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Movimentos Espiritualistas pós Wesley 
A chama continua queimando 
História Eclesiástica II 
Pr. André dos Santos Falcão Nascimento 
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Seminário Teológico Shalom
Movimentos Espiritualistas pós John Wesley 
Movimento Evangélico 
Igreja Anglicana 
Igrejas Separatistas 
Avivamentos do séc. XIX 
Movimento Missionário 
Movimentos milenaristas 
Movimentos sectários
Movimento Evangélico 
Movimento inaugurado pelos avivamentos do séc. XVIII, possuindo quatro 
grandes pilares: 
Conversionismo: A necessidade de alguém “nascer de novo”, com uma 
completa transformação de vida. 
Biblicismo: Identificação com a história bíblica e alta confiança em sua 
autoridade. 
Crucicentrismo: Atenção à doutrina da morte e ressurreição de Cristo na 
cruz do calvário, oferecendo perdão dos pecados e nova vida. 
Ativismo: Tendência a compartilhamento ativo do evangelho em formas 
diversas, como pregação, evangelismo e ação social. 
A certeza da salvação diferenciou o movimento do puritanismo, pois este 
acreditava que a certeza da salvação vinha tarde na vida e após lutas na 
vida do fiel, enquanto os evangelicais acreditam na certeza da salvação 
imediatamente após a conversão.
Movimento Evangélico Anglicano - Pioneiros 
John Newton (1725-1807): Jovem incrédulo que degenerou tanto 
que chegou a ser escravo, converteu-se e foi ordenado ao 
ministério, tornando-se ministro em Olney, em 1764. Escreveu 
“Amazing Grace” e “Nome Bom”. 
Thomas Scott (1747-1821): Sucessor de Newton, escreveu um 
comentário bíblico amplamente usado pelos evangélicos. 
Isaac Milner (1750-1820) e Charles Simeon (1759-1836): 
Catedráticos de Cambridge, tornaram a universidade o centro de 
operações dos evangélicos, produzindo a teologia calvinista que 
conduziria o povo. Conduzia reuniões de oração às segundas-feiras 
à noite que inspiraram diversos missionários.
Facção de Clapham 
Movimento constituído de pessoas ricas que residiam em Clapham, 
apoiou muitos líderes leigos em uma reforma social de 1792 a 1813. 
Liderado por John Venn (1759-1833), o grupo se reunia na grande 
biblioteca oval de Henry Thornton (1760-1815), rico banqueiro que doava 
anualmente grande parte de seus rendimentos para filantropia. 
Entre os moradores do bairro estavam Charles Grant, presidente da 
Companhia das Índias Orientais, William Wilberforce, grande líder na luta 
contra a escravidão, James Stephen, cujo filho fez grades doações para 
os missionários nas colônias, dentre outros. 
Responsáveis pelo estabelecimento da colônia particular de Serra Leoa, 
em 1781, para servir de refúgio a escravos libertos, apoiando-os até que o 
governo assumisse a responsabilidade (evangélicos americanos 
fundariam, mais tarde, a colônia da Libéria).
Exeter Hall 
Movimento surgido nas dependências deste famoso prédio 
londrino, onde as sociedades missionárias tinham suas reuniões 
anuais, influenciando o governo a apoiar seus interesses. 
John Philip (1775-1851), superintendente das missões 
congregacionais na África do Sul de 1819 até sua morte, usou a 
influência do Exeter Hall para conseguir uma legislação capaz de 
evitar a exploração exercida sobre os hotentotes da colônia do 
Cabo. 
O movimento ficou conhecido por sua luta na tentativa de evitar a 
exploração ou opressão das populações nativas por parte de 
colonizadores e comerciantes brancos.
Abolição da escravatura 
Luta encampada por William Wilberforce (1759-1833), autor de Practical 
View, livro que retratava, entre outras coisas, a importância de uma 
piedade prática que redundasse em serviço relevante à sociedade. 
Juntou-se a vários evangélicos que buscaram reformas sociais na 
Inglaterra, por crerem que todo homem é um ser espiritual como filho de 
Deus, seja potencial, seja presente. 
