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Revista da Ribeira Brava (Madeira)
|Edição 22|Anual |Maio2024
Edição nº. 22
descobrindo Página 2
Um dos temas em destaque nesta edição: a freguesia de Campanário
Edição nº. 22
descobrindo Página 3
1. - EDITORIAL ANTÓNIO PEREIRA (AJAP)
“Em alturas de maior seca, as pessoas
residentes nas zonas do concelho –
Trompica, Fontes, Lugar da Serra e
Terreiros - ficam privadas de água
potável devido à insuficiência de cau-
dais verificada nas nascentes, que
pressionam o sistema de abasteci-
mento público associado ao Reserva-
tório da Trompica.” (Ricardo Nasci-
mento, fevereiro 2022)
A Descobrindo está sempre atenta a tudo
o que se passa na Madeira em geral e
na Ribeira Brava em particular. A pri-
vação de água potável devido à insufi-
ciência de caudais verificada nas nas-
centes, que pressionam o sistema de
abastecimento público associado ao
Reservatório da Trompica é um desses
exemplos.
Ao longo desta edição, como nas anterio-
res, recordamos aos nossos leitores
algumas iniciativas da CMRB nos ca-
pítulos referentes à Sociedade/Cultura.
A Escola Básica e Secundária Padre Ma-
nuel Álvares (EBSPMA) está sempre
presente ao longo desta edição que co-
meçou a ser feita em finais de 2021.
Esta edição da revista foi concluída no dia
23 de outubro de 2022.
Esperamos que o leitor goste também dos
seguintes tópicos em particular:
A “Festa: O bolo e as broas de mel, os
licores, a morte do porco e a confeção
da carne vinho d’alhos, o presépio e as
luzes são referências da Festa, da for-
ma como os madeirenses assinalam o
Natal. (página 4).
4. – Rª. BRAVA paisagem agrágria e
variada, POR JOÃO VÍTOR (página
38).
7. - SOCIEDADE Rª. BRAVA NA
TURAL E GENUÍNA (101 e 160).
Até para o ano!
A água potável, A “Festa”, a língua e Ribeira Brava
em revista (2022-2023)
À esquerda, no topo desta página, Ricardo Nascimento,
Presidente da Câmara Municipal (CMRB), em finais de fe-
vereiro de 2022.
descobrindo Página 4
Edição nº. 22
2 .– A LAPINHA E ”A FESTA!” 2021
Rª. Brava, 15/12/2021—”Missas de Parto”, (à
esquerda), partilhado por Marga Pereira/Ivone
Pestola.
“Lapinha” (no topo à direita), por Florêncio
Pereira, no Museu Etnográfico da Madeira.
Presépio”, de Celina Coelho, Sítio da Boa
Morte, uma obra de arte feita de massas ali-
mentícias (última imagem à direita).
descobrindo Página 5
Edição nº. 22
L
A
P
I
N
H
A
S?
descobrindo Página 6
Edição nº. 22
Fontes desta e da pág. anterior
Texto: António Rego Chaves (Diário de Notí-
cias); “A Descoberta de Portugal”; 2001.
Fotos (à esquerda, página anterior, data de
referência—2019): Pesquisa no Google; (à
direita, página anterior): Fotografia de 23
de dezembro de 2016.
Escola Secundária do Galeão, EB1/PE Ga-
leão, São Roque, Funchal, ilha da Madeira.
A tradicional lapinha madeirense ou me-
lhor, escadinha madeirense: apresenta três
degraus de madeira revestidos a papel borda-
do (simbolizam o “Pai”, o “Filho” e o
“Espírito Santo”), ornamentados com vasos
de trigo, alegra campo, fruta da época e, no
topo, uma imagem do Menino Jesus Salvador
do Mundo.
Edição nº. 22
descobrindo Página 7
O Natal?
O Natal. Ou antes, a Festa, é para os madei-
renses não só o dia de Natal, mas também o
espaço de tempo que vai de 24 de dezembro
a 6 de 6 de janeiro.
Texto (adaptado): Deolinda Bela de Macedo,
1939; Subsídios Para o Estudo Do Dialeto Ma-
deirense; Dissertação para Licenciatura; cópia
adquirida na Universidade da Madeira pela
Descobrindo.
Imagem desta página: Zita Azevedo (Madeira
Na História), em 20/12/2021.
Edição nº. 22
descobrindo Página 8
Esta quadra do ano é a mais festejada pelo po-
vo da ilha e, pode dizer-se que, durante a Fes-
ta, quase ninguém trabalha, especialmente a
gente moça, a não ser no dia 24 de dezembro
véspera da Festa - é dia de grande azáfama
em quase todas as casas.
É neste dia que se armam as lapinhas, e rara é
a casa em que ela se não arma, exceto quando
a família está de luto ou quando se é extrema-
mente pobre.
A lapinha é geralmente uma espécie de rocha
feita de socas de canavieira e cuja ornamenta-
ção é por vezes uma obra prima.
Em baixo: “Natal” na Biblioteca da
EBSPMA. Data de referência: 15/12/2021.
descobrindo Página 9
Edição nº. 22
(***)
(***)
“A MADEIRA NA HISTÓ-
RIA” - Renato Camacho · 4
de dezembro às 20:13 · -
MATANÇA DO PORCO -
Anos 1960 (1963-1965) -
MQE
Edição nº. 22
descobrindo Página 10
1. Mercado de Natal?
Fotogaleria da CMRB
Face à situação pandémica, a tradicional Noite
do Mercado foi substituída, em 2021, por dois
dias de mercado (18 e 19 de dezembro) que
ajudaram os comerciantes locais a escoar os
seus produtos e deram outro dinamismo à vila
da Ribeira Brava.
De acordo com os responsáveis da CMRB, A
animação musical ficou a cargo do Grupo de
Folclore da Casa do Povo local, do Grupo de
Amigos da Casa do Povo da Serra de Água e
dos artistas locais Júlia Ochôa (na imagem, à
direita) e João Vinagre.
descobrindo Página 11
Edição nº. 22
2. A Lapinha de Francisco Ferreira,
o “Caseiro”
Fonte: (adaptado): Museu Etnográfico da Madeira
(MEM)
Ribeira Brava, 30/12/2021
Museu Etnográfico da Madeira
A Lapinha do “Caseiro” foi montada primeiro
na sua casa, ao Caminho do Monte, n.º 62, on-
de chegou a ocupar dois quartos, e depois na
capela anexa, que dedicou ao Menino Jesus e
cuja edificação foi autorizada em 1918.
Após a sua morte, em 1931, e até ao início da
década de 70, salvo raras exceções, manteve-se
aberta ao público durante o Natal.
Um incêndio, ocorrido em novembro de 1979,
destruiu definitivamente a capela, salvando-se
o presépio por se encontrar temporariamente
recolhido no Museu de Arte Sacra do Funchal.
O conjunto transitou depois para a casa de fa-
miliares do autor até 2015, altura em que é ad-
quirido pela Secretaria Regional do Turismo e
Cultura, para integrar o acervo do Museu Et-
nográfico da Madeira (MEM).
Pretendeu-se, deste modo, garantir a integrida-
de deste presépio, com cerca de 300 peças,
proceder ao seu inventário, estudo, restauro e
exposição, com o objetivo final de salvaguar-
dar um património único e genuíno, devolven-
do ao público uma memória que marcou suces-
sivas gerações de madeirenses.
Todo o processo de inventariação teve lugar na
Casa-Museu Frederico de Freitas, entidade
parceira do MEM neste projeto, que também
orientou o longo e minucioso processo de res-
tauro executado por Jelka Baras.
Esta intervenção teve por base o respeito pelo
trabalho do autor, no tocante aos materiais e
técnicas utilizadas, a reposição da integridade
dos diversos conjuntos e a retificação de ante-
riores manipulações.
Concluída a fase de conservação e restauro as
peças foram transferidas para o MEM, onde
um espaço foi propositadamente preparado pa-
ra a sua futura exposição permanente.
O projeto pretendeu ser o mais fiel possível à
Lapinha original, tendo em conta a menor área
disponível, critérios de conservação e seguran-
ça das peças, bem como aspetos estéticos.
FICHA TÉCNICA:
EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA
Projeto museográfico: Lídia Góes Ferreira
Textos: Ana Margarida Araújo Camacho, Lí-
dia Góes Ferreira
Tradução: Cátia Santos
Fotografia: Florêncio Pereira; Museu de Foto-
grafia da Madeira – Atelier Vicente’s, em de-
pósito no Arquivo Regional da Madeira
Design Gráfico: Márcio Ribeiro
Ilustrações: António Pascal
Montagem da exposição: António Pascal, Cé-
sar Ferreira, Dalila Fernandes, Fernando Líba-
no, Florêncio Pereira, João Carlos Terra Boa,
Nélia Reis.
descobrindo Página 12
Edição nº. 22
“A tão afamada LAPINHA DO CASEIRO,
uma obra notável de Francisco Ferreira, vi-
sitada durante dezenas de anos, no século
passado, por todos os madeirenses e agora
patente ao público nesta instituição, para
usufruto de todos Vós (30/12/2021 a
22/01/2022)”.
Fonte: Museu Etnográfico da Madeira
descobrindo Página 13
Edição nº. 22
3. “As searinhas do Natal?”
No Algarve, os primeiros dias de dezembro,
até ao dia da Imaculada Conceição, era a altura
de deitar os trigos. As sementes de trigo, ou de
cevada, ou de ervilhacas eram postas de molho
até abrirem o olhinho. Dispunham-se, então,
sobre uns trapinhos, que se mantinham húmi-
dos em pequenas vasilhas de barro ou latas de
sardinha até crescerem as searinhas que se co-
locavam a ornamentar o presépio, por altura da
festividade da Senhora do Ó1
, a 17 de dezem-
bro, dia em que se iniciava a novena do Natal.
Não era o presépio convencional do Menino
deitado nas palhinhas, adorado pela Virgem e
S. José, aquecido pelo bafo do boi e da vaca.
Sem o figurado dos reis e dos pastores, nem a
representação das cenas de género e do quoti-
diano popular na preparação do inverno.
Cobria-se uma cómoda com uma toalha bran-
ca, bordada ou rendada, e sobre ela dispunha-
se uma estrutura piramidal em escada feita
com as medidas do trigo, igualmente coberta
por panos de linho dispostos de forma a mos-
trar os lavores. Nos degraus deste trono, dispu-
nham-se então os pratinhos com as searinhas
viçosas e as laranjas; às vezes, também, ma-
çãs, laranjas, castanhas e nozes. Frutas da épo-
ca e que eram quase sempre os únicos presen-
tes do sapatinho e que se ofereciam às visitas
no dia de Natal. À volta, ornamentava-se a sa-
la com jarras com ramos de laranjeira, lourei-
ro, murta, nespereira… Ou dispunha-se a ver-
dura em arco, a emoldurar o trono. No topo,
ficava o Menino, obra de artesãos locais, os
pinta-santos ou faz-santos algarvios.
Depois das festas, as searinhas, que tinham si-
do abençoadas pelo Menino, eram deitadas à
terra para providenciar as boas colheitas.
A tradição do presépio da serra algarvia
(Duarte, 2011), estendendo-se do Baixo Alen-
tejo às ilhas – as “lapinhas” da Madeira, ou os
“altarinhos” dos Açores – aponta para uma in-
fluência provençal, onde desde a época medie-
val se semeava “le blé de la creche” em peque-
nos pratos de porcelana, “les siétouns”
(Vloberg, 1934, pp. 214-215) e para as remi-
niscências das feriae sementinae celebradas
em Roma durante o mês de dezembro.
Imagem desta página: Presépio algarvio: tro-
no com a imagem do Menino Jesus, searinhas
e laranjas. Foto: MIR, 2019 .
Fonte: https://amusearte.hypotheses.org/
Edição nº. 22
descobrindo Página 14
(*)4. “Alguns Rituais da Festa?”
Rituais da "Festa"
Antigamente, era a 8 de dezembro, Dia de
Nossa Senhora da Conceição, que se inicia-
vam os preparativos para a "FESTA", sendo
comuns dois rituais.
O primeiro, relacionava-se com os nossos tra-
dicionais presépios, de "rochinha" ou de
"escadinha", já que ambos eram ornamentados
com as chamadas "searinhas".
Era neste dia, que o povo "deitava as searinhas
de molho", ou seja, demolhava o trigo e outras
leguminosas, para depois serem plantados, em
pequenos vasos, para germinarem até o Natal,
para que as tradicionais "searinhas" ficassem
bonitas e viçosas.
Outro ritual, relaciona-se com a gastronomia
tradicional desta festividade cíclica.
Era também neste dia que, tradicionalmente,
tinha lugar a "matança do porco", ou "função
do porco" (***), cuja carne era tão necessária
para a popular "carne de vinha d'alhos", prato
tradicional madeirense da "Festa", sendo as
restantes partes do porco, conservadas em sal-
moura, nas chamadas "salgadeiras", para se-
rem utilizadas, ao longo de todo o ano.
Museu Etnográfico da Madeira (2021)
Texto: Lídia Góes Ferreira
Fotografias: Florêncio Pereira ("Searinhas" no
Presépio de "Escadinha" )
Edição nº. 22
descobrindo Página 15
(**)3. “Missas De Parto”?
Renato Camacho · 4 de dezembro de 2021, às 14:55
(“A Madeira Na História”
Há referências antigas sobre as “missas de Na-
tal” na ilha da Madeira e que poderão incluir as
missas do parto, a missa do galo e a missa do
dia de Natal. Paras estas missas eram dispensa-
das verbas elevadas, pelas fábricas das igrejas e
pelas confrarias, destinadas à música e cantoria,
decoração/ornamentação, cera e azeite, e ainda
pagamento aos padres que diziam os sermões.
Também deveria haver fogo, pois desde o sécu-
lo XVII que era comum a sua utilização nas
festividades religiosas, como está documentado
na catedral funchalense com a festa de Nossa
Senhora do Rosário.
A missa do galo, por exemplo, está referida em
1582, na Sé do Funchal, e a 26 de julho de 1610
o vigário da Igreja de Nossa Senhora da Graça
do Estreito de Câmara de Lobos afirma que de-
pois da missa do galo ficavam muitas mulheres
na igreja causando grande perturbação. Era o
conflito entre o sagrado e o profano, havendo
denúncias que nestas missas havia festividades
e cantorias “desonestas” e realizavam-se fora de
horas decentes.
Das “missas do parto” temos notícias em 1685
(Ribeira Brava); em 1688 (São Vicente); em
1690 (Convento de Santa Clara). No ano econó-
mico de 1740-1741, foram celebradas “missas
do parto”, do Natal e das oitavas na Misericór-
dia do Funchal, e em 1757 a confraria da
“Igrejinha” pagou 3$000 réis pela celebração
das “missas do parto” e do Natal. Até em testa-
mento estão referidas as “missas do parto”, no
cumprimento de missas, como registado em
1705, por D. Clara Milheiro, mulher de Francis-
co Pardo de Figueiroa, na Calheta. Em 1756, os
paroquianos da Quinta Grande (Campanário)
eram devotos à celebração das “missas do par-
to”.
Diretamente relacionada com as “missas do
parto” estará a veneração à Senhora da Expec-
tação ou do Ó, que na Madeira está documenta-
da pelo menos desde 1588, quando na Sé do
Funchal estão referidas as festas em sua honra.
VOCÁBULOS
1. Lapinha = presépio.
2. Cabrinhas = planta criptogâmica muito
usada na época do Natal para enfeite das
lapinhas. As socas desta planta (rizomas)
assemelham-se por vezes a animais, daí
talvez o nome de cabrinhas.
Texto (adaptado): Dissertação para o exame de
Licenciatura (1939) - Deolinda Bela de Mace-
do - Subsídios Para O Estudo Do Dialeto Ma-
deirense.
Edição nº. 22
descobrindo Página 16
4. “As Lapinhas?...”
Texto (adaptado): Dissertação para o exame de Licenciatura
(1939) - Deolinda Bela de Macedo - Subsídios Para O
Estudo Do Dialeto Madeirense.
Esta quadra do ano é a mais festejada pelos
madeirenses e, “pode dizer-se que, durante a
Festa, quase ninguém trabalha, especialmente
a gente moça, a não ser no dia 24 de dezem-
bro—Véspera de Festa - que é dia de grande
azáfama em todas as casas” (De Macedo, De-
olinda Bela; 1939).
É neste dia, segundo a autora acima citada,
que se armam as lapinhas e rara é a casa em
que ela não é armada, exceto quando a família
está de luto ou extremamente pobre.
“A lapinha é, geralmente, uma espécie de ro-
cha feita de socas de canavieira e cuja orna-
mentação é, por vezes, uma verdadeira obra
prima”. (De Macedo, Deolinda Bela; 1939):
i) Na parte inferior da rocha fica a fur-
na—nicho– na qual está deitado o
“Menino”, junto da qual se encontram,
além de “S. José” e “Nossa Senhora”,
dos pastores e reis magos, os imprescin-
díveis jumentos da tradição.
ii) No cimo da rocha há sempre uma ima-
gem do “Menino” e por toda a parte se
veem pastores de barro que simulam di-
rigir-se para a gruta do “Menino”.
iii) A realçar a beleza do quadro, todos os
tons de verde, desde o negro alegra-
campo e das cabrinhas ao verde tenro
das cearas, casando-se admiravelmente
com o amarelo das laranjas e o vermelho
dos peros e das romãs—ornamentos in-
dispensáveis das lapinhas.
iv) Estas lapinhas conservam-se armadas
até ao de Reis - 6 de janeiro. Há todavia
que as leve até ao dia de Santo Amaro
(12 de janeiro) - dia de barrar os ar-
mários—como diz o povo.
v) É também no dia 24 de dezembro que se
assiste à chamada “Missa do Galo” (**),
missa em que em algumas freguesias se
reveste dum caráter muito especial.
VOCÁBULOS
Alegra-campo =planta da família das liliá-
ceas, muito comum na Madeira. É elemento
imprescindível, como ornamento, nas Igrejas
por ocasião das principais festas religiosas e
muito especialmente .
Brindeiro = Pão muito pequeno que se costu-
ma fazer pelo Natal para dar às crianças e
para “oferecer” ao “Menino”. Aparece mui-
to como ornamento das lapinhas (de brinde).
Cabrinhas =planta muito usada na época de
Natal para enfeite das lapinhas. As socas
(Designação vulgar do rizoma ou caule sub-
terrâneo) desta plana assemelham-se por ve-
zes a animais, daí, talvez, o nome de cabri-
nhas.
Socar =Arrancar as canas pela soca
(rizoma).
descobrindo Página 17
Edição nº. 22
5. “...Ou A Lapinha?”
(Lapa = Furna)
«É com este termo que na Madeira se desig-
nam os «presépios», que desde séculos tão ge-
neralizados estão entre nós. Julgamo-lo uma
palavra peculiar deste arquipélago.
Deve ser o diminutivo de «lapa» com o signi-
ficado de furna, gruta ou cavidade aberta em
um rochedo, por analogia ou semelhança com
o local do nascimento do Divino Redentor.
É possível que em outros tempos conservas-
sem essa analogia ou semelhança, mas, ao
presente e na generalidade, as «lapinhas» ma-
deirenses são armadas sobre uma mesa, tendo
como centro uma pequena escada de poucos
decímetros de altura, de três lanços contíguos,
e no topo da qual se coloca a imagem do Me-
nino Jesus.
Em todos os degraus da escada e em torno de-
la estão dispostos os «pastores» e vários obje-
tos de ornato, por vezes bem estranhos e sem
próxima afinidade com o resto do presépio.
Em obediência às condições do meio, terão
algumas características próprias, como sejam
as ornamentações com os ramos do arbusto
«alegra-campo» e dos fetos «cabrinhas», que
lhes imprimem uma feição pitoresca e alegre.
Terão uma certa originalidade os chamados
«pastores», isto é, pequenas figuras de barro
de grosseiro fabrico local, que quási sempre
não representam pastores ou zagais mas indi-
víduos das várias camadas sociais.
Ainda são muito vulgares as «lapinhas» com
as chamadas «rochinhas», consistindo estas no
simulacro de um pequeno trecho de terreno
muito acidentado, feito de «socas» de canavi-
eira e que geralmente conserva na base uma
pequena «furna» representando o presépio em
minúsculas figuras de barro.
Existiam, mas hoje são já muito raras, estas
mesmas «rochas», talhadas em maiores pro-
porções e em que se viam igrejas, estradas,
pequenas povoações etc., embora sem grande
harmonia no conjunto, mas oferecendo um
certo e original pitoresco.»
...
Fernando Augusto da Silva, Elucidário Ma-
deirense (https://dizedores.blogspot.com/2008/).
Imagem desta página: Museu Etnográfico da Madeira
(Dezembro de 2016).
descobrindo Página 18
Edição nº. 22
6. “A Noite Dos Reis”
Texto (adaptado): Dissertação para o exame de Licenciatura
(1939) - Deolinda Bela de Macedo - Subsídios Para O
Estudo Do Dialeto Madeirense.
Como dissemos nas páginas anteriores, a Fes-
ta principia no dia 24 de dezembro e estende-
se até 6 de janeiro inclusive.
Durante este espaço de tempo toda a gente
procura divertir-se o mais e o melhor possível,
exceto no dia da Festa propriamente dita - 25
de dezembro - dia que é exclusivamente dedi-
cado à família parecendo mal até sair de casa
neste dia. Pelo contrário, em todos os outros
dias ou se fazem ou se recebem visitas.
Merece especial referência a maneira como o
povo da ilha festeja a chamada noite dos Reis
-5 de janeiro.
Um grupo de raparigas, rapazes e até velhos e
velhas, combinam previamente dirigir-se, na
noite dos Reis, à casa de um amigo comum.
Os homens vão acompanhados dos seus ins-
trumentos prediletos - rajão, braguinha e viola
de arame - ao som dos quais eles e elas vão
cantando.
Chegados à porta da casa a que se dirigem,
entoam várias quadras, algumas de momento
improvisadas e outras já consagradas pelo
uso, até acordarem o dono de casa que, por
vezes, nem se deita, pois, por portas travessas
, soubera do assalto e, por consequência, espe-
ra o rancho.
Mas, para que o ato se revista de mais graça e
interesse, só depois de ter esgotado a paciên-
cia dos que cá fora esperam, e de ter ouvido
muitas quadras no teor das quais se seguem, é
que se resolve abrir a porta ...
Data de referência, repetimos: 1939.
6.1. O dia 5 para o dia 6 mantém-
se a tradição de Cantar os Reis
Por Luísa Gonçalves
(https://www.jornaldamadeira.com/2019/01/05/)
Com o passar dos anos, a religiosidade popu-
lar tratou de adaptar a alegria deste momento
do encontro dos Magos com o Menino de Be-
lém às suas vivências.
A ilha, não foi exceção, tendo herdado dos
povoadores portugueses, o costume de cantar
as janeiras, a que por aqui se chama Cantar os
Reis.
Assim, na véspera, 5 de janeiro, organizam-se
grupos de amigos e/ou familiares que percor-
rem os casais da vizinhança, para cumprir a
tradição.
Há até um reportório de cantares próprios para
celebrar a festa dos Reis Magos, que soube
tornar original os cantares dos antigos povoa-
dores, sem perder a sua inspiração inicial.
Este é também um momento aproveitado para
visitar as lapinhas, continuar a degustar as
iguarias da quadra natalícia e saborear o típico
bolo-rei...
Data de referência: 2019
descobrindo Página 19
Edição nº. 22
(Imagem à
esquerda:
partilhada
por Mátil
Mariam, em
05/01/2022)
6.2. Quer
saber mais?
O Bolo-Rei
é o bolo tra-
dicional do
Natal Portu-
guês mas a
sua origem
tem várias
raízes. A
ideia de um
bolo mistu-
rado com
fruta crista-
lizada terá
surgido na
corte do rei
Luís XIV,
em França,
que com os
tempos foi-
se espalhan-
do pelo res-
to da Euro-
pa .
(https://www.
lapismagi-
co.com/)
descobrindo Página 20
Edição nº. 22
7. Testemunho de quem viveu o Na-
tal de antigamente recolhido em
2008: “O Natal já não é o que era”
“Dar um tostão ao Menino Jesus na Igreja”
A nossa mãe punha-nos 1* tostão no nosso
“sapatinho” e nós ficávamos todos contentes e
depois dávamos o dinheiro ao Menino Jesus
na Igreja” (Benilde Teixeira Marques).
“Broa mimosa”
Quando era miúda, na véspera de Natal fazía-
mos “broa mimosa”, que só fazíamos em oca-
siões de festa. Era feita de milho, trigo e cen-
teio que nós plantávamos. Fazíamos, também,
filhoses que comíamos à meia-noite, acompa-
nhado com café (Benilde Teixeira Marques).
“A Prenda”
No dia de Natal, recebíamos a nossa prenda.
Uma peça de roupa nova. Lembro-me de uma
blusa que recebi, a qual, na altura, custou 10
tostões* (Benilde Teixeira Marques).
“O Pequeno-Almoço”
O pequeno-almoço eram os filhoses com café;
o almoço era de sopa de feijão com enchidos e
presunto. O segundo prato era arroz de gali-
nha, pois, por ser uma festa, matávamos gali-
nhas e, no fim, comíamos chanfana.**
(Benilde Teixeira Marques).
“Era um Natal bem feliz”
De tarde, brincava com as minhas primas e os
meus irmãos; cantávamos e jogávamos às es-
condidas. À noite, ía para o baile com as mi-
nhas irmãs mais velhas. Eu, na altura, tinha
por volta de 7 anos e já dançava com os meni-
nos da nossa idade. Era um Natal bem feliz
(Benilde Teixeira Marques).
[* Nota da Redação:
– Cinco testões de açucre, faxabor.
Cinco tostões de açúcar, faz favor.
Um tostão era um décimo de um escudo, a
moeda portuguesa de antes da adesão de Por-
tugal ao euro (€). Dez tostões perfaziam um
escudo. O tostão era ainda mais popular do
que o escudo. Muitas máximas, ditados e ditos
populares recorriam ao tostão, e não ao escudo
(https://medidasemedicoes.blogs.sapo.pt/]
[**A chanfana é um prato de origem tradicio-
nal portuguesa. É um prato confecionado com
carne de cabra velha, assada dentro de caçoilas
(recipientes) de barro preto em fornos a lenha,
ou no forno da sua casa, temperada de véspera
em vinha-de-alhos ]
Edição nº. 22
descobrindo Página 21
EBSPMA: No dia 10 de dezembro de 2021 rea-
lizaram-se as gravações vídeo para o projeto
"Advento Musical 2021". O grupo "Vozes da
Nossa Escola".
