O documento descreve vários movimentos espiritualistas que surgiram após John Wesley, incluindo o Movimento Evangélico, a Igreja Anglicana, igrejas separatistas, avivamentos do século XIX e movimentos missionários e milenaristas. Detalha os principais líderes e características desses movimentos, como o foco no conversionismo, biblicismo e crucicentrismo do Movimento Evangélico e as reformas sociais promovidas por William Wilberforce contra a escravidão na Inglaterra.
FORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptx
História da Igreja II: Aula 10: Movimentos Espiritualistas pós-Wesley
1. Movimentos Espiritualistas pós Wesley
A chama continua queimando
História Eclesiástica II
Pr. André dos Santos Falcão Nascimento
Blog: http://prfalcao.blogspot.com
Email: goldhawk@globo.com
Seminário Teológico Shalom
2. Movimentos Espiritualistas pós John Wesley
Movimento Evangélico
Igreja Anglicana
Igrejas Separatistas
Avivamentos do séc. XIX
Movimento Missionário
Movimentos milenaristas
Movimentos sectários
3. Movimento Evangélico
Movimento inaugurado pelos avivamentos do séc. XVIII, possuindo quatro
grandes pilares:
Conversionismo: A necessidade de alguém “nascer de novo”, com uma
completa transformação de vida.
Biblicismo: Identificação com a história bíblica e alta confiança em sua
autoridade.
Crucicentrismo: Atenção à doutrina da morte e ressurreição de Cristo na
cruz do calvário, oferecendo perdão dos pecados e nova vida.
Ativismo: Tendência a compartilhamento ativo do evangelho em formas
diversas, como pregação, evangelismo e ação social.
A certeza da salvação diferenciou o movimento do puritanismo, pois este
acreditava que a certeza da salvação vinha tarde na vida e após lutas na
vida do fiel, enquanto os evangelicais acreditam na certeza da salvação
imediatamente após a conversão.
4. Movimento Evangélico Anglicano - Pioneiros
John Newton (1725-1807): Jovem incrédulo que degenerou tanto
que chegou a ser escravo, converteu-se e foi ordenado ao
ministério, tornando-se ministro em Olney, em 1764. Escreveu
“Amazing Grace” e “Nome Bom”.
Thomas Scott (1747-1821): Sucessor de Newton, escreveu um
comentário bíblico amplamente usado pelos evangélicos.
Isaac Milner (1750-1820) e Charles Simeon (1759-1836):
Catedráticos de Cambridge, tornaram a universidade o centro de
operações dos evangélicos, produzindo a teologia calvinista que
conduziria o povo. Conduzia reuniões de oração às segundas-feiras
à noite que inspiraram diversos missionários.
5. Facção de Clapham
Movimento constituído de pessoas ricas que residiam em Clapham,
apoiou muitos líderes leigos em uma reforma social de 1792 a 1813.
Liderado por John Venn (1759-1833), o grupo se reunia na grande
biblioteca oval de Henry Thornton (1760-1815), rico banqueiro que doava
anualmente grande parte de seus rendimentos para filantropia.
Entre os moradores do bairro estavam Charles Grant, presidente da
Companhia das Índias Orientais, William Wilberforce, grande líder na luta
contra a escravidão, James Stephen, cujo filho fez grades doações para
os missionários nas colônias, dentre outros.
Responsáveis pelo estabelecimento da colônia particular de Serra Leoa,
em 1781, para servir de refúgio a escravos libertos, apoiando-os até que o
governo assumisse a responsabilidade (evangélicos americanos
fundariam, mais tarde, a colônia da Libéria).
6. Exeter Hall
Movimento surgido nas dependências deste famoso prédio
londrino, onde as sociedades missionárias tinham suas reuniões
anuais, influenciando o governo a apoiar seus interesses.
John Philip (1775-1851), superintendente das missões
congregacionais na África do Sul de 1819 até sua morte, usou a
influência do Exeter Hall para conseguir uma legislação capaz de
evitar a exploração exercida sobre os hotentotes da colônia do
Cabo.
O movimento ficou conhecido por sua luta na tentativa de evitar a
exploração ou opressão das populações nativas por parte de
colonizadores e comerciantes brancos.
7. Abolição da escravatura
Luta encampada por William Wilberforce (1759-1833), autor de Practical
View, livro que retratava, entre outras coisas, a importância de uma
piedade prática que redundasse em serviço relevante à sociedade.
Juntou-se a vários evangélicos que buscaram reformas sociais na
Inglaterra, por crerem que todo homem é um ser espiritual como filho de
Deus, seja potencial, seja presente.