Graças a seus esforços, a escravatura no Império Britânico foi erradicada 
em etapas: 
1772: Impedimento de posse de escravos na Inglaterra. 
1807: Ingleses não podem mais participar do comércio escravagista. 
1815: Com apoio do delegado inglês no Congresso de Viena, o comércio 
de escravos é extinto na maioria dos países europeus. 
1833: Escravidão erradicada nas posses britânicas, com compensação aos 
donos.
Reformas sociais na Inglaterra 
Lorde Shaftesbury (1801-1885): Consegue aprovação de lei, em 1840, 
que impede que menores de 16 anos sejam empregados na limpeza de 
chaminés, e, dois anos depois, consegue que se proíba a contratação de 
mulheres e crianças abaixo de 10 anos para trabalho nas minas. Em 
1845, consegue impedir os passeios em asilos para se observar os 
comportamentos dos lunáticos. 
John H. Howard (1726-1790): Investe a vida na reforma penitenciária, 
garantindo remuneração e alimentação aos carcereiros, que tinham que 
extorquir dinheiro dos presos para viver. Elizabeth Fry (1780-1845) 
continuou a obra. 
Implantação das Escolas Dominicais: Aulas de leitura, caligrafia e 
aritmética básicas. 
Fundação de sociedades bíblicas: Religious Tract Society (1799) e British 
and Foreign Bible Society (1804).
Movimento de Oxford (1833-1845) 
Movimento vinculado à Universidade de Oxford que ressaltou a 
importância da igreja e do ritual na vida do indivíduo, sucessão apostólica, 
regeneração batismal e valor do ritual no culto. 
Seus líderes publicaram os Tracts for the Times (Folhetos do Momento), 
explicando essas necessidades. 
O Movimento Romântico, com seu destaque para as glórias do passado 
gótico e seu amor pela beleza ritual para estimular as emoções estéticas 
do culto, fomentou as ideias ritualistas do movimento, com os seguidores 
do movimento buscando restaurar ao culto a majestade do passado 
através do estudo da história dos ritos e vestes. 
O Movimento involuntariamente serviu de meio termo entre a Igreja 
Católica e os evangélicos mais radicais, pois defendia os elementos 
sacramentais sem a rigidez hierárquica católica, além de servir bastante 
aos pobres e incrédulos.
Movimento de Oxford - Expoentes 
John Keble (1792-1866): Autor de The Christian Year, obra de hinos em 
louvor da Igreja e do valor da ceia, é o autor mais importante do 
movimento. Pregou mensagem em que defendia a presença física e real 
do corpo e do sangue de Cristo na ceia, e que esta só era válida quando 
administrada por ministros ordenados segundo a sucessão apostólica. 
John Henry Newman (1801-1890): Líder dos tractarianos, depois de editar 
o primeiro volume do Tracts for the Times, em 1833, tornou-se líder de 
fato do Movimento até 1845, quando se torna católico romano e carrega 
875 amigos seus, sendo 250 ministros e teólogos de Cambridge e Oxford, 
consigo para a ICAR. Torna-se cardeal antes de falecer. 
Edward Pusey (1800-1882): Professor de hebraico em Oxford, assume o 
posto de Newman após sua conversão ao catolicismo e manteve a 
direção de defesa da liturgia pelo grupo, que pregou a importância da 
arquitetura gótica ao culto e o uso de cruzes e velas na igreja. Também 
nesta época surgiram conventos e mosteiros para quem desejasse uma 
vida ascética.
Movimento Evangélico – Não conformistas 
Exército da Salvação: Movimento organizado pelo pastor metodista 
William Booth (1829-1912) para alcançar os marginais mediante 
evangelismo ao ar livre e serviço social. 
Sua esposa, Catherine (1828-1890) era hábil pregadora e defendia 
a participação das mulheres na pregação e no serviço. 
Movimento organizado em 1878 com um sistema autocrático e 
hierárquico e com uso de uniformes. 
