2. Interpretação do eletrocardiograma
Sumário
1. Revisão anatomofisiológica do
coração.
2. Sistema de condução elétrica
do coração.
3. A formação das ondas e dos
complexos.
4. O Papel do ECG.
5. Complexo eletrocardiográfico.
6. Derivações do ECG.
7. O eixo elétrico.
8. o ECG normal.
Bloco
1
O ECG
Básico
5. Interpretação do eletrocardiograma
3. A formação das ondas e dos complexos.
P despolarização dos
átrios.
QRS despolarização dos
ventrículos.
T repolarização ventricular.
8. Interpretação do eletrocardiograma
4. O papel do ECG
Consiste em linhas verticais e horizontais cada uma
afastada em 1 milímetro.
Horizontais: tempo da medida (0,4 seg).
Verticais: amplitude da onda (0,1mV).
10. Interpretação do eletrocardiograma
5. Complexo eletrocardiográfico, onda P
Representa a despolarização atrial.
Localização: precede o complexo QRS.
Amplitude: altura de 2 a 3mm.
Duração: 0,06 a 0,12s.
Deflexão: positiva em I, II, aVF, V2 a V6; geralmente
positiva em III e aVL; negativa em aVR; bifásica em
V1.
11. Interpretação do eletrocardiograma
5. Complexo eletrocardiográfico, intervalo PR
Mostra o impulso atrial desde os átrios até o nó AV.
Localização: do início da onda P até o início do
complexo QRS.
Duração: 0,12 a 0,20s.
12. Interpretação do eletrocardiograma
5. Complexo eletrocardiográfico, QRS
Representa a despolarização e a condução do impulso
nos ventrículos.
Localização: após o intervalo PR.
Amplitude: 5 a 30mm de altura.
Duração: 0,06 a 0,10s ou metade do intervalo PR.
Deflexão: positiva em I, II, III, aVL, aVF, V4 a V6;
negativa em aVR, V1 e V2; bifásica em V3.
13. Interpretação do eletrocardiograma
5. Complexo eletrocardiográfico, ST
Representa o final da condução ventricular e o início
da repolarização.
Ponto J: marca o final do QRS e o início do ST.
Localização: da onda S até o início da onda T.
Deflexão: geralmente isoelétrica.
Pode variar de -0,5 a +1mm em algumas precordiais.
14. Interpretação do eletrocardiograma
5. Complexo eletrocardiográfico, onda T
Representa o período refratário da repolarização
ventricular.
Localização: após o segmento ST.
Amplitude: 0,5mm nas derivações I, II e III e até
10mm nas derivações precordiais.
Deflexão: geralmente positiva em I, II, aVL, aVF e V2
a V6; invertida em aVR; variável em III e V1.
15. Interpretação do eletrocardiograma
5. Complexo eletrocardiográfico, QT
Mede o tempo necessário para a despolarização e a
repolarização ventriculares.
Localização: do início do complexo QRS até o final da
onda T.
Duração: de 0,36 a 0,44s.
16. Interpretação do eletrocardiograma
5. Complexo eletrocardiográfico, onda U
Representa a repolarização do sistema His-Purkinje.
Pode não aparecer no ECG.
Localização: após a onda T.
Deflexão: positiva.
18. 6. Derivações do ECG
12 derivações fornecem 12 visões diferentes
da atividade elétrica do coração.
Cada derivação transmite informações sobre
uma área diferente do coração.
As 12 derivações incluem 6 dos membros e 6
precordiais.
Interpretação do eletrocardiograma
19. 6. Derivações do ECG, dos membros
Registram a atividade elétrica do plano frontal
do coração.
Incluem as três derivações bipolares (I, II, III).
E as três derivações unipolares aumentadas
dos membros (aVr, aVL, aVF).
Interpretação do eletrocardiograma
20. 6. Derivações do ECG, precordiais
Fornecem informações sobre a atividade
elétrica no plano horizontal do coração.
Derivações precordiais padrão: V1, V2, V3,
V4, V5, V6).