Graças a seus esforços, a escravatura no Império Britânico foi erradicada
em etapas:
1772: Impedimento de posse de escravos na Inglaterra.
1807: Ingleses não podem mais participar do comércio escravagista.
1815: Com apoio do delegado inglês no Congresso de Viena, o comércio
de escravos é extinto na maioria dos países europeus.
1833: Escravidão erradicada nas posses britânicas, com compensação aos
donos.
8. Reformas sociais na Inglaterra
Lorde Shaftesbury (1801-1885): Consegue aprovação de lei, em 1840,
que impede que menores de 16 anos sejam empregados na limpeza de
chaminés, e, dois anos depois, consegue que se proíba a contratação de
mulheres e crianças abaixo de 10 anos para trabalho nas minas. Em
1845, consegue impedir os passeios em asilos para se observar os
comportamentos dos lunáticos.
John H. Howard (1726-1790): Investe a vida na reforma penitenciária,
garantindo remuneração e alimentação aos carcereiros, que tinham que
extorquir dinheiro dos presos para viver. Elizabeth Fry (1780-1845)
continuou a obra.
Implantação das Escolas Dominicais: Aulas de leitura, caligrafia e
aritmética básicas.
Fundação de sociedades bíblicas: Religious Tract Society (1799) e British
and Foreign Bible Society (1804).
9. Movimento de Oxford (1833-1845)
Movimento vinculado à Universidade de Oxford que ressaltou a
importância da igreja e do ritual na vida do indivíduo, sucessão apostólica,
regeneração batismal e valor do ritual no culto.
Seus líderes publicaram os Tracts for the Times (Folhetos do Momento),
explicando essas necessidades.
O Movimento Romântico, com seu destaque para as glórias do passado
gótico e seu amor pela beleza ritual para estimular as emoções estéticas
do culto, fomentou as ideias ritualistas do movimento, com os seguidores
do movimento buscando restaurar ao culto a majestade do passado
através do estudo da história dos ritos e vestes.
O Movimento involuntariamente serviu de meio termo entre a Igreja
Católica e os evangélicos mais radicais, pois defendia os elementos
sacramentais sem a rigidez hierárquica católica, além de servir bastante
aos pobres e incrédulos.
10. Movimento de Oxford - Expoentes
John Keble (1792-1866): Autor de The Christian Year, obra de hinos em
louvor da Igreja e do valor da ceia, é o autor mais importante do
movimento. Pregou mensagem em que defendia a presença física e real
do corpo e do sangue de Cristo na ceia, e que esta só era válida quando
administrada por ministros ordenados segundo a sucessão apostólica.
John Henry Newman (1801-1890): Líder dos tractarianos, depois de editar
o primeiro volume do Tracts for the Times, em 1833, tornou-se líder de
fato do Movimento até 1845, quando se torna católico romano e carrega
875 amigos seus, sendo 250 ministros e teólogos de Cambridge e Oxford,
consigo para a ICAR. Torna-se cardeal antes de falecer.
Edward Pusey (1800-1882): Professor de hebraico em Oxford, assume o
posto de Newman após sua conversão ao catolicismo e manteve a
direção de defesa da liturgia pelo grupo, que pregou a importância da
arquitetura gótica ao culto e o uso de cruzes e velas na igreja. Também
nesta época surgiram conventos e mosteiros para quem desejasse uma
vida ascética.
11. Movimento Evangélico – Não conformistas
Exército da Salvação: Movimento organizado pelo pastor metodista
William Booth (1829-1912) para alcançar os marginais mediante
evangelismo ao ar livre e serviço social.
Sua esposa, Catherine (1828-1890) era hábil pregadora e defendia
a participação das mulheres na pregação e no serviço.
Movimento organizado em 1878 com um sistema autocrático e
hierárquico e com uso de uniformes.
Movimento de âmbito mundial nos dias de hoje, em forma de
denominação, com mais de 15 mil congregações e 1,1 milhões de
membros.
Filosofia: 3 “S”: Primeiro a sopa, depois o sabão e, por fim, a
salvação.
12. Movimento Evangélico – Não conformistas
Os Irmãos (p. 436): Movimento criado por John N. Darby (1800-1822),
advogado e pároco auxiliar da Igreja da Irlanda, pregando o
arrebatamento dispensacional pré-milenista, o sacerdócio dos crentes e a
orientação direta do Espírito Santo, não aceitando o ministério ordenado.
Estudantes zelosos da Bíblia até hoje. Também conhecido como Irmãos
de Plymouth.