Movimento de âmbito mundial nos dias de hoje, em forma de 
denominação, com mais de 15 mil congregações e 1,1 milhões de 
membros. 
Filosofia: 3 “S”: Primeiro a sopa, depois o sabão e, por fim, a 
salvação.
Movimento Evangélico – Não conformistas 
Os Irmãos (p. 436): Movimento criado por John N. Darby (1800-1822), 
advogado e pároco auxiliar da Igreja da Irlanda, pregando o 
arrebatamento dispensacional pré-milenista, o sacerdócio dos crentes e a 
orientação direta do Espírito Santo, não aceitando o ministério ordenado. 
Estudantes zelosos da Bíblia até hoje. Também conhecido como Irmãos 
de Plymouth. 
Igreja Apostólica Católica: Organizada em 1842 por discípulos de Edward 
Irwing, que criam que a igreja ainda desfrutava dos dons espirituais dados 
a ela na era apostólica e enfatizam o “falar em línguas”. 
Associação Cristã de Moços: Fundada por George Williams (1821-1905) 
em 1844 para atender necessidades dos jovens da cidade de esporte, 
sociabilidade e hospedagem em ambiente cristão. A AC Moças foi 
fundada em 1866 para prover serviço semelhante às mulheres.
Movimento Evangélico – Não conformistas 
Charles Haddon Spurgeon: Considerado o “Príncipe dos Pregadores”, 
Spurgeon (1834-1892), pastor batista reformado, foi o mais proeminente 
pregador da Inglaterra em meados do séc. XIX. 
Ao longo de seu ministério, teve que mudar para templos cada vez 
maiores, até que, em 1861, se mudou para o Tabernáculo Metropolitano, 
com 4700 assentos e capacidade para 12000 pessoas. Aproximadamente 
15000 pessoas foram acrescentadas à sua igreja até 1891. 
Sua Faculdade de Pastores formou 900 obreiros até sua morte. 
Sua pregação era primordialmente expositiva e calvinista, levando às 
vezes duas horas para completar suas mensagens. 
A quantidade de pessoas que afluía a sua igreja era tanta que ele pedia 
que as pessoas se ausentassem da igreja de três em três meses para 
permitir que outros pudessem ouvir o evangelho.
Movimentos Missionários - Causas 
Reavivamentos metodista e evangélico. 
Conquistas territoriais de impérios holandês e inglês. 
Desbravamento de terras inexploradas. 
Conceito reformado da necessidade de relacionamento 
individual pessoal com Deus (ganhos indivíduos, e não 
nações).
Movimentos Missionários 
Baptist Missionary Society (1792): Fundada por William Carey 
(1761-1834) em Kettering, Inglaterra. Sapateiro, Carey aprendeu 
sozinho vários idiomas e escreveu um panfleto em 1792 
conclamando batistas e outras igrejas a enviar missionários ao 
campo. Fundou a Faculdade de Serampore, colônia dinamarquesa 
na Índia. O maior expoente da Sociedade foi George Grenfell 
(1848-1906), responsável pelo mapeamento do Rio Congo. 
London Missionary Society (1795): Sociedade congregacional, 
fundada a partir de uma carta de Carey. 
Scottish Missionary Society (1796) e Glasgow Missionary Society 
(1797): Sociedades presbiterianas. 
Church Missionary Society (1799): Sociedade evangelical. 
Wesleyan Missionary Society (1813): Sociedade metodista.
Movimentos Missionários 
China Inland Society (1865): Fundada por Hudson Taylor (1832- 
1905), esta sociedade foi formada com a intenção de levar o 
evangelho ao país asiático. Por volta de 1890, cerca de 40% dos 
missionários na China estavam filiados à sociedade. Taylor foi o 
primeiro missionário a entender a questão cultural, vestindo-se e 
usando o mesmo corte de cabelo que os chineses na época. 
Índia (1813): Obrigação da Companhia das Índias Orientais de 
aceitar missionários em seus quadros. 
China (1858): Obrigada a aceitar missionários após derrota na 
Segunda Guerra do Ópio.
