1. Resumo do artigo “Terapia Nutricional no Paciente com
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica” do Projeto
Diretrizes.
2. Doenças respiratórias ocupam 4º lugar como causas de morte
DPOC: predominante no grupo com grande impacto econômico, na morbidade e na
mortalidade; requer prevenção, o controle e o tratamento desses doentes.
Desnutrição na DPOC:
Frequente;
Associada a morbi-mortalidade aumentada;
Vários contribuintes: diminuição na ingestão calórica (alteração da regulação do apetite),
desconforto pela dispneia (mediadores inflamatórios – resistência à insulina e ao GH),
diminuição do gasto energético (hipermetabólico, aumento do trabalho respiratório),
idade, inatividade física, hipoxia e uso de medicamentos (principalmente corticoides,
relacionados com a perda de peso e a diminuição da massa magra, inclusive do músculo
diafragma, levando à retenção de CO2).
3. TN isolada não é capaz de impedir ou melhorar esse processo.
Conjunto de medidas:
Reabilitação pulmonar
Correção da hipoxia
Terapia medicamentosa
Controle inflamatório
Mudanças nos hábitos são necessários para o sucesso do tratamento.
4. A avaliação clínica, a antropometria e a avaliação bioquímica e imunológica são
recomendadas para o diagnóstico e acompanhamento do estado nutricional do paciente
com DPOC.
Métodos tradicionais de avaliação e acompanhamento nutricional: avaliação clínica,
antropometria, bioquímica e resposta imunológica celular.
Porcentagem de peso ideal, pregas cutâneas do tríceps, circunferência do braço, índice
creatinina/altura (ICA), transferrina, albumina, proteína carreadora de retinol e
contagem de linfócitos.
Bioimpedância elétrica: mostra com maior acerto variáveis de gravidade da doença
quando comparados ao IMC.
Prediz mortalidade, porém fornece mais informações quando comparado ao IMC, e deve ser
considerado na avaliação nutricional rotineira do doente pulmonar crônico.
5. IMC < 25 kg/m² menor sobrevida em pacientes com DPOC dependentes de
oxigênio domiciliar e a recuperação do EN,
Com terapia nutricional reduz o número de óbito.
Redução de IMC, perda não intencional de peso e a diminuição da massa magra
são analisadas fatores independentes de mau prognóstico.
A recuperação do estado nutricional com o uso de TN está associada à redução de
mortalidade em pacientes com DPOC dependentes de oxigênio domiciliar.
A perda de peso pode ser alterada por terapia apropriada em alguns pacientes com
DPOC.
6. Hipermetabólico e Hipercatabólico: características relevantes para o planejamento
nutricional
Dispneia e intolerância aos exercícios, além de aumento na PaCO2: maior gasto
energético em repouso nos pacientes com DPOC, com aumento na oxidação de
carboidratos, leva a aumento do trabalho respiratório e a diminuição da eficiência
respiratória.
Maior nível sérico de substâncias catabólicas (cortisol e interleucina 6) em relação
às anabólicas (DHEAS, IGF-1 e testosterona), além de maior relação de fatores
catabólicos/anabólicos.
7. Dieta rica em CHO: acrescem a produção de CO2 e do quociente respiratório, induzindo ao incremento
do trabalho respiratório
Contribuem para elevação da PaCO2 e da dispneia, levando à redução da tolerância aos exercícios.
Dietas Lipídicas:
Alta: maior incidência de sintomas gastrointestinais (retardo no esvaziamento gástrico) podendo causar
desconforto respiratório;
Estudo: associação da ingestão alimentar e a produção de CO2, recomendando concentração de gordura de 20% a
40% do total de calorias.
Em insuficiência respiratória de diferentes causas, não se notou vantagem ou desvantagem do uso de
infusão de lipídios intravenosos, em pacientes com DPOC.
Não existem vantagens adicionais no uso de suplemento nutricional oral (SNO) pobre em carboidratos
e rico em lipídios quando comparado a SNO padrão, rico em proteína ou em energia.
Dieta glicídica é mais tolerada para os pacientes.
8. Suplementação nutricional, enteral ou parenteral, em repouso: melhora no estado
nutricional, no balanço nitrogenado, no ganho de peso, na circunferência do braço
e na capacidade de ligação do ferro (melhora a força muscular respiratória e
resistência da musculatura periférica).
Recomendação: oferta hipercalórica (1,7x a taxa metabólica em repouso) e
hiperprotéica (guiada pelo balanço nitrogenado) para a recuperação do estado
nutricional.
9. Oferta calórica de 1,3x a taxa metabólica em repouso para o paciente com DPOC
estável é recomendada.
Reconhecimento do estado metabólico.
10. Sugerido para melhorar o balanço nitrogenado e a força muscular desses pacientes
Aumento de massa muscular sem melhoria na tolerância ao exercício e sem aumento da
força muscular.
Pacientes em ventilação mecânica: não diminui o tempo de ventilação mecânica e
não melhora a sobrevida.
Não é recomendado o uso de GH como complemento à terapia nutricional.
11. Estudo duplo-cego: pacientes com anorexia e abaixo do peso com o uso de acetato
de megestrol pode resultar em melhora no apetite e no ganho de peso, sem efeito
na função respiratória ou na tolerância ao exercício.
Nandrolona: em curtos períodos pode trazer benefícios funcionais a pacientes com
DPOC, especialmente os corticodependentes, sem, entretanto, ter impacto na
mortalidade.
Oxandrolona: bem tolerada em pacientes com DPOC com perda de peso.
12. Exacerbação aguda da DPOC está acompanhada de desequilíbrio no balanço
nitrogenado, gerado pela diminuição da ingestão alimentar e pelo aumento no
gasto energético do paciente.
Intervenção terapêutica resulta em diminuição no gasto energético.
Necessidade maior de potássio, fósforo, magnésio, zinco e vitaminas.
Necessidade energética = 40-45 kcal/kg/dia
Necessidade proteica = 1,5 kg/dia
Progressão lenta e monitorada por
parâmetros metabólicos (glicemia e CO2,
de preferência com calorimetria
indireta.
13. Ajudar pacientes nos diferentes estágios clínicos da doença
Uso de dietas ricas de lipídios tem sido recomendado para facilitar o desmame da
ventilação mecânica apenas em pacientes retentores de CO2, nos quais as
medidas habituais do tratamento não reduzem o esforço respiratório.
Reduzir o catabolismo e a perda nitrogenada
Em períodos de estabilidade: reduzir a repleção nutricional.
14. TNE é mais barata e possui menos incidência infecciosa
Rigor para não hiperalimentar (aumenta o consumo de O2).
Terapia mista: não traz benefícios clínicos;
Nutrição enteral precoce com uso de glutamina, enteral ou parenteral, e o controle
glicêmico intensivo estão todos associados com a redução de mortalidade por
infecção em pacientes graves.
Nos pacientes em que o tubo digestivo não esteja funcionante, pode-se utilizar a
via parenteral e a mista (enteral e parenteral)
15. Auxilia na diminuição nos níveis de mediadores inflamatórios, como citocinas,
interleucinas, fator de necrose tumoral e leucotrienos.
Estudo – teste de caminhada 6’: com o consumo, diminui a escala de dispneia de
Borg e na saturação arterial de oxigênio também apresentaram melhoria
significativa.
Estudo com uso de EPA, óleo de borage e antioxidantes: efeito positivo sobre
tempo de internação, tempo de ventilação mecânica e diminuição do risco de nova
falência orgânica.
Papel de mediador inflamatório na dinâmica respiratória.
Não há evidência suficiente para se recomendar o uso de ômega-3 no paciente com
DPOC.