Igreja Apostólica Católica: Organizada em 1842 por discípulos de Edward
Irwing, que criam que a igreja ainda desfrutava dos dons espirituais dados
a ela na era apostólica e enfatizam o “falar em línguas”.
Associação Cristã de Moços: Fundada por George Williams (1821-1905)
em 1844 para atender necessidades dos jovens da cidade de esporte,
sociabilidade e hospedagem em ambiente cristão. A AC Moças foi
fundada em 1866 para prover serviço semelhante às mulheres.
13. Movimento Evangélico – Não conformistas
Charles Haddon Spurgeon: Considerado o “Príncipe dos Pregadores”,
Spurgeon (1834-1892), pastor batista reformado, foi o mais proeminente
pregador da Inglaterra em meados do séc. XIX.
Ao longo de seu ministério, teve que mudar para templos cada vez
maiores, até que, em 1861, se mudou para o Tabernáculo Metropolitano,
com 4700 assentos e capacidade para 12000 pessoas. Aproximadamente
15000 pessoas foram acrescentadas à sua igreja até 1891.
Sua Faculdade de Pastores formou 900 obreiros até sua morte.
Sua pregação era primordialmente expositiva e calvinista, levando às
vezes duas horas para completar suas mensagens.
A quantidade de pessoas que afluía a sua igreja era tanta que ele pedia
que as pessoas se ausentassem da igreja de três em três meses para
permitir que outros pudessem ouvir o evangelho.
14. Movimentos Missionários - Causas
Reavivamentos metodista e evangélico.
Conquistas territoriais de impérios holandês e inglês.
Desbravamento de terras inexploradas.
Conceito reformado da necessidade de relacionamento
individual pessoal com Deus (ganhos indivíduos, e não
nações).
15. Movimentos Missionários
Baptist Missionary Society (1792): Fundada por William Carey
(1761-1834) em Kettering, Inglaterra. Sapateiro, Carey aprendeu
sozinho vários idiomas e escreveu um panfleto em 1792
conclamando batistas e outras igrejas a enviar missionários ao
campo. Fundou a Faculdade de Serampore, colônia dinamarquesa
na Índia. O maior expoente da Sociedade foi George Grenfell
(1848-1906), responsável pelo mapeamento do Rio Congo.
London Missionary Society (1795): Sociedade congregacional,
fundada a partir de uma carta de Carey.
Scottish Missionary Society (1796) e Glasgow Missionary Society
(1797): Sociedades presbiterianas.
Church Missionary Society (1799): Sociedade evangelical.
Wesleyan Missionary Society (1813): Sociedade metodista.
16. Movimentos Missionários
China Inland Society (1865): Fundada por Hudson Taylor (1832-
1905), esta sociedade foi formada com a intenção de levar o
evangelho ao país asiático. Por volta de 1890, cerca de 40% dos
missionários na China estavam filiados à sociedade. Taylor foi o
primeiro missionário a entender a questão cultural, vestindo-se e
usando o mesmo corte de cabelo que os chineses na época.
Índia (1813): Obrigação da Companhia das Índias Orientais de
aceitar missionários em seus quadros.
China (1858): Obrigada a aceitar missionários após derrota na
Segunda Guerra do Ópio.
17. Movimentos Missionários – Esforços individuais
Robert Moffat (1795-1883): Tradução da Bíblia para idiomas de
tribos importantes do sul da África.
David Livingstone: Expandiu o conhecimento geográfico da região
central da África de 1841 a 1873, combateu o comércio de
escravos por parte dos árabes, fazendo ambos com o intuito de
possibilitar a pregação do evangelho.
Robert Morrison (1782-1832): Estudou mandarim e fez um
dicionário chinês e uma tradução da Bíblia para serem usados
assim que os missionários conseguissem entrar no país.
Adoniram Judson (1788-1855): Fez um dicionário e traduziu a
Bíblia para o birmanês, país de sua atuação.
Samuel Marsden (1764-1838): Australiano que levou o evangelho
aos maori da Nova Zelândia, ajudando na incorporação deste povo
pela sociedade democrática branca.
18. Movimentos Missionários – Esforços individuais
Mulheres missionárias:
Amy Carmichael (1867-1951) foi pra Índia em 1895,
resgatando meninas da prostituição nos templos pagãos,
criando um lar para elas no sul da Índia.
Ida Scudder (1870-1960): Continuou o trabalho médico do
pai na Índia, construindo um complexo hospitalar.
Mary Slessor (1848-1915): Trabalho solitário por 40 anos
na África, com sucesso entre comunidades tribais.
Clara Swain: Primeira mulher médica na Índia, em 1870.