Movimentos Missionários – Esforços individuais 
Robert Moffat (1795-1883): Tradução da Bíblia para idiomas de 
tribos importantes do sul da África. 
David Livingstone: Expandiu o conhecimento geográfico da região 
central da África de 1841 a 1873, combateu o comércio de 
escravos por parte dos árabes, fazendo ambos com o intuito de 
possibilitar a pregação do evangelho. 
Robert Morrison (1782-1832): Estudou mandarim e fez um 
dicionário chinês e uma tradução da Bíblia para serem usados 
assim que os missionários conseguissem entrar no país. 
Adoniram Judson (1788-1855): Fez um dicionário e traduziu a 
Bíblia para o birmanês, país de sua atuação. 
Samuel Marsden (1764-1838): Australiano que levou o evangelho 
aos maori da Nova Zelândia, ajudando na incorporação deste povo 
pela sociedade democrática branca.
Movimentos Missionários – Esforços individuais 
Mulheres missionárias: 
Amy Carmichael (1867-1951) foi pra Índia em 1895, 
resgatando meninas da prostituição nos templos pagãos, 
criando um lar para elas no sul da Índia. 
Ida Scudder (1870-1960): Continuou o trabalho médico do 
pai na Índia, construindo um complexo hospitalar. 
Mary Slessor (1848-1915): Trabalho solitário por 40 anos 
na África, com sucesso entre comunidades tribais. 
Clara Swain: Primeira mulher médica na Índia, em 1870.
Movimentos Missionários – Esforços individuais 
Esposas de missionários: 
Mary Livingstone: Viveu separada por anos de seu marido 
David, vivendo com poucos recursos enquanto ele 
explorava a África Central e a abria ao evangelho. 
Ann Judson (1789-1826): Ajudou seu marido na tradução 
da Bíblia para o birmanês e aliviou seu sofrimento quando 
foi preso pelo governo.
Avivamentos do séc. XIX 
Charles Finney (1792-1875) 
Segundo Grande Reavivamento 
Grande Reavivamento de 1843-44 
Grande Reavivamento de 1857-58 (surge em 
reunião de oração durante hora do almoço em Nova 
Iorque) 
Reavivamento irlandês de 1859 
Reavivamento galês de 1859 e de 1904-07
Avivamentos do séc. XIX – Charles Finney 
Charles Finney (1792-1875): Pastor originariamente presbiteriano, apesar 
de discordar de suas doutrinas fundamentais, foi responsável por iniciar 
diversos períodos de avivamento pelo mundo. 
Sua ênfase estava na oração e no derramamento instantâneo do Espírito 
Santo. Orava horas por dia, algo que chamava de carregar um “fardo de 
oração”, antes de entrar em uma cidade e pregar, pedindo por um 
reavivamento. As plateias manifestavam pesar enorme pela compreensão 
de seus estados de pecado, chorando, suspirando, gritando e gemendo. 
Também houveram fenômenos de quedas e tremores, dentre outros. 
As reuniões de Finney quando chegava a uma cidade envolviam em geral 
uma reunião de oração de dia, uma reunião de pessoas com dúvidas à 
tarde e cultos à noite.
Avivamentos do séc. XIX – Charles Finney 
Segundo o próprio Finney, as características do reavivamento 
que via ao seu redor eram: 
Predominância de um Espírito poderoso de oração que 
prevalece. 
Convicção esmagadora do pecado. 
Conversões súbitas e poderosas a Cristo. 
Grande amor e alegria entre os convertidos. 
Inteligência e estabilidade dos convertidos. 
Grande sinceridade, atividade e utilidade nas orações e 
trabalhos para outros.
Avivamentos do séc. XIX – 2º Grande Reavivamento 
O Segundo Grande Reavivamento teve início em 1787, em 
Hampden-Sidney, pequena faculdade da Virgínia. Dali, se espalhou 
para a Faculdade Washington e por toda a Igreja Presbiteriana do 
sul. A ênfase era o despertamento dos estudantes para sua 
condição espiritual. 
1802: Início da fase congregacional do movimento na Nova 
Inglaterra, a partir de Yale, sob a liderança de seu reitor Timothy 
Dwight (1752-1817). 