Edição nº. 22
descobrindo Página 22
8. Em jeito de conclusão
O presépio tradicional
O presépio tradicional na Madeira apresenta
duas variantes distintas: a “lapinha” propria-
mente dita ou “escadinha”, e a “rochinha” ou
“presépio-lapinha”.
A lapinha em escadinha, consiste num pequeno
altar de três lanços que é colocado sobre uma
mesa ou cómoda coberta com uma toalha ver-
melha e, por cima desta, uma outra toalha bran-
ca rendada.
No topo da escada, é colocada a imagem do
Menino Jesus, rodeada por um arco de flores
de papel e ladeada por duas jarras com sapati-
nhos.
Nos outros degraus, apresentam-se pastores e
outras figuras de presépio, frutos como laran-
jas, peros, castanhas e nozes e as searinhas de
trigo.
É habitual também colocar as cabrinhas (um
tipo de feto), uma jarra de ensaião, garrafinhas
de vinho ou uma lamparina de azeite.
A rochinha ou presépio-lapinha é feita com pa-
pel pardo, pintado com viochene.
Molda-se o papel em consonância com os volu-
mes que esconde, imitando montanhas, vales,
fajãs e uma gruta.
Colocam-se as figuras do presépio, casas e
igrejas; fazem-se caminhos, lagos, riachos, cas-
catas e levadas; dependura-se o alegra-campo
na parede; distribuem-se as searinhas, o azevi-
nho, as mimosas, o ensaião, os sapatinhos e ou-
tras verduras.
O presépio tradicional na Madeira
apresenta duas variantes distintas: a
“lapinha” propriamente dita ou
“escadinha”, e a “rochinha” ou
“presépio-lapinha”.
Fonte (adaptado): Veríssimo, Nelson. (2007). "Natal madei-
rense"
in Artigos Regionais, Natal, Tradições
http://www.somosmadeira.com/2016/12/
descobrindo Página 23
Edição nº. 22
1. Fundamentação teórica
A Sociolinguística é o ramo da Linguística que
estuda as relações entre língua e fala, analisa
as diferenças entre língua, idioma e dialeto.
O dialeto é a variedade de uma língua própria
de uma região ou território e está relacionado
com as variações linguísticas encontradas na
fala de determinados grupos sociais.
As variações linguísticas podem ser compre-
endidas a partir da análise de três diferentes
fenómenos: exposição aos saberes convencio-
nais; situação de uso e o contexto
(https://brasilescola.uol.com.br/).
Linguística pode ser definida como sendo a a
ciência que tem por objeto de estudo a lingua-
gem humana, desde o plano da língua até ao
plano do discurso.
Por outro, dialeto é a variedade de uma língua
própria de uma região ou território e está rela-
cionado com as varia-
ções linguísticas encontradas na fala de deter-
minados grupos sociais.
As línguas são "nacionais", enquanto os diale-
tos são ditos "regionais" e são muitas vezes
falados por um número menor de pessoas.
Cada país tem pelo menos uma língua oficial
que é utilizada nos documentos oficiais e nas
atividades governamentais (como a elaboração
de leis e decretos).
2. Contextualização histórica
Texto (adaptado): Dissertação para o exame de
Licenciatura (1939) - Deolinda Bela de Macedo -
Subsídios Para O Estudo Do Dialeto Madeirense.
Cremos ter consultado tudo o que de mais im-
portante existente publicado sobre a Madeira
e tivemos ocasião de verificar que ainda nin-
guém se ocupou de estudar o falar do povo
madeirense, procurando tanto quanto possível
as fontes onde ele teria ido buscar muitos dos
seus vocábulos, destacando as suas principais
particularidades fonéticas, morfológicas e sin-
táticas...” (De Macedo; 1939).
Prosseguindo, a autora acima citada, disse em
1939, que encontrar-se-ão aqui, é certo, muitas
lacunas, mutos defeitos, assuntos pouco desen-
volvidos, erros até, porventura, provenientes
da inexperiência e, talvez, da incapacidade de
quem, pela primeira vez tenta levar a cabo um
trabalho desta natureza.
Sendo a Madeira colonizada por portugueses
do continente, compreende-se que a língua fa-
lada na nossa terra não deva ser mais do que a
evolução natural do português dos primeiros
séculos da nossa nacionalidade, influenciada ,
minimamente, por ingleses e espanhóis…
3. - VARIAÇÕES DA LÍNGUA (1939)
(1939) - Deolinda Bela de Macedo - Subsídios Para O Estu-
do Do Dialeto Madeirense
descobrindo Página 24
Edição nº. 22
Fonte:
A MADEIRA NA HISTÓRIA/
Renato Camacho
Edição nº. 22
descobrindo Página 25
3.Há duas falas distintas
“Quanto à maneira de pronunciar os
´vocábulos, podemos dizer que há na Madeira
duas falas distintas: a do litoral e a do interior,
aquela muito mais lenta do que esta, para o
que não terá deixado de contribuir a proximi-
dade do mar. Dir-se-á que há no falar do litoral
qualquer coisa do lento marulhar das ondas”
(De Macedo; 1939).
A pronúncia das freguesias do litoral difere
bastante das do interior, a da costa sul da do
norte, etc.
No oeste (litoral), sempre batido dos ventos e
das vagas, as palavras tomam acentuação espe-
cial tornando sibilinas algumas vogais para po-
derem ser compreendidas através dos ruídos da
natureza…
4. Particularidades fonéticas*
Em algumas freguesias do concelho Funchal
todas as palavras (exceto as oxítonas) termina-
das em “o” são pronunciadas como se termi-
nassem em “e” mudo.
Antes de prosseguirmos, convém relembrar
que palavras agudas ou oxítonas são aquelas
em que a vogal tónica recai na última sílaba,
como, por exemplo: aloés, ananás, bebé, café,
funil, Gibraltar, ONU, pontapé, propor, para-
béns, refém, subtil ( https://ciberduvidas.iscte-
iul.pt/).
Continuando...
Exemplos – António que se ouve Antónie;
Francisco é pronunciado Francisque; gato que
se ouve gate: bonito por bonite.
Mê pai nã quere qu’ê beba/Minha mãi nã que-
re qu’ê cante/Mas ê cante a Santo Antó-
nie/Que Sante Antónie é bom Sante.
Numa das freguesias do Funchal, em 1939,
citando Bela de Macedo, todas as palavras que
deviam terminar em “o”, aparecem como se
terminassem em “e” mudo, verificando-se isso
de onde (advérbio).
5. Particularidades morfológicas*
Em vez de nós há que utilize sempre a expres-
são a gente e substitua o se por nos.
Assim: A gente já se fomos; a gente já se vie-
mos; a gente já se casamos.
Noutras localidades é muito vulgar o emprego
de si como sujeito da 3ª. Pessoa do singular.
Exemplos: Si tá maluco por você está maluco;
si vai mais eu por você vai comigo; si não ou-
ve por você não ouve; si que me faça um favor
por você que me faça um favor.
No norte da ilha, nomeadamente em S. Vicen-
te, o numeral dois é invariável.
Assim, tanto se ouve: dois sacos como dois
sacas, dois homens como dois mulheres, dois
bois como dois vacas, etc.
O verbo querer tem a primeira pessoa do preté-
rito perfeito do di indicativo criz, por analogia
com o infinito.
Página 26
descobrindo Edição nº. 22
6. Particularidades de sintaxe*
Nas frases condicionais o madeirense empre-
ga o imperfeito do indicativo em vez do con-
juntivo:
Se eu sabia não fazia tal coisa em vez de “se
eu soubesse não fazia tal coisa”.
Se eu sabia não trazia/Mê marido vilhãozi-
nho/Que no meio desta roda/Arranjava um
fidalguinho.
Os pronomes pessoais “me”, “te”, “se”,
“nos”, “vos”, “se” que, no Continente, são co-
locados geralmente depois dos infinitos dos
verbos, na Madeira colocam-se antes, à seme-
lhança do que se dá no Brasil, como, por
exemplo: “vou-te dizer”, “vou-te pedir”,
“mandou-me dizer”, “ia-me dizer”, respeti-
vamente por “vou dizer-te”, “vou pedir-te”,
“mandou dizer-me”, “ia dizer-me” (De Ma-
cedo, Deolinda Bela; 1939).
*Nota da Redação: Nunca é demais repetir
que este capítulo foi elaborado com base em
dados de 1939, citando extratos da tese de dis-
sertação de Deolinda Bela de Macedo, intitu-
lada,
lada, como também já o dissemos nas páginas
anteriores - Subsídios Para o Estudo Do Dia-
leto Madeirense.
7. Vocábulos
ABAQUIAR – cair, arruinar, cair de cama –
Exemplos e hipóteses de explicação (em
1939!)
“Mê João dê-lhe controdia ua coisa e aba-
quiou, foi à cama”;
“Ó baquiano dá-me mei cope de bruxa”, que
pode traduzir-se por esta: Ó vendeiro dá-me
meio cálice de aguardente”.
Não há dúvida de que baquiano se formou do
verbo abaquiar e significa aquele que arruína,
que faz cair, etc. Mas, porque chamar baquia-
no ao vendeiro ou, como se diria no Continen-
te, ao taberneiro? Talvez porque o vendeiro,
neste caso particular, aquela que vende bebi-
das alcoólicas, arruína quem lhes compra, em-
bora indiretamente, ruína que não só é materi-
al, mas até física e moral.
Quanto à designação de bruxa atribuída à
aguardente, deve provir, pelo menos assim o
cremos, do fato de as curandeiras ou bruxas se
servirem dessa bebida como auxiliar dos seus
curativos.
ABATUMADO – diz-se do tempo quando a
atmosfera está carregada, ou quando a atmos-
fera está carregada, ou quando há muita né-
voa.
ABELHINHA – automóvel pequeno porque
os primeiros automóveis pequenos na Madei-
ra tinham como marca uma abelha.
A BEM DE CONVERSA – expressão muito
vulgar que significa por acaso, sem intenção
previamente formada. Exemplo: “Falei-lhe
neste assunto a bem de conversa”, que quer
dizer – falei-lhe nisso por acaso, não proposi-
tadamente”.
Edição nº. 22
descobrindo Página 27
ABICAR – empurrar, deitar ao chão alguém
ou alguma coisa. Quando reflexo significa ati-
rar-se de qualquer sítio elevado com intuitos
de suicídio. Termo formado certamente de
abaquiar.
ABOAREIRAS – aboboreiras. Há também
quem pronuncie abeboareiras.
Em qualquer dos casos deu-se um fenómeno
de dissimilação o que é frequentíssimo no fa-
lar do povo.
Na primeira forma, além da dissimilação, deu-
se a queda do b intervocálico, que se reconsti-
tui na segunda.
Note-se que a palavra é quase sempre usada
no plural, o que se deve explicar pelo facto de
raramente se encontrar uma destas plantas iso-
ladas.
Há sempre várias plantas em conjunto, o que
constitui aquilo a que os madeirenses dão o
nome de caseira de aboareiras.
Os netos ou ramos destas plantas são conheci-
dos pelo nome genérico de baraços (metátese
de abraços?) e muitas vezes este termo
(baraços) serve para designar a própria planta
ou, antes, várias plantas em conjunto. Assim,
tanto se ouve uma caseira de aboareiras como
uma caseira de baraços.
==============================
Nota da Redação: assimilação (gramática)
Fenómeno fonético em que um fonema transmite algu-
mas das suas características sonoras a um fonema vizi-
nho tornando-o igual ou com propriedades semelhantes
a si próprio. Por outras palavras, trata-se de um fenó-
meno em que um som se aproxima de outro quanto ao
seu modo ou ponto de articulação. A assimilação é
uma designação mais ampla para sonorização (um fo-
nema surdo torna-se sonoro em contacto com um fone-
ma sonoro) e ensurdecimento (um fonema sonoro tor-
na-se surdo por influência de um fonema surdo). Se-
guem-se alguns exemplos de assimilação presentes na
evolução histórica do português:
vipera(m) > vibera > víbora (<e> é assimilado pela
consoante bilabial [b] que o transforma numa vogal de
articulação também bilabial [u]).
dissimilação
Fenómeno de evolução fonética, contrário ao da assi-
milação, que consiste na diferenciação de um som em
relação ao som vizinho com que são partilhadas propri-
edades de semelhança, com o objetivo de se distinguir
dele. A dissimilação procura assim evitar uma sequên-
cia de dois fonemas iguais ou semelhantes dentro da
mesma palavra. A dissimilação esteve presente na evo-
lução de algumas palavras do latim para o português,
sendo ainda visível na articulação de algumas palavras
sobretudo na variante dialetal de Lisboa
(https://www.infopedia.pt/).
ABRENUNCIA – (do latim “abrenuntio”) – O
povo da Madeira deu-lhe a forma feminina e
fá-lo quase sempre preceder da palavra credo.
A expressão credo abrenuncia é muito empre-
gada como fórmula de esconjuro.
=================================
Nota de Redação: Abrenuntio; abrenuntio | interj.;
abrenuntio |àbrènúntiò|; (palavra latina que significa
"arrenego-te!"); interjeição. Emprega-se como interjei-
ção de repulsa.
Es·con·ju·rar – Conjugar verbo transitivo; 1. Ordenar
com imprecação o afastamento de; 2. Exorcizar, apos-
trofar; 3. Amaldiçoar https://dicionario.priberam.org/).
Edição nº. 22
descobrindo Página 28
Foto de Lídia Matias (26/02/2022)
ABOAREIRAS – aboboreiras. Há também
quem pronuncie abeboareiras.
Em qualquer dos casos deu-se um fenómeno
de dissimilação o que é frequentíssimo no falar
do povo.
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descobrindo Edição nº. 22
ABUNDÂNCIA – Planta vivaz da família das
compostas, oriunda do México e introduzida
na Madeira, como planta ornamental pouco
antes de 1840.
Esta planta é hoje (1939!) vulgaríssima na Ma-
deira e, se de facto, foi primitivamente consi-
derada planta ornamental, hoje, pelo menos,
não o é.
Por se desenvolver muito facilmente e encon-
trar-se por toda a parte da ilha (1939!), daí,
certamente o nome de abundância porque a
planta é conhecida. As suas folhas esmagadas
são muito empregues como medicamento para
curar feridas.
ACAÇAPAR – esconder, furtar. Deve ter havi-
do aqui uma extensão analógica. O caçapo es-
conde-se do caçador. Daqui o verbo acaçapar,
significando esconder, subtrair, etc.
================================
Nota da Redação: Significado de Caçapo
caçapo,1 m. Coelho novo. Homem baixo e grosso. (Cp.
cast. gazapo)caçapo,2 m. Bras. Espécie de trigo, de cu-
ja palha se fazem os afamados chapéus de Florença.
ACAMAR – humilhar-se, serenar (Corruptela
de acalmar?).
================================
Nota da Redação: cor.rup.te.la; translineação;
kuʀuˈptɛlɐ; nome feminino; forma errada de pronunciar
ou escrever uma palavra; alteração ou perda das carac-
terísticas que identificam alguma coisa; abuso
(https://www.infopedia.pt/).
AÇANAR – acenar (assimilação).
ACARTAR – acarretar. De acartar formou-se
acarteiro.
ACARTEIROS – são os homens que que le-
vam, numa espécie de padiola, os mortos para
o cemitério. Exemplo: Esta padiola (cangalha)
é conduzida aos ombros, por 4 acarteiros.
ACERTAR (o fato) – provar um fato.
ACONDECINADO – corruptela de acondicio-
nado.
=================================
Nota da Redação: a·con·di·ci·o·nar - (a- + latim condi-
tio, -onis, condição + -ar); verbo transitivo; 1. Dar certa
condição ou índole a. 2. Arranjar bem. 3. Arrumar ou
guardar de determinada forma dentro de um espaço
conveniente (https://dicionario.priberam.org/).
ACONTRODAIA e AQUINTRODAIA – há
dias. Formado de aqui outro dia.
AÇUDADO – pessoa que se exalta muito fa-
cilmente, irascível. Terá origem em açude? O
açude provoca uma mudança rápida no curso
das águas. Água açudada é, portanto, aquela
que foi desviada bruscamente do seu curso. Há
de facto certa conexão de sentido entre água
açudada e pessoa açudada. Em qualquer dos
casos houve uma mudança brusca, provocada
por qualquer objeto exterior
ADANAR – nadar. Formado de nadar por me-
tátese. Explica-se pela frase vir a dano (=vir a
nado). Perdeu-se depois a noção de que aquele
a era uma preposição, passando assim a fazer
parte integrante da palavra dano. Assim se for-
mou adano e daqui o verbo adanar.
===========================
Edição nº. 22
descobrindo Página 30
Nota de Redação:
metátese; me.tá.te.seməˈtatəz(ə); fenómeno fonético
que consiste na transposição de fonemas ou sílabas
dentro de uma mesma palavra
(https://www.infopedia.pt/).
ADOICER E ADUICER - adoecer.
ADMITE – é parecido. “Muito admite =é mui-
to parecido”.
ADUELAS – costelas. Formado por extensão
analógica. De facto, as aduelas das pipas são
de formato semelhante ao das costelas do cor-
po humano ou de qualquer animal vertebrado.
ADUGAR -adubar. A troca do g em b nota-se
ainda entre o povo nota-se ainda noutros ter-
mos como: aduge por adubo, aldrugão por al-
drabão, aldruge (provavelmente formado da
palavra aldrugão), etc.
AFAINAR – descansar (especialmente os ra-
mos dum barco quando o vento sopra favora-
velmente). Formado de a+faina+ar.
À FALSA FÉ – inesperadamente: Exemplo:
Fulano apanhou-me à falsa fé, por isso me le-
vou de vencida. Isto é, apanhou-me despreve-
nido.
AFASTO, OS – afagos, ostentação. Receber
alguém com muitos afastos significa receber
com muito boas maneiras e ao mesmo tempo
com certa ostentação. Será simples corruptela
de afagos? Parece-nos que que deve antes estar
relacionado com fausto (ostentação). O facto
do termo ser vulgarmente empregado no plural
é que talvez se possa explicar-nos por analogia
com afagos.
AFENAFE – meio embriagado. Do inglês
half and half. É curioso notar-se que hoje,
de tal modo se perdeu a noção de origem
inglesa daquela palavra, não é raro ouvir
expressões como: aquele já tá meio afena-
fe.
Nota de Redação: Nunca é demais repetir que a
data de referência deste Estudo de Caso é 1939!
AFRAIMADO – desgostoso, apoquentado.
A expressão “ter o sangue afraimado” sig-
nifica ter qualquer irritação cutânea (vide
freima e freimão).
ÀGADOR – regador. Formado de auga
(=água) + dor. A forma augador, da qual
proveio àgador, também é vulgar.
AGRAVAR - ofender.
AGULHETAS – ganchos com que as mu-
lheres seguram o carrapito.
Nota da Redação: "carrapito", in Dicionário Pribe-
ram da Língua Portuguesa [consultado em 11-01-
2022] = totó; punhado de cabelo amarrado na cabe-
ça.
AINIAR E ASNEAR – além do seu signi-
ficado próprio – dizer asneiras – significa
também namorar.
AJATIVAR -economizar, poupar. Forma-
do de adjetivar por extensão analógica. Há,
na verdade, certa conexão de ideias entre
adjetivar – juntar um ou mais adjetivos a
uma determinada palavra para a tornar
mais rica de expressão – e ajativar – juntar
dinheiro ou economizar seja o que for com
Página 31
descobrindo Edição nº. 22
o fim de juntar um pecúlio maior ou menor.
AJUNTAR E JUNTAR – apanhar qualquer
coisa do chão.
ALAMÃO – alemão. Formado por assimila-
ção.
ALAMÂUA – (=alamoa) feminino de alamão
(alemão) por analogia com os femininos dou-
tras palavras em ão como: vilhaua (=viloa), de
vilão.
ALAMBRIADO – meio embriagado.
ALBARDAR -fazer mal qualquer trabalho,
especialmente bordar. Formado de albardia –
coisa mal feita, grosseira
ALBARDICE – qualquer coisa mal feita. For-
mado de albardar.
ALBERNOZ – peça de vestuário geralmente
de tecido grosseiro e mal feita. Formado de
albernós, por dissimilação.
Nota de Redação: albernós é o plural de albernó. Al-
bernó = casacão com capuz ou gola subida ,
in Dicionário Priberam da Língua Portugue-
sa [consultado em 11-01-2022].
======================================
ALDIÂUA – (aldioa) aldeã. Feminino de al-
deão, por analogia com viloa (cf. alamâua)
ALDRUGUE E ALDRUGUEIRO – pessoa
pouco honrada, caloteira (cf. adugue)
ALEGRA CAMPO – planta da família das
liláceas, muito comum na Madeira. É elemen-
to imprescindível, como ornamento , nas Igre-
jas por ocasião das principais festas religiosas
e, muto especialmente, no Natal (ver as pági-
nas desta edição dedicadas à “Festa”).
Nota da Redação: Liliáceas - Família de plantas mono-
cotiledóneas, que se dividem em cerca de 270 géneros
e cerca de 4200 espécies. São plantas herbáceas, rizo-
matosas ou bolbosas e muito raramente plantas lenho-
sas. As Liliáceas (Liliaceae) são cosmopolitas, distri-
buindo-se praticamente todo o globo terrestre. As fo-
lhas são alternas ou verticiladas e apresentam limbo
estrito ou largo. Muito raras vezes, são escamiformes
(https://www.infopedia.pt/).
======================================
ALFENIM – coisa muito fina, delicada. A se-
guinte quadra exemplifica esse significado:
Caia-me a boca daí; Que não és melhor cá
mim; Tê pai fez-te d’açucre em ponto; Mê pai,
fez-me d`alfenim.
O primitivo significado da palavra deve ser a
de doce (género de confeitaria) e, por extensão
analógica é que se deve ter chegado àquele
significado que nos dá a quadra transcrita.
ALFORRA ou bicho de alforra – inseto ver-
melho, quase microscópico, que vive sobre a
palha seca dos cereais. Quando se introduz na
pele produz comichão, provocando borbulhas.
“Dar alforra” em alguém é expressão que
significa envelhecer e deve ter sido formado
por extensão analógica. Os cereais só são ata-
cados de alforra quando já não existe o grão,
mas apenas a palha que constitui, por assim
dizer, o esqueleto do cereal. Daqui, por analo-
gia, o dizer-se que uma pessoa velha esquelé-
tica tem alforra ou que lhe deu alforra.
ALGORREIRO – esperto, alegre, brincalhão.
ALCADO -abalado, aluído.
ALPARDINHA -à noitinha, ao anoitecer.
Edição nº. 22
descobrindo Página 32
“Uma casa madeirense.... Os "
terreiros" antigos, tudo tão lindo,
as flores.... Saudades!” (Guida
Soares; 2022).
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VOCABULÁRIO (1939)
Texto (adaptado): Dissertação para o
exame de Licenciatura (1939) - Deolin-
da Bela de Macedo - Subsídios Para O
Estudo Do Dialeto Madeirense.
BABÁ – pessoa tola, aparvalha-
da, indolente.
BÁBADAS e BÁBEDAS – pe-
quenas borbulhas que causam co-
michão e são geralmente proveni-
entes de picadas de insetos.
BABOSA -Planta. À mais peque-
na ranhura, o caule da babosa dei-
xa escorrer um líquido viscoso,
uma espécie de baba. Daqui, cer-
tamente, o nome de babosa dado a
esta planta. Também se chama
babosa à pessoa que chora por
tudo e por nada.
Nota de Redação:
Alguns historiadores consideram que a babosa é o
grande segredo de beleza utilizado por Cleópatra,
no antigo Egito e que ela era transportada pelos
soldados de Alexandre, o Grande, como medica-
mento de primeiros socorros...
Edição nº. 22
descobrindo Página 33
ALVÉLOA ou ARVÉLOA – pequeno pássa-
ro também conhecido por “lavandeira de
Nossa Senhora” porque este pássaro se en-
contra, muitas vezes, pousado à beira das
águas, diz-se que lava com a cuada a roupa de
Nossa Senhora.
AMBRA - fome (do espanhol hambre).
AMECÊ e AMECIA- você (de vossa mercê
por um fenómeno de fonética sintática). Para
amecia.
AMEXIEIRA e AMEXIGUEIRA – ameixo-
eira. A 1ª forma pode explicar-se por assimi-
lação e redução do ditongo ei.
AMIGO (A) – quase sempre empregado co-
mo sinónimo de amante. Parece mal e é sem-
pre mal interpretado o nome de amigo dado
por uma rapariga a um rapaz e vice-versa.
Nota da Redação: Nunca é demais que a data
de referência: 1939.
AMOROSO -mole. Emprega-se especialmen-
te com referência ao pão quando de mais de
um dia e que se conserva, apesar disso, mole.
ANAU – grande. Usa-se com referência a
pessoas e a coisas. É muito frequente esta ex-
pressão: quanto maior anau, maior tormento;
que deve ter sido na sua origem no ditado
português: quanto maior a nau maior a tor-
menta. Ter-se-ia perdido a noção de que
aquele a era um artigo e daí anau como sinó-
nimo de grande.
ÂNDASE – vês. Também vale como interjei-
ção eia. Não é mais do que o inglês unders-
tand.
Nota de Redação: understand? Significa entender,
compreender, ouvir, inferir, deduzir, ter conhecimen-
to.
======================================
ANGINHOS – chama-se assim as crianças
que acompanham as procissões vestidas com
uma espécie de túnica, geralmente com asas
brancas e ainda as crianças que morrem com
idade não superior a 7 naos.
ANGRA – fome. Formado do inglês hunger.
Nota da Redação: Como se diz “estou com fome” em inglês? No
entanto, para falar com fome usaremos a palavra hungry. Vejam
como: I’m hungry. Estou com fome. / I’m not hungry. Não estou
com fome. The baby is hungry. O bebé está com fome. / The baby
is not hungry. O bebé não está com fome. I was so hungry! Eu
estava com tanta fome!
I wasn’t very hungry. Eu não estava com muita fome. Were you
hungry? Você estava com fome? (https://blog.influx.com.br/).
==============================================
APARIAR -apertar, dar pouca liberdade (com
referência aos filhos cujos pais os trazem
sempre debaixo de vista, não lhes permitindo
grandes liberdades).
