baudelaire.
(https://www.calendarr.com/portugal/dia-mundial-da-danca/ )
54. Página 54
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
Vila da Ribeira Brava. Imagens captadas no dia 30/3/2020, durante o plano de emergência motivado pelo corona vírus.
AJAP.
11 – SOCIEDADE MUDANÇA SOCIAL
55. Página 55
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
“QUANDO HOJE FOR AMANHÃ
Por João Carlos Abreu,
ex-secretário do Turismo da RAM
Amanhã
quando este vírus maldito
deixar de voar
voltaremos aos braços
uns dos outros
Amanhã
encheremos de luz
as madrugadas escuras
das nossas inquietações
e dúvidas…
Amanhã
vestiremos com toda a força
da saudade que nos invade agora
de beijos e abraços
aqueles que tanto amamos
Amanhã
quando o tempo
deixar de estar encalhado
em nós
os nossos olhos navegarão
de novo no mar da nossa Ilha
e
os nossos horizontes
serão mais vastos e risonhos…
Amanhã
valorizaremos ainda mais
as flores dos jardins
o sol, a chuva, os abismos
e
calcorrearemos os caminhos
ingremes das nossas montanhas
aperceber-nos-emos
que a felicidade
e
respirar o ar puro
da terra
Todos os dias
todas as horas
todos os minutos
temos que nos curvar
perante
os médicos, os enfermeiros,
os bombeiros, os agentes policiais,
os verdadeiros heróis
desta batalha que tanto nos atormenta
e
os outros que na retaguarda
garantem os alimentos
correndo todos eles
riscos maiores
porque neles o amor
ultrapassa o medo da morte
e
quando hoje
for amanhã
tudo será diferente
haverá mais liberdade
e amor
Olharemos uns para os outros
com mais respeito e consideração
e
construiremos novamente
os sonhos e castelos
do nosso contentamento
por fim
verificaremos
que é na fragilidade
das nossas vidas
que residem as razões
do nosso viver...
56. descobrindo
Página 56 6 de maio de 2021
Covid-19: Quando o isolamento se abate
sobre nós de tal maneira que parece um
luto
Texto: CLARA SOARES
Revista VISÃO
01.04.2020 às 14h00
Fotos: AJAP
F
icar privado de liberdade, ver sus-
pensos hábitos e rotinas, temer
ficar sem saúde, emprego e a vida,
nossa e dos próximos tem um im-
pacto comparável ao de um luto, revela um estu-
do.
Nos dias que correm, ou melhor, passam, dentro
de quatro paredes, podem vir à memória muitas
coisas. As vozes de Sérgio Godinho, “Hoje é o
primeiro dia do resto da tua vida”. De Michael
Stipe, dos R.E.M., “É o fim do mundo como o co-
nhecíamos”. Do ecrã da sala, da janela do edifí-
cio, do quarto onde se recupera ou da unidade
hospitalar, o desconforto agiganta-se, penetra nos
sonhos e ocupa espaço crescente nas cabeças
acordadas, como um fantasma. O isolamento so-
cial e a quarentena, que se vão aguentando com a
noção de que a tecnologia e os esforços de médi-
cos e de todos nós nos levarão a melhores dias,
vão-se tornando insuportáveis e começam a fazer
estragos comparáveis aos de um ‘sismo psicológi-
co’.
Para saber mais
https://visao.sapo.pt/visaosaude/2020-04-01-covid-19-quando-o-
isolamento-se-abate-sobre-nos-de-tal-maneira-que-parece-um-luto/
Ribeira Brava, 30 de março de 2020: A desertificação na
frente mar e restantes locais emblemáticos era bem evidentes.
57. descobrindo
Página 57 6 de maio de 2021
Confinada na minha terra querida- a Serra de Água
Partilhado nas redes sociais, em março de 2020, por Suse Gouveia, (texto e imagens), antiga aluna da
EBSPMA, residente na Serra de Água.
H
oje agradeço por viver neste
sítio, onde posso, por exemplo,
ir até à estrada deitar o lixo e
até mesmo ir até ao outro lado
do sítio, sem correr nenhum risco porque prova-
velmente nem encontrarei alguém na rua; e, se
encontrar, dá perfeitamente pra manter a distân-
cia de segurança.
Hoje agradeço por viver no campo, por ter espaço
livre à volta da casa onde posso andar sem pro-
blema nenhum. Deus me livre de “estar presa”
num apartamento, nesta situação em que estamos
vivendo…
Já ouvi comentários do género: “tu vives na ser-
ra... vives num buraco”, etc.
Sim, vivo na serra, na Serra de Água e cada vez
dou mais valor a este lugar... Buraco? Não, não é
nenhum buraco e acredito que neste momento
muita gente desejaria morar num sítio como este!
Atenção, NÃO estou dizendo que o vírus não pos-
sa chegar aqui, isso será sempre uma hipótese,
estou apenas a enfatizar as vantagens de viver no
campo, de viver num sítio "isolado" e quem co-
nhece este sítio perceberá perfeitamente ao que
me refiro.
58. Página 58
6 de maio de 2021
Edição n.º 19
N
ão se trata, como já ouvimos dizer, de pôr
em causa a nossa civilização, mas as su-
as formações de poder e, com elas, o de-
senvolvimento de laços sociais cada vez
menos aceitáveis. Esta terrível experiência que estamos a
viver constitui apenas uma antecipação, e um aviso, do
que nos espera com as alterações climáticas.
O que vem aí, ninguém sabe. Adivinha-se, teme-
se que seja devastador. Em número de mortes, em
sofrimento, em destruição. Mas, como não temos
uma ideia clara do que poderá ser uma tal catás-
trofe, a ignorância e a confusão amplificam o
nosso medo. Será um desastre planetário e regio-
nal, coletivo e individual, já presente e ainda fu-
turo, conhecido e familiar, mas sempre longínquo
e estrangeiro, destinado aos outros, mas cada vez
mais perto. Não é o simples medo da morte, é a
angústia da morte absurda, imprevista, brutal e
sem razão, violenta e injusta. Rebenta com o sen-
tido e quebra o nexo do mundo.
(…) O coronavírus, pondo em perigo qualquer
um, independentemente da sua riqueza ou estatu-
to, torna todos iguais – não perante a morte, mas
perante o direito à vida, à saúde e à justiça.
Não se trata, como já ouvimos dizer, de pôr em
causa a nossa civilização, mas as suas formações
de poder e, com elas, o desenvolvimento de laços
sociais cada vez menos aceitáveis. Esta terrível
experiência que estamos a viver constitui apenas
uma antecipação, e um aviso, do que nos espera
com as alterações climáticas.
(…) Que podemos e devemos fazer, nós que nos
fechamos em casa, e que não queremos que o au-
toisolamento se torne apenas uma defesa egoísta
da família, numa atitude que reforça, afinal, o
corte com a comunidade?
É preciso, primeiro, combater o medo da morte.
Para tanto, dois requisitos essenciais, a recusa
da passividade e o conhecimento do “inimigo”.
Quanto mais ativos, mais aptos, mais fortes para
afastar o medo. Se bem que o medo acorde a luci-
dez, e neste sentido possa ser benéfico, sabemos
que ele encolhe o espaço, suspende o tempo, pa-
ralisa o corpo, limitando o universo a uma bolha
minúscula que nos aprisiona e nos confunde. Co-
municar com os outros e com a comunidade é
furar a bolha, alargar os limites do espaço e do
tempo, tomar consciência de que o nosso mundo
se estende muito para além dos quartos a que es-
tamos confinados. Foi certamente o que sentiram
e fizeram os napolitanos que se puseram a cantar
à noite, de varanda para varanda, exorcizando o
medo e criando um novo espaço público comum.
Trata-se de combater este medo da morte. Que
não é o medo, digamos, habitual, de morrer, mas
uma espécie de terror miudinho, subterrâneo e
permanente, que toma conta da vida. Não na
apreensão do mal final, mas como se a morte,
enquanto avesso da vida, enquanto letargia abso-
luta, rigidez definitiva, paralisia e abismo, viesse
ocupar o terreno do nosso tempo quotidiano.
59. descobrindo
Página 59 6 de maio de 2021
(…)Qual o futuro desta transformação? Pode-se
adivinhar já certos efeitos. A consciência planetá-
ria do perigo de morte traz consigo uma certa
perceção, imediata e concreta da humanidade,
como comunidade viva e nua. Para além do que
separa os homens, há o que os faz simplesmente
humanos, a vida, a morte, o poderoso direito a
existir, sem condições nem prerrogativas. O que
implica um igualitarismo primário e primeiro, en-
tre os indivíduos e entre os povos. As peripécias
dos protecionismos xenófobos e racistas
de Bolsonaro e de Trump, em tempo de crise pan-
démica, parecem patéticas quando confrontadas
com este espírito mundial que se está a formar.