1820: Avivamento chega ao oeste, para onde muitos haviam 
emigrado (25% da população vivia fora dos 13 estados originários). 
Os presbiterianos eram os mais influentes na propagação do 
reavivamento neste local, onde faziam acampamentos. O mais 
famoso foi em Cane Ridge, Kentucky, que reuniu 10 mil pessoas 
em 1801.
Avivamentos do séc. XIX – 2º Grande Reavivamento 
Uma consequência do movimento foi a divisão de igrejas: 
Igreja Presbiteriana de Cumberland (1810): Cisão por ordenação 
de homens sem preparo intelectual para servirem nas igrejas do 
oeste, uso de acampamentos e sistema de pregadores 
itinerantes. Tornou-se uma das mais fortes do oeste. 
Discípulos (ou Igreja Cristã)(1832): Cisão por negação de ceia a 
pessoas fora do grupo, batismo por imersão e pregação da 
segunda vinda de Cristo. 
Igreja Unitária (1825): O movimento foi atacado por esta igreja, 
que negava a trindade e pregava a bondade do homem, 
salvação pelo desenvolvimento do caráter, da unidade de Deus, 
da humanidade de Cristo e da imanência de Deus no coração do 
homem.
Avivamentos do séc. XIX – Movimentos milenaristas 
Ao longo do séc. XIX, muitos começaram a se interessar pela volta de 
Jesus Cristo. Alguns começaram a realizar contas para tentar determinar 
o seu retorno, gerando alguns grupos religiosos. 
O primeiro a surgir foi a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Fundada por 
William Miller (1782-1849), fazendeiro zeloso no estudo da Bíblia, que se 
convenceu que Cristo voltaria à terra 2300 anos (Dn. 8.14) após o retorno 
de Esdras a Jerusalém, em 457 a.C. O ano de retorno seria 1843. 
Milhares se prepararam para a data marcada, entre 21/3/1843 e 
21/3/1844. Quando esta data passou, a maioria manteve a fé. Novas 
datas foram marcadas para 18/4 e 22/10. Quando esta última passou, a 
maioria abandonou a fé. O evento foi conhecido como o Grande 
Desapontamento. Vale notar que o movimento se estruturou em igreja em 
1860, após Hiram Edison explicar a não-manifestação de Jesus com a 
teoria de que o santuário ao qual veio era celestial, e não terreno. Ellen G. 
White (1827-1915) o superou e teve seus escritos entendidos como 
inspirados. Suas principais crenças são: guarda do sábado, sono da alma 
e aniquilação dos ímpios (não há inferno).
Avivamentos do séc. XIX – Movimentos milenaristas 
Testemunhas de Jeová: Grupo fundado por Charles T. Russell em 1870 como 
um grupo independente para estudar a Bíblia na cidade de Pittsburgh, pregou 
contra diversas doutrinas bíblicas, como a imortalidade da alma, inferno, 
predestinação, o retorno corpóreo de Jesus Cristo, a trindade, a aniquilação 
do planeta no final dos tempos e a negação da cruz como o madeiro onde 
Cristo foi pregado. 
A partir de 1876, prega que Cristo retornou como um espírito invisível em 
1874 e marca a “colheita dos salvos” para 1878. Quando não acontece, 
outras datas escatológicas vão sendo seguidamente marcadas: 1881, 1914 (o 
estabelecimento do reino de Deus na Terra (as TJs são pós-milenistas)), 
1918, 1925 e 1975 foram datas que sugeriam o fim dos tempos, mas todas 
foram ressignificadas pela Sociedade Torre de Vigia quando não se 
cumpriram. 
Suas doutrinas são divulgadas nas revistas Sentinela e Vigiai, além de terem 
uma tradução própria da Bíblia, a Tradução do Novo Mundo das Sagradas 
Escrituras. São a maior casa publicadora de livros e folhetos religiosos do 
mundo, tendo sua sede em Brooklyn, Nova Iorque.