APSTORAR – arranjar, pôr em ordem qual-
quer coisa. Com referência a pessoas tem um
significado idêntico ao francesismo tão como
“fazer toilete”, significando primeiramente
vestir de pastor e, depois, por extensão de
ideias a palavra talvez passasse para o signifi-
cado de vestir de pastores as crianças para
acompanharem as procissões.
APILHAR – apanhar, correr ao alcance de
alguém. Prótese de pilhar.
Nota de Redação: pró·te·se (latim prothesis, -is, do
grego próthesis)/nome feminino/1. [Linguística] Figu-
ra que consiste em juntar uma letra ou uma sílaba no
princípio de uma palavra (como em arruído por ruí-
do). In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
[consultado em 15-01-2022].
Página 34
descobrindo Edição nº. 22
“Furado”
(Túnel Eng.º Duarte Pacheco – ER 211)
Imagem e partilha de Renato Camacho, em
fevereiro de 2022,
Alguns comentários à publicação acima:
 Ao tempo que não ouvia o nome:
“furados”!
 Sim, chamavam-se os “furados”, quan-
do eu era pequena.
 Os “furados”, é como se chamavam,
agora com as modernices chamamos de
túneis. Estes cá foram abertos com pól-
vora.
 Se não estou em erro, é o túnel BOA-
VENTURA ARCO S JORGE
 Este túnel tem o nome de um ministro de
Salazar. Chama-se Duarte Pacheco, sa-
bia?
 Túnel do Arco de São Jorge até a Boa-
ventura.
 Parece ser o "furado da Ribeira da Ja-
nela". Será?
 É o "furado da Ribeira da Janela ". Te-
nho a certeza.
 Tinha a sensação de ser esse túnel, mas,
não tinha plena certeza. Com a tua con-
firmação, a dúvida foi eliminada.
 Em criança passei muitas vezes nesse
"furado". Também passei muitas vezes
nesse “furado, como antigamente se .
Nota da Redação: O Túnel Engenheiro Duar-
te Pacheco acabou de ser construído em junho
de 1953. ER211. Comprimento: 395 m. Liga
que liga o Arco de São Jorge à Boaventura
(Madeira).
Página 35
descobrindo Edição nº. 22
Os poios, designação dada na Ma-
deira aos socalcos cultivados, são
construções que, durante séculos,
moldaram a paisagem rural da
ilha.
Os poios testemunham o engenho
e esforço das muitas gerações de
agricultores que desde o início do
povoamento, esgotadas as fajãs,
tiraram o seu sustento das verten-
tes da montanha.
Escassez, abnegação e coragem
não são suficientes para explicar o
esforço humano que, desafiando o
abismo, foi capaz de moldar tal
paisagem.
Texto (adaptado): Rui Campos Matos, Ar-
quiteto 12/12/2017 (https://
jornaleconomico.pt/)
Página 36
descobrindo Edição nº. 22
Tirando os picos aos tabaibos. Foto patente
numa exposição alusiva à Festa do Figo e do
Tabaibo a decorrer na Fajã da Ovelha
(Madeira Quase Esquecida ).
Danilo Fernandes: “Esta foto, a de cima, é de
minha autoria, foi tirada na Cancela, freguesia
de São Gonçalo. Estão a varrer os tabaibos
com vassouras improvisadas de giesta.”
PACHOLAR – dizer graças mais ou menos
picantes (de pachola).
PALHEIRO – casa com uma só divisão cober-
ta de colmo.
PALHETE -fósforo (por analogia com palito).
PALMAR – roubar.
PANCUME – sova.
PANGUEIRO – caloteiro.
PANDULHO – barriga. Também se emprega
como sinónimo de duro.
PARAFITAS – (às) – às corridas.
PATINHAR – pisar 8DE PATINAR).
PAU DE LUME – fósforo.
Página 37
descobrindo Edição nº. 22
PECHELEIRO – funileiro. (Por confusão
com picheleiro – fabricante de obras de
estanho.
PEGAR – (verbo transitivo) – tomar.
“Pega lá isto – toma lá isto”.
PELAS – aquele que tem as responsabili-
dades.
PENA DE ÁGUA – medida muito usada
na medição das águas, que equivale ao flu-
xo de um litro por minuto.
PENEIRINHOS – pequenas chuvas. Ex-
tensão analógica porque a chuva miudinha
se assemelha à farinha caindo da peneira.
PEPINELA - chuchu (de pepino?). No sé-
culo XIX esta hortaliça era conhecida por
pepinos delas, donde teria derivado pepi-
no.
PIADO (adj.) – trôpego (de pé?).
PINHEIRINHOS – cavalinhas.
PISAR – magoar, malhar.
PÓFIA – arrogância, altivez.
POIO – pedaço de terreno cultivado.
POIPANÇO – economia (de poupar).
POLCA e POLICA – Espécie de blusa
comprida e muito larga. Será um fenóme-
no de analogia? Porque a blusa, nestas
condições dança no corpo?
POLÍTCA (falar à) – falar “como as pes-
soas da cidade”, falar bem.
POLITIQUETES – pessoa que fala “a po-
lítica”, pretensiosa.
POVIO e POVIÇO - multidão (de povo).
PREGOS – dentes. Exemplo: “arreganhar”
os pregos significa rir-se.
PROFÉTAS – os habitantes da ilha do
Porto Santo.
PRÈGANA – maçador (de pregar).
PUCRA e PRÔCA – vaso de barro em que
se costuma por carne de porco, quer salga-
da quer de “vinho e alhos”, isto é, carne
posta em vinagre à qual se junta alhos, sal
e outros condimentos. (Feminino de púca-
ro).
RABALHUSCA - intratável.
RAIVA - zanga (por analogia com a raiva
dos cães.
RAIVAR - zangar-se.
Texto (adaptado): Dissertação para o exa-
me de Licenciatura (1939) - Deolinda Bela
de Macedo - Subsídios Para O Estudo Do
Dialeto Madeirense.
CONTINUA EM 2025
Edição nº. 22
descobrindo Página 38
4. – Rª. BRAVA PAISAGEM AGRÁGRIA E VARIADA
Fotos de João Vítor, anti-
go estudante da EBSPMA.
Data de referência: 2021,
Um exclusivo para a
“ Descobrindo”.
Caminho c/passadas
à esq. em cima);
Caminho para Ora-
tório Nossa Senhora
dos Bons Caminhos;
Cortejo do “Bom
Despacho”
Cortejo Tradicional da Festa do Bom Des-
pacho , em carros devido à pandemia .
Página 39
descobrindo Edição nº. 22
Fonte: António Rego Chaves (Diário de Notícias); “A Descoberta de Portugal”; 2001.
Edição nº. 22
descobrindo Página 40
Sítio da Pedra (Campanário - Rª Brava): Pri-
meira foto -/Vista para a Capela de Nossa Se-
nhora da Glória; Vista para o ilhéu Campaná-
rio (.2º: foto).
Fundada em 1599, a Capela de Nossa Senhora
da Glória foi construída no cimo de um roche-
do, à beira mar, no Sítio da Pedra.
No início deste século, um imigrante madei-
rense natural de Campanário, promoveu a sua
restauração.
Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
Edição nº. 22
descobrindo Página 41
Campanário (Rª. Brava). Placas de Caminhos,
Estradas e Comemorações: Pertelha e/ou
Pretelha.
“Partilhar” = Ação de distribuir, repartir ou
dividir algo em várias partes. Desta forma, é
possível desfruir em comum de um determina-
do recurso ou espaço.
A noção de partilhar implica uma concessão
gratuita de uso, uma oferta ou uma doação.
Em geral, para partilhar algo deve-se, em pri-
meiro lugar, ter essa coisa.
Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
https://www.lexico.pt/azinhaga/
Página 42
descobrindo Edição nº. 22
Passada: Nome feminino = 1. ato de dar um
passo;
2. espaço mínimo compreendido entre os pon-
tos em que pousam os pés ao andar; passo;
3. antiga medida de quatro palmos;
4. figurada diligência; medida (https://
www.infopedia.pt/).
Localização de Caminho da Chamorra de Ci-
ma
Freguesia: Campanário; Concelho: Ribeira
Brava; Distrito: Madeira;
Tipo: Caminho; GPS: 32.665855, -17.039999;
Código Postal: 9350-059 (https://
www.portugalio.com/).
Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
Edição nº. 22
descobrindo Página 43
O CAMPANÁRIO comemorou 500 anos a
15 de maio de 2015, assinalando esta data
com um vasto conjunto de iniciativas, com
intervenção da Junta de Freguesia, Associa-
ção Desportiva, Casa do Povo, Escolas ,
Centro de Convívio e Paróquia de Campaná-
rio, Centro Comunitário do Lugar da Serra e
Município de Ribeira Brava.
Significado de Furna: n.f.
1. Designação de antro ou cova de grande ta-
manho, normalmente de origem natural, loca-
lizada no núcleo ou no interior de uma rocha
ou mesmo dentro da terra;
2. Zona ou área situada abaixo do nível do
solo...
Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
Página 44
descobrindo Edição nº. 22
Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
Significado de Impasse: subs-
tantivo masculino; Situação de
resolução praticamente impos-
sível; algo muito difícil de se
resolver: impasse judicial.
[Por Extensão] Aquilo que não
tem saída:;[Por Exten-
são] Tudo o que pode dificul-
tar ou impedir a realização de
alguma coisa; empecilho.
Edição nº. 22
descobrindo Página 45
Campanário (Rª. Brava): Caminho da Passada
e, à direita, em cima, Oratório Nossa Senhora
dos Bons Caminhos.
Oratório cristão
Oratório católico é um nicho com imagens
de santos, destinado à devoção particular. Ori-
ginou-se na Idade Média e até os dias de hoje
ainda é utilizado nas casas como local
de oração.
História
Os oratórios foram inicialmente destinados à
moradia do rei. As famílias mais ricas também
passaram a ter os seus altares particulares e à
medida que o culto aos santos se propagava,
estes altares ou capelas passaram a ser fre-
quentados pelas associações leigas
(confrarias).
(Pesquisa no Google).
São Brás: o que se sabe sobre o médico da
antiguidade que se tornou santo protetor da
garganta
Por: Edison Veiga (De Bled -Eslovénia) para a BBC News Brasil/3 fevereiro 2022
O Dia de São Brás é celebrado em 3 de fevereiro.
É tradição católica em várias partes do mundo:
se é dia de São Brás, é preciso levar as crian-
ças para a igreja.
Durante a missa, em momento oportuno, o sa-
cerdote irá se encarregar de benzer as gargan-
tas de cada um com uma curiosa cruz formada
por duas grandes velas apagadas.
A bênção não é privilégio para os filhos. Adul-
tos também a recebem.
Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
Página 46
descobrindo Edição nº. 22
A bênção não é privilégio para os filhos. Adul-
tos também a recebem.
Para as famílias que praticam o catolicismo e
se apegam às práticas que passam de geração
para geração, esse ritual tem um significado
prático: segundo a fé, os benzidos pela interces-
são de São Brás não terão nenhuma inflamação
de garganta até o ano seguinte. Ou, se tiverem,
as doenças serão leves.
A festa em honra ao santo é no dia 3 de feverei-
ro, justamente porque é a data em que se acre-
dita que ele tenha sido martirizado, morto por
decapitação, no longínquo ano de 316.
Em baixo:
Enfeites festa São Brás em tempo de pandemia
, no Campanário, em 2021.
Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
descobrindo Página 47
Edição nº. 22
Campanário (Rª. Brava), 2021: Lugar da Ribeira e
as suas plantações. Nos primeiros tempos, eram os ce-
reais que predominavam e abasteciam, não só aquela
no Lugar da Ribeira, mas outras povoações .
Gaspar Frutuoso diz, a propósito da razão que levou
os nossos antepassados a chamarem de “Ribeira Bra-
va”: « passaram muitos dias no caminho e até
Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
Página 48
descobrindo Edição nº. 22
https://www.wikifox.org/pt/wiki/Ribeira_Brava_(Madeira)
chegarem daí a três
léguas a uma furiosa
ribeira, na praia da
qual estava aguardan-
do o capitão que em
terra desembarcara e
tinha ali traçado uma
povoação a que deu o
nome Ribeira Brava,
pela que corria neste
lugar…».
Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
Página 49
descobrindo Edição nº. 22
Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
descobrindo Página 50
Edição nº. 22
População do concelho da Ribeira Bra-
va: 13,175 habitantes (2011); 12 681 habitan-
tes (2021). Freguesias: Campanário, Ribeira
Brava, Serra d’Água e Tabua. Artesana-
to: bordados, cestaria em vime, tapetes de re-
talhos, ferreiro empalhamento de garrafas, tra-
balhos em fósforos, obras de cana, bordados
da Madeira em tela. Atividades económi-
cas: agricultura, serração, carpintaria, hotela-
ria, panificação, comércio geral, serviços,
agropecuária, produção de eletricidade. Gas-
tronomia: Bacalhau à Ribeira Brava, carne de
vinho e alhos, sopa de castanhas, licor de noz,
poncha, sopa de cevada.
Na página anterior, de cima para baixo, da es-
querda para a direita - Vista do Miradouro de
Cima da Rocha, plantação de bananeira,; Vis-
ta do Miradouro de Tranqual/Zona de Tran-
qual (Campanário).
Nas duas páginas anteriores: Mais uma casa
velha; plantações de cana-de-açúcar, bananei-
ras.
A cana-de-açúcar é uma das espécies agríco-
las com maior relevância na História da Ma-
deira, que originou a ‘Era do Ouro Branco’.
A cultura da cana-de-açúcar na Madeira re-
monta o século XV quando esta ilha se tornou
um grande fornecedor de açúcar, para toda a
Europa.
Foi introduzida na Madeira em 1425 pelo In-
fante D. Henrique, importada de Sicília.
Atualmente, na Madeira, a cana-de-açúcar
destina-se principalmente à produção de mel
de cana e aguardente de cana
(https://www.visitmadeira.pt/).
A cultura da Bananeira foi introduzida na
Ilha da Madeira durante o seu povoamento,
contudo, só a partir do século XX é que o seu
cultivo e comercialização para o exterior ga-
nharam mais expressão.
A primeira referência à presença da cultura da
bananeira, na ilha da Madeira, data de 1552,
aquando a passagem do britânico Thomas Ni-
chols pela ilha, que a relatou entre as culturas
existentes. A data da introdução é, em verda-
de, desconhecida, apontando-se, devido a esse
relato, para o século XVI.
A proximidade do mar, a exposição solar e o
clima ameno ao longo de todo o ano, aliado à
fertilidade dos solos, a uma cuidada seleção
das plantas e a um correto regadio, permitem
obter um fruto de características únicas. Gra-
ças a essas condições ambientais, a Madeira
produz deliciosas bananas, conhecidas pelo
seu intenso sabor e aroma.
Muito embora existam técnicas que devem ser
cumpridas no cultivo da bananeira, a forma
como elas são executadas varia de produtor
para produtor, proveito de um saber passado
de geração em geração
(https://dica.madeira.gov.pt/).
descobrindo Página 51
5. - CULTURA ARTESANATO
Edição nº. 22
2021/2022
Legenda( adaptada): https://funchalnoticias.net/2021/03/31/
Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
descobrindo Página 52
Edição nº. 22
O Espaço Artesão é tutelado pela CMRB.
Endereço: Rua Comandante Camacho de Frei-
tas, Campanário, Ribeira Brava.
Horário: De segunda-feira a sexta-feira – Das
9h00 às 17h00.
Revolução Industrial: Declínio da Importância
do Artesanato
A Revolução Industrial teve início na Inglater-
ra, no final do século 18 e início do século 19,
e levou a uma grande desvalorização do traba-
lho artesanal…
Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
descobrindo Página 53
Edição nº. 22
Objetivo: Mostrar uma série de trabalhos ma-
nuais “feitas com grande criatividade”, de
acordo com a autora
Natural da Ribeira Brava, Celina Coelho é
conhecida por criar arte a partir de materiais
pouco habituais, como espinhas de peixe, cas-
cas de cebola, tampas de cerveja e cabaças,
entre outros.
Por altura do confinamento, desenvolveu uma
nova técnica com base em pregos e linhas que
transforma em quadros apelativos.
A inauguração aconteceu no dia 11 de feverei-
ro de 2022; contou com a presença do executi-
vo municipal; a exposição ficou patente ao pú-
blico até 8 de março do mesmo ano.
descobrindo Página 54
Edição nº. 22
“Arte Criativa”, uma exposi-
ção de Celina Coelho, no Es-
paço Artesão (Campanário –
Rª. Brava).
Autora: Celina Coelho.
Período: 11/2 a 8/3/2022.
descobrindo Página 55
Edição nº. 22
Sou uma pessoa criativa, alegre e inovadora. Gosto de desafios e de cri-
ar arte com coisas que aparentemente seriam inúteis.
A simpatia e a vivacidade fazem parte da minha vida!! Já vivi muito,
mas tenho ainda muito para viver e aprender.
Todos os dias há algo que me surpreende e é por isso que tento sempre
criar algo que surpreenda os ouros.
(http://celinasacoelho.blogspot.com/2009_07_01_archive.html).
descobrindo Página 56
Edição nº. 22
5.1. - CULTURA EXPRESSÃO PLÁSTICA
Biblioteca Municipal
Ribeira Brava, 17 de fevereiro de 2022.
EXPOSIÇÃO “FLOR ARTE”
Esteve patente na Biblioteca Municipal da Ri-
beira Brava uma exposição realizada pelos
alunos da Universidade Sénior.
“Flor e Arte” foi composto por 18 quadros
surgiu no âmbito da disciplina de Expressão
Plástica.
Paralelamente, a Biblioteca exibiu alguns tra-
balhos alusivos ao Dia de São Valentim, fei-
tos pelos utentes deste espaço de leitura.
descobrindo Página 57
Edição nº. 22
5.2. - CULTURA UNIVERSIDADE SÉNIOR
Atletismo
I Torneio Regional “WALKING FOOTBALL
I Torneio Regional de uma variante de futebol
associativo realizado no dia 26 de fevereiro de
2022 na Rª. Brava
visando manter as pessoas com mais de 50
anos envolvidas no futebol que por falta de
mobilidade ou por qualquer outro motivo, não
Página 58
descobrindo
Edição nº. 22
“O Walking Football
é uma modalidade
inclusiva da popula-
ção sénior que a Ri-
beira Brava”
(CMRB).
descobrindo Página 59
Edição nº. 22
I TORNEIO REGIO-
NAL DE WALKING
FOOTBALL REALI-
ZOU-SE NA MANHÃ
DE 26/02/2022 NA RI-
BEIRA BRAVA.
Página 60
descobrindo
Edição nº. 22
O Walking Football
Agora a ideia é expandir a modalidade na
Região às Universidades seniores, aos vetera-
nos e a todos os que queiram jogar futebol a
andar (CMRB).
O certame arrancou no Estádio Municipal lo-
cal a partir das 09h30, com a participação de
17 equipas nas vertentes lúdica e competitiva.
O evento foi assim previsto (o dia todo…):
Chegada das equipas; Cerimónia de Abertura;
Jogos do Torneio; Jogo da equipa de honra e
finais; Entrega de medalhas; Almoço no Jar-
dim Municipal; Entrega dos Certificados; Visi-
ta Cultural ao Museu Etnográfico da Madeira;
Visita Cultural ao Museu das Pratas; Receção
no Salão Nobre da Câmara Municipal.
descobrindo Página 61
Edição nº. 22
SABIA QUE….?
Manuel Álvares foi um dos mais notáveis
humanistas portugueses e um dos mais céle-
bres autores didáticos de todo o mundo e de
todos os tempos?
.(Nepomuceno, Rui (2009); Islenha - Julho dezembro 2009; pp43-56).
Alunos do Projeto “Liga-te” e do Clube Euro-
peu e dos Direitos Humanos da EBSPMA, no
“longínquo” ano letivo de 2011/2012, numa
visita de estudos ao Funchal. Fotografia:
AJAP
Uma breve homenagem à toda equipa, incluin-
do a professora Margarida que, nesse ano leti-
vo, colaborou connosco.
No primeiro plano, da esq. p/a dir.: Anabela,
Cristina e (?).
No segundo plano, da esq. p/a dir.: Prof. Mar-
garida, (?), Afonso, João (entretanto já faleci-
do, vítima de um brutal acidente de viação, na
Rª. Brava, sua terra natal)); Gustavo Oliveira,
Fátima Pestana.
Obrigado a todos!
João
5. 3. - CULTURA EBSPMA
descobrindo Página 62
Edição nº. 22
O madeirense Manuel Álvares (1526 –1583
) foi aluno brilhantíssimo do “Colégio da
Companhia de Jesus” de Coimbra, onde
frequentou com sucesso as cadeiras de Filo-
sofia e línguas Latina, Grega e Hebraica,
tendo aqi sido discípulo dos mais famosos
intelectuais e humanistas portugueses do
seu tempo, muitos deles formados na Uni-
versidade de Paris, de se pode destacar An-
dré de Gouveia, que dirigiu o “Colégio das
Artes”, também em Coimbra. Conhecido
especialmente como gramático, Manuel Ál-
vares foi igualmente um dos maiores huma-
nistas portugueses do séc. XVI, tendo culti-
vado com paixão o estudo dos valores estéti-
cos e filosóficos da Antiguidade Clássica. O
impacto universal da sua Gramática Latina
ainda hoje é visto como um bom exemplo da
repercussão universal da História Cultural
Portuguesa.
Rui Nepomuceno *
*Rui Firmino Faria Nepomuceno é um advogado, po-
lítico, e historiador português (n.1936).
Fonte (adaptado) “Islenha” - julho/dezembro—2009
(pp.43-56).
Manuel Álvares nasceu em 1526, na freguesia
da Ribeira Brava (Madeira), num período em
que D. João II reinava no nosso País, tendo
falecido em Évora, com 57 anos de idade, a 30
de dezembro de 1583, num tempo em que Fili-
pe I de Portugal (II de Espanha) já era Rei de
Portugal.
Era filho de Sebastião Gonçalves e de Beatriz
Álvares, que descendia do morgado Afonso
Álvares, natural de Sevilha (ver mais desen-
volvimentos, no capítulo seguinte, resultantes
de uma visita rápida à quela cidade pela Des-
cobrindo, em novembro de 2021), que tinha
sido um dos primeiros fundadores da Ribeira
Brava, onde edificou as capelas de Santa Cata-
rina e de São Bento.
Estudou gramática e as primeiras letras na Ma-
deira, e com apenas 12 anos, em 1583, junta-
mente com o seu irmão Francisco, firmou car-
reira eclesiástica...sendo, mais tarde professor
de Humanidades e famoso reitor do Colégio de
Coimbra, da Casa Professa de Lisboa e da
Universidade de Évora.
Escreveu uma famosíssima “Gramática Lati-
na” que, desde 1572 e durante mais de dois
séculos pontificou nas classes de Latinidade e
no ensino, em Portugal e por todo o mundo
civilizado…
Além de portentoso humanista e intelectual de
grande mérito, Manuel Álvares possuía uma
personalidade sólida, coerente, humilde, tendo
recusado, por modéstia e desprendimento, por
exemplo, cargos políticos.
Bênção das Capas
19 de novembro de 2021
descobrindo Página 63
Edição nº. 22
Carnaval?
Em diversos países, come-se, nesta época,
carne de porco e doces, feitos com farinha e
ovos. Na Madeira é costume confecionarem-
se “malassadas” e “sonhos”, regados com mel
de cana ou com uma calda feita com água,
limão e pau de canela (Museu Etnográfico da
Madeira).
Data de referência (ver capítulo 7): 13/2/2022
Com o intuito de viver o carnaval foram reali-
zadas atividades lúdicas e didáticas, com a
cooperação dos alunos. As máscaras coloridas
e palavras alusivas ao tema complementaram
um cartaz (folia, festa, ritmos, euforia, entusi-
asmo, …), poemas, puzzles e um breve histo-
rial sobre o carnaval (Biblioteca da
EBSPMA).
Data de referência (em baixo): 24/0/2022.
descobrindo Página 64
Edição nº. 22
Ribeira Brava, 28 de fevereiro de 2022: Centro da Vila. Foto: Graça Oliveira
EBSPMA no Funchal: Teatro Escolar sempre presente!.
Página 65
descobrindo
Edição nº. 22
XXX Festival de Teatro Escolar – Car-
los Varela (Liceu Jaime Moniz -Funchal)
O vencedor da XXX edição do Festival Carlos Va-
rela, 2022, foi o grupo de Teatro da Escola Básica
e Secundária Padre Manuel Álvares, Voo à Fanta-
sia, com a peça “Um Amor Impossível” adaptação
de Lília Pereira e Vanda Caixas, a partir de Histó-
ria de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a vo-
ar, de Luís Sepúlveda!
O PRÉMIO CARLOS VARELA foi atribuído, em
março de 2022, ao Grupo Voo à Fantasia –
EBSPMA.
Fonte (adaptado): O Moniz - Carlos Varela
História de uma Gaivota e do Gato ?
Esta é a história do gato Zorbas. Um dia, uma
formosa gaivota apanhada por uma maré ne-
gra de petróleo deixa ao cuidado dele, mo-
mentos antes de morrer, o ovo que acabara de
pôr. Zorbas, que é um gato de palavra, cum-
prirá as duas promessas que faz nesse mo-
mento dramático: não só criará a pequena
gaivota, como também a ensinará a voar. Tu-
do isto com a ajuda dos seus amigos Secretá-
rio, Sabetudo, Barlavento e Colonello, dado
que, como se verá, a tarefa não é fácil, sobre-
tudo para um bando de gatos mais habituados
a fazer frente à vida dura de um porto como o
de Hamburgo do que a fazer de pais de uma
cria de gaivota…(https://
www.goodreads.com/bg/book/show/6289805-
hist-ria-de-uma-gaivota-e-do-gato-que-a-
ensinou-a-voar)
A EBSPMA conquistou também o Prémio de
Melhor Texto ; Prémio de Melhor Sonoplas-
tia ; Prémio de Melhor Realização Plástica;
Prémio de Melhor Atriz – ex aequo
Aluna Helena Dias e…(os últimos são os pri-
meiros)...Prémio de Melhor Ator
Aluno Salvador Machim
MENÇÂO HONROSA: Aluno Carolina Co-
rujo - Motivo Interpretação/ Desempenho.
LOUVOR: Aluno Pedro andrade
Motivo Construção da Personagem.
descobrindo Página 66
Edição nº. 22
O 30º Festival de Teatro escolar Carlos Vare-
la, organizado pela Escola Secundária Jaime
Moniz, decorreu em março de 2022.