Por outro lado, a informação veiculada pela co-
municação social, a dependência de cada cidadão
de um país relativamente aos cidadãos de outros
países, a exigência premente de coordenação das
políticas de saúde (e não só) de diferentes nações,
o trabalho em rede de cientistas por todo o mun-
do, está a levar à criação progressiva de poderes
transnacionais. São tudo bons sinais que se dese-
nham no horizonte. Acreditamos que tal evolução
das consciências só poderá beneficiar a luta deci-
siva, que virá em breve, contra as alterações cli-
máticas.
Mas os bons sinais não chegam para nos sosse-
gar. Tanto mais que o medo que nos invade não
pára de se avolumar. No momento em que escre-
vo, chovem de todos os lados, da Europa, da Amé-
rica, do Médio Oriente e da Ásia, as notícias mais
alarmantes. A pandemia cresce como
um tsunami mundial, derruba e mata numa ava-
lanche incontrolável. O medo não é uma atmosfe-
ra, é uma inundação. Como resistir, como desfa-
zer, ou pelo menos atenuar o medo que nos tolhe?
Com mais conhecimento, sim, e mais informação,
e mais entreajuda e racionalidade. Resta-nos so-
brepor ao medo que nos desapropria de nós, o
medo desse medo, o de sermos menos do que nós.
Resta-nos, se é possível, escolher, contra o que
nos faz tremer de apreensão e nos instala na ins-
tabilidade e no pânico, a forças de vida que nos
ligam (poderosamente, mesmo sem o sabermos,)
aos outros e ao mundo.
*Filósofo.
====================================
*José Gil
*Professor universitário, filósofo e ensaísta português nas-
cido em 1939, em Lourenço Marques, Moçambique. Após
completar o ensino secundário na capital moçambicana, em
1957 veio estudar para a Faculdade de Ciências da Univer-
sidade de Lisboa, onde completou o 1º ano do curso de Ci-
ências Matemáticas. Depois de completar este primeiro ano
de estudos, mudou-se para Paris onde, em 1968, concluiu a
licenciatura em Filosofia na Faculdade de Letras de Paris,
na Universidade da Sorbonne. No ano seguinte, fez o mes-
trado em Filosofia, com uma tese sobre a moral de Kant.
Em 1982 concluiu o doutoramento d´Etat de Philosophie
com a tese Le Corps comme Champ du Pouvoir, editada em
livro em 1988 (..)
*Fonte (adaptado por nós na qualidade de assinantes do jornal Públi-
co).https://www.publico.pt/2020/03/15/sociedade/ensaio/medo-1907861;
https://www.fnac.pt/Jose-Gil/ia58153/biografia
60. Página 60 descobrindo
6 de maio de 2021
Fonte (adaptado): “Público” - (assinantes);
https://www.publico.pt/2020/04/10/
Os nossos antepassados do século XIV não sabi-
am muito sobre a doença que subitamente amea-
çava devastar a Europa, mas sabiam uma coisa:
os barcos do comércio mundial que tentavam
atracar nas cidades portuárias europeias eram
uma ameaça.
A partir deles, dos ratos, das pulgas e dos huma-
nos já infetados, espalhava-se esse horror que fi-
cou conhecido como peste negra.
Foi há cerca de 700 anos — entre 1347 e 1351 —
que a peste, causada pela bactéria Yersinia pes-
tis (identificada muito mais tarde), invadiu a Eu-
rásia, matando mais de um terço da população.
Impotentes para travar o flagelo, os nossos ante-
passados tinham percebido a urgência de, num pri-
meiro momento, travar a entrada de viajantes vin-
dos de fora e, depois, de separar os doentes dos
que ainda não tinham sido infetados (a separação
dos doentes já tinha sido utilizada anteriormente
na história, nomeadamente com os leprosos).
Ou seja, aquilo a que hoje chamamos distancia-
mento social, e que nos surge como a forma mais
eficaz de conter uma pandemia, era já a estratégia
usada no século XIV. A palavra quarentena surge,
aliás, a partir do italiano quarentino, os quarenta
dias (que, inicialmente eram trinta, o trentino) que
os recém-chegados a uma cidade tinham que se
manter à distância — a quarentena aplica-se a to-
dos os viajantes, o isolamento aos que já estavam
doentes.
(…) Com as devidas distâncias que nos separam
dos tempos medievais, hoje, perante o avanço do
novo coronavírus pelo mundo, compreendemos
melhor o que os europeus desse tempo viveram —
mesmo que, felizmente, nunca consigamos imagi-
nar completamente o que era o horror da peste
numa cidade medieval.
(…) Quando a peste chega, em 1347, “tal como a
covid-19, não atinge todos os sítios ao mesmo tem-
po”. Os centros urbanos são os que mais profun-
damente sofrem o impacto de um fenómeno que se
repetirá várias vezes durante os séculos seguintes
e que, em termos demográficos, só permitirá que a
população europeia recupere a partir do início do
século XVI.
Na Europa medieval — como tantas outras vezes
ao longo da História — o alvo de muito desse ódio
foram os judeus. Começaram a correr rumores de
que eles tinham envenenado as vias de água que
abasteciam as cidades e que era isso que estava a
provocar tantas vítimas. O resultado desses rumo-
res foi o massacre de milhares de judeus às mãos
dos desesperados europeus que assim esperavam
conter a peste.
A explosão de ódio não foi generalizada, em algu-
mas cidades não aconteceu, mas outras comunica-
ram entre si, lançando o aviso: “sabemos que fo-
ram os judeus a fazê-lo, por isso, olhem para a
vossa cidade e façam alguma coisa”. E, sublinha a
historiadora, “a ideia de que são só os pobres e
ignorantes que se tornam violentos, não é verda-
de”.
(…)Num texto publicado no The Conversation, Mi-
ri Rubin, lembrando que, apesar de tudo, o Papa
Clemente VI tentou evitar o massacre dos judeus
chamando a atenção para o facto de eles estarem
61. descobrindo
Página 61 6 de maio de 2021
também a morrer de peste, conclui, no entanto, que
“a linguagem da divisão, da separação e da exclu-
são entrou num espaço antes preenchido pelas
ideias de um bem comum”.
Por isso, diz ao Ípsilon, espera “que encontremos
formas de cooperação internacional, como já está
a acontecer entre os cientistas”. O desastre trazido
pelo novo coronavírus pode ser “uma oportunida-
de para encontrarmos a coesão que potencialmente
existe dentro de todos nós, concentrando-nos nas
coisas que são realmente importantes”.
E essa é uma das lições mais importantes que a
Idade Média nos pode deixar — atenção, porque
“o tempo que se segue à calamidade é, também ele,
perigoso”.
Fonte (adaptado, na qualidade de assinante):
https://www.publico.pt/2020/04/10/culturaipsilon/noticia/
licoes-peste-negra-tempo-segue-calamidade-tambem-
perigoso-1911292
Pedro Macedo, aluno do 6º. Ano de escolaridade, da EBSPMA, em junho de 2020, disse, perante as câmaras da
RTP , que sempre gostou da língua portuguesa e da importância de que a literatura ainda se reveste nos nossos
dias. O Pedro subscreve, na íntegra, esta afirmação: Nada existe no mundo que a literatura não possa exprimir.
Por outro lado, é ainda através da literatura que melhor podemos ter acesso à experiência de vida de uma época
ou à interioridade do seu tempo social e cultural (https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/critica-literaria/ ).
62. Edição n.º 19 Página 62
6 de maio de 2021
Uma Aventura na Madeira foi o volume mais recente
(em 2016) que deste modo atingia o n.º 58.
Com uma linguagem e uma narrativa simples, adapta-
da ao público-alvo da série, Teresa, Luísa, Pedro, Jo-
ão e Chico – desta feita sem os cães Caracol e Faial –
vivem a sua primeira aventura na Ilha da Madeira,
estando a narrativa intercalada por curtas descrições
turísticas que poderão motivar os leitores a quererem
também eles visitar a ilha.
A série portuguesa Uma Aventura escrita por Ana Ma-
ria Magalhães e Isabel Alçada e editada pela Caminho
partiu de um contexto com um travo luso, com um gru-
po de personagens constituído por cinco jovens e dois
cães. Inclusivamente, Teresa e Luísa são gémeas, re-
lembrando outra famosa série enidblytoniana publica-
da na altura pela Editorial Notícias, As Gémeas (St.
Clare’s, 1941-1945).
63. Página 63 6 de maio de 2021
descobrindo
Uma Aventura na Madeira
Texto adaptado de https://bandasdesenhadas.com/
Nuno Pereira de Sousa 09/03/2016
(…)Com uma linguagem e uma narrativa simples, adap-
tada ao público-alvo da série, Teresa, Luísa, Pedro,
João e Chico – desta feita sem os cães Caracol e Faial
– vivem a sua primeira aventura na Ilha da Madeira,
estando a narrativa intercalada por curtas descrições
turísticas que poderão motivar os leitores a quererem
também eles visitar a ilha.