Avivamentos do séc. XIX – Movimentos sectários 
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons): Comunidade 
formada por Joseph Smith (1805-1844), que afirmou ter descoberto por 
escavação em 1827 um livro de finas tábuas de ouro, publicando-o como o 
Livro de Mórmon em 1830 como um complemento à Bíblia. 
Surgiu em Kirkland, Ohio, em 1831, ficando na cidade até 1837. O grupo é 
obrigado a mudar para Independence, Missouri, de onde são expulsos em 
1839. O novo centro do grupo se torna Nauvoo, Illinois, onde é perseguido 
por conta da poligamia (as mulheres não podiam ser salvas a menos que 
fossem casadas com um mórmon). Após a morte de Smith por conta da 
perseguição, o grupo emigra para Utah, onde se estabelece entre 1846 e 
1848. Hoje, o centro do movimento é Salt Lake City, capital de Utah. 
Com um agressivo serviço missionário (todo jovem rapaz deve doar 2 anos 
de sua vida ao serviço missionário, a partir dos 18), aguardam uma Sião 
eterna, praticam o batismo pelos mortos e creem que podem alcançar o 
status de deuses de outros planetas (Iavé seria um homem evoluído de outro 
planeta, tornando-se Deus neste).
Avivamentos do séc. XIX – Movimentos sectários 
Espiritismo: Movimento surgido a partir de sons e barulhos estranhos que 
aconteciam no quarto das irmãs Kate e Margaret Fox em 1848, atribuídos 
a entidades do além. As jovens confessaram posteriormente que era uma 
brincadeira, mas outras pessoas passaram a crer que podiam se 
comunicar com os mortos através de pessoas especiais, os médiuns. Eles 
fundaram uma Igreja Espiritualista, mas o movimento hoje é difuso, com 
vários grupos que admitem os escritos de Allan Kardec como a fiel 
doutrina dos espíritos. 
Ciência Cristã: Fundado em Boston após a Guerra Civil, nascida da 
imaginação de Mary Baker Eddy (1821-1910), que negava a realidade da 
matéria, do mal e da enfermidade, sendo estes meras ilusões dos 
sentidos. Para ela, Deus é tudo e tudo é Deus, com a liberdade do mal e 
da enfermidade vindo da compreensão da identidade da pessoa com 
Deus ou o bem.
Fontes 
Texto base: CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos séculos: uma 
história da igreja cristã. 3 ed. Trad. Israel Belo de Azevedo e Valdemar 
Kroker. São Paulo: Vida Nova, 2008. 
Textos auxiliares: 
DREHER, Martin N. Coleção História da Igreja, 4 vols. 4 ed. São Leopoldo: 
Sinodal, 1996. 
GONZALEZ, Justo L. História ilustrada do cristianismo. 10 vols. São Paulo: 
Vida Nova, 1983

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História da Igreja II: Aula 10: Movimentos Espiritualistas pós-Wesley

  • 1. Movimentos Espiritualistas pós Wesley A chama continua queimando História Eclesiástica II Pr. André dos Santos Falcão Nascimento Blog: http://prfalcao.blogspot.com Email: goldhawk@globo.com Seminário Teológico Shalom
  • 2. Movimentos Espiritualistas pós John Wesley Movimento Evangélico Igreja Anglicana Igrejas Separatistas Avivamentos do séc. XIX Movimento Missionário Movimentos milenaristas Movimentos sectários
  • 3. Movimento Evangélico Movimento inaugurado pelos avivamentos do séc. XVIII, possuindo quatro grandes pilares: Conversionismo: A necessidade de alguém “nascer de novo”, com uma completa transformação de vida. Biblicismo: Identificação com a história bíblica e alta confiança em sua autoridade. Crucicentrismo: Atenção à doutrina da morte e ressurreição de Cristo na cruz do calvário, oferecendo perdão dos pecados e nova vida. Ativismo: Tendência a compartilhamento ativo do evangelho em formas diversas, como pregação, evangelismo e ação social. A certeza da salvação diferenciou o movimento do puritanismo, pois este acreditava que a certeza da salvação vinha tarde na vida e após lutas na vida do fiel, enquanto os evangelicais acreditam na certeza da salvação imediatamente após a conversão.