O grupo agraciado com o Prémio Carlos Vare-
la (EBSPMA) teve a oportunidade de apresen-
tar o seu trabalho no palco do Teatro Munici-
pal Baltazar Dias
(https://www.facebook.com/TeatroBaltazarDias/).
Data de referência: 19/03/2022.
descobrindo Página 67
Edição nº. 22
(…) entre os moradores ilustres desta fregue-
sia destacam-se o Padre Manuel Álvares e o
visconde da Ribeira Brava. O padre Manuel
Álvares entrou na Companhia de Jesus, a 4 de
junho de 1546, com 20 anos de idade, tendo-se
tornado num célebre gramático, conhecido co-
mo tão grande latinista que, com a sua gramá-
tica, conseguiu fama internacional. Esta obra
foi traduzida em doze línguas e divulgada em
toda a Europa. Era homem de grande talento e
distinguiu-se na sua ordem ao ponto de ter si-
do reitor de diversos colégios da Congregação,
como Évora, Coimbra e Lisboa. Faleceu em
1583.
O Município da Ribeira Brava homenageou o
seu ilustre contemporâneo, erguendo no largo
da igreja um busto da autoria do escultor Amâ-
ndio de Sousa…(https://pt.wikipedia.org/).
MUDAS. Museu de
Arte Contemporânea
da Madeira
Partilhado por José
Côrte (professor da
EBSPMA).
Data de referência:
22/3/2022.
Registos da oficina cri-
ativa: “entre linhas e
planos” que decorreu
nas Casas da Vargem.
Uma parceria com o
“Studio” Dois e a Or-
Uma parceria com o “Studio” Dois e a Ordem
dos Arquitetos, onde desafiámos a descons-
truir criando.
A desconstruir o plano geométrico (gerado por
uma reta que se move em torno de um eixo
que lhe é perpendicular) em linhas fluidas e
orgânicas (em oposição às linhas geométricas)
descobrindo Página 68
Edição nº. 22
compostas e fixadas através da técnica da gra-
vura. Um diálogo entre o espaço arquitetónico
das Casas da Vargem e a presença de uma
obra do acervo do museu da artista plástica
Teresa Gonçalves Lobo.
A Geometria Descritiva A, em parceria com
as outras disciplinas que lidam com o raciocí-
nio espacial, contribui, através da sua especifi-
cidade, para o desenvolvimento da inteligência
espacial, mobilizando as áreas de competên-
cias do Perfil dos Alunos à Saída da Escolari-
dade Obrigatória e, em concreto, as que mais
estreitamente se relacionam com o Raciocínio
descobrindo Página 69
Edição nº. 22
Fotos: Professoras dinamizadoras do projeto
“Mare Nostrum – Escola Azul” (EBSPMA).
Texto (adaptado): Redes sociais.
Data de referência: 1/4/2022.
“O Peixe Ecocêntrico” - um trabalho de
Hugo Castro Andrade, ilustrado por Ma-
tilde Sousa, com edição da Arteleia- na
EBSPMA.
Cor, imaginação e educação. São estas as
três principais caraterísticas da história “O
Peixe Ecocêntrico”, da autoria de Hugo Cas-
tro Andrade. Uma narrativa destinada não só
ao público infantojuvenil, como também aos
adultos. As preocupações ambientais, a im-
portância de unir esforços e de viver em so-
descobrindo Página 70
Edição nº. 22
ciedade de forma responsável, a interajuda e a
transmissão de conhecimentos, fazem desta
história um verdadeiro sucesso!
“O Peixe Ecocêntrico” surge agora em forma-
to livro, após a peça de teatro ser coroada de
êxito. Em livro ou em teatro, os ensinamentos
desta história são preciosos! (https://www.facebook.com/events/77/).
Turmas participantes: B, C e D do 5º ano
Destaque da sessão: Leitura encenada do livro,
apresentada pelos alunos.
Agradecemos a disponibilidade do autor e dos
nossos alunos em contribuir para um maior
conhecimento sobre os oceanos e a sua preser-
vação (As dinamizadoras do projeto Mare
Nostrum – Escola Azul ).
descobrindo Página 71
Edição nº. 22
RESILÊNCIA
Foto da Prof. Fábia Gomes (EBSPMA)
Data de referência: 15/02/2022
Texto (adaptado):
https://www.vittude.com/blog/
Poema (extrato): Fernando Pessoa..
O que é resiliência humana?
Na vida profissional ou nos nossos relaciona-
mentos, enfrentamos adversidades. Em alguns
momentos da vida podemos ficar diante de
dificuldades económicas, tragédias ou proble-
mas de saúde.
Ser resiliente, nessas situações, é enca-
rar frustrações, crises, traumas, sendo capaz
de superá-las, sem entrar em colapso.
Resiliência, no caso de seres humanos, não é
sinónimo de ser inabalável, impassível, inalte-
rável. Mas resiliente é aquele que passa por
situações complicadas, quebras de expectati-
vas e imposições de problemas, conseguindo
atravessar esses momentos com uma atitude
positiva e produtiva.
Não se trata de não cair. Mas, sim, da capaci-
dade de levantar. E, ao fazê-lo, erguer-se ain-
da mais forte, com espírito de quem faz do
obstáculo um degrau para evolução…
===============================
“Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias….”
Fernando Pessoa
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Edição nº. 22
Da esquerda para a direita—Nabil, Corinne,
Rita, Luís, Catarina, Catarina, Juliana e Rita—
”Amigos da Natureza” - residentes em São
Jorge, Funchal e Tabua (Ribeira Brava), inclu-
indo, duas estudantes da EBSPMA e respeti-
vos pais, numa caminhada, no ano letivo
2021/2022.
“Raquete à Brava”
1.ª Edição do Raquete à Brava, prova de
Ténis e Padel para as turmas de 9.º ano.
Data:15 de fevereiro de 2022
Autoria: Escola Básica e Secundária Padre
Manuel Álvares através da turma de 11.º ano
do Curso Profissional de Apoio à Gestão Des-
portiva
Esta iniciativa contou com a participação de
30 alunos do 9º ano de escolaridade e 19 alu-
nos de 10º ano do Curso técnico profissional
de desporto.
descobrindo Página 73
Edição nº. 22
A competição que os
alunos participaram
foram singulares de
Ténis e pares de Pa-
del.
Fonte: EBSPMA,
17/2/2022
descobrindo Página 74
Edição nº. 22
A turma EFA ST2 desenvolveu no ano letivo
2021/2022te ano letivo a atividade integradora
“Ser resiliente no contexto atual- Como ser
saudável?”, tendo como objetivo primordial
cumprir com objetivos e critérios de evidência
do Referencial de Competências - Chave do Se-
cundário. Nessa sequência, a turma decidiu co-
locar mãos à obra e construir um “contentor”
para compostagem, projeto de aproveitamento
de resíduos orgânicos, sensibilizando para a ur-
gência de um mundo sustentável. O projeto foi
desenvolvido em três fases.
Fonte: A Equipa Pedagógica ST2 (EBSPMA).
Data de referência: 19/04/2022
“O mundo só vai prestar
para nele se viver
no dia em que a gente ver
um gato maltês casar
com uma alegre andorinha
saindo os dois a voar
o noivo e sua noivinha
dom gato e dona andorinha.”
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Edição nº. 22
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Edição nº. 22
Mais um passo para os alunos: mais confiança, mais se-
gurança, mais autoestima. Os alunos estão de parabéns!
Demonstraram não terem medo do palco nem do público
que os observa. Assim, enfrentar o mundo torna-se um
poucochinho mais fácil.
Fonte: Prof. Bernardino (EBSPMA).
Data de referência: 24/04/2022
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Edição nº. 22
03 de maio de 2022, Ribeira Brava “Um amor impossível” voltou a arrepiar e a
emocionar” (Prof. Bernardino - EBSPMA).
Semana das Ex-
pressões 2022,
da EBSPMA:
Concerto do
grupo musical
“Luky 7”, com-
posto por alu-
nos do Curso
Profissional de
Jazz do Conser-
vatório - Escola
das Artes da
Madeira.
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Edição nº. 22
Escola Básica e Secundária Padre Manuel em
6 de maio de 2022: De cima para baixo—
Entrega de Diplomas de Mérito aos melhores
alunos do ano letivo 2020/2021; hastear da
Bandeira; missa Solene.
No dia 6 de maio celebramos o 48.º aniversá-
rio da Escola Básica e Secundária Padre Ma-
nuel Álvares com uma missa, a colocação de
flores nos bustos dos ilustres “Padre Manuel
Álvares e Visconde”, hastear das bandeiras e
entrega de Certificados aos melhores alunos
no ano letivo 2020/2021.
Fonte: EBSPMA
descobrindo Página 79
Edição nº. 22
Ribeirabravenses na Festa da Flor, no Funchal,
no início de maio de 2022, dia 8: Da esquerda
para a direita: Ana Santos e Janete Laura, anti-
gas alunas da EBSPMA.
A primavera na Madeira
tem honras de rainha, sen-
do coroada com a Festa da
Flor, todos os anos após a
Páscoa. Os festejos inici-
am-se no sábado,
5/05/2022, quando milha-
res de crianças vestidas a
preceito, acorrem à Praça
do Município (Funchal).
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Edição nº. 22
Dia do Departamento das Ciências Exatas, da Natu-
reza e Tecnologias.
Data de referência: Maio 2022
Fonte: EBSPMA.
Os Grupos Disciplinares abriram as portas à Comunida-
de Educativa para dar a conhecer o que por lá se pode
experienciar, dinamizando atividades de complemento
curricular e extracurricular.
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Edição nº. 22
No dia 22 de junho de 2002, pelas 16:00,
deu-se a tomada de posse da nova equipa
do Conselho Executivo para o quadriénio
2022-26.
Este procedimento teve lugar após as reu-
niões que homologaram os resultados das
eleições efetuadas no dia 25 de maio para
os Conselhos da Comunidade Educativa e
do Conselho Executivo .
Fonte: EBSPMA.
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Edição nº. 22
6. - RELIGIÃO & TRADIÇÃO
Grupo Coral formado por jovens da Ribeira Brava, estreado
em 2016, na Igreja Matriz local. Fotos: “Lux Aeterna; mar-
ço 2022. Data de referência: Março de 2022.
You Raise Me Up
Josh Groban (#JoshGroban #YouRaiseMeUp #Vault)
Quando estou em baixo e, oh minha alma, tão
cansada
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Edição nº. 22
You Raise Me Up
Josh Groban (#JoshGroban #YouRaiseMeUp #Vault)
When I am down and, oh my soul, so weary
When troubles come and my heart burdened
be
Then, I am still and wait here in the silence
Until You come and sit awhile with me.
You raise me up, so I can stand on mountains
You raise me up, to walk on stormy seas
I am strong, when I am on your shoulders
You raise me up to more than I can be
(…)
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Edição nº. 22
possam praticar o jogo tradicional. Este tipo de
desporto pode ser praticado tanto em ambien-
tes internos quanto externos..
Data: Fevereiro de 2022.
Organização: Universidade Sénior .
De acordo com os responsáveis pelo evento, a
realização deste
I Torneio Regional, a 26 de fevereiro, mostrou
que esta prática desportiva veio para ficar, pe-
las mais-valias que representam para os menos
jovens.
Fomenta a atividade física, diminui o sedenta-
rismo e é um aliado na dinamização do traba-
lho de equipa, para além de proporcionar mo-
mentos de alegria e diversão.
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Edição nº. 22
You Raise Me Up
Tradução livre:
Quando estou em baixo e, oh minha alma, tão
cansada
Quando os problemas vêm e o meu coração
está sobrecarregado
Então, fico quieto e espero aqui no silêncio
Até que você venha e sente-se um pouco co-
migo.
Você me levanta, para que eu possa ficar nas
montanhas
Você me levanta, para andar em mares tem-
pestuosos
Eu sou forte, quando estou nos seus ombros
Você me levanta para além do que eu posso
ser
(…)
"You Raise Me Up" é uma canção cuja melo-
dia foi composta por Rolf Løvland,
do” Secret Garden”, e letra de Brendan
Graham. Foi regravada mais de 125 vezes
por diversos artistas (https://
pt.wikipedia.org/; data de ref.: março 2022).
A música foi composta originalmente para
ser instrumental, chamando-se "Silent Story".
Rolf então pediu para o romancista e compo-
sitor irlandês Brendan Graham escrever a
letra, depois de ler as obras dele. Foi lançada
em 2002, no álbum “Once in a Red Moon”,
cantada pelo irlandês Brian Kennedy.
"You Raise Me Up" foi gravada para fazer
parte do quinto álbum do gru-
po irlandês Westlife, Face to Face. Com esta
canção, o álbum ganhou o prêmio de "Melhor
Álbum de 2005" no Reino Unido.
O single alcançou o primeiro lugar no “UK
Singles Chart”, se tornando o 13º número um
do grupo. "You Raise Me Up" raramente é
interpretada ao vivo por causa de direitos
contratuais.
Grupo Coral formado por jovens
da Ribeira Brava, estreado em
2016,
Data de referência: Março 2022
descobrindo Página 86
Edição nº. 22
Fonte: Casa Povo de Campa,
Participação na Festa da Flor
de maio de 2022.
Local: Funchal
Data: maio 2022.
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Edição nº. 22
São estrelícias, rosas,
antúrios, cravos, próteas e
muitas outras espécies,
que prestam homenagem
à primavera e inundam as
ruas do Funchal, com cor,
alegria e beleza natural.
São várias tradições a não
perder neste evento; os
tapetes de rua com deco-
rações florais, o Mercado
de Flores, o “Muro de Es-
perança”, a exposição de
Flores naturais, o Cortejo
Alegórico e ainda o desfi-
le de automóveis antigos e
clássicos.
Um passeio pelo centro da
cidade do Funchal irá le-
var-vos a ver os famosos
tapetes florais. Verdadei-
ras obras de arte, onde po-
derão sentir o carinho e a
minúcia presente em cada
detalhe. Cada flor é crite-
riosamente escolhida e
conjugada, para o efeito
pretendido, num arco-íris
floral de sonho.
Imagens: C.P. Campaná-
rio (Maio 2022).
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Edição nº. 22
FOTOGALERIA DAS FESTIVIDADES DE SÃO PEDRO: 2018, 2019 E 2022
Fotos: AJAP—2018 e 2019, 28/6.
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Edição nº. 22
Fotos de Joana Silva, antiga aluna da EBSPMA. Rª. Brava, 28/6/2022
De todas as festas de São Pedro, realizadas
na Madeira, a da Ribeira Brava é a mais
concorrida. Realiza-se nos dias 28 e 29 de
junho e é celebrada na Igreja de São Bento.
Sendo São Bento o santo padroeiro da Ri-
beira Brava, a grande devoção desta fregue-
sia é, contudo, a São Pedro, santo patrono
dos pescadores,.
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Edição nº. 22
Fotos de Bruno Sebastião/Susana Vieira. Rª. Brava, 28/6/2022
Antigamente, os transportes faziam-se muitas
vezes por mar. A cabotagem, com ligações a
quase todo o litoral, desempenhou um papel
fundamental na comunicação entre alguns
concelhos.
De toda a ilha vinham romeiros, de barco, pa-
ra as festas do S. Pedro, na Ribeira Brava.
O “Gavião”, o “Bútio”, o “Vitória” ou o
“Dekade II”, foram alguns dos barcos de ca-
botagem que chegaram a realizar carreiras ex-
traordinárias, para transportar os romeiros que
chegavam durante a tarde, aumentando de nú-
mero pela noite dentro.
As bandas de música convidadas também uti-
lizavam este transporte e eram esperadas no
cais pela banda da localidade que as conduzia,
em cortejo, até à igreja.
Ao meio-dia do dia de 28 de junho, inicia-se a
festa com uma girândola de fogo. No início
da tarde, as bandas de música partem para os
vários sítios de onde vêm as oferendas, com
produtos da terra, bebidas, doces, pão, vinho,
animais e dinheiro que são colocados na copa,
para serem “arrematadas” ou para serem ven-
didas através de rifas.
Texto (adaptado): Museu Etnográfico.
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Edição nº. 22
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Edição nº. 22
Nos sítios da Achada e
Pico Banda de Além, as
oferendas são colocadas
num barco.
Nos sítios da Fajã da
Ribeira e Meia Légua,
as oferendas vêm numa
“charola”.
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Edição nº. 22
A “charola” é confecio-
nada sobre uma arma-
ção esférica, feita de
ferro e arame. O interior
é preenchido com palha
seca ou feiteira e colo-
ca-se primeiro, no seu
extremo inferior uma
abóbora grande, para
suportar e equilibrar os
produtos. Depois, os
voluntários dividem-se
entre duas tarefas: uns
atam os produtos agrí-
colas, um a um.
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Edição nº. 22
Nos sítios da Fajã da Ribeira e Meia Légua, as
oferendas vêm numa “charola”, espécie de pi-
nha com os melhores produtos agrícolas produ-
zidos, simbolizando o agradecimento do povo
pela abundância das colheitas e apelando à fer-
tilidade.
Antigamente , a “charola”, era atada com tiras
de palha de bananeira e atualmente com ráfia, e
outros fixam-nos na armação, antes de vime e
atualmente de ferro e arame.
Nos sítios da Achada e Pico Banda de Além, as
oferendas são colocadas num barco, devido ao
facto de São Pedro ser pescador. Também ofe-
recem dinheiro, cujas notas são colocadas num
ramo de uma árvore, que transportam durante o
cortejo.
No dia 29, celebra-se a “Missa da Festa” e de-
pois sai a procissão, com a imagem do São Pe-
dro, a barquinha, a banda de música, as crian-
ças que fizeram nesse ano a Primeira Comu-
nhão, as saloias do Espírito Santo, o clero, as
diversas confrarias, as entidades oficiais e ci-
vis, os escuteiros, os fiéis e os elementos da
Dança das Espadas.
A barca aparece no cortejo, visto São Pedro, ter
sido pescador.
Antigamente era decorada com flores e apetre-
chos da pesca, transportando crianças. Atual-
mente, um rapaz vestido com os trajes de São
Pedro figura no barco.
Texto (adaptado): Museu Etnográfico.
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Edição nº. 22
MARCHAS POPULARES DE 2022 : As
Marchas de São Pedro, na Ribeira Brava, vol-
taram a atrair milhares de pessoas de toda a
ilha para assistir a um dos pontos altos deste
arraial que é dos mais cobiçados da Madeira.
Este ano, desfilaram pelas ruas da vila ribeira-
bravense cerca de 600 participantes de todas as
faixas etárias, distribuídos por 13 grupos, um
deles oriundo da Ilha Terceira, Açores.
Do concelho participaram, ENTRE OUTRAS,
as marchas da Casa do Povo da Ribeira Brava,
CACI - Centro de Atividades e Capacitação
para a Inclusão da Tabua, Casa do Povo da
Serra de Água, Casa do Povo da Tabua e Gru-
po de Concertinas e Acordeões da Casa do Po-
vo da Ribeira Brava.
O trajeto começou junto à Escola Secundária
Padre Manuel Álvares, percorreu a Rua Co-
mendador Agostinho Sousa Macedo, atraves-
sou a Rua Gago Coutinho Sacadura Cabral e
terminou na Rua Nicodemus Pereira, junto à
Câmara Municipal.
Nas páginas seguintes, uma breve Fotogaleria
das Marchas de 2022.
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Edição nº. 22
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Edição nº. 22
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Edição nº. 22
Depois da procissão é executada a “Dança das
Espadas”, no átrio da igreja Matriz, por sete
dançarinos, acompanhados por três músicos:
um com rajão, com uma braguinha e um pan-
deiro.
A dança das espadas da Ribeira Brava era um
vestígio das muitas folias que apareciam ou-
trora na procissão do Corpo de Deus da Ponta
do Sol e foi trazida para esta povoação pelos
pescadores para figurar na procissão de S. Pe-
dro.
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Edição nº. 22
A este fervor religioso mistura-se a supersti-
ção, sob a forma de ritos profanos e práticas
divinatórias, propiciatórias e purificadoras,
(crenças, sortes e orações protetoras, criadas
pelo povo, que são transmitidas oralmente),
com origens em cultos naturalísticos, relacio-
nados sobretudo com o casamento, a felicida-
de, a saúde e a prosperidade.
(…) Em todas as paróquias celebram-se estas
festas religiosas ou romarias, consagradas a
Deus, ao Espírito Santo, a Nossa Senhora e
aos santos, representados por uma relíquia ou
por uma imagem. (…) .
Texto (adaptado): (https://cultura.madeira.gov.pt/visitas-virtuais1/)
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Edição nº. 22
A festa arrancou domingo com
os enfeites e a iluminação e ter-
minou no dia 3 de julho, com a
celebração do Santíssimo Sacra-
mento.
Pelo meio, muita música e o rea-
vivar de algumas tradições que
se mantêm ao longo de gerações,
com destaque para a espetada no
calhau que é um marco muito
antigo deste arraial
(https://www.jm-madeira.pt/).
Organização: CMRB
descobrindo Página 101
Edição nº. 22
7. - SOCIEDADE Rª. BRAVA NATURAL E GENUÍNA
O que faz um (a) bombeiro( a)? Requisitos
mínimos? O que é ser Bombeiro Voluntá-
rio?
Bombeiro é indivíduo que integrado de forma
profissional ou voluntária num Corpo de
Bombeiros, tem por actividade cumprir as
missões destes, nomeadamente a proteção de
vidas humanas e bens em perigo, mediante a
prevenção e extinção de incêndios, o socorro
de feridos , doentes ou náufragos, e a presta-
ção de outros serviços previstos nos regula,
doentes ou náufragos, e a prestação de outros
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Edição nº. 22
serviços previstos nos regulamentos internos e
demais legislação aplicável
Ser bombeiro e salvar vidas é o sonho de mui-
tas crianças. Essa é uma das profissões com
mais credibilidade entre a população e, por ter
caráter desafiador e a possibilidade de prestar
serviços voltados para o bem-estar das pesso-
as, faz com que se torne o sonho profissional
desde os primeiros anos de infância de muita
gente.
Contudo, para quem leva esse desejo para a
fase adulta, é comum surgirem muitas dúvidas
a partir do momento em que chega a hora da
decisão de dar o primeiro passo efetivo em
direção a uma profissão. Por isso, dedicamos
estas duas página a todos os bombeiros do
concelho.
A palavra “bomba” veio do latim bombus, que
significa algo como ruído grave e forte. Trata-
se de uma expressão de origem onomatopeica
que surgiu dos barulhos que as pessoas faziam
ao representá-la (no caso, “bum”). A palavra
bombeiro é de 1844 e, quase 50 anos antes
disso, os encanadores eram chamados de
bombeiros, pois usavam bombas de água para
desentupir canos. Mesmo chegando depois, o
apagador de incêndios ficou tão popular que
tomou esse nome para si. E assim, surgiu o
termo bombeiro para esses profissionais.
REQUISITOS MÍNIMOS para se ser profis-
sional nesta área?
Escolaridade mínima obrigatória; Cidadão
Português, dos PALOP's ou União Europeia;
Domínio da língua Portuguesa, escrita e fala-
da; Robustez física e psicológica para o de-
sempenho da função de bombeiro, comprova-
da por atestado médico; Espírito de equipa;
Espírito de entreajuda.
Fotos: Bombeiros Mistos da Ribeira Brava
e Ponta do Sol.
Texto (adaptado) de: https://
www.bombeiros.pt/perguntas-frequentes-2/);
outras.
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Edição nº. 22
INSUFICIÊNCIA DE ÁGUA POTÁVEL
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Edição nº. 22
Eira do Mourão (Rª. Brava), 2022. Fotos: “Tainadas da Madeira”
Página 105
descobrindo Edição nº. 22
(Na página anterior) -Levada do Norte à Eira
do Mourão (Rª. Brava) - Eira do Mourão: For-
nos;
Ruínas de habitações, parcialmente em grutas,
parcialmente em paredes de alvenaria de pedra
vermelha.
“Outros tempos...
Antigamente as pessoas comunicavam-se de
um sítio para outro, falando muito alto: Este é
um exemplo onde há dois sítios perto mas dis-
tante para comunicar”.
Gilda Costa
Fotos: “TAINADAS MADEIRA”
Um trilho radical (na vertical) ao longo da es-
carpa no vale da Serra de Água, desde pratica-
mente o leito da ribeira até ao cimo da monta-
nha, nas proximidades da Trompica, foi recen-
Página 106
descobrindo Edição nº. 22
temente redescoberto por um grupo de ho-
mens, numa arrojada iniciativa que tem o in-
centivo da Junta de Freguesia da Serra de
Água.
A ação que permitiu tornar a descobrir a vere-
da de forte inclinação que vai desde a Serra de
Água, passa pelo canal da Levada do Norte,
pelo zona do Piquinho, até chegar à Trompica,
no cimo da vertente (estima-se que a uma alti-
tude superior a 1300 metros), foi concretizada
na última semana, a primeira de 2022.
“Foi uma empreitada elaborada por Leonardo
Macedo Gouveia” revelou a autarquia da Serra
de Água na sua página na rede social Face-
book, onde também agradece o empenho e es-
forço do “grupo de máquinas de serra”, refe-
rindo-se a todos os elementos que participaram
nesta ‘aventura’ (https://
freguesias.dnoticias.pt/redescoberta-vereda-
vertical-que-liga-a-serra-de-agua-a-trompica/?
Museu Etnográfico da Madeira (13/02/2022;
“Já começou a fazer esta iguaria, da doçaria
tradicional do nosso Entrudo? Aqui fica uma
receita de malassadas, divulgada na Oficina
"Malassadas no Museu", promovida pelo Mu-
seu Etnográfico:
Página 107
descobrindo Edição nº. 22
Em tempo de pandemia e como não se pode
celebrar o carnaval, porque não falar um pouco
sobre as deliciosas Malassadas da minha ilha
da madeira que aprendi muito cedo com a mi-
nha mãe.
A origem da tradição perde-se no tempo, mas
há referências óbvias que a ligam à cana-de-
açúcar, na ilha da Madeira, e que por esta liga-
ção fazem com que a receita seja ligeiramente
diferente numa e noutra ilha.
Quanto ao nome, não deixa grande margem
para dúvidas: virá de uma derivação de malas-
sadas, numa alusão à textura cremosa do inte-
rior.
Diz quem sabe que o grande segredo deste do-
ce está na técnica de amassar. Farinha, ovos
batidos, açúcar, leite, mel de cana e fermento
de padeiro, na Madeira - deve amassar-se vigo-
rosamente - técnica também apelidada de sovar
- para depois se deixar a “levedar” durante cer-
ca de duas horas.