É apresentado um personagem, Benjamin, que, dado
residir no Reino Unido, pode inclusivamente vir um dia
a retornar à série numa viagem que os protagonistas,
conhecidos viajantes, lá façam.
Os personagens já nossos conhecidos viajam até à ilha
da Madeira a fim de participar nuns campeonatos des-
portivos.
O certo é que, numa das visitas aos maravilhosos luga-
res da Madeira, os nossos amigos dão com uns papéis
que caíram de uma mota que se deslocava a grande ve-
locidade.
Ora, nesses papéis, podia depreender-se que se tratava
de um mapa para um tesouro algures escondido.
Se juntarmos a isso uns carteiristas e o Benjamim, que
anda na ilha a procurar os ingredientes secretos para
fazer o elixir do amor…
No final do volume, as autoras descrevem a sua
viagem de investigação à Madeira, com fotografias
dos locais onde a ação se desenrola.
Muito sucedeu desde o início da série, tendo as au-
toras sido recebidas com pompa e circunstância
pela comunidade escolar, autarcas, grupos folcló-
ricos, membros do clero e profissionais dos media.
Afinal, era a vez da Madeira finalmente figurar na
coleção.
CONCURSO AVENTURA LITERÁRIA 2020
Este concurso tem quatro modalidades: Texto
Original, Crítica, Desenho e Olimpíadas da
História.
Livros a concurso para as modalidades de Crí-
tica e Desenho para o 3.º/4.º anos e 2.º ciclo
(5.º e 6.º anos):
Toda a coleção Uma Aventura (escolhe um
livro da coleção); toda a coleção Viagens no
Tempo (escolhe um livro da coleção); toda a
coleção Os Primos e a Bruxa Cartuxa (escolhe
um livro da coleção); toda a coleção A Bruxa
Cartuxa (escolhe um livro da coleção) A Rapo-
sa Azul; há Fogo na Floresta;
Diário Secreto de Camila
Quero Ser Ator; Toda a coleção Inspetor
MAX.
Vencedores do Concurso Uma Aventu-
ra...Literária 2020 - Modalidade de Crítica
“1.º Prémio – Crítica 2.º Ciclo
Pedro Macedo
(ver imagens nas páginas anteriores)
Prof.ª Maria Sanches (idem).
EBS Padre Manuel Álvares – Madeira”
Fonte: http://www.uma-aventura.pt/index.php?s=concursos&concorrente=25 “
=======================================
Pedro Macedo, em junho de 2020: “Através da
minha participação neste concurso nacional,
aprendi a gostar ainda mais da nossa língua e
da Madeira. A Madeira é sempre um segredo”.
É pelo cruzamento da literatura com a crítica, nu-
ma representatividade mútua feita de encontros e
desencontros com a verdade de cada uma delas,
que a vivacidade do rosto de uma época se torna
mais nítida nos seus contornos culturais.
64. Página 64 descobrindo
6 de maio de 2021
M
aria Emília Brederode
Santos, presidente do
Conselho Nacional de
Educação, lança questões
que ainda procuram respostas. Em entre-
vista ao EDUCARE.PT, diz o que pensa so-
bre o ensino à distância e fala sobre desi-
gualdades sociais e tecnológicas, desmotiva-
ção dos alunos, inspeção de notas, prepara-
ção do próximo ano letivo, entre outros as-
suntos.
Por: Sara R. Oliveira; 01-07-2020; https://
www.educare.pt/ (adaptado).
Maria Emília Brederode Santos, presidente do
Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão
independente com funções consultivas, consi-
dera que a comunidade escolar se adaptou
muito bem a um novo contexto, às circunstân-
cias excecionais impostas pela pandemia. Mas
há o outro lado da questão. Qual o impacto do
que aconteceu e do que foi feito? A eficácia e
os custos psicológicos e financeiros das rea-
daptações no ensino ainda estão por avaliar.
O encerramento das escolas, o recurso ao ensi-
no à distância, a crise provocada pela pande-
mia, o acesso às tecnologias por parte dos alu-
nos, destaparam desigualdades sociais e edu-
cativas. É um assunto que merece atenção de
vários ângulos. “Mas a verdade é que não bas-
ta o acesso ao equipamento, é necessário tam-
bém uma rede suficientemente potente e ve-
loz, competências que permitam aos alunos
lidarem com várias plataformas e materiais, e
pais ou outros adultos disponíveis e prepara-
dos, conhecedores da cultura escolar e capazes
de apoiarem os filhos nas aprendizagens. E é
aí que as desigualdades são mais graves e
mais difíceis de ultrapassar”, refere nesta en-
trevista(…)
(…) O próximo ano letivo está à porta. Maria
Emília Brederode Santos entende que é preci-
so funcionar com vários cenários em cima da
mesa e aproveitar o ensino presencial para
“recuperar os alunos mais vulneráveis”. As
aulas, na sua opinião, poderão ter lugar de vá-
rias maneiras, com vários tempos e em vários
espaços. E, além disso, os métodos de ensino
deveriam variar. “A aprendizagem por projeto
e incidindo em questões ‘vivas’, complexas,
verdadeiros problemas da nossa sociedade,
poderá contribuir para aumentar o gosto dos
65. Página 65 descobrindo
6 de maio de 2021
alunos pelas aulas e para os ajudar a aprender
a aprender”, sublinha.
EDUCARE.PT: As circunstâncias excecionais
num tempo de pandemia alteraram substanci-
almente o modelo de ensino. A comunidade
escolar readaptou-se bem a um novo contex-
to?
Maria Emília Brederode Santos
(MEBS): Daquilo que hoje é possível apreci-
ar, diria que a comunidade escolar se adaptou
muito bem às circunstâncias excecionais com
que foi confrontada, desencadeadas pela pan-
demia e o encerramento das escolas. A comu-
nidade escolar - diretores, professores, alunos,
pais… - fez um enorme esforço e conseguiu
“recriar” outros modos de ensinar e aprender,
designadamente à distância, através de novas e
velhas tecnologias.
Mas não sabemos ainda nem a eficácia dessa
“readaptação” (o que aprenderam de facto os
alunos, por exemplo) nem os seus “custos” - e
não falo só de custos financeiros. Falo sobretu-
do de “custos psicológicos”: qual o impacto
emocional desta situação?
A escola física e relacional desempenha outros
papéis para além da sua missão definidora de
local de aprendizagem. Desempenha também -
e estas circunstâncias excecionais mostraram-
no bem - um papel de vigilância e proteção da
criança e dos seus direitos (nomeadamente pa-
ra crianças criadas em meios violentos ou ne-
gligentes); ou de satisfação das suas necessida-
des básicas (por exemplo através da alimenta-
ção); de apoio sócio emocional para situações
de grande tensão e stress como esta; ou ainda
de socialização entre pares, fundamental para
o seu bem-estar e para o seu desenvolvimento
social.
E: Os professores estiveram à altura deste de-
safio? Souberam responder, num curto espaço
de tempo, a uma mudança tão significativa?
MEBS: Mais uma vez, tanto quanto nos é pos-
sível saber nesta altura, diria que sim, sem dú-
vida. Os professores fizeram um enorme esfor-
ço e, em poucos dias, conseguiram reaparecer
aos seus alunos e assegurar a continuidade da
sua educação. Foi um momento muito impor-
tante esse, em que, depois de uns dias em que
os miúdos ficaram em casa, pasmados e assus-
tados, os seus professores entraram em contac-
to com eles, com propostas de continuidade
educativa. Os alunos sentiram-se reconheci-
dos, valorizados e confiantes de que não iam
ficar abandonados. Os seus professores, a sua
escola, não desistiam deles! Foi um momento-
chave.
E: Como funcionou o ensino à distância?
Quais os constrangimentos, quais os benefí-
cios?
66. Página 66 6 de maio de 2021
descobrindo
MEBS: A tentação mais imediata foi a de re-
produzir “à distância” o modelo utilizado pre-
sencialmente. Mas se o professor trabalhava
com os alunos usando uma variedade de méto-
dos, procurando desenvolver a autonomia dos
alunos, designadamente a autorregulação das
suas aprendizagens, a adaptação terá sido mais
adequada. Se o professor assentava as suas au-
las sobretudo no método expositivo, poderá ter
tido mais dificuldades, pois é um método que,
à distância, é ainda mais cansativo e ineficaz,
sobretudo para crianças mais novas. Outros
professores limitaram a sua intervenção ao en-
vio de fichas e trabalhos para casa. E outras
situações terá havido que é preciso estudar e
conhecer.