  • 4. Movimento Evangélico Anglicano - Pioneiros John Newton (1725-1807): Jovem incrédulo que degenerou tanto que chegou a ser escravo, converteu-se e foi ordenado ao ministério, tornando-se ministro em Olney, em 1764. Escreveu “Amazing Grace” e “Nome Bom”. Thomas Scott (1747-1821): Sucessor de Newton, escreveu um comentário bíblico amplamente usado pelos evangélicos. Isaac Milner (1750-1820) e Charles Simeon (1759-1836): Catedráticos de Cambridge, tornaram a universidade o centro de operações dos evangélicos, produzindo a teologia calvinista que conduziria o povo. Conduzia reuniões de oração às segundas-feiras à noite que inspiraram diversos missionários.
  • 5. Facção de Clapham Movimento constituído de pessoas ricas que residiam em Clapham, apoiou muitos líderes leigos em uma reforma social de 1792 a 1813. Liderado por John Venn (1759-1833), o grupo se reunia na grande biblioteca oval de Henry Thornton (1760-1815), rico banqueiro que doava anualmente grande parte de seus rendimentos para filantropia. Entre os moradores do bairro estavam Charles Grant, presidente da Companhia das Índias Orientais, William Wilberforce, grande líder na luta contra a escravidão, James Stephen, cujo filho fez grades doações para os missionários nas colônias, dentre outros. Responsáveis pelo estabelecimento da colônia particular de Serra Leoa, em 1781, para servir de refúgio a escravos libertos, apoiando-os até que o governo assumisse a responsabilidade (evangélicos americanos fundariam, mais tarde, a colônia da Libéria).
  • 6. Exeter Hall Movimento surgido nas dependências deste famoso prédio londrino, onde as sociedades missionárias tinham suas reuniões anuais, influenciando o governo a apoiar seus interesses. John Philip (1775-1851), superintendente das missões congregacionais na África do Sul de 1819 até sua morte, usou a influência do Exeter Hall para conseguir uma legislação capaz de evitar a exploração exercida sobre os hotentotes da colônia do Cabo. O movimento ficou conhecido por sua luta na tentativa de evitar a exploração ou opressão das populações nativas por parte de colonizadores e comerciantes brancos.
  • 7. Abolição da escravatura Luta encampada por William Wilberforce (1759-1833), autor de Practical View, livro que retratava, entre outras coisas, a importância de uma piedade prática que redundasse em serviço relevante à sociedade. Juntou-se a vários evangélicos que buscaram reformas sociais na Inglaterra, por crerem que todo homem é um ser espiritual como filho de Deus, seja potencial, seja presente. Graças a seus esforços, a escravatura no Império Britânico foi erradicada em etapas: 1772: Impedimento de posse de escravos na Inglaterra. 1807: Ingleses não podem mais participar do comércio escravagista. 1815: Com apoio do delegado inglês no Congresso de Viena, o comércio de escravos é extinto na maioria dos países europeus. 1833: Escravidão erradicada nas posses britânicas, com compensação aos donos.
  • 8. Reformas sociais na Inglaterra Lorde Shaftesbury (1801-1885): Consegue aprovação de lei, em 1840, que impede que menores de 16 anos sejam empregados na limpeza de chaminés, e, dois anos depois, consegue que se proíba a contratação de mulheres e crianças abaixo de 10 anos para trabalho nas minas. Em 1845, consegue impedir os passeios em asilos para se observar os comportamentos dos lunáticos. John H. Howard (1726-1790): Investe a vida na reforma penitenciária, garantindo remuneração e alimentação aos carcereiros, que tinham que extorquir dinheiro dos presos para viver. Elizabeth Fry (1780-1845) continuou a obra. Implantação das Escolas Dominicais: Aulas de leitura, caligrafia e aritmética básicas. Fundação de sociedades bíblicas: Religious Tract Society (1799) e British and Foreign Bible Society (1804).