Depois, é fazer a forma, habitualmente genero-
sa, de cada uma das Malassadas e, tal como
acontece com as natalícias filhoses, fritar.
Em óleo bem quente.
No final, são polvilhadas com açúcar e canela
ou envolvidas em mel de cana.
Foto: Museu Etnográfico da Madeira
Texto (adaptado):
https://pt.toluna.com/opinions/
Página 108
descobrindo
Edição nº. 22
Para efeitos administrativos e por decreto de
18 de Outubro de 1881, foi esta freguesia ane-
xada à de Ribeira Brava. Mais tarde, passou a
pertencer ao concelho de Ponta do Sol desde a
criação deste, em 1835, fazendo hoje parte do
concelho de Ribeira Brava, criado em 1914
(https://www.namadeira.pt/serra-de-agua/).
Da ilha da Madeira com Amor - Bruno
Dantas - Serra de Água - Ribeira Brava
(Madeira) – “TAINADAS MADEIRA”,
29 de janeiro de 2022.
descobrindo Página 109
Edição nº. 22
SERRA DE ÁGUA
(RIBEIRA BRAVA –MADEIRA)
FOTOREPORTAGEM
DE BRUNO DANTAS (FB)-2022
Página 110
descobrindo
Edição nº. 22
SERRA DE ÁGUA
(RIBEIRA BRAVA –
MADEIRA)
DE BRUNO DANTAS
(FB)-2022
descobrindo Página 111
Edição nº. 22
Rª. Brava (Vila), em
10 de fevereiro de
2022,.
Fotos: G. Oliveira.
O legado patrimonial
da Rª. Brava contem-
pla monumentos co-
mo a Igreja Matriz...
Revista Ribeira Brava: água, festas, língua e natureza
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  • 1. Revista da Ribeira Brava (Madeira) |Edição 22|Anual |Maio2024
  • 2. Edição nº. 22 descobrindo Página 2 Um dos temas em destaque nesta edição: a freguesia de Campanário
  • 3. Edição nº. 22 descobrindo Página 3 1. - EDITORIAL ANTÓNIO PEREIRA (AJAP) “Em alturas de maior seca, as pessoas residentes nas zonas do concelho – Trompica, Fontes, Lugar da Serra e Terreiros - ficam privadas de água potável devido à insuficiência de cau- dais verificada nas nascentes, que pressionam o sistema de abasteci- mento público associado ao Reserva- tório da Trompica.” (Ricardo Nasci- mento, fevereiro 2022) A Descobrindo está sempre atenta a tudo o que se passa na Madeira em geral e na Ribeira Brava em particular. A pri- vação de água potável devido à insufi- ciência de caudais verificada nas nas- centes, que pressionam o sistema de abastecimento público associado ao Reservatório da Trompica é um desses exemplos. Ao longo desta edição, como nas anterio- res, recordamos aos nossos leitores algumas iniciativas da CMRB nos ca- pítulos referentes à Sociedade/Cultura. A Escola Básica e Secundária Padre Ma- nuel Álvares (EBSPMA) está sempre presente ao longo desta edição que co- meçou a ser feita em finais de 2021. Esta edição da revista foi concluída no dia 23 de outubro de 2022. Esperamos que o leitor goste também dos seguintes tópicos em particular: A “Festa: O bolo e as broas de mel, os licores, a morte do porco e a confeção da carne vinho d’alhos, o presépio e as luzes são referências da Festa, da for- ma como os madeirenses assinalam o Natal. (página 4). 4. – Rª. BRAVA paisagem agrágria e variada, POR JOÃO VÍTOR (página 38). 7. - SOCIEDADE Rª. BRAVA NA TURAL E GENUÍNA (101 e 160). Até para o ano! A água potável, A “Festa”, a língua e Ribeira Brava em revista (2022-2023) À esquerda, no topo desta página, Ricardo Nascimento, Presidente da Câmara Municipal (CMRB), em finais de fe- vereiro de 2022.
  • 4. descobrindo Página 4 Edição nº. 22 2 .– A LAPINHA E ”A FESTA!” 2021 Rª. Brava, 15/12/2021—”Missas de Parto”, (à esquerda), partilhado por Marga Pereira/Ivone Pestola. “Lapinha” (no topo à direita), por Florêncio Pereira, no Museu Etnográfico da Madeira. Presépio”, de Celina Coelho, Sítio da Boa Morte, uma obra de arte feita de massas ali- mentícias (última imagem à direita).
  • 5. descobrindo Página 5 Edição nº. 22 L A P I N H A S?
  • 6. descobrindo Página 6 Edição nº. 22 Fontes desta e da pág. anterior Texto: António Rego Chaves (Diário de Notí- cias); “A Descoberta de Portugal”; 2001. Fotos (à esquerda, página anterior, data de referência—2019): Pesquisa no Google; (à direita, página anterior): Fotografia de 23 de dezembro de 2016. Escola Secundária do Galeão, EB1/PE Ga- leão, São Roque, Funchal, ilha da Madeira. A tradicional lapinha madeirense ou me- lhor, escadinha madeirense: apresenta três degraus de madeira revestidos a papel borda- do (simbolizam o “Pai”, o “Filho” e o “Espírito Santo”), ornamentados com vasos de trigo, alegra campo, fruta da época e, no topo, uma imagem do Menino Jesus Salvador do Mundo.
  • 7. Edição nº. 22 descobrindo Página 7 O Natal? O Natal. Ou antes, a Festa, é para os madei- renses não só o dia de Natal, mas também o espaço de tempo que vai de 24 de dezembro a 6 de 6 de janeiro. Texto (adaptado): Deolinda Bela de Macedo, 1939; Subsídios Para o Estudo Do Dialeto Ma- deirense; Dissertação para Licenciatura; cópia adquirida na Universidade da Madeira pela Descobrindo. Imagem desta página: Zita Azevedo (Madeira Na História), em 20/12/2021.
  • 8. Edição nº. 22 descobrindo Página 8 Esta quadra do ano é a mais festejada pelo po- vo da ilha e, pode dizer-se que, durante a Fes- ta, quase ninguém trabalha, especialmente a gente moça, a não ser no dia 24 de dezembro véspera da Festa - é dia de grande azáfama em quase todas as casas. É neste dia que se armam as lapinhas, e rara é a casa em que ela se não arma, exceto quando a família está de luto ou quando se é extrema- mente pobre. A lapinha é geralmente uma espécie de rocha feita de socas de canavieira e cuja ornamenta- ção é por vezes uma obra prima. Em baixo: “Natal” na Biblioteca da EBSPMA. Data de referência: 15/12/2021.
  • 9. descobrindo Página 9 Edição nº. 22 (***) (***) “A MADEIRA NA HISTÓ- RIA” - Renato Camacho · 4 de dezembro às 20:13 · - MATANÇA DO PORCO - Anos 1960 (1963-1965) - MQE
  • 10. Edição nº. 22 descobrindo Página 10 1. Mercado de Natal? Fotogaleria da CMRB Face à situação pandémica, a tradicional Noite do Mercado foi substituída, em 2021, por dois dias de mercado (18 e 19 de dezembro) que ajudaram os comerciantes locais a escoar os seus produtos e deram outro dinamismo à vila da Ribeira Brava. De acordo com os responsáveis da CMRB, A animação musical ficou a cargo do Grupo de Folclore da Casa do Povo local, do Grupo de Amigos da Casa do Povo da Serra de Água e dos artistas locais Júlia Ochôa (na imagem, à direita) e João Vinagre.
  • 11. descobrindo Página 11 Edição nº. 22 2. A Lapinha de Francisco Ferreira, o “Caseiro” Fonte: (adaptado): Museu Etnográfico da Madeira (MEM) Ribeira Brava, 30/12/2021 Museu Etnográfico da Madeira A Lapinha do “Caseiro” foi montada primeiro na sua casa, ao Caminho do Monte, n.º 62, on- de chegou a ocupar dois quartos, e depois na capela anexa, que dedicou ao Menino Jesus e cuja edificação foi autorizada em 1918. Após a sua morte, em 1931, e até ao início da década de 70, salvo raras exceções, manteve-se aberta ao público durante o Natal. Um incêndio, ocorrido em novembro de 1979, destruiu definitivamente a capela, salvando-se o presépio por se encontrar temporariamente recolhido no Museu de Arte Sacra do Funchal. O conjunto transitou depois para a casa de fa- miliares do autor até 2015, altura em que é ad- quirido pela Secretaria Regional do Turismo e Cultura, para integrar o acervo do Museu Et- nográfico da Madeira (MEM). Pretendeu-se, deste modo, garantir a integrida- de deste presépio, com cerca de 300 peças, proceder ao seu inventário, estudo, restauro e exposição, com o objetivo final de salvaguar- dar um património único e genuíno, devolven- do ao público uma memória que marcou suces- sivas gerações de madeirenses. Todo o processo de inventariação teve lugar na Casa-Museu Frederico de Freitas, entidade parceira do MEM neste projeto, que também orientou o longo e minucioso processo de res- tauro executado por Jelka Baras. Esta intervenção teve por base o respeito pelo trabalho do autor, no tocante aos materiais e técnicas utilizadas, a reposição da integridade dos diversos conjuntos e a retificação de ante- riores manipulações. Concluída a fase de conservação e restauro as peças foram transferidas para o MEM, onde um espaço foi propositadamente preparado pa- ra a sua futura exposição permanente. O projeto pretendeu ser o mais fiel possível à Lapinha original, tendo em conta a menor área disponível, critérios de conservação e seguran- ça das peças, bem como aspetos estéticos. FICHA TÉCNICA: EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA Projeto museográfico: Lídia Góes Ferreira Textos: Ana Margarida Araújo Camacho, Lí- dia Góes Ferreira Tradução: Cátia Santos Fotografia: Florêncio Pereira; Museu de Foto- grafia da Madeira – Atelier Vicente’s, em de- pósito no Arquivo Regional da Madeira Design Gráfico: Márcio Ribeiro Ilustrações: António Pascal Montagem da exposição: António Pascal, Cé- sar Ferreira, Dalila Fernandes, Fernando Líba- no, Florêncio Pereira, João Carlos Terra Boa, Nélia Reis.
  • 12. descobrindo Página 12 Edição nº. 22 “A tão afamada LAPINHA DO CASEIRO, uma obra notável de Francisco Ferreira, vi- sitada durante dezenas de anos, no século passado, por todos os madeirenses e agora patente ao público nesta instituição, para usufruto de todos Vós (30/12/2021 a 22/01/2022)”. Fonte: Museu Etnográfico da Madeira
  • 13. descobrindo Página 13 Edição nº. 22 3. “As searinhas do Natal?” No Algarve, os primeiros dias de dezembro, até ao dia da Imaculada Conceição, era a altura de deitar os trigos. As sementes de trigo, ou de cevada, ou de ervilhacas eram postas de molho até abrirem o olhinho. Dispunham-se, então, sobre uns trapinhos, que se mantinham húmi- dos em pequenas vasilhas de barro ou latas de sardinha até crescerem as searinhas que se co- locavam a ornamentar o presépio, por altura da festividade da Senhora do Ó1 , a 17 de dezem- bro, dia em que se iniciava a novena do Natal. Não era o presépio convencional do Menino deitado nas palhinhas, adorado pela Virgem e S. José, aquecido pelo bafo do boi e da vaca. Sem o figurado dos reis e dos pastores, nem a representação das cenas de género e do quoti- diano popular na preparação do inverno. Cobria-se uma cómoda com uma toalha bran- ca, bordada ou rendada, e sobre ela dispunha- se uma estrutura piramidal em escada feita com as medidas do trigo, igualmente coberta por panos de linho dispostos de forma a mos- trar os lavores. Nos degraus deste trono, dispu- nham-se então os pratinhos com as searinhas viçosas e as laranjas; às vezes, também, ma- çãs, laranjas, castanhas e nozes. Frutas da épo- ca e que eram quase sempre os únicos presen- tes do sapatinho e que se ofereciam às visitas no dia de Natal. À volta, ornamentava-se a sa- la com jarras com ramos de laranjeira, lourei- ro, murta, nespereira… Ou dispunha-se a ver- dura em arco, a emoldurar o trono. No topo, ficava o Menino, obra de artesãos locais, os pinta-santos ou faz-santos algarvios. Depois das festas, as searinhas, que tinham si- do abençoadas pelo Menino, eram deitadas à terra para providenciar as boas colheitas. A tradição do presépio da serra algarvia (Duarte, 2011), estendendo-se do Baixo Alen- tejo às ilhas – as “lapinhas” da Madeira, ou os “altarinhos” dos Açores – aponta para uma in- fluência provençal, onde desde a época medie- val se semeava “le blé de la creche” em peque- nos pratos de porcelana, “les siétouns” (Vloberg, 1934, pp. 214-215) e para as remi- niscências das feriae sementinae celebradas em Roma durante o mês de dezembro. Imagem desta página: Presépio algarvio: tro- no com a imagem do Menino Jesus, searinhas e laranjas. Foto: MIR, 2019 . Fonte: https://amusearte.hypotheses.org/
  • 14. Edição nº. 22 descobrindo Página 14 (*)4. “Alguns Rituais da Festa?” Rituais da "Festa" Antigamente, era a 8 de dezembro, Dia de Nossa Senhora da Conceição, que se inicia- vam os preparativos para a "FESTA", sendo comuns dois rituais. O primeiro, relacionava-se com os nossos tra- dicionais presépios, de "rochinha" ou de "escadinha", já que ambos eram ornamentados com as chamadas "searinhas". Era neste dia, que o povo "deitava as searinhas de molho", ou seja, demolhava o trigo e outras leguminosas, para depois serem plantados, em pequenos vasos, para germinarem até o Natal, para que as tradicionais "searinhas" ficassem bonitas e viçosas. Outro ritual, relaciona-se com a gastronomia tradicional desta festividade cíclica. Era também neste dia que, tradicionalmente, tinha lugar a "matança do porco", ou "função do porco" (***), cuja carne era tão necessária para a popular "carne de vinha d'alhos", prato tradicional madeirense da "Festa", sendo as restantes partes do porco, conservadas em sal- moura, nas chamadas "salgadeiras", para se- rem utilizadas, ao longo de todo o ano. Museu Etnográfico da Madeira (2021) Texto: Lídia Góes Ferreira Fotografias: Florêncio Pereira ("Searinhas" no Presépio de "Escadinha" )
  • 15. Edição nº. 22 descobrindo Página 15 (**)3. “Missas De Parto”? Renato Camacho · 4 de dezembro de 2021, às 14:55 (“A Madeira Na História” Há referências antigas sobre as “missas de Na- tal” na ilha da Madeira e que poderão incluir as missas do parto, a missa do galo e a missa do dia de Natal. Paras estas missas eram dispensa- das verbas elevadas, pelas fábricas das igrejas e pelas confrarias, destinadas à música e cantoria, decoração/ornamentação, cera e azeite, e ainda pagamento aos padres que diziam os sermões. Também deveria haver fogo, pois desde o sécu- lo XVII que era comum a sua utilização nas festividades religiosas, como está documentado na catedral funchalense com a festa de Nossa Senhora do Rosário. A missa do galo, por exemplo, está referida em 1582, na Sé do Funchal, e a 26 de julho de 1610 o vigário da Igreja de Nossa Senhora da Graça do Estreito de Câmara de Lobos afirma que de- pois da missa do galo ficavam muitas mulheres na igreja causando grande perturbação. Era o conflito entre o sagrado e o profano, havendo denúncias que nestas missas havia festividades e cantorias “desonestas” e realizavam-se fora de horas decentes. Das “missas do parto” temos notícias em 1685 (Ribeira Brava); em 1688 (São Vicente); em 1690 (Convento de Santa Clara). No ano econó- mico de 1740-1741, foram celebradas “missas do parto”, do Natal e das oitavas na Misericór- dia do Funchal, e em 1757 a confraria da “Igrejinha” pagou 3$000 réis pela celebração das “missas do parto” e do Natal. Até em testa- mento estão referidas as “missas do parto”, no cumprimento de missas, como registado em 1705, por D. Clara Milheiro, mulher de Francis- co Pardo de Figueiroa, na Calheta. Em 1756, os paroquianos da Quinta Grande (Campanário) eram devotos à celebração das “missas do par- to”. Diretamente relacionada com as “missas do parto” estará a veneração à Senhora da Expec- tação ou do Ó, que na Madeira está documenta- da pelo menos desde 1588, quando na Sé do Funchal estão referidas as festas em sua honra. VOCÁBULOS 1. Lapinha = presépio. 2. Cabrinhas = planta criptogâmica muito usada na época do Natal para enfeite das lapinhas. As socas desta planta (rizomas) assemelham-se por vezes a animais, daí talvez o nome de cabrinhas. Texto (adaptado): Dissertação para o exame de Licenciatura (1939) - Deolinda Bela de Mace- do - Subsídios Para O Estudo Do Dialeto Ma- deirense.
  • 16. Edição nº. 22 descobrindo Página 16 4. “As Lapinhas?...” Texto (adaptado): Dissertação para o exame de Licenciatura (1939) - Deolinda Bela de Macedo - Subsídios Para O Estudo Do Dialeto Madeirense. Esta quadra do ano é a mais festejada pelos madeirenses e, “pode dizer-se que, durante a Festa, quase ninguém trabalha, especialmente a gente moça, a não ser no dia 24 de dezem- bro—Véspera de Festa - que é dia de grande azáfama em todas as casas” (De Macedo, De- olinda Bela; 1939). É neste dia, segundo a autora acima citada, que se armam as lapinhas e rara é a casa em que ela não é armada, exceto quando a família está de luto ou extremamente pobre. “A lapinha é, geralmente, uma espécie de ro- cha feita de socas de canavieira e cuja orna- mentação é, por vezes, uma verdadeira obra prima”. (De Macedo, Deolinda Bela; 1939): i) Na parte inferior da rocha fica a fur- na—nicho– na qual está deitado o “Menino”, junto da qual se encontram, além de “S. José” e “Nossa Senhora”, dos pastores e reis magos, os imprescin- díveis jumentos da tradição. ii) No cimo da rocha há sempre uma ima- gem do “Menino” e por toda a parte se veem pastores de barro que simulam di- rigir-se para a gruta do “Menino”. iii) A realçar a beleza do quadro, todos os tons de verde, desde o negro alegra- campo e das cabrinhas ao verde tenro das cearas, casando-se admiravelmente com o amarelo das laranjas e o vermelho dos peros e das romãs—ornamentos in- dispensáveis das lapinhas. iv) Estas lapinhas conservam-se armadas até ao de Reis - 6 de janeiro. Há todavia que as leve até ao dia de Santo Amaro (12 de janeiro) - dia de barrar os ar- mários—como diz o povo. v) É também no dia 24 de dezembro que se assiste à chamada “Missa do Galo” (**), missa em que em algumas freguesias se reveste dum caráter muito especial. VOCÁBULOS Alegra-campo =planta da família das liliá- ceas, muito comum na Madeira. É elemento imprescindível, como ornamento, nas Igrejas por ocasião das principais festas religiosas e muito especialmente . Brindeiro = Pão muito pequeno que se costu- ma fazer pelo Natal para dar às crianças e para “oferecer” ao “Menino”. Aparece mui- to como ornamento das lapinhas (de brinde). Cabrinhas =planta muito usada na época de Natal para enfeite das lapinhas. As socas (Designação vulgar do rizoma ou caule sub- terrâneo) desta plana assemelham-se por ve- zes a animais, daí, talvez, o nome de cabri- nhas. Socar =Arrancar as canas pela soca (rizoma).
  • 17. descobrindo Página 17 Edição nº. 22 5. “...Ou A Lapinha?” (Lapa = Furna) «É com este termo que na Madeira se desig- nam os «presépios», que desde séculos tão ge- neralizados estão entre nós. Julgamo-lo uma palavra peculiar deste arquipélago. Deve ser o diminutivo de «lapa» com o signi- ficado de furna, gruta ou cavidade aberta em um rochedo, por analogia ou semelhança com o local do nascimento do Divino Redentor. É possível que em outros tempos conservas- sem essa analogia ou semelhança, mas, ao presente e na generalidade, as «lapinhas» ma- deirenses são armadas sobre uma mesa, tendo como centro uma pequena escada de poucos decímetros de altura, de três lanços contíguos, e no topo da qual se coloca a imagem do Me- nino Jesus. Em todos os degraus da escada e em torno de- la estão dispostos os «pastores» e vários obje- tos de ornato, por vezes bem estranhos e sem próxima afinidade com o resto do presépio. Em obediência às condições do meio, terão algumas características próprias, como sejam as ornamentações com os ramos do arbusto «alegra-campo» e dos fetos «cabrinhas», que lhes imprimem uma feição pitoresca e alegre. Terão uma certa originalidade os chamados «pastores», isto é, pequenas figuras de barro de grosseiro fabrico local, que quási sempre não representam pastores ou zagais mas indi- víduos das várias camadas sociais. Ainda são muito vulgares as «lapinhas» com as chamadas «rochinhas», consistindo estas no simulacro de um pequeno trecho de terreno muito acidentado, feito de «socas» de canavi- eira e que geralmente conserva na base uma pequena «furna» representando o presépio em minúsculas figuras de barro. Existiam, mas hoje são já muito raras, estas mesmas «rochas», talhadas em maiores pro- porções e em que se viam igrejas, estradas, pequenas povoações etc., embora sem grande harmonia no conjunto, mas oferecendo um certo e original pitoresco.» ... Fernando Augusto da Silva, Elucidário Ma- deirense (https://dizedores.blogspot.com/2008/). Imagem desta página: Museu Etnográfico da Madeira (Dezembro de 2016).
  • 18. descobrindo Página 18 Edição nº. 22 6. “A Noite Dos Reis” Texto (adaptado): Dissertação para o exame de Licenciatura (1939) - Deolinda Bela de Macedo - Subsídios Para O Estudo Do Dialeto Madeirense. Como dissemos nas páginas anteriores, a Fes- ta principia no dia 24 de dezembro e estende- se até 6 de janeiro inclusive. Durante este espaço de tempo toda a gente procura divertir-se o mais e o melhor possível, exceto no dia da Festa propriamente dita - 25 de dezembro - dia que é exclusivamente dedi- cado à família parecendo mal até sair de casa neste dia. Pelo contrário, em todos os outros dias ou se fazem ou se recebem visitas. Merece especial referência a maneira como o povo da ilha festeja a chamada noite dos Reis -5 de janeiro. Um grupo de raparigas, rapazes e até velhos e velhas, combinam previamente dirigir-se, na noite dos Reis, à casa de um amigo comum. Os homens vão acompanhados dos seus ins- trumentos prediletos - rajão, braguinha e viola de arame - ao som dos quais eles e elas vão cantando. Chegados à porta da casa a que se dirigem, entoam várias quadras, algumas de momento improvisadas e outras já consagradas pelo uso, até acordarem o dono de casa que, por vezes, nem se deita, pois, por portas travessas , soubera do assalto e, por consequência, espe- ra o rancho. Mas, para que o ato se revista de mais graça e interesse, só depois de ter esgotado a paciên- cia dos que cá fora esperam, e de ter ouvido muitas quadras no teor das quais se seguem, é que se resolve abrir a porta ... Data de referência, repetimos: 1939. 6.1. O dia 5 para o dia 6 mantém- se a tradição de Cantar os Reis Por Luísa Gonçalves (https://www.jornaldamadeira.com/2019/01/05/) Com o passar dos anos, a religiosidade popu- lar tratou de adaptar a alegria deste momento do encontro dos Magos com o Menino de Be- lém às suas vivências. A ilha, não foi exceção, tendo herdado dos povoadores portugueses, o costume de cantar as janeiras, a que por aqui se chama Cantar os Reis. Assim, na véspera, 5 de janeiro, organizam-se grupos de amigos e/ou familiares que percor- rem os casais da vizinhança, para cumprir a tradição. Há até um reportório de cantares próprios para celebrar a festa dos Reis Magos, que soube tornar original os cantares dos antigos povoa- dores, sem perder a sua inspiração inicial. Este é também um momento aproveitado para visitar as lapinhas, continuar a degustar as iguarias da quadra natalícia e saborear o típico bolo-rei... Data de referência: 2019
  • 19. descobrindo Página 19 Edição nº. 22 (Imagem à esquerda: partilhada por Mátil Mariam, em 05/01/2022) 6.2. Quer saber mais? O Bolo-Rei é o bolo tra- dicional do Natal Portu- guês mas a sua origem tem várias raízes. A ideia de um bolo mistu- rado com fruta crista- lizada terá surgido na corte do rei Luís XIV, em França, que com os tempos foi- se espalhan- do pelo res- to da Euro- pa . (https://www. lapismagi- co.com/)
  • 20. descobrindo Página 20 Edição nº. 22 7. Testemunho de quem viveu o Na- tal de antigamente recolhido em 2008: “O Natal já não é o que era” “Dar um tostão ao Menino Jesus na Igreja” A nossa mãe punha-nos 1* tostão no nosso “sapatinho” e nós ficávamos todos contentes e depois dávamos o dinheiro ao Menino Jesus na Igreja” (Benilde Teixeira Marques). “Broa mimosa” Quando era miúda, na véspera de Natal fazía- mos “broa mimosa”, que só fazíamos em oca- siões de festa. Era feita de milho, trigo e cen- teio que nós plantávamos. Fazíamos, também, filhoses que comíamos à meia-noite, acompa- nhado com café (Benilde Teixeira Marques). “A Prenda” No dia de Natal, recebíamos a nossa prenda. Uma peça de roupa nova. Lembro-me de uma blusa que recebi, a qual, na altura, custou 10 tostões* (Benilde Teixeira Marques). “O Pequeno-Almoço” O pequeno-almoço eram os filhoses com café; o almoço era de sopa de feijão com enchidos e presunto. O segundo prato era arroz de gali- nha, pois, por ser uma festa, matávamos gali- nhas e, no fim, comíamos chanfana.** (Benilde Teixeira Marques). “Era um Natal bem feliz” De tarde, brincava com as minhas primas e os meus irmãos; cantávamos e jogávamos às es- condidas. À noite, ía para o baile com as mi- nhas irmãs mais velhas. Eu, na altura, tinha por volta de 7 anos e já dançava com os meni- nos da nossa idade. Era um Natal bem feliz (Benilde Teixeira Marques). [* Nota da Redação: – Cinco testões de açucre, faxabor. Cinco tostões de açúcar, faz favor. Um tostão era um décimo de um escudo, a moeda portuguesa de antes da adesão de Por- tugal ao euro (€). Dez tostões perfaziam um escudo. O tostão era ainda mais popular do que o escudo. Muitas máximas, ditados e ditos populares recorriam ao tostão, e não ao escudo (https://medidasemedicoes.blogs.sapo.pt/] [**A chanfana é um prato de origem tradicio- nal portuguesa. É um prato confecionado com carne de cabra velha, assada dentro de caçoilas (recipientes) de barro preto em fornos a lenha, ou no forno da sua casa, temperada de véspera em vinha-de-alhos ]
  • 21. Edição nº. 22 descobrindo Página 21 EBSPMA: No dia 10 de dezembro de 2021 rea- lizaram-se as gravações vídeo para o projeto "Advento Musical 2021". O grupo "Vozes da Nossa Escola".