São derivações unipolares.
Interpretação do eletrocardiograma
21. 6. Derivações do ECG, bipolares dos membros
Derivação I: conecta o BD
(pólo negativo) com o BE
(pólo positivo).
Derivação II: conecta o
BD (pólo negativo) com a
PE (pólo positivo).
Derivação III: conecta o
BE (pólo negativo) com a
PE (pólo positivo).
Interpretação do eletrocardiograma
22. 6. Derivações do ECG, bipolares dos membros
Interpretação do eletrocardiograma
23. 6. Derivações do ECG, unipolares dos membros
aVR: conecta o BD (pólo positivo) com o
coração (pólo negativo).
aVL: conecta o BE (pólo positivo) com o
coração (pólo negativo).
aVF: conecta a PE (pólo positivo) com o
coração (pólo negativo).
Interpretação do eletrocardiograma
25. Interpretação do eletrocardiograma
7. Eixos elétricos
Referem-se à força e à direção da onda de
despolarização através do coração.
São chamados de vetor QRS médio.
Seguem a direção do sistema de condução.
26. Interpretação do eletrocardiograma
7. Eixos elétricos, desvios
Ocorre quando a atividade elétrica no coração afasta-
se das áreas de lesão ou necrose.
Normal: entre 0 e 90°.
Desvio do eixo para a direita: entre 90 e 180°.
Desvio do eixo para a esquerda: entre 0 e -90°.
Desvio extremo do eixo: entre -180 e -90°.
27. 7. Eixos elétricos, determinação
-
-
-
-
+
+
+
+
II
60°
III
120°
I
0°
AVL
-
30°
AVR
210°
AVF
Interpretação do eletrocardiograma
29. Interpretação do eletrocardiograma
7. Eixos elétricos, desvios para a esquerda
Envelhecimento.
Estenose aórtica.
IAM de parede inferior.
Bloqueio de ramo esquerdo.
Hipertrofia de ventrículo esquerdo.
Alterações mecânicas (ascite, gestação, tumores).
30. Interpretação do eletrocardiograma
7. Eixos elétricos, desvios para a direita
Enfisema pulmonar.
IAM de parede lateral.
Hipertensão pulmonar.
Estenose pulmonar.
Bloqueio de ramo direito.
Hipertrofia ventricular direita.
31. Interpretação do eletrocardiograma
8. O ECG, método de avaliação
Determine o ritmo.
Determine a freqüência.
Avalie a onda P.
Meça o Intervalo PR.
Determine a duração do QRS.
Examine as ondas T.
Meça o Intervalo QT.
Verifique a presença de batimentos ectópicos ou
outras anormalidades.
Determine o eixo.
32. Determinar o Ritmo
Avalie a distancia entre os intervalos R- R a fim
de verificar ritmo ventricular.
Avalie a distancia entre os intervalos P-P afim de
avaliar ritmo atrial.
36. Avaliar Freqüência
O método de 10 vezes: observe que o papel do ECG está
marcado com intervalos de 3 segundos ou 15 Quadrados
grandes, para determinar a freqüência atrial Obtenha um
traçado de 6 segundos, conte o numero de ondas P,e
multiplique por 10,pois dez traçados de 6 segundos
representam um minuto
37. Avaliar a Freqüência.
O método do 1500
Se o ritmo cardíaco for regular, conte o quadrados
pequenos entre ponto idênticos em duas ondas P
consecutivas e depois divida por 1500, pois 1500
quadrados Pequenos correspondem a 1 minuto.
38.
39. Avaliar a Freqüência.
O método de 300
Divida 300 pelo quantidade de quadrados grandes entre os
intervalos RR
43. I- Critérios Eletrocardiográficos para
Caracterização das Arritmias
1. Ritmo sinusal (RS)
É o ritmo fisiológico do coração
Se origina no AD alto
Presença de ondas P +
Pode variar entre –30 e +90 graus
Duração inferior a 110 ms
Amplitude máxima de 3 mm
2. Taquicardia sinusal (TS)
FC > de 100 bpm
3. Bradicardia sinusal (BS)
FC < de 50 bpm
44.