19. Movimentos Missionários – Esforços individuais
Esposas de missionários:
Mary Livingstone: Viveu separada por anos de seu marido
David, vivendo com poucos recursos enquanto ele
explorava a África Central e a abria ao evangelho.
Ann Judson (1789-1826): Ajudou seu marido na tradução
da Bíblia para o birmanês e aliviou seu sofrimento quando
foi preso pelo governo.
20. Avivamentos do séc. XIX
Charles Finney (1792-1875)
Segundo Grande Reavivamento
Grande Reavivamento de 1843-44
Grande Reavivamento de 1857-58 (surge em
reunião de oração durante hora do almoço em Nova
Iorque)
Reavivamento irlandês de 1859
Reavivamento galês de 1859 e de 1904-07
21. Avivamentos do séc. XIX – Charles Finney
Charles Finney (1792-1875): Pastor originariamente presbiteriano, apesar
de discordar de suas doutrinas fundamentais, foi responsável por iniciar
diversos períodos de avivamento pelo mundo.
Sua ênfase estava na oração e no derramamento instantâneo do Espírito
Santo. Orava horas por dia, algo que chamava de carregar um “fardo de
oração”, antes de entrar em uma cidade e pregar, pedindo por um
reavivamento. As plateias manifestavam pesar enorme pela compreensão
de seus estados de pecado, chorando, suspirando, gritando e gemendo.
Também houveram fenômenos de quedas e tremores, dentre outros.
As reuniões de Finney quando chegava a uma cidade envolviam em geral
uma reunião de oração de dia, uma reunião de pessoas com dúvidas à
tarde e cultos à noite.
22. Avivamentos do séc. XIX – Charles Finney
Segundo o próprio Finney, as características do reavivamento
que via ao seu redor eram:
Predominância de um Espírito poderoso de oração que
prevalece.
Convicção esmagadora do pecado.
Conversões súbitas e poderosas a Cristo.
Grande amor e alegria entre os convertidos.
Inteligência e estabilidade dos convertidos.
Grande sinceridade, atividade e utilidade nas orações e
trabalhos para outros.
23. Avivamentos do séc. XIX – 2º Grande Reavivamento
O Segundo Grande Reavivamento teve início em 1787, em
Hampden-Sidney, pequena faculdade da Virgínia. Dali, se espalhou
para a Faculdade Washington e por toda a Igreja Presbiteriana do
sul. A ênfase era o despertamento dos estudantes para sua
condição espiritual.
1802: Início da fase congregacional do movimento na Nova
Inglaterra, a partir de Yale, sob a liderança de seu reitor Timothy
Dwight (1752-1817).
1820: Avivamento chega ao oeste, para onde muitos haviam
emigrado (25% da população vivia fora dos 13 estados originários).
Os presbiterianos eram os mais influentes na propagação do
reavivamento neste local, onde faziam acampamentos. O mais
famoso foi em Cane Ridge, Kentucky, que reuniu 10 mil pessoas
em 1801.
24. Avivamentos do séc. XIX – 2º Grande Reavivamento
Uma consequência do movimento foi a divisão de igrejas:
Igreja Presbiteriana de Cumberland (1810): Cisão por ordenação
de homens sem preparo intelectual para servirem nas igrejas do
oeste, uso de acampamentos e sistema de pregadores
itinerantes. Tornou-se uma das mais fortes do oeste.
Discípulos (ou Igreja Cristã)(1832): Cisão por negação de ceia a
pessoas fora do grupo, batismo por imersão e pregação da
segunda vinda de Cristo.
Igreja Unitária (1825): O movimento foi atacado por esta igreja,
que negava a trindade e pregava a bondade do homem,
salvação pelo desenvolvimento do caráter, da unidade de Deus,
da humanidade de Cristo e da imanência de Deus no coração do
homem.
25. Avivamentos do séc. XIX – Movimentos milenaristas
Ao longo do séc. XIX, muitos começaram a se interessar pela volta de
Jesus Cristo. Alguns começaram a realizar contas para tentar determinar
o seu retorno, gerando alguns grupos religiosos.
O primeiro a surgir foi a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Fundada por
William Miller (1782-1849), fazendeiro zeloso no estudo da Bíblia, que se
convenceu que Cristo voltaria à terra 2300 anos (Dn. 8.14) após o retorno
de Esdras a Jerusalém, em 457 a.C. O ano de retorno seria 1843.