  • 22. Edição nº. 22 descobrindo Página 22 8. Em jeito de conclusão O presépio tradicional O presépio tradicional na Madeira apresenta duas variantes distintas: a “lapinha” propria- mente dita ou “escadinha”, e a “rochinha” ou “presépio-lapinha”. A lapinha em escadinha, consiste num pequeno altar de três lanços que é colocado sobre uma mesa ou cómoda coberta com uma toalha ver- melha e, por cima desta, uma outra toalha bran- ca rendada. No topo da escada, é colocada a imagem do Menino Jesus, rodeada por um arco de flores de papel e ladeada por duas jarras com sapati- nhos. Nos outros degraus, apresentam-se pastores e outras figuras de presépio, frutos como laran- jas, peros, castanhas e nozes e as searinhas de trigo. É habitual também colocar as cabrinhas (um tipo de feto), uma jarra de ensaião, garrafinhas de vinho ou uma lamparina de azeite. A rochinha ou presépio-lapinha é feita com pa- pel pardo, pintado com viochene. Molda-se o papel em consonância com os volu- mes que esconde, imitando montanhas, vales, fajãs e uma gruta. Colocam-se as figuras do presépio, casas e igrejas; fazem-se caminhos, lagos, riachos, cas- catas e levadas; dependura-se o alegra-campo na parede; distribuem-se as searinhas, o azevi- nho, as mimosas, o ensaião, os sapatinhos e ou- tras verduras. O presépio tradicional na Madeira apresenta duas variantes distintas: a “lapinha” propriamente dita ou “escadinha”, e a “rochinha” ou “presépio-lapinha”. Fonte (adaptado): Veríssimo, Nelson. (2007). "Natal madei- rense" in Artigos Regionais, Natal, Tradições http://www.somosmadeira.com/2016/12/
  • 23. descobrindo Página 23 Edição nº. 22 1. Fundamentação teórica A Sociolinguística é o ramo da Linguística que estuda as relações entre língua e fala, analisa as diferenças entre língua, idioma e dialeto. O dialeto é a variedade de uma língua própria de uma região ou território e está relacionado com as variações linguísticas encontradas na fala de determinados grupos sociais. As variações linguísticas podem ser compre- endidas a partir da análise de três diferentes fenómenos: exposição aos saberes convencio- nais; situação de uso e o contexto (https://brasilescola.uol.com.br/). Linguística pode ser definida como sendo a a ciência que tem por objeto de estudo a lingua- gem humana, desde o plano da língua até ao plano do discurso. Por outro, dialeto é a variedade de uma língua própria de uma região ou território e está rela- cionado com as varia- ções linguísticas encontradas na fala de deter- minados grupos sociais. As línguas são "nacionais", enquanto os diale- tos são ditos "regionais" e são muitas vezes falados por um número menor de pessoas. Cada país tem pelo menos uma língua oficial que é utilizada nos documentos oficiais e nas atividades governamentais (como a elaboração de leis e decretos). 2. Contextualização histórica Texto (adaptado): Dissertação para o exame de Licenciatura (1939) - Deolinda Bela de Macedo - Subsídios Para O Estudo Do Dialeto Madeirense. Cremos ter consultado tudo o que de mais im- portante existente publicado sobre a Madeira e tivemos ocasião de verificar que ainda nin- guém se ocupou de estudar o falar do povo madeirense, procurando tanto quanto possível as fontes onde ele teria ido buscar muitos dos seus vocábulos, destacando as suas principais particularidades fonéticas, morfológicas e sin- táticas...” (De Macedo; 1939). Prosseguindo, a autora acima citada, disse em 1939, que encontrar-se-ão aqui, é certo, muitas lacunas, mutos defeitos, assuntos pouco desen- volvidos, erros até, porventura, provenientes da inexperiência e, talvez, da incapacidade de quem, pela primeira vez tenta levar a cabo um trabalho desta natureza. Sendo a Madeira colonizada por portugueses do continente, compreende-se que a língua fa- lada na nossa terra não deva ser mais do que a evolução natural do português dos primeiros séculos da nossa nacionalidade, influenciada , minimamente, por ingleses e espanhóis… 3. - VARIAÇÕES DA LÍNGUA (1939) (1939) - Deolinda Bela de Macedo - Subsídios Para O Estu- do Do Dialeto Madeirense
  • 24. descobrindo Página 24 Edição nº. 22 Fonte: A MADEIRA NA HISTÓRIA/ Renato Camacho
  • 25. Edição nº. 22 descobrindo Página 25 3.Há duas falas distintas “Quanto à maneira de pronunciar os ´vocábulos, podemos dizer que há na Madeira duas falas distintas: a do litoral e a do interior, aquela muito mais lenta do que esta, para o que não terá deixado de contribuir a proximi- dade do mar. Dir-se-á que há no falar do litoral qualquer coisa do lento marulhar das ondas” (De Macedo; 1939). A pronúncia das freguesias do litoral difere bastante das do interior, a da costa sul da do norte, etc. No oeste (litoral), sempre batido dos ventos e das vagas, as palavras tomam acentuação espe- cial tornando sibilinas algumas vogais para po- derem ser compreendidas através dos ruídos da natureza… 4. Particularidades fonéticas* Em algumas freguesias do concelho Funchal todas as palavras (exceto as oxítonas) termina- das em “o” são pronunciadas como se termi- nassem em “e” mudo. Antes de prosseguirmos, convém relembrar que palavras agudas ou oxítonas são aquelas em que a vogal tónica recai na última sílaba, como, por exemplo: aloés, ananás, bebé, café, funil, Gibraltar, ONU, pontapé, propor, para- béns, refém, subtil ( https://ciberduvidas.iscte- iul.pt/). Continuando... Exemplos – António que se ouve Antónie; Francisco é pronunciado Francisque; gato que se ouve gate: bonito por bonite. Mê pai nã quere qu’ê beba/Minha mãi nã que- re qu’ê cante/Mas ê cante a Santo Antó- nie/Que Sante Antónie é bom Sante. Numa das freguesias do Funchal, em 1939, citando Bela de Macedo, todas as palavras que deviam terminar em “o”, aparecem como se terminassem em “e” mudo, verificando-se isso de onde (advérbio). 5. Particularidades morfológicas* Em vez de nós há que utilize sempre a expres- são a gente e substitua o se por nos. Assim: A gente já se fomos; a gente já se vie- mos; a gente já se casamos. Noutras localidades é muito vulgar o emprego de si como sujeito da 3ª. Pessoa do singular. Exemplos: Si tá maluco por você está maluco; si vai mais eu por você vai comigo; si não ou- ve por você não ouve; si que me faça um favor por você que me faça um favor. No norte da ilha, nomeadamente em S. Vicen- te, o numeral dois é invariável. Assim, tanto se ouve: dois sacos como dois sacas, dois homens como dois mulheres, dois bois como dois vacas, etc. O verbo querer tem a primeira pessoa do preté- rito perfeito do di indicativo criz, por analogia com o infinito.
  • 26. Página 26 descobrindo Edição nº. 22 6. Particularidades de sintaxe* Nas frases condicionais o madeirense empre- ga o imperfeito do indicativo em vez do con- juntivo: Se eu sabia não fazia tal coisa em vez de “se eu soubesse não fazia tal coisa”. Se eu sabia não trazia/Mê marido vilhãozi- nho/Que no meio desta roda/Arranjava um fidalguinho. Os pronomes pessoais “me”, “te”, “se”, “nos”, “vos”, “se” que, no Continente, são co- locados geralmente depois dos infinitos dos verbos, na Madeira colocam-se antes, à seme- lhança do que se dá no Brasil, como, por exemplo: “vou-te dizer”, “vou-te pedir”, “mandou-me dizer”, “ia-me dizer”, respeti- vamente por “vou dizer-te”, “vou pedir-te”, “mandou dizer-me”, “ia dizer-me” (De Ma- cedo, Deolinda Bela; 1939). *Nota da Redação: Nunca é demais repetir que este capítulo foi elaborado com base em dados de 1939, citando extratos da tese de dis- sertação de Deolinda Bela de Macedo, intitu- lada, lada, como também já o dissemos nas páginas anteriores - Subsídios Para o Estudo Do Dia- leto Madeirense. 7. Vocábulos ABAQUIAR – cair, arruinar, cair de cama – Exemplos e hipóteses de explicação (em 1939!) “Mê João dê-lhe controdia ua coisa e aba- quiou, foi à cama”; “Ó baquiano dá-me mei cope de bruxa”, que pode traduzir-se por esta: Ó vendeiro dá-me meio cálice de aguardente”. Não há dúvida de que baquiano se formou do verbo abaquiar e significa aquele que arruína, que faz cair, etc. Mas, porque chamar baquia- no ao vendeiro ou, como se diria no Continen- te, ao taberneiro? Talvez porque o vendeiro, neste caso particular, aquela que vende bebi- das alcoólicas, arruína quem lhes compra, em- bora indiretamente, ruína que não só é materi- al, mas até física e moral. Quanto à designação de bruxa atribuída à aguardente, deve provir, pelo menos assim o cremos, do fato de as curandeiras ou bruxas se servirem dessa bebida como auxiliar dos seus curativos. ABATUMADO – diz-se do tempo quando a atmosfera está carregada, ou quando a atmos- fera está carregada, ou quando há muita né- voa. ABELHINHA – automóvel pequeno porque os primeiros automóveis pequenos na Madei- ra tinham como marca uma abelha. A BEM DE CONVERSA – expressão muito vulgar que significa por acaso, sem intenção previamente formada. Exemplo: “Falei-lhe neste assunto a bem de conversa”, que quer dizer – falei-lhe nisso por acaso, não proposi- tadamente”.
  • 27. Edição nº. 22 descobrindo Página 27 ABICAR – empurrar, deitar ao chão alguém ou alguma coisa. Quando reflexo significa ati- rar-se de qualquer sítio elevado com intuitos de suicídio. Termo formado certamente de abaquiar. ABOAREIRAS – aboboreiras. Há também quem pronuncie abeboareiras. Em qualquer dos casos deu-se um fenómeno de dissimilação o que é frequentíssimo no fa- lar do povo. Na primeira forma, além da dissimilação, deu- se a queda do b intervocálico, que se reconsti- tui na segunda. Note-se que a palavra é quase sempre usada no plural, o que se deve explicar pelo facto de raramente se encontrar uma destas plantas iso- ladas. Há sempre várias plantas em conjunto, o que constitui aquilo a que os madeirenses dão o nome de caseira de aboareiras. Os netos ou ramos destas plantas são conheci- dos pelo nome genérico de baraços (metátese de abraços?) e muitas vezes este termo (baraços) serve para designar a própria planta ou, antes, várias plantas em conjunto. Assim, tanto se ouve uma caseira de aboareiras como uma caseira de baraços. ============================== Nota da Redação: assimilação (gramática) Fenómeno fonético em que um fonema transmite algu- mas das suas características sonoras a um fonema vizi- nho tornando-o igual ou com propriedades semelhantes a si próprio. Por outras palavras, trata-se de um fenó- meno em que um som se aproxima de outro quanto ao seu modo ou ponto de articulação. A assimilação é uma designação mais ampla para sonorização (um fo- nema surdo torna-se sonoro em contacto com um fone- ma sonoro) e ensurdecimento (um fonema sonoro tor- na-se surdo por influência de um fonema surdo). Se- guem-se alguns exemplos de assimilação presentes na evolução histórica do português: vipera(m) > vibera > víbora (<e> é assimilado pela consoante bilabial [b] que o transforma numa vogal de articulação também bilabial [u]). dissimilação Fenómeno de evolução fonética, contrário ao da assi- milação, que consiste na diferenciação de um som em relação ao som vizinho com que são partilhadas propri- edades de semelhança, com o objetivo de se distinguir dele. A dissimilação procura assim evitar uma sequên- cia de dois fonemas iguais ou semelhantes dentro da mesma palavra. A dissimilação esteve presente na evo- lução de algumas palavras do latim para o português, sendo ainda visível na articulação de algumas palavras sobretudo na variante dialetal de Lisboa (https://www.infopedia.pt/). ABRENUNCIA – (do latim “abrenuntio”) – O povo da Madeira deu-lhe a forma feminina e fá-lo quase sempre preceder da palavra credo. A expressão credo abrenuncia é muito empre- gada como fórmula de esconjuro. ================================= Nota de Redação: Abrenuntio; abrenuntio | interj.; abrenuntio |àbrènúntiò|; (palavra latina que significa "arrenego-te!"); interjeição. Emprega-se como interjei- ção de repulsa. Es·con·ju·rar – Conjugar verbo transitivo; 1. Ordenar com imprecação o afastamento de; 2. Exorcizar, apos- trofar; 3. Amaldiçoar https://dicionario.priberam.org/).
  • 28. Edição nº. 22 descobrindo Página 28 Foto de Lídia Matias (26/02/2022) ABOAREIRAS – aboboreiras. Há também quem pronuncie abeboareiras. Em qualquer dos casos deu-se um fenómeno de dissimilação o que é frequentíssimo no falar do povo.
  • 29. Página 29 descobrindo Edição nº. 22 ABUNDÂNCIA – Planta vivaz da família das compostas, oriunda do México e introduzida na Madeira, como planta ornamental pouco antes de 1840. Esta planta é hoje (1939!) vulgaríssima na Ma- deira e, se de facto, foi primitivamente consi- derada planta ornamental, hoje, pelo menos, não o é. Por se desenvolver muito facilmente e encon- trar-se por toda a parte da ilha (1939!), daí, certamente o nome de abundância porque a planta é conhecida. As suas folhas esmagadas são muito empregues como medicamento para curar feridas. ACAÇAPAR – esconder, furtar. Deve ter havi- do aqui uma extensão analógica. O caçapo es- conde-se do caçador. Daqui o verbo acaçapar, significando esconder, subtrair, etc. ================================ Nota da Redação: Significado de Caçapo caçapo,1 m. Coelho novo. Homem baixo e grosso. (Cp. cast. gazapo)caçapo,2 m. Bras. Espécie de trigo, de cu- ja palha se fazem os afamados chapéus de Florença. ACAMAR – humilhar-se, serenar (Corruptela de acalmar?). ================================ Nota da Redação: cor.rup.te.la; translineação; kuʀuˈptɛlɐ; nome feminino; forma errada de pronunciar ou escrever uma palavra; alteração ou perda das carac- terísticas que identificam alguma coisa; abuso (https://www.infopedia.pt/). AÇANAR – acenar (assimilação). ACARTAR – acarretar. De acartar formou-se acarteiro. ACARTEIROS – são os homens que que le- vam, numa espécie de padiola, os mortos para o cemitério. Exemplo: Esta padiola (cangalha) é conduzida aos ombros, por 4 acarteiros. ACERTAR (o fato) – provar um fato. ACONDECINADO – corruptela de acondicio- nado. ================================= Nota da Redação: a·con·di·ci·o·nar - (a- + latim condi- tio, -onis, condição + -ar); verbo transitivo; 1. Dar certa condição ou índole a. 2. Arranjar bem. 3. Arrumar ou guardar de determinada forma dentro de um espaço conveniente (https://dicionario.priberam.org/). ACONTRODAIA e AQUINTRODAIA – há dias. Formado de aqui outro dia. AÇUDADO – pessoa que se exalta muito fa- cilmente, irascível. Terá origem em açude? O açude provoca uma mudança rápida no curso das águas. Água açudada é, portanto, aquela que foi desviada bruscamente do seu curso. Há de facto certa conexão de sentido entre água açudada e pessoa açudada. Em qualquer dos casos houve uma mudança brusca, provocada por qualquer objeto exterior ADANAR – nadar. Formado de nadar por me- tátese. Explica-se pela frase vir a dano (=vir a nado). Perdeu-se depois a noção de que aquele a era uma preposição, passando assim a fazer parte integrante da palavra dano. Assim se for- mou adano e daqui o verbo adanar. ===========================
  • 30. Edição nº. 22 descobrindo Página 30 Nota de Redação: metátese; me.tá.te.seməˈtatəz(ə); fenómeno fonético que consiste na transposição de fonemas ou sílabas dentro de uma mesma palavra (https://www.infopedia.pt/). ADOICER E ADUICER - adoecer. ADMITE – é parecido. “Muito admite =é mui- to parecido”. ADUELAS – costelas. Formado por extensão analógica. De facto, as aduelas das pipas são de formato semelhante ao das costelas do cor- po humano ou de qualquer animal vertebrado. ADUGAR -adubar. A troca do g em b nota-se ainda entre o povo nota-se ainda noutros ter- mos como: aduge por adubo, aldrugão por al- drabão, aldruge (provavelmente formado da palavra aldrugão), etc. AFAINAR – descansar (especialmente os ra- mos dum barco quando o vento sopra favora- velmente). Formado de a+faina+ar. À FALSA FÉ – inesperadamente: Exemplo: Fulano apanhou-me à falsa fé, por isso me le- vou de vencida. Isto é, apanhou-me despreve- nido. AFASTO, OS – afagos, ostentação. Receber alguém com muitos afastos significa receber com muito boas maneiras e ao mesmo tempo com certa ostentação. Será simples corruptela de afagos? Parece-nos que que deve antes estar relacionado com fausto (ostentação). O facto do termo ser vulgarmente empregado no plural é que talvez se possa explicar-nos por analogia com afagos. AFENAFE – meio embriagado. Do inglês half and half. É curioso notar-se que hoje, de tal modo se perdeu a noção de origem inglesa daquela palavra, não é raro ouvir expressões como: aquele já tá meio afena- fe. Nota de Redação: Nunca é demais repetir que a data de referência deste Estudo de Caso é 1939! AFRAIMADO – desgostoso, apoquentado. A expressão “ter o sangue afraimado” sig- nifica ter qualquer irritação cutânea (vide freima e freimão). ÀGADOR – regador. Formado de auga (=água) + dor. A forma augador, da qual proveio àgador, também é vulgar. AGRAVAR - ofender. AGULHETAS – ganchos com que as mu- lheres seguram o carrapito. Nota da Redação: "carrapito", in Dicionário Pribe- ram da Língua Portuguesa [consultado em 11-01- 2022] = totó; punhado de cabelo amarrado na cabe- ça. AINIAR E ASNEAR – além do seu signi- ficado próprio – dizer asneiras – significa também namorar. AJATIVAR -economizar, poupar. Forma- do de adjetivar por extensão analógica. Há, na verdade, certa conexão de ideias entre adjetivar – juntar um ou mais adjetivos a uma determinada palavra para a tornar mais rica de expressão – e ajativar – juntar dinheiro ou economizar seja o que for com
  • 31. Página 31 descobrindo Edição nº. 22 o fim de juntar um pecúlio maior ou menor. AJUNTAR E JUNTAR – apanhar qualquer coisa do chão. ALAMÃO – alemão. Formado por assimila- ção. ALAMÂUA – (=alamoa) feminino de alamão (alemão) por analogia com os femininos dou- tras palavras em ão como: vilhaua (=viloa), de vilão. ALAMBRIADO – meio embriagado. ALBARDAR -fazer mal qualquer trabalho, especialmente bordar. Formado de albardia – coisa mal feita, grosseira ALBARDICE – qualquer coisa mal feita. For- mado de albardar. ALBERNOZ – peça de vestuário geralmente de tecido grosseiro e mal feita. Formado de albernós, por dissimilação. Nota de Redação: albernós é o plural de albernó. Al- bernó = casacão com capuz ou gola subida , in Dicionário Priberam da Língua Portugue- sa [consultado em 11-01-2022]. ====================================== ALDIÂUA – (aldioa) aldeã. Feminino de al- deão, por analogia com viloa (cf. alamâua) ALDRUGUE E ALDRUGUEIRO – pessoa pouco honrada, caloteira (cf. adugue) ALEGRA CAMPO – planta da família das liláceas, muito comum na Madeira. É elemen- to imprescindível, como ornamento , nas Igre- jas por ocasião das principais festas religiosas e, muto especialmente, no Natal (ver as pági- nas desta edição dedicadas à “Festa”). Nota da Redação: Liliáceas - Família de plantas mono- cotiledóneas, que se dividem em cerca de 270 géneros e cerca de 4200 espécies. São plantas herbáceas, rizo- matosas ou bolbosas e muito raramente plantas lenho- sas. As Liliáceas (Liliaceae) são cosmopolitas, distri- buindo-se praticamente todo o globo terrestre. As fo- lhas são alternas ou verticiladas e apresentam limbo estrito ou largo. Muito raras vezes, são escamiformes (https://www.infopedia.pt/). ====================================== ALFENIM – coisa muito fina, delicada. A se- guinte quadra exemplifica esse significado: Caia-me a boca daí; Que não és melhor cá mim; Tê pai fez-te d’açucre em ponto; Mê pai, fez-me d`alfenim. O primitivo significado da palavra deve ser a de doce (género de confeitaria) e, por extensão analógica é que se deve ter chegado àquele significado que nos dá a quadra transcrita. ALFORRA ou bicho de alforra – inseto ver- melho, quase microscópico, que vive sobre a palha seca dos cereais. Quando se introduz na pele produz comichão, provocando borbulhas. “Dar alforra” em alguém é expressão que significa envelhecer e deve ter sido formado por extensão analógica. Os cereais só são ata- cados de alforra quando já não existe o grão, mas apenas a palha que constitui, por assim dizer, o esqueleto do cereal. Daqui, por analo- gia, o dizer-se que uma pessoa velha esquelé- tica tem alforra ou que lhe deu alforra. ALGORREIRO – esperto, alegre, brincalhão. ALCADO -abalado, aluído. ALPARDINHA -à noitinha, ao anoitecer.
  • 32. Edição nº. 22 descobrindo Página 32 “Uma casa madeirense.... Os " terreiros" antigos, tudo tão lindo, as flores.... Saudades!” (Guida Soares; 2022). =======####=====###===== VOCABULÁRIO (1939) Texto (adaptado): Dissertação para o exame de Licenciatura (1939) - Deolin- da Bela de Macedo - Subsídios Para O Estudo Do Dialeto Madeirense. BABÁ – pessoa tola, aparvalha- da, indolente. BÁBADAS e BÁBEDAS – pe- quenas borbulhas que causam co- michão e são geralmente proveni- entes de picadas de insetos. BABOSA -Planta. À mais peque- na ranhura, o caule da babosa dei- xa escorrer um líquido viscoso, uma espécie de baba. Daqui, cer- tamente, o nome de babosa dado a esta planta. Também se chama babosa à pessoa que chora por tudo e por nada. Nota de Redação: Alguns historiadores consideram que a babosa é o grande segredo de beleza utilizado por Cleópatra, no antigo Egito e que ela era transportada pelos soldados de Alexandre, o Grande, como medica- mento de primeiros socorros...
  • 33. Edição nº. 22 descobrindo Página 33 ALVÉLOA ou ARVÉLOA – pequeno pássa- ro também conhecido por “lavandeira de Nossa Senhora” porque este pássaro se en- contra, muitas vezes, pousado à beira das águas, diz-se que lava com a cuada a roupa de Nossa Senhora. AMBRA - fome (do espanhol hambre). AMECÊ e AMECIA- você (de vossa mercê por um fenómeno de fonética sintática). Para amecia. AMEXIEIRA e AMEXIGUEIRA – ameixo- eira. A 1ª forma pode explicar-se por assimi- lação e redução do ditongo ei. AMIGO (A) – quase sempre empregado co- mo sinónimo de amante. Parece mal e é sem- pre mal interpretado o nome de amigo dado por uma rapariga a um rapaz e vice-versa. Nota da Redação: Nunca é demais que a data de referência: 1939. AMOROSO -mole. Emprega-se especialmen- te com referência ao pão quando de mais de um dia e que se conserva, apesar disso, mole. ANAU – grande. Usa-se com referência a pessoas e a coisas. É muito frequente esta ex- pressão: quanto maior anau, maior tormento; que deve ter sido na sua origem no ditado português: quanto maior a nau maior a tor- menta. Ter-se-ia perdido a noção de que aquele a era um artigo e daí anau como sinó- nimo de grande. ÂNDASE – vês. Também vale como interjei- ção eia. Não é mais do que o inglês unders- tand. Nota de Redação: understand? Significa entender, compreender, ouvir, inferir, deduzir, ter conhecimen- to. ====================================== ANGINHOS – chama-se assim as crianças que acompanham as procissões vestidas com uma espécie de túnica, geralmente com asas brancas e ainda as crianças que morrem com idade não superior a 7 naos. ANGRA – fome. Formado do inglês hunger. Nota da Redação: Como se diz “estou com fome” em inglês? No entanto, para falar com fome usaremos a palavra hungry. Vejam como: I’m hungry. Estou com fome. / I’m not hungry. Não estou com fome. The baby is hungry. O bebé está com fome. / The baby is not hungry. O bebé não está com fome. I was so hungry! Eu estava com tanta fome! I wasn’t very hungry. Eu não estava com muita fome. Were you hungry? Você estava com fome? (https://blog.influx.com.br/). ============================================== APARIAR -apertar, dar pouca liberdade (com referência aos filhos cujos pais os trazem sempre debaixo de vista, não lhes permitindo grandes liberdades). APSTORAR – arranjar, pôr em ordem qual- quer coisa. Com referência a pessoas tem um significado idêntico ao francesismo tão como “fazer toilete”, significando primeiramente vestir de pastor e, depois, por extensão de ideias a palavra talvez passasse para o signifi- cado de vestir de pastores as crianças para acompanharem as procissões. APILHAR – apanhar, correr ao alcance de alguém. Prótese de pilhar. Nota de Redação: pró·te·se (latim prothesis, -is, do grego próthesis)/nome feminino/1. [Linguística] Figu- ra que consiste em juntar uma letra ou uma sílaba no princípio de uma palavra (como em arruído por ruí- do). In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [consultado em 15-01-2022].