Mas quando falamos de “Ensino à Distância”
estamos a falar de situações muito diferentes:
via internet em sessões síncronas e assíncro-
nas; pela televisão com as aulas do
“EstudoEmCasa” na RTP Memória ou com o
aproveitamento da programação infantil da
RTP2 enquadrada pelas orientações curricula-
res para o Pré-Escolar; ou ainda com as aulas
proporcionadas pela RTP Madeira (que inclu-
em aulas para o Secundário) e pela RTP Aço-
res; ou, mais recentemente, com os programas
radiofónicos “Bloco de Notas” na Antena 1 de
apoio a certas disciplinas do Secundário… Ou
seja: também os media, em especial o serviço
público, se adaptaram rapidamente às
“circunstâncias excecionais” e colaboraram
com o Ministério da Educação para que a edu-
cação de crianças e jovens não fosse interrom-
pida, tivesse continuidade.
Foi um esforço conjunto extraordinário tam-
bém neste caso. Mas também aqui ainda não
temos dados suficientes para saber como funci-
onou, por exemplo, a articulação entre esta
oferta mediática e a oferta mais individualiza-
da de cada escola e cada professor a cada alu-
no.
E: O ensino à distância fez sobressair desi-
gualdades no acesso às tecnologias. Como re-
solver essa questão? Resolver com as escolas
ou resolver com as famílias?
MEBS: A crise, o encerramento das escolas e
o recurso ao ensino à distância tornaram mais
visíveis as desigualdades sociais e educativas
existentes na sociedade portuguesa e que estão
longe de ser apenas as desigualdades de acesso
às tecnologias. Mas é verdade que a sua utili-
zação, de forma mais intensa, veio agravar
aquelas desigualdades.
Várias entidades, especialmente as autarquias,
intervieram para distribuir dispositivos
(computadores, tablets ou telemóveis) e assim
assegurar que todos os alunos tivessem equipa-
mento. Creio que na maior parte dos casos essa
distribuição se processou por empréstimo e
através das escolas. Mas a verdade é que não
basta o acesso ao equipamento, é necessário
também uma rede suficientemente potente e
veloz, competências que permitam aos alunos
lidarem com várias plataformas e materiais, e
67. Página 67 descobrindo
6 de maio de 2021
pais ou outros adultos disponíveis e prepara-
dos, conhecedores da cultura escolar e capazes
de apoiarem os filhos nas aprendizagens. E é aí
que as desigualdades são mais graves e mais
difíceis de ultrapassar.
E: As decisões do Ministério da Educação,
num tempo nunca vivido, foram bem sustenta-
das e justificadas?
MEBS: As decisões que foram tomadas foram
decisões muito difíceis e nem sempre, ou não
totalmente, apenas pelo Ministério da Educa-
ção. Foram decisões que ultrapassaram as pre-
ocupações educativas porque se tratava de pre-
servar a saúde de todos. Foi necessário ao po-
der político procurar equilibrar o “trilema” da
pandemia: a preservação da saúde, a proteção
social e económica e a capacidade de resistên-
cia do SNS [Serviço Nacional de Saúde].
E: O regresso dos alunos do 11.º e 12.º anos às
escolas e a reabertura das creches e do pré-
escolar são decisões que se justificaram num
quadro de desconfinamento geral?
MEBS: Mais uma vez se procurou uma solu-
ção de equilíbrio entre vários interesses e pos-
sibilidades, continuando a privilegiar-se a situ-
ação sanitária. Tendo em conta as necessidades
económicas e psicológicas (quanto tempo mais
aguentaríamos o confinamento?) de
“desconfinar”, optou-se, e creio que isso não é
polémico, por um desconfinamento parcelar e
gradual que permitisse a necessária redução do
número de alunos com vista a assegurar medi-
das de segurança e distância física.
Qualquer opção seria discutível. Neste caso
optou-se pelos mais pequenos (creches e jar-
dins de infância) provavelmente por razões so-
bretudo económicas - permitindo o regresso
dos pais ao trabalho - e psicológicas (dos filhos
e dos pais também!). A opção pelos mais ve-
lhos justificar-se-á pela sua maior maturidade,
compreensão da necessidade de distanciamento
físico e cumprimento de medidas de higiene e
controle comportamental e também, provavel-
mente, pela realização de exames do Ensino
Secundário e a questão do acesso ao Ensino
Superior. É claro que os grupos etários escolhi-
dos para começar o desconfinamento poderiam
ter sido outros - tão discutíveis como estes. Pa-
ra mim, o principal problema das opções segui-
das foi poder sugerir uma importância excessi-
va dada aos exames.
E: Segundo um estudo internacional, os jovens
portugueses têm pouco gosto na escola e dão
conta de uma pressão elevada dos trabalhos
de casa. Serão estes dois dos maiores proble-
mas crónicos do sistema de ensino?
MEBS: Pior do que isso: o gosto pela escola
entre os alunos de 11 a 18 anos vai diminuindo
com a idade - segundo a professora Margarida
Gaspar de Matos (que coordenou esse estudo
em Portugal), no “webinar” organizado pelo
CNE a 8 de junho passado - e tem vindo a di-
minuir pelo menos desde 2002. (…)
68. Página 68
descobrindo
6 de maio de 2021
12. MEMÓRIAS DE OUTROS TEMPOS CAMINHOS
Alguns testemunhos:
Madalena Lopes: Passei tantas vezes aqui, na
altura contava os degraus, mas já não me re-
cordo quantos são!
Ezequiel Silva: Ribeira Brava (Vereda do
Porto Santo) era assim que antigamente era
chamada.
Maria José de Freitas: À distância de muitos
anos, ainda conheço estas pedras do caminho!
Veredas & Levadas: Olhando com atenção
para este mapa constamos que o concelho da
Ribeira Brava ainda não existia.
Assim sendo, se tivermos em conta que este foi
criado a 6 de Maio de 1914, logo o mapa é
anterior a essa data.
Caminho Real, EN nº 23: Vila da Ribeira Brava, antigo caminho
para a Apresentação (em cima).
Em baixo: Antigo mapa da ilha da Madeira desenhado à mão com
as "estradas nacionais" da época, conhecidas hoje como o Caminho
Real.
Fonte: Veredas & Levadas (página no Facebook); 2013.
69. Edição n.º 19 Página 69
6 de maio de 2021
Da esquerda para a direita, e de cima para baixo::
Caminho Real, EN nº 25: Ponte no sítio do Curral Jangão, onde outrora viveram alguns casais
-Serra de Água.
Caminho Real, EN nº 25: A 1300 m de altitude no Pico do Cavalo entre a Encumeada e a Corri-
da Serra de Água.
Caminho Real, EN nº 23. Hoje, Rua Padre Manuel Alves. - Onde íamos levar as vacinas em cri-
anças antes de entrarmos na Escola, (que ficava o Registo Civil) - Vila da Rª. Brava..
Caminho Real, EN nº 25: Encumeada, Boca da Corrida no Curral Jangão - Serra de Água..
Fonte: Veredas & Levadas (página no Facebook); 2013.
70. Página 70 6 de maio de 2021
descobrindo
Da esquerda para a direita, e de cima para baixo::
Antigo Caminho Real EN nº 25: Uma plataforma de raízes. entre a Encumeada e o Curral
Caminho real E.N. nº 25 : ligação Encumeada / Corrida .
Caminho Real, EN nº 25: Ligação Encumeada Corrida
Caminho Real, EN nº 25: Entre a Encumeada e o Curral Jangão Ricardo Pestana As pontes de
madeira foram construídas por jovens da Serra de água incluído eu claro.
Fonte: Veredas & Levadas (página no Facebook); 2011/16.
71. Edição n.º 19
Página 71
6 de maio de 2021
U
m livro é sempre fruto de
múltiplos apoios, contributos
e incentivos de várias pessoas
e entidades, e nunca apenas a
obra do trabalho isolado dos autores que o
assinam.
Daí que seja para nós uma razão de justiça
agradecer a todos aqueles que de diferentes
formas colaboraram para que uma recolha de
tradições fosse publicada.
Queremos recordar, em especial, aos idosos.
Aos utentes do Centro de Convívio…um mui-
to obrigado especial por todo o apoio e dedica-
ção que nos deram, sobretudo para a realiza-
ção deste livro.
Obrigado, por todos os momentos até hoje
passados…as gargalhadas que demos…as
brincadeiras que fizemos juntos…
Agradecemos todos os conselhos que nos de-
ram e por estarem sempre por perto a olhar por
nós e a querer o nosso bem.
Obrigado por serem assim, pessoas muito es-
peciais que se devem guardar para sempre.
Simplesmente são pessoas muito queridas…
que são fáceis de gostar. São pessoas que va-
lem a pena ter como companheiros, conselhei-
ros, amigos…
Obrigado por tudo!!!