45. I- Critérios Eletrocardiográficos para
Caracterização das Arritmias
B. Outras arritmias de origem
supraventricular
1. Fibrilação atrial (FA)
Ritmo secundário à atividade elétrica atrial
desorganizada
Linha de base que pode se apresentar
isoelétrica, com irregularidades finas,
grosseiras, ou por um misto dessas
alterações.
FC irregulares e, com isso, a ciclos RR não
constantes
Ondas “F”, com freqüência entre 450 e 700
ciclos por minuto.
47. I- Critérios Eletrocardiográficos para
Caracterização das Arritmias
B. Outras arritmias de origem
supraventricular
2. Flutter atrial comum (FluAC)
Ondas “F”, com aspecto de dentes de serrote
Freqüência entre 240 e 340 bpm ???????
Negativas nas derivações inferiores e
Geralmente, positivas em V1
ondas “F” nas derivações DI e aVL de baixa
voltagem.
A presença de resposta ventricular elevada
(condução 1:1 ou 2:1) pode dificultar a
visualização eletrocardiográfica das ondas “F”
50. I- Critérios Eletrocardiográficos para
Caracterização das Arritmias
C. Arritmias ventriculares
1. Extra-sístole ventricular (EV)
Apresenta-se como batimento originado no ventrículo,
precocemente
com pausa pós-extra-sistólica, quando recicla o
intervalo RR
Caso não ocorra modificação no intervalo RR, é
chamada de extra-sístole interpolada.
Se possuidora da mesma forma eletrocardiográfica,
deve ser denominada de monomórfica
e, se tiver formas diversas, de polimórfica
De acordo com sua freqüência, pode ser classificada
em isolada, pareada, em salva, bigeminada,
trigeminada, quadrigeminada, etc
Deve ser abreviada com a sigla EV e, no plural, EEVV.
51.
52.
53. I- Critérios Eletrocardiográficos para
Caracterização das Arritmias
C. Arritmias ventriculares
2. Taquicardia ventricular sustentada
monomórfica (TVSM)
Ritmo ventricular tem morfologia uniforme,
freqüência superior a 100 bpm
Duração maior de 30s.
3. Taquicardia ventricular sustentada
polimórfica (TVSP)
Ritmo ventricular com QRS de morfologia
variável
Freqüência superior a 100 bpm
Duração superior a 30s.
54.
55. I- Critérios Eletrocardiográficos para
Caracterização das Arritmias
C. Arritmias ventriculares
4. Taquicardia ventricular não sustentada
(TVNS)
Ritmo ventricular repetitivo, com 3 ou mais
batimentos consecutivos, autolimitado
Com duração inferior a 30s
FC superior a 100 bpm
5. Taquicardia ventricular tipo torsades
de pointes (TdP)
Taquicardia com QRS largo, polimórfica,
autolimitada
Com QRS “girando” em torno da linha de base
Precedida por ciclos: longo-curto (extra-
sístole-batimento sinusal - extra-
sístole) ????????e QT longo
56.
57. I- Critérios Eletrocardiográficos para
Caracterização das Arritmias
C. Arritmias ventriculares
6. Fibrilação ventricular (FV)
Caracteriza-se por ondas bizarras, caóticas,
de amplitude e freqüência variáveis.