Milhares se prepararam para a data marcada, entre 21/3/1843 e
21/3/1844. Quando esta data passou, a maioria manteve a fé. Novas
datas foram marcadas para 18/4 e 22/10. Quando esta última passou, a
maioria abandonou a fé. O evento foi conhecido como o Grande
Desapontamento. Vale notar que o movimento se estruturou em igreja em
1860, após Hiram Edison explicar a não-manifestação de Jesus com a
teoria de que o santuário ao qual veio era celestial, e não terreno. Ellen G.
White (1827-1915) o superou e teve seus escritos entendidos como
inspirados. Suas principais crenças são: guarda do sábado, sono da alma
e aniquilação dos ímpios (não há inferno).
26. Avivamentos do séc. XIX – Movimentos milenaristas
Testemunhas de Jeová: Grupo fundado por Charles T. Russell em 1870 como
um grupo independente para estudar a Bíblia na cidade de Pittsburgh, pregou
contra diversas doutrinas bíblicas, como a imortalidade da alma, inferno,
predestinação, o retorno corpóreo de Jesus Cristo, a trindade, a aniquilação
do planeta no final dos tempos e a negação da cruz como o madeiro onde
Cristo foi pregado.
A partir de 1876, prega que Cristo retornou como um espírito invisível em
1874 e marca a “colheita dos salvos” para 1878. Quando não acontece,
outras datas escatológicas vão sendo seguidamente marcadas: 1881, 1914 (o
estabelecimento do reino de Deus na Terra (as TJs são pós-milenistas)),
1918, 1925 e 1975 foram datas que sugeriam o fim dos tempos, mas todas
foram ressignificadas pela Sociedade Torre de Vigia quando não se
cumpriram.
Suas doutrinas são divulgadas nas revistas Sentinela e Vigiai, além de terem
uma tradução própria da Bíblia, a Tradução do Novo Mundo das Sagradas
Escrituras. São a maior casa publicadora de livros e folhetos religiosos do
mundo, tendo sua sede em Brooklyn, Nova Iorque.
27. Avivamentos do séc. XIX – Movimentos sectários
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons): Comunidade
formada por Joseph Smith (1805-1844), que afirmou ter descoberto por
escavação em 1827 um livro de finas tábuas de ouro, publicando-o como o
Livro de Mórmon em 1830 como um complemento à Bíblia.
Surgiu em Kirkland, Ohio, em 1831, ficando na cidade até 1837. O grupo é
obrigado a mudar para Independence, Missouri, de onde são expulsos em
1839. O novo centro do grupo se torna Nauvoo, Illinois, onde é perseguido
por conta da poligamia (as mulheres não podiam ser salvas a menos que
fossem casadas com um mórmon). Após a morte de Smith por conta da
perseguição, o grupo emigra para Utah, onde se estabelece entre 1846 e
1848. Hoje, o centro do movimento é Salt Lake City, capital de Utah.
Com um agressivo serviço missionário (todo jovem rapaz deve doar 2 anos
de sua vida ao serviço missionário, a partir dos 18), aguardam uma Sião
eterna, praticam o batismo pelos mortos e creem que podem alcançar o
status de deuses de outros planetas (Iavé seria um homem evoluído de outro
planeta, tornando-se Deus neste).
28. Avivamentos do séc. XIX – Movimentos sectários
Espiritismo: Movimento surgido a partir de sons e barulhos estranhos que
aconteciam no quarto das irmãs Kate e Margaret Fox em 1848, atribuídos
a entidades do além. As jovens confessaram posteriormente que era uma
brincadeira, mas outras pessoas passaram a crer que podiam se
comunicar com os mortos através de pessoas especiais, os médiuns. Eles
fundaram uma Igreja Espiritualista, mas o movimento hoje é difuso, com
vários grupos que admitem os escritos de Allan Kardec como a fiel
doutrina dos espíritos.
Ciência Cristã: Fundado em Boston após a Guerra Civil, nascida da
imaginação de Mary Baker Eddy (1821-1910), que negava a realidade da
matéria, do mal e da enfermidade, sendo estes meras ilusões dos
sentidos. Para ela, Deus é tudo e tudo é Deus, com a liberdade do mal e
da enfermidade vindo da compreensão da identidade da pessoa com
Deus ou o bem.
29. Fontes
Texto base: CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos séculos: uma
história da igreja cristã. 3 ed. Trad. Israel Belo de Azevedo e Valdemar
Kroker. São Paulo: Vida Nova, 2008.
Textos auxiliares:
DREHER, Martin N. Coleção História da Igreja, 4 vols. 4 ed. São Leopoldo:
Sinodal, 1996.
GONZALEZ, Justo L. História ilustrada do cristianismo. 10 vols. São Paulo:
Vida Nova, 1983