Clara Abreu e Marta Pestana, (2007).
1. INTRODUÇÃO: “(RE)VIVER” é um livro
que pretende contribuir para a valorização dos
conhecimentos e experiências de vida de uma
população mais envelhecida. Com as mudan-
ças económicas e sociais, a situação social de
velhice foi-se alterando, de forma que a longe-
vidade de outros tempos perdeu o seu valor.
12.1 - AOS UTENTES DO CENTRO CONVÍVIO CAMPANÁRIO
72. Página 72 6 de maio de 2021
descobrindo
vidade de outros tempos perdeu o seu valor.
Este livro contribui com algo para uma geração
vindoura. A recolha de memórias permite a
conservação das tradições e sabedoria popula-
res.
O fascínio projetado pelo “(RE)VIVER” per-
mitiu aos idosos do reviverem as suas experi-
ências de vida, por outro lado para as gerações
mais novas dará um viver de costumes e tradi-
ções.
2. O NATAL: Quem não conhece uma terra
onde a tradição exige que na comemoração do
natal, “A Festa” estivesse presente o licor, o
bolo de mel, a canja de galinha, a carne de vi-
nho e alhos, entre outros…
Recordar estes factos significa conhecer me-
lhor o passado da nossa terra.
Para alem do entusiasmo com a variedade da
paisagem e com a simplicidade de vida deste
povo, permite-nos associar um paladar tão ge-
nuinamente madeirense.
73. Edição n.º 19 Página 73
6 de maio de 2021
A matança do porco é uma tradição natalícia,
e é sem dúvida a maior festa do ano, pois neste
dia juntam toda a família e alguns convida-
dos!!!
Esta tradição, que decorre nas vésperas do Na-
tal, assinala bem a importância da carne de
porco na gastronomia Madeirense.
As pessoas compram um porquinho e põem-no
no chiqueiro. Enquanto pequeno aquecem a
“borage” (alguns restos que sobram das refei-
ções) para o aquecer. Passado algum tempo
quando este já é maior, deitam-lhe qualquer
comer no gamelão como: rama, couves, casca
de batata, semilha, erva e rolão.
Depois de um ano inteiro a alimentar-se de ra-
ção e de alguns restos, chega a hora da tão es-
perada tradição natalícia, a matança do porco.
Na véspera deixam-no de jejuo para “limpar”.
Logo pela manhã, os homens juntam-se para o
ir buscar ao chiqueiro, seguram-no, cada um
com a sua pata e um rabo, comandados pelo
matador empurram-no para a rua. Os que tem
pena afastam-se do local para não assistirem. O
homem da faca (faca-de-ponta bem afiada),
tenta aprisioná-lo pelo focinho e enfiando a
faca no pescoço sangra o porco enquanto um
deles apara o sangue.
Entretanto, a dona da casa prepara a panela
com salsa, louro, alho e sal para cozer o san-
gue. Depois de estar cozido tiram-no para um
alguidar, onde
contem salsa picada, cebola, pimentão, alho,
azeite e vinagre, misturam tudo e deixam du-
rante algum tempo para “tomar’’ gosto. Porém,
a água em que foi cozido o sangue não a dei-
tam fora, pois esta serve para deitar dentro dos
ouvidos do porco para lavar a
cera, viram a orelha do porco e dão uma
“pancada” para a cera saltar do ouvido para
fora.
Serve-se então, o pequeno-almoço, café, vinho,
e pão com sangue do porco, ou com bacalhau
para o caso de algumas pessoas não gostarem
do sangue.
De volta ao trabalho, os homens queimam o
porco com musgo dos pinheiros e lavam-no
com sabão de “pau”. É colocada na boca do
sacrificado uma pinha que serve também para
preservar a língua do fogo, porque quase tudo
é aproveitável. Depois de chamuscado são reti-
radas as unhas, escaldada a língua e as orelhas.
Depois de o porco estar metade lavado, dizem
a seguinte expressão: “já está virado”, a dona
da casa ao ouvir isto já sabe que é hora de lhes
levar um copo de vinho. Após beberem o vi-
nho, o animal é virado e lavado do outro lado.
De seguida, é erguido e preso de cabeça para
74. Página 74 6 de maio de 2021
descobrindo
para baixo num barrote do lagar, abrem-no e
as tripas são cuidadosamente retiradas para
um alguidar para mais tarde serem lavadas
na ribeira pelas mulheres.
Na cozinha está preparado o almoço, comem
bacalhau, pimpinela, batata-doce, semilhas
(batata) e fígado guisado, o qual é cozido
numa panela a parte. Entretanto na panela
vão derretendo a gordura do porco, junta-
mente com segurelha para dar sabor, a fim
de obter os torresmos e a banha. Depositam
a banha em “púcaras” e quem gostar come
os torresmos.
O porco fica a escoar até a manhã seguinte.
Ainda de madrugada o homem levanta-se
para cortar e salgar a carne, colocando-a no
salgueiro para conservar, pois esta é para ir
comendo ao longo do ano.
2.2 - MISSAS DO PARTO: As missas do
parto antecedem o Natal, e realizam-se de
madrugada durante todos os dias. Normal-
mente por volta das seis da manhã. Apesar
da hora e do facto de terem de se levantar
muito cedo as pessoas não deixam de estar
presentes nestas missas.
Estas missas, em honra à virgem do parto,
são diferentes de todas as outras que ocor-
rem ao longo do ano. Pois, no decorrer de
cada cerimónia oferecida e organizada pelos
vários sítios da paróquia, as pessoas cantam,
tocam sininhos, castanholas, rebeca, acor-
deão, entre outros instrumentos tradicionais.
À saída da missa as pessoas têm ao seu dis-
por um banquete com licores, aguardente,
café, bolos, pão, broas, e outras iguarias ca-
racterísticas da época. Este banquete é ofere-
cido pelos populares.
É assim uma missa muito alegre e festiva
que nos faz lembrar o Natal.
2.3 - VÉSPERA DE NATAL:
Na véspera de natal as pessoas começam
por matar as galinhas, para a canja do dia de
natal.
Meses antes compram “bisalhos” e põem-
nos em galinheiros feitos de varas, arame
cruzado e cobertos com folhas de zinco. Lá
dentro é colocada uma “vasilha” com água e
um caixote com alimento e milho em grão
para os criar.
Depois das galinhas crescerem, colocam
uma panela ou banheira velha com “matos”
para porem os ovos. Alguns são utilizados
na alimentação diária e os que vêm
“beijados” do galo são guardados à parte, 7,
9 ou 11 para colocarem no ninho debaixo da
75. Edição n.º 19 Página 75
6 de maio de 2021
galinha.
Durante a época em que a galinha está
“xoca”, as pessoas colocam uma tesoura de
aço aberta encostada ao ninho dos ovos, para
evitar que os pintainhos morram, pois se der
trovoada, relâmpagos ou fogo de artifício, es-
tes não nascem.
Após três semanas tiram os pintainhos, um de
cada vez. Conforme nascem põem-nos num
cesto coberto com um paninho quente para os
aquecerem, devido ao facto de estes não te-
rem a mãe enquanto os outros não nascem.
Depois de todos terem nascido são colocados
junto à galinha.
Passado algum tempo e após terem crescido
um pouco, a galinha é amarrada para não po-
der agasalhar os filhos e perder o xoco. Assim
volta a estar “xoca” e a por ovos.
As galinhas são criadas para as poderem ma-
tar quando houver mais necessidade, ou seja,
nas festas de verão, batizados, aniversários e
na páscoa. Mas a época mais frequente é no
natal, pois como é tradição, as pessoas que-
rem uma galinha “fresca” para a canja da noi-
te de natal.
Chegou a noite mais esperada de todo o ano,
hora da consoada.
Tão importante quanto a decoração e os pre-
sentes, é a ceia de natal que reúne a família e
os amigos para deliciosos momentos juntos.
A ceia é melhorada: semilhas e bacalhau re-
gados com azeite acompanhando com vinho.
Azeitonas, passas, nozes, figos secos e o bolo
de mel a abrir a doçaria, broas diversas e do-
ces impostos pela tradição.
É hora de reunir a família e compartilhar essa
refeição especial em homenagem a Jesus
Cristo. Pais e filhos sentam-se dentro da furna
com a lareira acesa. É o momento aonde a fa-
mília está mais unida do que nunca.
Após o jantar cantam, bailam, tocam rebeca e
gaita, enquanto não chega as 5 horas da ma-
nhã para irem a Missa. À saída da missa vão
tomar café e um grogue de aguardente para
aquecer.
Chegando a casa fazem o pequeno-almoço,
cacau, pão e bolos.