  • 34. Página 34 descobrindo Edição nº. 22 “Furado” (Túnel Eng.º Duarte Pacheco – ER 211) Imagem e partilha de Renato Camacho, em fevereiro de 2022, Alguns comentários à publicação acima:  Ao tempo que não ouvia o nome: “furados”!  Sim, chamavam-se os “furados”, quan- do eu era pequena.  Os “furados”, é como se chamavam, agora com as modernices chamamos de túneis. Estes cá foram abertos com pól- vora.  Se não estou em erro, é o túnel BOA- VENTURA ARCO S JORGE  Este túnel tem o nome de um ministro de Salazar. Chama-se Duarte Pacheco, sa- bia?  Túnel do Arco de São Jorge até a Boa- ventura.  Parece ser o "furado da Ribeira da Ja- nela". Será?  É o "furado da Ribeira da Janela ". Te- nho a certeza.  Tinha a sensação de ser esse túnel, mas, não tinha plena certeza. Com a tua con- firmação, a dúvida foi eliminada.  Em criança passei muitas vezes nesse "furado". Também passei muitas vezes nesse “furado, como antigamente se . Nota da Redação: O Túnel Engenheiro Duar- te Pacheco acabou de ser construído em junho de 1953. ER211. Comprimento: 395 m. Liga que liga o Arco de São Jorge à Boaventura (Madeira).
  • 35. Página 35 descobrindo Edição nº. 22 Os poios, designação dada na Ma- deira aos socalcos cultivados, são construções que, durante séculos, moldaram a paisagem rural da ilha. Os poios testemunham o engenho e esforço das muitas gerações de agricultores que desde o início do povoamento, esgotadas as fajãs, tiraram o seu sustento das verten- tes da montanha. Escassez, abnegação e coragem não são suficientes para explicar o esforço humano que, desafiando o abismo, foi capaz de moldar tal paisagem. Texto (adaptado): Rui Campos Matos, Ar- quiteto 12/12/2017 (https:// jornaleconomico.pt/)
  • 36. Página 36 descobrindo Edição nº. 22 Tirando os picos aos tabaibos. Foto patente numa exposição alusiva à Festa do Figo e do Tabaibo a decorrer na Fajã da Ovelha (Madeira Quase Esquecida ). Danilo Fernandes: “Esta foto, a de cima, é de minha autoria, foi tirada na Cancela, freguesia de São Gonçalo. Estão a varrer os tabaibos com vassouras improvisadas de giesta.” PACHOLAR – dizer graças mais ou menos picantes (de pachola). PALHEIRO – casa com uma só divisão cober- ta de colmo. PALHETE -fósforo (por analogia com palito). PALMAR – roubar. PANCUME – sova. PANGUEIRO – caloteiro. PANDULHO – barriga. Também se emprega como sinónimo de duro. PARAFITAS – (às) – às corridas. PATINHAR – pisar 8DE PATINAR). PAU DE LUME – fósforo.
  • 37. Página 37 descobrindo Edição nº. 22 PECHELEIRO – funileiro. (Por confusão com picheleiro – fabricante de obras de estanho. PEGAR – (verbo transitivo) – tomar. “Pega lá isto – toma lá isto”. PELAS – aquele que tem as responsabili- dades. PENA DE ÁGUA – medida muito usada na medição das águas, que equivale ao flu- xo de um litro por minuto. PENEIRINHOS – pequenas chuvas. Ex- tensão analógica porque a chuva miudinha se assemelha à farinha caindo da peneira. PEPINELA - chuchu (de pepino?). No sé- culo XIX esta hortaliça era conhecida por pepinos delas, donde teria derivado pepi- no. PIADO (adj.) – trôpego (de pé?). PINHEIRINHOS – cavalinhas. PISAR – magoar, malhar. PÓFIA – arrogância, altivez. POIO – pedaço de terreno cultivado. POIPANÇO – economia (de poupar). POLCA e POLICA – Espécie de blusa comprida e muito larga. Será um fenóme- no de analogia? Porque a blusa, nestas condições dança no corpo? POLÍTCA (falar à) – falar “como as pes- soas da cidade”, falar bem. POLITIQUETES – pessoa que fala “a po- lítica”, pretensiosa. POVIO e POVIÇO - multidão (de povo). PREGOS – dentes. Exemplo: “arreganhar” os pregos significa rir-se. PROFÉTAS – os habitantes da ilha do Porto Santo. PRÈGANA – maçador (de pregar). PUCRA e PRÔCA – vaso de barro em que se costuma por carne de porco, quer salga- da quer de “vinho e alhos”, isto é, carne posta em vinagre à qual se junta alhos, sal e outros condimentos. (Feminino de púca- ro). RABALHUSCA - intratável. RAIVA - zanga (por analogia com a raiva dos cães. RAIVAR - zangar-se. Texto (adaptado): Dissertação para o exa- me de Licenciatura (1939) - Deolinda Bela de Macedo - Subsídios Para O Estudo Do Dialeto Madeirense. CONTINUA EM 2025
  • 38. Edição nº. 22 descobrindo Página 38 4. – Rª. BRAVA PAISAGEM AGRÁGRIA E VARIADA Fotos de João Vítor, anti- go estudante da EBSPMA. Data de referência: 2021, Um exclusivo para a “ Descobrindo”. Caminho c/passadas à esq. em cima); Caminho para Ora- tório Nossa Senhora dos Bons Caminhos; Cortejo do “Bom Despacho” Cortejo Tradicional da Festa do Bom Des- pacho , em carros devido à pandemia .
  • 39. Página 39 descobrindo Edição nº. 22 Fonte: António Rego Chaves (Diário de Notícias); “A Descoberta de Portugal”; 2001.
  • 40. Edição nº. 22 descobrindo Página 40 Sítio da Pedra (Campanário - Rª Brava): Pri- meira foto -/Vista para a Capela de Nossa Se- nhora da Glória; Vista para o ilhéu Campaná- rio (.2º: foto). Fundada em 1599, a Capela de Nossa Senhora da Glória foi construída no cimo de um roche- do, à beira mar, no Sítio da Pedra. No início deste século, um imigrante madei- rense natural de Campanário, promoveu a sua restauração. Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
  • 41. Edição nº. 22 descobrindo Página 41 Campanário (Rª. Brava). Placas de Caminhos, Estradas e Comemorações: Pertelha e/ou Pretelha. “Partilhar” = Ação de distribuir, repartir ou dividir algo em várias partes. Desta forma, é possível desfruir em comum de um determina- do recurso ou espaço. A noção de partilhar implica uma concessão gratuita de uso, uma oferta ou uma doação. Em geral, para partilhar algo deve-se, em pri- meiro lugar, ter essa coisa. Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021 https://www.lexico.pt/azinhaga/
  • 42. Página 42 descobrindo Edição nº. 22 Passada: Nome feminino = 1. ato de dar um passo; 2. espaço mínimo compreendido entre os pon- tos em que pousam os pés ao andar; passo; 3. antiga medida de quatro palmos; 4. figurada diligência; medida (https:// www.infopedia.pt/). Localização de Caminho da Chamorra de Ci- ma Freguesia: Campanário; Concelho: Ribeira Brava; Distrito: Madeira; Tipo: Caminho; GPS: 32.665855, -17.039999; Código Postal: 9350-059 (https:// www.portugalio.com/). Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
  • 43. Edição nº. 22 descobrindo Página 43 O CAMPANÁRIO comemorou 500 anos a 15 de maio de 2015, assinalando esta data com um vasto conjunto de iniciativas, com intervenção da Junta de Freguesia, Associa- ção Desportiva, Casa do Povo, Escolas , Centro de Convívio e Paróquia de Campaná- rio, Centro Comunitário do Lugar da Serra e Município de Ribeira Brava. Significado de Furna: n.f. 1. Designação de antro ou cova de grande ta- manho, normalmente de origem natural, loca- lizada no núcleo ou no interior de uma rocha ou mesmo dentro da terra; 2. Zona ou área situada abaixo do nível do solo... Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
  • 44. Página 44 descobrindo Edição nº. 22 Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021 Significado de Impasse: subs- tantivo masculino; Situação de resolução praticamente impos- sível; algo muito difícil de se resolver: impasse judicial. [Por Extensão] Aquilo que não tem saída:;[Por Exten- são] Tudo o que pode dificul- tar ou impedir a realização de alguma coisa; empecilho.
  • 45. Edição nº. 22 descobrindo Página 45 Campanário (Rª. Brava): Caminho da Passada e, à direita, em cima, Oratório Nossa Senhora dos Bons Caminhos. Oratório cristão Oratório católico é um nicho com imagens de santos, destinado à devoção particular. Ori- ginou-se na Idade Média e até os dias de hoje ainda é utilizado nas casas como local de oração. História Os oratórios foram inicialmente destinados à moradia do rei. As famílias mais ricas também passaram a ter os seus altares particulares e à medida que o culto aos santos se propagava, estes altares ou capelas passaram a ser fre- quentados pelas associações leigas (confrarias). (Pesquisa no Google). São Brás: o que se sabe sobre o médico da antiguidade que se tornou santo protetor da garganta Por: Edison Veiga (De Bled -Eslovénia) para a BBC News Brasil/3 fevereiro 2022 O Dia de São Brás é celebrado em 3 de fevereiro. É tradição católica em várias partes do mundo: se é dia de São Brás, é preciso levar as crian- ças para a igreja. Durante a missa, em momento oportuno, o sa- cerdote irá se encarregar de benzer as gargan- tas de cada um com uma curiosa cruz formada por duas grandes velas apagadas. A bênção não é privilégio para os filhos. Adul- tos também a recebem. Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
  • 46. Página 46 descobrindo Edição nº. 22 A bênção não é privilégio para os filhos. Adul- tos também a recebem. Para as famílias que praticam o catolicismo e se apegam às práticas que passam de geração para geração, esse ritual tem um significado prático: segundo a fé, os benzidos pela interces- são de São Brás não terão nenhuma inflamação de garganta até o ano seguinte. Ou, se tiverem, as doenças serão leves. A festa em honra ao santo é no dia 3 de feverei- ro, justamente porque é a data em que se acre- dita que ele tenha sido martirizado, morto por decapitação, no longínquo ano de 316. Em baixo: Enfeites festa São Brás em tempo de pandemia , no Campanário, em 2021. Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
  • 47. descobrindo Página 47 Edição nº. 22 Campanário (Rª. Brava), 2021: Lugar da Ribeira e as suas plantações. Nos primeiros tempos, eram os ce- reais que predominavam e abasteciam, não só aquela no Lugar da Ribeira, mas outras povoações . Gaspar Frutuoso diz, a propósito da razão que levou os nossos antepassados a chamarem de “Ribeira Bra- va”: « passaram muitos dias no caminho e até Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
  • 48. Página 48 descobrindo Edição nº. 22 https://www.wikifox.org/pt/wiki/Ribeira_Brava_(Madeira) chegarem daí a três léguas a uma furiosa ribeira, na praia da qual estava aguardan- do o capitão que em terra desembarcara e tinha ali traçado uma povoação a que deu o nome Ribeira Brava, pela que corria neste lugar…». Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
  • 49. Página 49 descobrindo Edição nº. 22 Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
  • 50. descobrindo Página 50 Edição nº. 22 População do concelho da Ribeira Bra- va: 13,175 habitantes (2011); 12 681 habitan- tes (2021). Freguesias: Campanário, Ribeira Brava, Serra d’Água e Tabua. Artesana- to: bordados, cestaria em vime, tapetes de re- talhos, ferreiro empalhamento de garrafas, tra- balhos em fósforos, obras de cana, bordados da Madeira em tela. Atividades económi- cas: agricultura, serração, carpintaria, hotela- ria, panificação, comércio geral, serviços, agropecuária, produção de eletricidade. Gas- tronomia: Bacalhau à Ribeira Brava, carne de vinho e alhos, sopa de castanhas, licor de noz, poncha, sopa de cevada. Na página anterior, de cima para baixo, da es- querda para a direita - Vista do Miradouro de Cima da Rocha, plantação de bananeira,; Vis- ta do Miradouro de Tranqual/Zona de Tran- qual (Campanário). Nas duas páginas anteriores: Mais uma casa velha; plantações de cana-de-açúcar, bananei- ras. A cana-de-açúcar é uma das espécies agríco- las com maior relevância na História da Ma- deira, que originou a ‘Era do Ouro Branco’. A cultura da cana-de-açúcar na Madeira re- monta o século XV quando esta ilha se tornou um grande fornecedor de açúcar, para toda a Europa. Foi introduzida na Madeira em 1425 pelo In- fante D. Henrique, importada de Sicília. Atualmente, na Madeira, a cana-de-açúcar destina-se principalmente à produção de mel de cana e aguardente de cana (https://www.visitmadeira.pt/). A cultura da Bananeira foi introduzida na Ilha da Madeira durante o seu povoamento, contudo, só a partir do século XX é que o seu cultivo e comercialização para o exterior ga- nharam mais expressão. A primeira referência à presença da cultura da bananeira, na ilha da Madeira, data de 1552, aquando a passagem do britânico Thomas Ni- chols pela ilha, que a relatou entre as culturas existentes. A data da introdução é, em verda- de, desconhecida, apontando-se, devido a esse relato, para o século XVI. A proximidade do mar, a exposição solar e o clima ameno ao longo de todo o ano, aliado à fertilidade dos solos, a uma cuidada seleção das plantas e a um correto regadio, permitem obter um fruto de características únicas. Gra- ças a essas condições ambientais, a Madeira produz deliciosas bananas, conhecidas pelo seu intenso sabor e aroma. Muito embora existam técnicas que devem ser cumpridas no cultivo da bananeira, a forma como elas são executadas varia de produtor para produtor, proveito de um saber passado de geração em geração (https://dica.madeira.gov.pt/).
  • 51. descobrindo Página 51 5. - CULTURA ARTESANATO Edição nº. 22 2021/2022 Legenda( adaptada): https://funchalnoticias.net/2021/03/31/ Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
  • 52. descobrindo Página 52 Edição nº. 22 O Espaço Artesão é tutelado pela CMRB. Endereço: Rua Comandante Camacho de Frei- tas, Campanário, Ribeira Brava. Horário: De segunda-feira a sexta-feira – Das 9h00 às 17h00. Revolução Industrial: Declínio da Importância do Artesanato A Revolução Industrial teve início na Inglater- ra, no final do século 18 e início do século 19, e levou a uma grande desvalorização do traba- lho artesanal… Fotos de João Vítor (Descobrindo); 2021
  • 53. descobrindo Página 53 Edição nº. 22 Objetivo: Mostrar uma série de trabalhos ma- nuais “feitas com grande criatividade”, de acordo com a autora Natural da Ribeira Brava, Celina Coelho é conhecida por criar arte a partir de materiais pouco habituais, como espinhas de peixe, cas- cas de cebola, tampas de cerveja e cabaças, entre outros. Por altura do confinamento, desenvolveu uma nova técnica com base em pregos e linhas que transforma em quadros apelativos. A inauguração aconteceu no dia 11 de feverei- ro de 2022; contou com a presença do executi- vo municipal; a exposição ficou patente ao pú- blico até 8 de março do mesmo ano.
  • 54. descobrindo Página 54 Edição nº. 22 “Arte Criativa”, uma exposi- ção de Celina Coelho, no Es- paço Artesão (Campanário – Rª. Brava). Autora: Celina Coelho. Período: 11/2 a 8/3/2022.
  • 55. descobrindo Página 55 Edição nº. 22 Sou uma pessoa criativa, alegre e inovadora. Gosto de desafios e de cri- ar arte com coisas que aparentemente seriam inúteis. A simpatia e a vivacidade fazem parte da minha vida!! Já vivi muito, mas tenho ainda muito para viver e aprender. Todos os dias há algo que me surpreende e é por isso que tento sempre criar algo que surpreenda os ouros. (http://celinasacoelho.blogspot.com/2009_07_01_archive.html).
  • 56. descobrindo Página 56 Edição nº. 22 5.1. - CULTURA EXPRESSÃO PLÁSTICA Biblioteca Municipal Ribeira Brava, 17 de fevereiro de 2022. EXPOSIÇÃO “FLOR ARTE” Esteve patente na Biblioteca Municipal da Ri- beira Brava uma exposição realizada pelos alunos da Universidade Sénior. “Flor e Arte” foi composto por 18 quadros surgiu no âmbito da disciplina de Expressão Plástica. Paralelamente, a Biblioteca exibiu alguns tra- balhos alusivos ao Dia de São Valentim, fei- tos pelos utentes deste espaço de leitura.
  • 57. descobrindo Página 57 Edição nº. 22 5.2. - CULTURA UNIVERSIDADE SÉNIOR Atletismo I Torneio Regional “WALKING FOOTBALL I Torneio Regional de uma variante de futebol associativo realizado no dia 26 de fevereiro de 2022 na Rª. Brava visando manter as pessoas com mais de 50 anos envolvidas no futebol que por falta de mobilidade ou por qualquer outro motivo, não
  • 58. Página 58 descobrindo Edição nº. 22 “O Walking Football é uma modalidade inclusiva da popula- ção sénior que a Ri- beira Brava” (CMRB).
  • 59. descobrindo Página 59 Edição nº. 22 I TORNEIO REGIO- NAL DE WALKING FOOTBALL REALI- ZOU-SE NA MANHÃ DE 26/02/2022 NA RI- BEIRA BRAVA.
  • 60. Página 60 descobrindo Edição nº. 22 O Walking Football Agora a ideia é expandir a modalidade na Região às Universidades seniores, aos vetera- nos e a todos os que queiram jogar futebol a andar (CMRB). O certame arrancou no Estádio Municipal lo- cal a partir das 09h30, com a participação de 17 equipas nas vertentes lúdica e competitiva. O evento foi assim previsto (o dia todo…): Chegada das equipas; Cerimónia de Abertura; Jogos do Torneio; Jogo da equipa de honra e finais; Entrega de medalhas; Almoço no Jar- dim Municipal; Entrega dos Certificados; Visi- ta Cultural ao Museu Etnográfico da Madeira; Visita Cultural ao Museu das Pratas; Receção no Salão Nobre da Câmara Municipal.
  • 61. descobrindo Página 61 Edição nº. 22 SABIA QUE….? Manuel Álvares foi um dos mais notáveis humanistas portugueses e um dos mais céle- bres autores didáticos de todo o mundo e de todos os tempos? .(Nepomuceno, Rui (2009); Islenha - Julho dezembro 2009; pp43-56). Alunos do Projeto “Liga-te” e do Clube Euro- peu e dos Direitos Humanos da EBSPMA, no “longínquo” ano letivo de 2011/2012, numa visita de estudos ao Funchal. Fotografia: AJAP Uma breve homenagem à toda equipa, incluin- do a professora Margarida que, nesse ano leti- vo, colaborou connosco. No primeiro plano, da esq. p/a dir.: Anabela, Cristina e (?). No segundo plano, da esq. p/a dir.: Prof. Mar- garida, (?), Afonso, João (entretanto já faleci- do, vítima de um brutal acidente de viação, na Rª. Brava, sua terra natal)); Gustavo Oliveira, Fátima Pestana. Obrigado a todos! João 5. 3. - CULTURA EBSPMA
  • 62. descobrindo Página 62 Edição nº. 22 O madeirense Manuel Álvares (1526 –1583 ) foi aluno brilhantíssimo do “Colégio da Companhia de Jesus” de Coimbra, onde frequentou com sucesso as cadeiras de Filo- sofia e línguas Latina, Grega e Hebraica, tendo aqi sido discípulo dos mais famosos intelectuais e humanistas portugueses do seu tempo, muitos deles formados na Uni- versidade de Paris, de se pode destacar An- dré de Gouveia, que dirigiu o “Colégio das Artes”, também em Coimbra. Conhecido especialmente como gramático, Manuel Ál- vares foi igualmente um dos maiores huma- nistas portugueses do séc. XVI, tendo culti- vado com paixão o estudo dos valores estéti- cos e filosóficos da Antiguidade Clássica. O impacto universal da sua Gramática Latina ainda hoje é visto como um bom exemplo da repercussão universal da História Cultural Portuguesa. Rui Nepomuceno * *Rui Firmino Faria Nepomuceno é um advogado, po- lítico, e historiador português (n.1936). Fonte (adaptado) “Islenha” - julho/dezembro—2009 (pp.43-56). Manuel Álvares nasceu em 1526, na freguesia da Ribeira Brava (Madeira), num período em que D. João II reinava no nosso País, tendo falecido em Évora, com 57 anos de idade, a 30 de dezembro de 1583, num tempo em que Fili- pe I de Portugal (II de Espanha) já era Rei de Portugal. Era filho de Sebastião Gonçalves e de Beatriz Álvares, que descendia do morgado Afonso Álvares, natural de Sevilha (ver mais desen- volvimentos, no capítulo seguinte, resultantes de uma visita rápida à quela cidade pela Des- cobrindo, em novembro de 2021), que tinha sido um dos primeiros fundadores da Ribeira Brava, onde edificou as capelas de Santa Cata- rina e de São Bento. Estudou gramática e as primeiras letras na Ma- deira, e com apenas 12 anos, em 1583, junta- mente com o seu irmão Francisco, firmou car- reira eclesiástica...sendo, mais tarde professor de Humanidades e famoso reitor do Colégio de Coimbra, da Casa Professa de Lisboa e da Universidade de Évora. Escreveu uma famosíssima “Gramática Lati- na” que, desde 1572 e durante mais de dois séculos pontificou nas classes de Latinidade e no ensino, em Portugal e por todo o mundo civilizado… Além de portentoso humanista e intelectual de grande mérito, Manuel Álvares possuía uma personalidade sólida, coerente, humilde, tendo recusado, por modéstia e desprendimento, por exemplo, cargos políticos. Bênção das Capas 19 de novembro de 2021
  • 63. descobrindo Página 63 Edição nº. 22 Carnaval? Em diversos países, come-se, nesta época, carne de porco e doces, feitos com farinha e ovos. Na Madeira é costume confecionarem- se “malassadas” e “sonhos”, regados com mel de cana ou com uma calda feita com água, limão e pau de canela (Museu Etnográfico da Madeira). Data de referência (ver capítulo 7): 13/2/2022 Com o intuito de viver o carnaval foram reali- zadas atividades lúdicas e didáticas, com a cooperação dos alunos. As máscaras coloridas e palavras alusivas ao tema complementaram um cartaz (folia, festa, ritmos, euforia, entusi- asmo, …), poemas, puzzles e um breve histo- rial sobre o carnaval (Biblioteca da EBSPMA). Data de referência (em baixo): 24/0/2022.
  • 64. descobrindo Página 64 Edição nº. 22 Ribeira Brava, 28 de fevereiro de 2022: Centro da Vila. Foto: Graça Oliveira EBSPMA no Funchal: Teatro Escolar sempre presente!.
  • 65. Página 65 descobrindo Edição nº. 22 XXX Festival de Teatro Escolar – Car- los Varela (Liceu Jaime Moniz -Funchal) O vencedor da XXX edição do Festival Carlos Va- rela, 2022, foi o grupo de Teatro da Escola Básica e Secundária Padre Manuel Álvares, Voo à Fanta- sia, com a peça “Um Amor Impossível” adaptação de Lília Pereira e Vanda Caixas, a partir de Histó- ria de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a vo- ar, de Luís Sepúlveda! O PRÉMIO CARLOS VARELA foi atribuído, em março de 2022, ao Grupo Voo à Fantasia – EBSPMA. Fonte (adaptado): O Moniz - Carlos Varela História de uma Gaivota e do Gato ? Esta é a história do gato Zorbas. Um dia, uma formosa gaivota apanhada por uma maré ne- gra de petróleo deixa ao cuidado dele, mo- mentos antes de morrer, o ovo que acabara de pôr. Zorbas, que é um gato de palavra, cum- prirá as duas promessas que faz nesse mo- mento dramático: não só criará a pequena gaivota, como também a ensinará a voar. Tu- do isto com a ajuda dos seus amigos Secretá- rio, Sabetudo, Barlavento e Colonello, dado que, como se verá, a tarefa não é fácil, sobre- tudo para um bando de gatos mais habituados a fazer frente à vida dura de um porto como o de Hamburgo do que a fazer de pais de uma cria de gaivota…(https:// www.goodreads.com/bg/book/show/6289805- hist-ria-de-uma-gaivota-e-do-gato-que-a- ensinou-a-voar) A EBSPMA conquistou também o Prémio de Melhor Texto ; Prémio de Melhor Sonoplas- tia ; Prémio de Melhor Realização Plástica; Prémio de Melhor Atriz – ex aequo Aluna Helena Dias e…(os últimos são os pri- meiros)...Prémio de Melhor Ator Aluno Salvador Machim MENÇÂO HONROSA: Aluno Carolina Co- rujo - Motivo Interpretação/ Desempenho. LOUVOR: Aluno Pedro andrade Motivo Construção da Personagem.
  • 66. descobrindo Página 66 Edição nº. 22 O 30º Festival de Teatro escolar Carlos Vare- la, organizado pela Escola Secundária Jaime Moniz, decorreu em março de 2022. O grupo agraciado com o Prémio Carlos Vare- la (EBSPMA) teve a oportunidade de apresen- tar o seu trabalho no palco do Teatro Munici- pal Baltazar Dias (https://www.facebook.com/TeatroBaltazarDias/). Data de referência: 19/03/2022.