Pode ser precedido de TV ou torsades de
pointes, que degeneraram em FV
Clinicamente, corresponde à PCR
61. I- Critérios Eletrocardiográficos para
Caracterização das Arritmias
D. Condução atrioventricular
1. Bloqueio AV de primeiro grau (BAVI)
O intervalo PR é superior a 0,20 s
FC inferior a 90 bpm
2. Bloqueio AV de segundo grau tipo
Mobitz I
(com fenômeno de Wenckebach) (BAVII-
MI)
O alentecimento da condução AV é gradativo
Existe aumento progressivo do intervalo PR
sendo tais acréscimos gradativamente menores
até que a condução AV fique bloqueada
e um batimento atrial não consiga ser conduzido
63. I- Critérios Eletrocardiográficos para
Caracterização das Arritmias
D. Condução atrioventricular
3. Bloqueio AV de segundo grau tipo
Mobitz II (BAVII-MII)
existe uma claudicação súbita da condução
AV
Nota-se condução AV 1:1 com intervalo PR
fixo
e, repentinamente, uma onda P bloqueada
Seguida por nova condução AV 1:1 com PR
semelhante aos anteriores
A freqüência da claudicação pode ser variável,
por exemplo, 5:4, 4:3, 3:2
64. I- Critérios Eletrocardiográficos para
Caracterização das Arritmias
D. Condução atrioventricular
4. Bloqueio AV 2:1 (BAV2:1)
Para cada dois batimentos de origem atrial,
um é conduzido e despolariza o ventrículo
e outro é bloqueado e não consegue
despolarizar o ventrículo
65.
66. I- Critérios Eletrocardiográficos para
Caracterização das Arritmias
D. Condução atrioventricular
6. Bloqueio AV do terceiro grau ou BAV total
(BAVT)
Neste caso, os estímulos de origem atrial não
conseguem chegar aos ventrículos e despolarizá-los
Fazendo com que um foco abaixo da região de
bloqueio assuma o ritmo ventricular
Não existe correlação entre a atividade elétrica atrial e
ventricular
No ECG ondas P não relacionadas ao QRS
A freqüência do ritmo atrial é maior que a do ritmo de
escape ventricular
67.
68. I- Critérios Eletrocardiográficos para
Caracterização das Arritmias
D. Condução atrioventricular
8. Condução intraventricular com padrão
de préexcitação (WPW)
Espaço PR curto com presença de onda delta
que demonstra padrão de despolarização
ventricular precoce e anômala por via
acessória.
71. III – Critérios Eletrocardiográficos para
a caracterização de Situações Especiais
1. Distúrbios eletrolíticos
2.1 Hipopotassemia
Aumento da amplitude da onda U
depressão do SST e da onda T
aumento do intervalo QTU
2.2 Hiperpotassemia
Onda T apiculada e de base estreita
redução do intervalo QTc
distúrbio de condução intraventricular (QRS
alargado)
75. II – Critérios Elétrocardiográficos para a Caracterização de
Isquemia, Lesão e Área Elétricamente Inativa
A. Isquemia
1. Isquemia subepicárdica
Alterações da repolarização ventricular
Onda T negativa, pontiaguda e simétrica na
parede correspondente
2. Isquemia subendocárdica
Alterações da repolarização ventricular
onda T positiva, pontiaguda e simétrica na
parede correspondente
76. II – Critérios Elétrocardiográficos para a Caracterização de
Isquemia, Lesão e Área Elétricamente Inativa
B. Lesão
1. Lesão subepicárdica
Supradesnivelamento do ponto J e do
segmento ST
com convexidade superior deste segmento
nas derivações que exploram a lesão
2. Lesão subendocárdica
Infradesnivelamento do ponto J e do segmento
ST
com concavidade superior deste segmento
nas derivações que exploram a lesão
77.
78.
79. II – Critérios Elétrocardiográficos para a Caracterização de
Isquemia, Lesão e Área Elétricamente Inativa
C. Necrose
ondas QS ou Qr, sugestivas, respectivamente,
de necrose transmural ou subepicárdica,
acompanhadas de ondas T negativas, nas
derivações que exploram a necrose
Se diz “zona eletricamente inativa da área...”
94. IV – Referências Bibliográficas
1. Diretriz de interpretação de
eletrocardiograma de repouso
Arq Bras Cardiol volume 80, (suplemento II),
2003.
2. SAVP Manual para provedores
American Heart Association, 2003.
3. Enfermagem médico-cirúrgica
Brunner e Suddart, 8ª ed, 1998.
4. Blackbook de Clínica Médica
Pedrosa, E. R. P; Oliveira, R. G. 1ª ed, 2007.