A família também se junta para o almoço de
natal, este é constituído por carne de vinho e
alhos, semilhas, pimpinelas e azeitonas.
Durante a tarde saem de casa e encontram-se
com amigos e familiares no pico, o qual tem
por nome Achadinha, onde tocam gaita, acor-
deão, rebeca, entre outros. Cantam, bailam e
namoram-se uns aos outros, desta forma di-
vertem-se imenso. Ao anoitecer regressam a
casa muito felizes.
Quando chegam, já a mãe tem preparado a
canja ou o café para comerem. Conversam
um pouco e vão descansar mais cedo, devido
ao facto de terem “perdido” a noite e o dia
inteiro.
76. Página 76 6 de maio de 2021
descobrindo
2.3 - MÚSICAS DE NATAL:
Menino Jesus diga a sua mãe que mate o por-
quinho que a festa já vem. Se a festa já vem,
deixar ela vir, matai o porquinho para gente rir.
Menino Jesus que estais na lapinha comendo e
bebendo jogando a bolinha. Para vir aqui can-
tar meu menino Jesus passei a levada inteira e
vos ofereço esta carta, que e da Julinha da Pal-
meira (nome da pessoa). Parabéns a virgem
que já deu a luz
Adoremos todos o Menino Jesus.
Refrão:
Cantemos, cantemos, cheios de alegria
Adoremos todos a Virgem Maria
(Cântico de entrada na igreja com as suas
ofertas)
Trago peros e laranjas/Ovos da minha gali-
nha/ (levavam num cestinho) / Aceitai a peque-
na oferta/ Desta pobre pastorinha/(rapaz sol-
teiro com cesto na cabeça).
O meu Menino Jesus/Aqui vem um rapaz sol-
teiro/A oferta que lhe trago/É uma pataca de
dinheiro.
3. CARNAVAL: Antigamente, no Carnaval,
os rapazes e raparigas reuniam-se e combina-
vam buscar as roupas velhas que tinham em
casa para se mascararem. As roupas eram len-
ços para taparem a cara, barretes, lençóis nos
quais faziam buracos para conseguirem ver.
Alguns rapazes vestiam-se de mulheres, e as
raparigas vestiam-se de homens.
À noite as pessoas que estavam mascaradas
andavam pelo sítio deles, com candeeiros a pe-
tróleo na mão para assustarem as outras pesso-
as, isto tudo na brincadeira. Mais tarde cada
um voltava a suas casas sem tirarem as roupas,
de maneira que ninguém descobrisse quem era
quem.
As malassadas e os sonhos são as principais
iguarias desta época. Existem vários tipos de
malassadas, podendo ser de batata, de cenoura
e de abóbora com chá de
erva-doce. Para acompanhar é frequente usar-
se um produto tradicional da região, o mel-de-
cana.
4. PÁSCOA: A páscoa é uma festa cristã que
celebra a Ressurreição de Cristo. O domingo
de páscoa é o dia mais importante da religião
cristã.
Esta época começa muito antes do domingo de
páscoa. Quarenta dias antes, as pessoas prepa-
ram-se espiritualmente. Frequentam os rituais
cristãos da quaresma, realizam alguns sacrifí-
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cios, jejum e abstinência. O mais frequente era
não comerem carne nas quartas e sextas-feiras
da quaresma.
4.1-PREPARAÇÃO PARA A PÁSCOA: A
Preparação para a páscoa de antigamente é pa-
recida com a de hoje em dia, mas já se vão per-
dendo algumas tradições.
As pessoas costumavam fazer jejum (consiste
em não comer carne) às
sextas-feiras da quaresma, incluindo a quarta-
feira de cinzas. Nesta última, realiza-se uma
missa onde o Sr. padre faz uma cruz com cinza
na testa das pessoas, o significado deste gesto
é que do pó viemos e em pó nos tornaremos.
Na quinta-feira santa realiza-se a última ceia
do Senhor, na qual o Sr. padre lava os pés a
doze pessoas. Este ato simboliza o momento
em que Jesus Cristo lava os pés aos Apóstolos.
da noite. Quando esta acabava os homens ves-
tiam as capas vermelhas e com um círio na
mão ficavam adorando Jesus até ao dia seguin-
te.
Na última sexta-feira da semana santa as pes-
soas iam a missa do enterro de Nosso Senhor,
que se realizava pelas nove horas
Existiam catorze vias-sacras, estas ocorriam
das seis às oito horas da noite. Nestas vias-
sacras, as pessoas e o Sr. padre percorriam
dentro da igreja as estações, isto consiste em
parar em cada estação e rezar.
4.2 – PÁSCOA: No domingo de páscoa as
pessoas iam a missa celebrar a ressurreição de
Cristo. Normalmente era ao meio-dia e ao saí-
rem da igreja tinham um pequeno convívio.
Quando vinham para casa toda a família se
reunia para o almoço. O almoço tradicional
deste dia era: peixe (atum), inhame e semilhas.
Neste dia realizava-se o “pagamento” do
“balamento”. Era frequente oferecer aos vários
membros da família amêndoas, torrões de açú-
car e figos passados.
O domingo de páscoa era passado com alegria,
pois era um dos poucos momentos em que a
família estava toda reunida.
Nesta época acontece tradicionalmente a visita
do espírito santo pelas casas da população.
5. SANTOS POPULARES: Junho é o mês
dos santos populares: Santo António a 13, São
João a 24 e São Pedro a 29. Sardinha/bacalhau
assado, atum de escabeche, bailes pelas ruas,
fogueiras e versos populares, assim é a tradi-
ção madeirense no mês de junho.
Os santos populares são vividos intensamente
na Ilha da Madeira. Algumas freguesias feste-
jam mais efusivamente um santo por este ser o
padroeiro da paróquia.
Um pouco por todo o lado preparam-se as
marchas populares e enfeitam-se as ruas e os
fontenários.
Na véspera de cada Santo são frequentes as
fogueiras um pouco por toda a ilha.
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descobrindo
Normalmente saltam a fogueira três vezes,
com o intuito de chegar ao ano seguinte.
O primeiro Santo a ser festejado é Santo Antó-
nio. Conhecido como Santo casamenteiro, é
frequente nesta altura as moças pedirem ajuda
ao Santo para arranjar um noivo para casar.
Este pedido acontecia aquando da ida à igreja,
onde espicaçavam o Santo com um alfinete.
São João é o mais festejado, e consigo acarreta
vários mitos e rituais. É de destacar os Altares
de S. João, que consiste em enfeitar os fonte-
nários com flores, velas, balões, arcos de for-
ma a recriar um altar onde é colocado o Santo.
É de salientar que cada sítio enfeita o respetivo
fontenário. Estes são avaliados pelas pessoas e
é atribuído um prémio ao melhor.
Ainda é atribuído a este Santo a cura de doen-
ças, pois acreditam que deixar na véspera de S.
João, a água num alguidar ao sereno torna-se
em “água lampa”, esta tem de ser retirada da
rua antes que o sol nasça. Acredita-se que be-
ber e/ou banhar-se com esta água cura doen-
ças.
Na noite que antecede o São João é habitual
realizar-se as chamadas “sortes”, estas têm co-
mo objetivo prever o futuro, especialmente à
riqueza e aos amores.
Foram-nos transmitidas algumas dessas sortes,
que enumeramos:
- Ao sereno coloca-se um copo de água com
papéis dobrado onde estão escritos nomes de
rapazes/raparigas. Na manhã de S. João, veri-
fica-se se abriu algum desses papéis. Aquele
que estiver aberto, refere-se ao nome do rapaz/
rapariga com quem irá casar.
- Espeta-se uma faca na bananeira. No outro
dia retira-se a faca e verifica-se se está dese-
nhado um nome do rapaz/rapariga na bananei-
ra.
Três favas ou três feijões. Um todo des-
cascado, outro inteiro com a casca e ou-
tro meio descascado. Coloca-se as favas
debaixo da almofada. No outro dia me-
tem a mão debaixo da almofada, e sem
ver, tiram uma das favas.
-O inteiro – significa que irá ser rico; o
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todo descascado – significa que irá ser
pobre; o meio descascado – significa que
irá ser remediado.
- Semeia-se a semente de “coivinha” na
véspera de S. João. Se nascer é que a pes-
soa vai ter sorte.
- Põem-se em cima de uma parede a cha-
mar o nome de rapazes. Se algum respon-
der é sinal que é com esse que irão casar.
- Ao tocar o sino das sete Avé Marias,
deita-se um ovo num copo meio de água.
Com uma cruz de alecrim na mão, reza-
se, em cruz, o credo. Esta cruz fica em
cima do copo, ao sereno, até à manhã se-
guinte.
No dia seguinte, observa-se a imagem
que ficou desenhado no copo. Cada ima-
gem tem um significado:
- Avião/barco – significa uma viagem;
igreja/noiva – significa que irá casar; flo-
res/caixão – significa que irá morrer no-
va.