  • 67. descobrindo Página 67 Edição nº. 22 (…) entre os moradores ilustres desta fregue- sia destacam-se o Padre Manuel Álvares e o visconde da Ribeira Brava. O padre Manuel Álvares entrou na Companhia de Jesus, a 4 de junho de 1546, com 20 anos de idade, tendo-se tornado num célebre gramático, conhecido co- mo tão grande latinista que, com a sua gramá- tica, conseguiu fama internacional. Esta obra foi traduzida em doze línguas e divulgada em toda a Europa. Era homem de grande talento e distinguiu-se na sua ordem ao ponto de ter si- do reitor de diversos colégios da Congregação, como Évora, Coimbra e Lisboa. Faleceu em 1583. O Município da Ribeira Brava homenageou o seu ilustre contemporâneo, erguendo no largo da igreja um busto da autoria do escultor Amâ- ndio de Sousa…(https://pt.wikipedia.org/). MUDAS. Museu de Arte Contemporânea da Madeira Partilhado por José Côrte (professor da EBSPMA). Data de referência: 22/3/2022. Registos da oficina cri- ativa: “entre linhas e planos” que decorreu nas Casas da Vargem. Uma parceria com o “Studio” Dois e a Or- Uma parceria com o “Studio” Dois e a Ordem dos Arquitetos, onde desafiámos a descons- truir criando. A desconstruir o plano geométrico (gerado por uma reta que se move em torno de um eixo que lhe é perpendicular) em linhas fluidas e orgânicas (em oposição às linhas geométricas)
  • 68. descobrindo Página 68 Edição nº. 22 compostas e fixadas através da técnica da gra- vura. Um diálogo entre o espaço arquitetónico das Casas da Vargem e a presença de uma obra do acervo do museu da artista plástica Teresa Gonçalves Lobo. A Geometria Descritiva A, em parceria com as outras disciplinas que lidam com o raciocí- nio espacial, contribui, através da sua especifi- cidade, para o desenvolvimento da inteligência espacial, mobilizando as áreas de competên- cias do Perfil dos Alunos à Saída da Escolari- dade Obrigatória e, em concreto, as que mais estreitamente se relacionam com o Raciocínio
  • 69. descobrindo Página 69 Edição nº. 22 Fotos: Professoras dinamizadoras do projeto “Mare Nostrum – Escola Azul” (EBSPMA). Texto (adaptado): Redes sociais. Data de referência: 1/4/2022. “O Peixe Ecocêntrico” - um trabalho de Hugo Castro Andrade, ilustrado por Ma- tilde Sousa, com edição da Arteleia- na EBSPMA. Cor, imaginação e educação. São estas as três principais caraterísticas da história “O Peixe Ecocêntrico”, da autoria de Hugo Cas- tro Andrade. Uma narrativa destinada não só ao público infantojuvenil, como também aos adultos. As preocupações ambientais, a im- portância de unir esforços e de viver em so-
  • 70. descobrindo Página 70 Edição nº. 22 ciedade de forma responsável, a interajuda e a transmissão de conhecimentos, fazem desta história um verdadeiro sucesso! “O Peixe Ecocêntrico” surge agora em forma- to livro, após a peça de teatro ser coroada de êxito. Em livro ou em teatro, os ensinamentos desta história são preciosos! (https://www.facebook.com/events/77/). Turmas participantes: B, C e D do 5º ano Destaque da sessão: Leitura encenada do livro, apresentada pelos alunos. Agradecemos a disponibilidade do autor e dos nossos alunos em contribuir para um maior conhecimento sobre os oceanos e a sua preser- vação (As dinamizadoras do projeto Mare Nostrum – Escola Azul ).
  • 71. descobrindo Página 71 Edição nº. 22 RESILÊNCIA Foto da Prof. Fábia Gomes (EBSPMA) Data de referência: 15/02/2022 Texto (adaptado): https://www.vittude.com/blog/ Poema (extrato): Fernando Pessoa.. O que é resiliência humana? Na vida profissional ou nos nossos relaciona- mentos, enfrentamos adversidades. Em alguns momentos da vida podemos ficar diante de dificuldades económicas, tragédias ou proble- mas de saúde. Ser resiliente, nessas situações, é enca- rar frustrações, crises, traumas, sendo capaz de superá-las, sem entrar em colapso. Resiliência, no caso de seres humanos, não é sinónimo de ser inabalável, impassível, inalte- rável. Mas resiliente é aquele que passa por situações complicadas, quebras de expectati- vas e imposições de problemas, conseguindo atravessar esses momentos com uma atitude positiva e produtiva. Não se trata de não cair. Mas, sim, da capaci- dade de levantar. E, ao fazê-lo, erguer-se ain- da mais forte, com espírito de quem faz do obstáculo um degrau para evolução… =============================== “Segue o teu destino, Rega as tuas plantas, Ama as tuas rosas. O resto é a sombra De árvores alheias….” Fernando Pessoa
  • 72. descobrindo Página 72 Edição nº. 22 Da esquerda para a direita—Nabil, Corinne, Rita, Luís, Catarina, Catarina, Juliana e Rita— ”Amigos da Natureza” - residentes em São Jorge, Funchal e Tabua (Ribeira Brava), inclu- indo, duas estudantes da EBSPMA e respeti- vos pais, numa caminhada, no ano letivo 2021/2022. “Raquete à Brava” 1.ª Edição do Raquete à Brava, prova de Ténis e Padel para as turmas de 9.º ano. Data:15 de fevereiro de 2022 Autoria: Escola Básica e Secundária Padre Manuel Álvares através da turma de 11.º ano do Curso Profissional de Apoio à Gestão Des- portiva Esta iniciativa contou com a participação de 30 alunos do 9º ano de escolaridade e 19 alu- nos de 10º ano do Curso técnico profissional de desporto.
  • 73. descobrindo Página 73 Edição nº. 22 A competição que os alunos participaram foram singulares de Ténis e pares de Pa- del. Fonte: EBSPMA, 17/2/2022
  • 74. descobrindo Página 74 Edição nº. 22 A turma EFA ST2 desenvolveu no ano letivo 2021/2022te ano letivo a atividade integradora “Ser resiliente no contexto atual- Como ser saudável?”, tendo como objetivo primordial cumprir com objetivos e critérios de evidência do Referencial de Competências - Chave do Se- cundário. Nessa sequência, a turma decidiu co- locar mãos à obra e construir um “contentor” para compostagem, projeto de aproveitamento de resíduos orgânicos, sensibilizando para a ur- gência de um mundo sustentável. O projeto foi desenvolvido em três fases. Fonte: A Equipa Pedagógica ST2 (EBSPMA). Data de referência: 19/04/2022 “O mundo só vai prestar para nele se viver no dia em que a gente ver um gato maltês casar com uma alegre andorinha saindo os dois a voar o noivo e sua noivinha dom gato e dona andorinha.”
  • 76. descobrindo Página 76 Edição nº. 22 Mais um passo para os alunos: mais confiança, mais se- gurança, mais autoestima. Os alunos estão de parabéns! Demonstraram não terem medo do palco nem do público que os observa. Assim, enfrentar o mundo torna-se um poucochinho mais fácil. Fonte: Prof. Bernardino (EBSPMA). Data de referência: 24/04/2022
  • 77. descobrindo Página 77 Edição nº. 22 03 de maio de 2022, Ribeira Brava “Um amor impossível” voltou a arrepiar e a emocionar” (Prof. Bernardino - EBSPMA). Semana das Ex- pressões 2022, da EBSPMA: Concerto do grupo musical “Luky 7”, com- posto por alu- nos do Curso Profissional de Jazz do Conser- vatório - Escola das Artes da Madeira.
  • 78. descobrindo Página 78 Edição nº. 22 Escola Básica e Secundária Padre Manuel em 6 de maio de 2022: De cima para baixo— Entrega de Diplomas de Mérito aos melhores alunos do ano letivo 2020/2021; hastear da Bandeira; missa Solene. No dia 6 de maio celebramos o 48.º aniversá- rio da Escola Básica e Secundária Padre Ma- nuel Álvares com uma missa, a colocação de flores nos bustos dos ilustres “Padre Manuel Álvares e Visconde”, hastear das bandeiras e entrega de Certificados aos melhores alunos no ano letivo 2020/2021. Fonte: EBSPMA
  • 79. descobrindo Página 79 Edição nº. 22 Ribeirabravenses na Festa da Flor, no Funchal, no início de maio de 2022, dia 8: Da esquerda para a direita: Ana Santos e Janete Laura, anti- gas alunas da EBSPMA. A primavera na Madeira tem honras de rainha, sen- do coroada com a Festa da Flor, todos os anos após a Páscoa. Os festejos inici- am-se no sábado, 5/05/2022, quando milha- res de crianças vestidas a preceito, acorrem à Praça do Município (Funchal).
  • 80. descobrindo Página 80 Edição nº. 22 Dia do Departamento das Ciências Exatas, da Natu- reza e Tecnologias. Data de referência: Maio 2022 Fonte: EBSPMA. Os Grupos Disciplinares abriram as portas à Comunida- de Educativa para dar a conhecer o que por lá se pode experienciar, dinamizando atividades de complemento curricular e extracurricular.
  • 81. descobrindo Página 81 Edição nº. 22 No dia 22 de junho de 2002, pelas 16:00, deu-se a tomada de posse da nova equipa do Conselho Executivo para o quadriénio 2022-26. Este procedimento teve lugar após as reu- niões que homologaram os resultados das eleições efetuadas no dia 25 de maio para os Conselhos da Comunidade Educativa e do Conselho Executivo . Fonte: EBSPMA.
  • 82. descobrindo Página 82 Edição nº. 22 6. - RELIGIÃO & TRADIÇÃO Grupo Coral formado por jovens da Ribeira Brava, estreado em 2016, na Igreja Matriz local. Fotos: “Lux Aeterna; mar- ço 2022. Data de referência: Março de 2022. You Raise Me Up Josh Groban (#JoshGroban #YouRaiseMeUp #Vault) Quando estou em baixo e, oh minha alma, tão cansada
  • 83. descobrindo Página 83 Edição nº. 22 You Raise Me Up Josh Groban (#JoshGroban #YouRaiseMeUp #Vault) When I am down and, oh my soul, so weary When troubles come and my heart burdened be Then, I am still and wait here in the silence Until You come and sit awhile with me. You raise me up, so I can stand on mountains You raise me up, to walk on stormy seas I am strong, when I am on your shoulders You raise me up to more than I can be (…)
  • 84. descobrindo Página 84 Edição nº. 22 possam praticar o jogo tradicional. Este tipo de desporto pode ser praticado tanto em ambien- tes internos quanto externos.. Data: Fevereiro de 2022. Organização: Universidade Sénior . De acordo com os responsáveis pelo evento, a realização deste I Torneio Regional, a 26 de fevereiro, mostrou que esta prática desportiva veio para ficar, pe- las mais-valias que representam para os menos jovens. Fomenta a atividade física, diminui o sedenta- rismo e é um aliado na dinamização do traba- lho de equipa, para além de proporcionar mo- mentos de alegria e diversão.
  • 85. descobrindo Página 85 Edição nº. 22 You Raise Me Up Tradução livre: Quando estou em baixo e, oh minha alma, tão cansada Quando os problemas vêm e o meu coração está sobrecarregado Então, fico quieto e espero aqui no silêncio Até que você venha e sente-se um pouco co- migo. Você me levanta, para que eu possa ficar nas montanhas Você me levanta, para andar em mares tem- pestuosos Eu sou forte, quando estou nos seus ombros Você me levanta para além do que eu posso ser (…) "You Raise Me Up" é uma canção cuja melo- dia foi composta por Rolf Løvland, do” Secret Garden”, e letra de Brendan Graham. Foi regravada mais de 125 vezes por diversos artistas (https:// pt.wikipedia.org/; data de ref.: março 2022). A música foi composta originalmente para ser instrumental, chamando-se "Silent Story". Rolf então pediu para o romancista e compo- sitor irlandês Brendan Graham escrever a letra, depois de ler as obras dele. Foi lançada em 2002, no álbum “Once in a Red Moon”, cantada pelo irlandês Brian Kennedy. "You Raise Me Up" foi gravada para fazer parte do quinto álbum do gru- po irlandês Westlife, Face to Face. Com esta canção, o álbum ganhou o prêmio de "Melhor Álbum de 2005" no Reino Unido. O single alcançou o primeiro lugar no “UK Singles Chart”, se tornando o 13º número um do grupo. "You Raise Me Up" raramente é interpretada ao vivo por causa de direitos contratuais. Grupo Coral formado por jovens da Ribeira Brava, estreado em 2016, Data de referência: Março 2022
  • 86. descobrindo Página 86 Edição nº. 22 Fonte: Casa Povo de Campa, Participação na Festa da Flor de maio de 2022. Local: Funchal Data: maio 2022.
  • 87. descobrindo Página 87 Edição nº. 22 São estrelícias, rosas, antúrios, cravos, próteas e muitas outras espécies, que prestam homenagem à primavera e inundam as ruas do Funchal, com cor, alegria e beleza natural. São várias tradições a não perder neste evento; os tapetes de rua com deco- rações florais, o Mercado de Flores, o “Muro de Es- perança”, a exposição de Flores naturais, o Cortejo Alegórico e ainda o desfi- le de automóveis antigos e clássicos. Um passeio pelo centro da cidade do Funchal irá le- var-vos a ver os famosos tapetes florais. Verdadei- ras obras de arte, onde po- derão sentir o carinho e a minúcia presente em cada detalhe. Cada flor é crite- riosamente escolhida e conjugada, para o efeito pretendido, num arco-íris floral de sonho. Imagens: C.P. Campaná- rio (Maio 2022).
  • 88. descobrindo Página 88 Edição nº. 22 FOTOGALERIA DAS FESTIVIDADES DE SÃO PEDRO: 2018, 2019 E 2022 Fotos: AJAP—2018 e 2019, 28/6.
  • 89. descobrindo Página 89 Edição nº. 22 Fotos de Joana Silva, antiga aluna da EBSPMA. Rª. Brava, 28/6/2022 De todas as festas de São Pedro, realizadas na Madeira, a da Ribeira Brava é a mais concorrida. Realiza-se nos dias 28 e 29 de junho e é celebrada na Igreja de São Bento. Sendo São Bento o santo padroeiro da Ri- beira Brava, a grande devoção desta fregue- sia é, contudo, a São Pedro, santo patrono dos pescadores,.
  • 90. descobrindo Página 90 Edição nº. 22 Fotos de Bruno Sebastião/Susana Vieira. Rª. Brava, 28/6/2022 Antigamente, os transportes faziam-se muitas vezes por mar. A cabotagem, com ligações a quase todo o litoral, desempenhou um papel fundamental na comunicação entre alguns concelhos. De toda a ilha vinham romeiros, de barco, pa- ra as festas do S. Pedro, na Ribeira Brava. O “Gavião”, o “Bútio”, o “Vitória” ou o “Dekade II”, foram alguns dos barcos de ca- botagem que chegaram a realizar carreiras ex- traordinárias, para transportar os romeiros que chegavam durante a tarde, aumentando de nú- mero pela noite dentro. As bandas de música convidadas também uti- lizavam este transporte e eram esperadas no cais pela banda da localidade que as conduzia, em cortejo, até à igreja. Ao meio-dia do dia de 28 de junho, inicia-se a festa com uma girândola de fogo. No início da tarde, as bandas de música partem para os vários sítios de onde vêm as oferendas, com produtos da terra, bebidas, doces, pão, vinho, animais e dinheiro que são colocados na copa, para serem “arrematadas” ou para serem ven- didas através de rifas. Texto (adaptado): Museu Etnográfico.
  • 92. descobrindo Página 92 Edição nº. 22 Nos sítios da Achada e Pico Banda de Além, as oferendas são colocadas num barco. Nos sítios da Fajã da Ribeira e Meia Légua, as oferendas vêm numa “charola”.
  • 93. descobrindo Página 93 Edição nº. 22 A “charola” é confecio- nada sobre uma arma- ção esférica, feita de ferro e arame. O interior é preenchido com palha seca ou feiteira e colo- ca-se primeiro, no seu extremo inferior uma abóbora grande, para suportar e equilibrar os produtos. Depois, os voluntários dividem-se entre duas tarefas: uns atam os produtos agrí- colas, um a um.
  • 94. descobrindo Página 94 Edição nº. 22 Nos sítios da Fajã da Ribeira e Meia Légua, as oferendas vêm numa “charola”, espécie de pi- nha com os melhores produtos agrícolas produ- zidos, simbolizando o agradecimento do povo pela abundância das colheitas e apelando à fer- tilidade. Antigamente , a “charola”, era atada com tiras de palha de bananeira e atualmente com ráfia, e outros fixam-nos na armação, antes de vime e atualmente de ferro e arame. Nos sítios da Achada e Pico Banda de Além, as oferendas são colocadas num barco, devido ao facto de São Pedro ser pescador. Também ofe- recem dinheiro, cujas notas são colocadas num ramo de uma árvore, que transportam durante o cortejo. No dia 29, celebra-se a “Missa da Festa” e de- pois sai a procissão, com a imagem do São Pe- dro, a barquinha, a banda de música, as crian- ças que fizeram nesse ano a Primeira Comu- nhão, as saloias do Espírito Santo, o clero, as diversas confrarias, as entidades oficiais e ci- vis, os escuteiros, os fiéis e os elementos da Dança das Espadas. A barca aparece no cortejo, visto São Pedro, ter sido pescador. Antigamente era decorada com flores e apetre- chos da pesca, transportando crianças. Atual- mente, um rapaz vestido com os trajes de São Pedro figura no barco. Texto (adaptado): Museu Etnográfico.
  • 95. descobrindo Página 95 Edição nº. 22 MARCHAS POPULARES DE 2022 : As Marchas de São Pedro, na Ribeira Brava, vol- taram a atrair milhares de pessoas de toda a ilha para assistir a um dos pontos altos deste arraial que é dos mais cobiçados da Madeira. Este ano, desfilaram pelas ruas da vila ribeira- bravense cerca de 600 participantes de todas as faixas etárias, distribuídos por 13 grupos, um deles oriundo da Ilha Terceira, Açores. Do concelho participaram, ENTRE OUTRAS, as marchas da Casa do Povo da Ribeira Brava, CACI - Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão da Tabua, Casa do Povo da Serra de Água, Casa do Povo da Tabua e Gru- po de Concertinas e Acordeões da Casa do Po- vo da Ribeira Brava. O trajeto começou junto à Escola Secundária Padre Manuel Álvares, percorreu a Rua Co- mendador Agostinho Sousa Macedo, atraves- sou a Rua Gago Coutinho Sacadura Cabral e terminou na Rua Nicodemus Pereira, junto à Câmara Municipal. Nas páginas seguintes, uma breve Fotogaleria das Marchas de 2022.
  • 98. descobrindo Página 98 Edição nº. 22 Depois da procissão é executada a “Dança das Espadas”, no átrio da igreja Matriz, por sete dançarinos, acompanhados por três músicos: um com rajão, com uma braguinha e um pan- deiro. A dança das espadas da Ribeira Brava era um vestígio das muitas folias que apareciam ou- trora na procissão do Corpo de Deus da Ponta do Sol e foi trazida para esta povoação pelos pescadores para figurar na procissão de S. Pe- dro.
  • 99. descobrindo Página 99 Edição nº. 22 A este fervor religioso mistura-se a supersti- ção, sob a forma de ritos profanos e práticas divinatórias, propiciatórias e purificadoras, (crenças, sortes e orações protetoras, criadas pelo povo, que são transmitidas oralmente), com origens em cultos naturalísticos, relacio- nados sobretudo com o casamento, a felicida- de, a saúde e a prosperidade. (…) Em todas as paróquias celebram-se estas festas religiosas ou romarias, consagradas a Deus, ao Espírito Santo, a Nossa Senhora e aos santos, representados por uma relíquia ou por uma imagem. (…) . Texto (adaptado): (https://cultura.madeira.gov.pt/visitas-virtuais1/)
  • 100. descobrindo Página 100 Edição nº. 22 A festa arrancou domingo com os enfeites e a iluminação e ter- minou no dia 3 de julho, com a celebração do Santíssimo Sacra- mento. Pelo meio, muita música e o rea- vivar de algumas tradições que se mantêm ao longo de gerações, com destaque para a espetada no calhau que é um marco muito antigo deste arraial (https://www.jm-madeira.pt/). Organização: CMRB
  • 101. descobrindo Página 101 Edição nº. 22 7. - SOCIEDADE Rª. BRAVA NATURAL E GENUÍNA O que faz um (a) bombeiro( a)? Requisitos mínimos? O que é ser Bombeiro Voluntá- rio? Bombeiro é indivíduo que integrado de forma profissional ou voluntária num Corpo de Bombeiros, tem por actividade cumprir as missões destes, nomeadamente a proteção de vidas humanas e bens em perigo, mediante a prevenção e extinção de incêndios, o socorro de feridos , doentes ou náufragos, e a presta- ção de outros serviços previstos nos regula, doentes ou náufragos, e a prestação de outros
  • 102. descobrindo Página 102 Edição nº. 22 serviços previstos nos regulamentos internos e demais legislação aplicável Ser bombeiro e salvar vidas é o sonho de mui- tas crianças. Essa é uma das profissões com mais credibilidade entre a população e, por ter caráter desafiador e a possibilidade de prestar serviços voltados para o bem-estar das pesso- as, faz com que se torne o sonho profissional desde os primeiros anos de infância de muita gente. Contudo, para quem leva esse desejo para a fase adulta, é comum surgirem muitas dúvidas a partir do momento em que chega a hora da decisão de dar o primeiro passo efetivo em direção a uma profissão. Por isso, dedicamos estas duas página a todos os bombeiros do concelho. A palavra “bomba” veio do latim bombus, que significa algo como ruído grave e forte. Trata- se de uma expressão de origem onomatopeica que surgiu dos barulhos que as pessoas faziam ao representá-la (no caso, “bum”). A palavra bombeiro é de 1844 e, quase 50 anos antes disso, os encanadores eram chamados de bombeiros, pois usavam bombas de água para desentupir canos. Mesmo chegando depois, o apagador de incêndios ficou tão popular que tomou esse nome para si. E assim, surgiu o termo bombeiro para esses profissionais. REQUISITOS MÍNIMOS para se ser profis- sional nesta área? Escolaridade mínima obrigatória; Cidadão Português, dos PALOP's ou União Europeia; Domínio da língua Portuguesa, escrita e fala- da; Robustez física e psicológica para o de- sempenho da função de bombeiro, comprova- da por atestado médico; Espírito de equipa; Espírito de entreajuda. Fotos: Bombeiros Mistos da Ribeira Brava e Ponta do Sol. Texto (adaptado) de: https:// www.bombeiros.pt/perguntas-frequentes-2/); outras.
  • 103. descobrindo Página 103 Edição nº. 22 INSUFICIÊNCIA DE ÁGUA POTÁVEL
  • 104. descobrindo Página 104 Edição nº. 22 Eira do Mourão (Rª. Brava), 2022. Fotos: “Tainadas da Madeira”
  • 105. Página 105 descobrindo Edição nº. 22 (Na página anterior) -Levada do Norte à Eira do Mourão (Rª. Brava) - Eira do Mourão: For- nos; Ruínas de habitações, parcialmente em grutas, parcialmente em paredes de alvenaria de pedra vermelha. “Outros tempos... Antigamente as pessoas comunicavam-se de um sítio para outro, falando muito alto: Este é um exemplo onde há dois sítios perto mas dis- tante para comunicar”. Gilda Costa Fotos: “TAINADAS MADEIRA” Um trilho radical (na vertical) ao longo da es- carpa no vale da Serra de Água, desde pratica- mente o leito da ribeira até ao cimo da monta- nha, nas proximidades da Trompica, foi recen-
  • 106. Página 106 descobrindo Edição nº. 22 temente redescoberto por um grupo de ho- mens, numa arrojada iniciativa que tem o in- centivo da Junta de Freguesia da Serra de Água. A ação que permitiu tornar a descobrir a vere- da de forte inclinação que vai desde a Serra de Água, passa pelo canal da Levada do Norte, pelo zona do Piquinho, até chegar à Trompica, no cimo da vertente (estima-se que a uma alti- tude superior a 1300 metros), foi concretizada na última semana, a primeira de 2022. “Foi uma empreitada elaborada por Leonardo Macedo Gouveia” revelou a autarquia da Serra de Água na sua página na rede social Face- book, onde também agradece o empenho e es- forço do “grupo de máquinas de serra”, refe- rindo-se a todos os elementos que participaram nesta ‘aventura’ (https:// freguesias.dnoticias.pt/redescoberta-vereda- vertical-que-liga-a-serra-de-agua-a-trompica/? Museu Etnográfico da Madeira (13/02/2022; “Já começou a fazer esta iguaria, da doçaria tradicional do nosso Entrudo? Aqui fica uma receita de malassadas, divulgada na Oficina "Malassadas no Museu", promovida pelo Mu- seu Etnográfico:
  • 107. Página 107 descobrindo Edição nº. 22 Em tempo de pandemia e como não se pode celebrar o carnaval, porque não falar um pouco sobre as deliciosas Malassadas da minha ilha da madeira que aprendi muito cedo com a mi- nha mãe. A origem da tradição perde-se no tempo, mas há referências óbvias que a ligam à cana-de- açúcar, na ilha da Madeira, e que por esta liga- ção fazem com que a receita seja ligeiramente diferente numa e noutra ilha. Quanto ao nome, não deixa grande margem para dúvidas: virá de uma derivação de malas- sadas, numa alusão à textura cremosa do inte- rior. Diz quem sabe que o grande segredo deste do- ce está na técnica de amassar. Farinha, ovos batidos, açúcar, leite, mel de cana e fermento de padeiro, na Madeira - deve amassar-se vigo- rosamente - técnica também apelidada de sovar - para depois se deixar a “levedar” durante cer- ca de duas horas. Depois, é fazer a forma, habitualmente genero- sa, de cada uma das Malassadas e, tal como acontece com as natalícias filhoses, fritar. Em óleo bem quente. No final, são polvilhadas com açúcar e canela ou envolvidas em mel de cana. Foto: Museu Etnográfico da Madeira Texto (adaptado): https://pt.toluna.com/opinions/
  • 108. Página 108 descobrindo Edição nº. 22 Para efeitos administrativos e por decreto de 18 de Outubro de 1881, foi esta freguesia ane- xada à de Ribeira Brava. Mais tarde, passou a pertencer ao concelho de Ponta do Sol desde a criação deste, em 1835, fazendo hoje parte do concelho de Ribeira Brava, criado em 1914 (https://www.namadeira.pt/serra-de-agua/). Da ilha da Madeira com Amor - Bruno Dantas - Serra de Água - Ribeira Brava (Madeira) – “TAINADAS MADEIRA”, 29 de janeiro de 2022.
  • 109. descobrindo Página 109 Edição nº. 22 SERRA DE ÁGUA (RIBEIRA BRAVA –MADEIRA) FOTOREPORTAGEM DE BRUNO DANTAS (FB)-2022
  • 110. Página 110 descobrindo Edição nº. 22 SERRA DE ÁGUA (RIBEIRA BRAVA – MADEIRA) DE BRUNO DANTAS (FB)-2022
  • 111. descobrindo Página 111 Edição nº. 22 Rª. Brava (Vila), em 10 de fevereiro de 2022,. Fotos: G. Oliveira. O legado patrimonial da Rª. Brava contem- pla monumentos co- mo a Igreja Matriz...