- Um prato de flores, um prato de terra,
um prato de água, um prato com chaves e
um outro com uma caixa.
“No outro dia”, com os olhos fechados, esco-
lher um prato qualquer:
O prato com as chaves – significa que irá
ser dona de casa; o prato com a terra –
significa que irá morrer; o prato com a
caixa – significa um caixão; o prato com
flores – significa que irá casar; o prato
com água – significa que irá embarcar.
- Na véspera de São João, coloca-se ao
sereno, um jarro de água com um botão
de arruda. No outro dia bebem essa água
para ninguém lhe fazer mal.
- No dia de São João deslocam-se até ao
pé da água que estiver parada. Se verem
a sua sombra é que não morrem nesse
ano.
Para finalizar as festas dos Santos Populares
vem o São Pedro. Padroeiro do nosso conce-
lho, a Ribeira Brava. A Ribeira Brava prepara-
se a rigor para festejar este Santo. Na véspera
realiza-se um arraial com as marchas popula-
res e as barraquinhas de comes e bebes tradici-
onais, que se estende pelo dia seguinte.
6. ORAÇÕES POPULARES: As orações
têm finalidades específicas, assim como os
Santos para as quais elas são dirigidas.
Uma oração feita corretamente é o elo de liga-
ção entre nossa alma e as Entidades Celestiais
do mais alto nível de sabedoria e bondade. O
verdadeiro contacto com os Santos, com os
anjos e com Deus.
Acreditar naquilo que se faz é reforçar qual-
quer ação que praticamos. Acreditar em Deus
é a maior força para vencer qualquer obstáculo
na vida.
Uma oração bem feita, seguida de muita fé é
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descobrindo
o elo de ligação entre nossa alma e as Entida-
des Celestiais do mais alto nível de sabedoria e
bondade. O verdadeiro contacto com os San-
tos, com os anjos e com Deus.
Acreditar naquilo que se faz é reforçar qual-
quer ação que praticamos. Acreditar em Deus
é a maior força para vencer qualquer obstáculo
na vida.
Uma oração bem feita, seguida de muita fé
pode ser o caminho mais curto entre os sonhos
e a sua realização.
6.1. CURAR DE AR DE SOL: (Com um co-
po de água fria e uma toalha de linho dobrada
em nove, na cabeça da pessoa dizer a seguinte
oração)
Eu te curo Santa Iria foi para o mar e encon-
trou Nossa Senhora.
Para onde vais Santa Iria?
Vou curar o meu filho do sol da calmaria
Volta para trás Iria que teu filho curaria com a
toalha de linho e com copo de água fria, com
nome de Deus e da Virgem Maria.
6.2 - CURAR DE AR DE FRIO: Aqui estou
curando o doente de dor de frio, vai para a ser-
ra e vai para o mar. Onde não ouças porco ron-
car, galo cantar, nem gado bento onde tu te
apegues.
Em nome de Deus e das três pessoas da Santís-
sima Trindade eu te curo e deus te sare!
6.3- DE ABERTO: Eu te curo carne quebra-
da, aberta, desmentida e nervo torto, isso mes-
mo, em Louvor de Deus, da Virgem Maria e
das três pessoas divinas da Santíssima trinda-
de.
Eu te curo e Deus te sare!
Andava São Pedro pelo caminho São Tomé,
encontrou-o, que fazes aqui Tomé com uma
chaga no pé?
Levanta-te Tomé carne quebrada há-de soldar,
nervo torto e tirado do seu lugar, eu te curo e
Deus te sare!
6.4 - CURAR DE OLHADO: (Dizer nove
vezes ao meio-dia)
Eu te curo (nome da pessoa) de olhado inveja-
do, atravessado de homem ou de mulher.
Vai-te olhado maldito para o alto da serra. Não
ouças galos a cantar nem ovelhas a berrar.
Agora que este olhado invejado, atravessado
que e para te passar. Pragas pedidas, corpo ex-
comungado, corpo praguejado e corpo atraves-
sado.
Alem, alem, alem!!!
6.5 - CURAR DE OLHADO: (Deita-se água
num prato e de seguida diz-se a seguinte ora-
ção).
Eu te curo (nome da pessoa) em nome de
Deus, da virgem Maria e das três pessoas da
Santíssima Trindade.
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6.6 - CURAR DE INVEJA: Eu te curo (nome
da pessoa) com o nome de Deus e da Virgem
Maria e das três pessoas divinas da Santíssima
Trindade eu te curo Jesus te sare Maria, deus te
gerou, Deus te criou, Deus no mundo te botou,
arrenega dos olhos maus que para ti olhou, não
olhe para ti nem para coisa alguma, Maria tais
lembrada quem te deu olhado e este mal inve-
jado de Jesus Cristo foi dado, diz-me se foi ho-
mem ou mulher, se foi no comer, no beber, no
vestir, no calçar, na tua” boniteza”, na tua gor-
dura, na tua formosura, no teu trabalho, na tua
esperteza, na tua inteligência, na tua casa, na
teu caminho, noutra coisa qualquer, Jesus Cris-
to queira tirar com o alecrim verde que nasce
no campo, homem bom, mulher ma, casa va-
zia, agua por baixo, por cima, palha por onde
este mal entrou, por ai saia. Santana pariu a
Virgem, a Virgem pariu Jesus eu te curo
(nome da pessoa) com o nome de Jesus.
No fim de dizer as nove vezes, reza-se o GLÓ-
RIA Pai em Cruz.
De seguida diz-se a seguinte oração:
Esta reza que eu rezei seja oferecida a Nossa
Senhora de Belém que tire este olhado e este
mal invejado de corpo de corpo desta Maria
em bem.
Esta oração e dita três vezes depois de dizer as
nove vezes.
6.7. - CURAR DE PRAGAS: Eu te curo
(nome da pessoa) em nome de Deus, da Vir-
gem Maria, das três pessoas da Santíssima
Trindade, se te deram, olhado, invejado, atra-
vessado, empresado, praguejado ou empatado
eu te “desinvejo” se estás invejado, eu te
“desempreso” se estás empresado, eu te de-
sempato se estás empatado, no teu comer, no
teu beber, no teu vestir, no teu calcar, no teu
casamento, na tua casa, na tua vida, de pragas
juradas, pedidas ou pancadas, infernais com o
poder de São Silvestre as minhas palavras te
preste, com o poder de São Cristóvão este mal
donde veio para lá volte, Santa Maria e São
Pedro com o teu corpinho nasceu na terra e se
for no mar onde não haja galo nem galinha a
cantar este mal para lá vaia parar.
Curar nove vezes e no final dizer em nome do
Pai, Filho e Espírito Santo das três pessoas Di-
vinas da Santíssima Trindade, eu te curo e
Deus te sare.
6.8 - ORAÇÃO PARA DESCONJURAR A
CASA: Eu desconjuro a minha casa de pragas,
invejada, atravessada, empresada ou pragueja-
da.
Se a minha casa está invejada, atravessada,
empresada ou praguejada por homem ou mu-
lher, casado ou viúvo, solteiro ou divorciado,
ou de mau espírito ou se está enfeitiçada desse
espírito Mãe de Deus queira tirar está inveja da
minha casa, no meu quarto de dormir, no quar-
to de dormir das minhas filhas, na sala de estar
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descobrindo
na sala de jantar, na cozinha, na casa de banho,
no sótão, no quintal, no jardim ou em toda a
casa, no comer, no beber, no café, no leite, no
pão, na manteiga, no queijo, nas massas, no
milho, no arroz, no peixe, na carne de vaca, na
carne de porco, no frango, assado, cozido, gre-
lhado, no fiambre, no chouriço, nas galinhas,
na fruta, ananás, peras, peros, bananas, anonas,
morangos, nas hortaliças, nos bolos, nos pu-
dins, nas bebidas, no gás, nos livros, nos mó-
veis, nas roupas, em tudo o que me deparou
Deus ou no lidar da minha vida. Curo a minha
casa em louvor do Santíssimo Sacramento pa-
ra que o que é mau vá para fora e que a Graça
de Deus se derrame cá dentro, Menino Jesus
que nasceu em Belém tirai esta inveja que a
minha casa tem alecrim verde que nasce no
campo tirai este mal se é quebrante.
7. CHÁS MEDICINAIS: Na natureza exis-
tem centenas de plantas medicinais com potên-
cia que podem ajudar para a contribuição da
sua saúde.
É praticada pelos idosos e por pessoas simples
do campo, uma medicina natural com plantas,
raízes, sementes, frutos e flores.
As plantas são sem dúvida curadoras da alma e
do corpo físico.
A magia das ervas, ajudam a manter a saúde e
a curar doenças, entre os males que podem ser
combatidos com a ajuda da natureza estão a
pressão alta, colesterol, gripe, tosse, prisão de
ventre, entre outros.
São tratamentos à base de plantas medicinais.
Aprenda, então algumas receitas de chás casei-
ros e suas aplicações.
No entanto, não deve esquecer que estes de-
vem ser consumidos dentro de 24 horas.
Segundo os idosos…
Chá de:
Alfavaca
Arte mija
Losna
Hortelã-pimenta
Erva-doce
Alecrim
Pontas de silvado
Botões de seta
É bom para os intestinos!!!
Chá de:
Folhinha de pessegueiro
Alecrim
Limão
É bom para a gripe!!!
Nota: Também podemos tomar leite quente
com mel (antes de ir dormir)
Chá de:
Cebola
É bom para a garganta inflamada!!!
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Nota: Pontinhas do silvado – mastigadas
Chá de:
Casca de cebola
Malvina
É bom para a tosse!!!
Nota: Cortar o limão as rodelas, deitar açúcar
por cima e deixar um pedacinho, para depois
beber.
Chá de:
Orégãos
É bom para retenção de líquidos!!!
Chá de:
Marcela
É bom para o estômago e para a má disposi-
ção!!!
Chá de:
Alecrim
É bom para dores de cabeça!!!
Chá de:
Salsa
Folhas de Pereira
Folhas de Anoneira
Alho
É bom para baixar a tensão!!!
Chá de:
Erva-doce
Flor e de folha de tangerineira
Funcho
É bom para descansar!!!
Chá de:
Arruda
É bom para dores no útero!!!
Chá de:
Marcela
Alfazema
É bom para dores de barriga!!!
Chá de:
Pitangueira preta
Folhas de figueira
Orégãos brancos
É bom para o colesterol!!!
Chá de:
Alface
Chá preto
É bom para a diarreia!!!
Chá de:
Erva pedra quebra
É bom para pedra nos rins!!!
Chá de:
Erva-Cidreira
É bom para acalmar os nervos, baixar a fe-
bre e regular a menstruação!!!
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descobrindo
Chá de:
Hortelã-Pimenta
É bom para picadas de inseto!!!
Chá de:
Louro com mel
É bom para a bronquite, resfriados e gri-
pes!!!
Chá de:
Manjericão
É bom para o nervosismo e para a azia!!!
Chá de:
Folhas de abacateiro
Folhas de goiabeira
É bom para parar a diarreia!!!
Chá de:
Camomila
É bom para falta de apetite, febre e prisão
de ventre!!!
Chá de:
Folha de chuchu
É bom para baixar a tensão!!!
Chá de:
Urtiga
É bom para aumentar a produção de leite
materno!!!
Chá de:
Raiz e folha de tomateiro
É bom para o apêndice!!!
Chá de:
Folha de batata-doce
É bom para baixar o colesterol!!!
Chá de:
Casca de Carvalho
É bom para dores na coluna!!!
Chá de:
Azedinha
É bom para cicatrizar ferimentos leves!!!
8. RECEITAS TRADICIONAIS: Na nossa
localidade existem inúmeras receitas tradicio-
nais, desde bebidas a doçaria, que demonstram
a vasta riqueza gastronómica da nossa ilha.
Algumas das receitas recolhidas junto dos ido-
sos são produtos regionais que continuam a
fazer parte das nossas mesas nas épocas festi-
vas.
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8.1 - Licor da Festa:
Ingredientes: 1 Vagem de baunilha; 10 Cravi-
nhos pisados; 5 gr de noz-moscada; 40 gr de
passas; 2 limões; 12 kg de açúcar; 4 dl de
água; 1 l de álcool; 1 l de leite.
Preparação: Metem-se no álcool as passas, os
cravinhos, a noz-moscada, os limões aos peda-
ços e a baunilha. Passados 15 dias, côa-se e
mistura-se com uma calda feita com a água,
açúcar e o leite. Filtra-se e guarda-se num
garrafão.
8.2 - Licor de Mel de Cana Sacarina:
Ingredientes: 1 l de chá preto adoçado; 300 gr
de açúcar; 1 l de álcool; 1 dl de mel de cana; 1
dl de vinho velho; 12 botões de marcela; 3 bo-
tões de anis estrelado.
Preparação: Por tudo de infusão durante 15
dias. Ao fim desse tempo côa-se e engarrafa-
se.
8.3 -Licor de anis:
Ingredientes: 25 gr de grãos de anis; 1 Kg de
açúcar; 1 l de água; 1 l de álcool.
Preparação: Põe-se em infusão os grãos de
anis com o álcool, durante uma semana. Pas-
sado este tempo, faz-se uma calda com o açú-
car e a água. Quando estiver frio, junta-se a
calda a infusão do álcool e grãos de anis e dei-
ta-se num garrafão. Deixa-se repousar uma
semana, depois filtra-se e guarda-se em garra-
fas.
8.4 - Licor de leite:
Ingredientes: 3 l de leite; 80 caramelos de na-
ta;1 pudim de baunilha; 1 pudim de caramelo;
1 l de álcool.
Preparação: Ferve-se o leite, os pudins e os
caramelos até desfazerem-se e engrossar um
pouco. Deixa-se arrefecer. Depois junta-se o
álcool e mexe-se bem. Engarrafa-se.
8.5- Licor de mosto:
Ingredientes: 1,1/4 kg de açúcar; 1 l de álcool;
2 l de mosto; 3 vagens de baunilha.
Preparação: Derrete-se o açúcar no mosto,
mexendo muito bem. Junta-se o álcool e a
baunilha. Coloca-se tudo de infusão, num gar-
rafão. Agita-se de vez em quando. Quanto
mais tempo estiver este licor de infusão me-
lhor. Ao fim de algum tempo, deve-se coar e
guardar em garrafas.
8.6 - Licor de tangerina:
Ingredientes: 1 kg de açúcar; 1 l de água; 1 l
de álcool; Cascas de tangerina
Preparação: Deixa-se um punhado de cascas
de tangerina em infusão no álcool, durante uns
dias. Depois faz-se uma calda com a água e o
açúcar, e vai ao lume a ferver durante 10 mi-
nutos. Retira-se do lume e deixa-se arrefecer.
Depois mistura-se com o álcool que esteve de
infusão. Côa-se e engarrafa-se.
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descobrindo
8.7 - Licor de cerveja:
Ingredientes: 1 l de cerveja preta; 1 kg de açú-
car; 1 l de álcool ou de aguardente de cana.
Preparação: Ferve-se a cerveja preta com o
açúcar durante 10 minutos e depois deixa-se
arrefecer. Adiciona-se o álcool ao preparado
anterior para depois engarrafar.
8.8 - Licor de Castanha:
Ingredientes: 1 kg de açúcar; 1 l de água; 1 l
de água; 1 kg de castanha sem casca; 2 gotas
de baunilha; Erva doce.
Preparação: Numa panela deita-se água o sufi-
ciente para cozer as castanhas que devem estar
sem casca, junta-se a erva-doce e deixa-se co-
zer. Depois de cozidas escorre-se a água e tira-
se a pele. Num frasco de boca larga deita-se a
farinha da castanha, o álcool e fica de infusão
durante 8 dias, tendo o cuidado de agitar diari-
amente. Faz-se a calda com o açúcar e a água
e deixa-se ferver durante 15 minutos. Depois
de frio, juntar a infusão, a baunilha e bater
bem. Passa-se o licor por um coador de rede
fina e engarrafa-se.
8. 9 - Licor de Café:
Ingredientes: 1 l de álcool; 1 Kg de açúcar; 1,5
l de água; 100 grs de café; 2 gotas de baunilha
Preparação: Ferve-se o café com água. Deixa-
se descansar de um dia para o outro. No dia
seguinte torna-se a ferver o café com o açúcar,
durante 5 minutos. Deixa-se arrefecer e junta-
se o álcool e a baunilha. Côa-se e engarrafa-se.
Este licor bebe-se envelhecido.
8.10 -Licor de banana:
Ingredientes: ½ l de álcool; 12 bananas
Calda: 500 gr de açúcar; 1,5 l de água
Preparação: Colocar as bananas cortadas às
rodelas no álcool durante 8 dias. Fazer a calda,
ferver o açúcar coma água durante 20 minutos.
Juntar a infusão após estar frio e deixar repou-
sar no mínimo 6 dias. Filtre em seguida.
8.11 – Poncha:
Ingredientes: Sumo de 2 limões; ¼ l de aguar-
dente branca de cana; 3 colheres de sopa de
mel
Modo de preparação: Num recipiente, deitam-
se o mel e o sumo de limão. Misturam-se bem
com um “mexilote” (pau de poncha). Depois
junta-se a aguardente e volta-se a misturar
muito bem.