  • 9. Movimento de Oxford (1833-1845) Movimento vinculado à Universidade de Oxford que ressaltou a importância da igreja e do ritual na vida do indivíduo, sucessão apostólica, regeneração batismal e valor do ritual no culto. Seus líderes publicaram os Tracts for the Times (Folhetos do Momento), explicando essas necessidades. O Movimento Romântico, com seu destaque para as glórias do passado gótico e seu amor pela beleza ritual para estimular as emoções estéticas do culto, fomentou as ideias ritualistas do movimento, com os seguidores do movimento buscando restaurar ao culto a majestade do passado através do estudo da história dos ritos e vestes. O Movimento involuntariamente serviu de meio termo entre a Igreja Católica e os evangélicos mais radicais, pois defendia os elementos sacramentais sem a rigidez hierárquica católica, além de servir bastante aos pobres e incrédulos.
  • 10. Movimento de Oxford - Expoentes John Keble (1792-1866): Autor de The Christian Year, obra de hinos em louvor da Igreja e do valor da ceia, é o autor mais importante do movimento. Pregou mensagem em que defendia a presença física e real do corpo e do sangue de Cristo na ceia, e que esta só era válida quando administrada por ministros ordenados segundo a sucessão apostólica. John Henry Newman (1801-1890): Líder dos tractarianos, depois de editar o primeiro volume do Tracts for the Times, em 1833, tornou-se líder de fato do Movimento até 1845, quando se torna católico romano e carrega 875 amigos seus, sendo 250 ministros e teólogos de Cambridge e Oxford, consigo para a ICAR. Torna-se cardeal antes de falecer. Edward Pusey (1800-1882): Professor de hebraico em Oxford, assume o posto de Newman após sua conversão ao catolicismo e manteve a direção de defesa da liturgia pelo grupo, que pregou a importância da arquitetura gótica ao culto e o uso de cruzes e velas na igreja. Também nesta época surgiram conventos e mosteiros para quem desejasse uma vida ascética.
  • 11. Movimento Evangélico – Não conformistas Exército da Salvação: Movimento organizado pelo pastor metodista William Booth (1829-1912) para alcançar os marginais mediante evangelismo ao ar livre e serviço social. Sua esposa, Catherine (1828-1890) era hábil pregadora e defendia a participação das mulheres na pregação e no serviço. Movimento organizado em 1878 com um sistema autocrático e hierárquico e com uso de uniformes. Movimento de âmbito mundial nos dias de hoje, em forma de denominação, com mais de 15 mil congregações e 1,1 milhões de membros. Filosofia: 3 “S”: Primeiro a sopa, depois o sabão e, por fim, a salvação.
  • 12. Movimento Evangélico – Não conformistas Os Irmãos (p. 436): Movimento criado por John N. Darby (1800-1822), advogado e pároco auxiliar da Igreja da Irlanda, pregando o arrebatamento dispensacional pré-milenista, o sacerdócio dos crentes e a orientação direta do Espírito Santo, não aceitando o ministério ordenado. Estudantes zelosos da Bíblia até hoje. Também conhecido como Irmãos de Plymouth. Igreja Apostólica Católica: Organizada em 1842 por discípulos de Edward Irwing, que criam que a igreja ainda desfrutava dos dons espirituais dados a ela na era apostólica e enfatizam o “falar em línguas”. Associação Cristã de Moços: Fundada por George Williams (1821-1905) em 1844 para atender necessidades dos jovens da cidade de esporte, sociabilidade e hospedagem em ambiente cristão. A AC Moças foi fundada em 1866 para prover serviço semelhante às mulheres.
  • 13. Movimento Evangélico – Não conformistas Charles Haddon Spurgeon: Considerado o “Príncipe dos Pregadores”, Spurgeon (1834-1892), pastor batista reformado, foi o mais proeminente pregador da Inglaterra em meados do séc. XIX. Ao longo de seu ministério, teve que mudar para templos cada vez maiores, até que, em 1861, se mudou para o Tabernáculo Metropolitano, com 4700 assentos e capacidade para 12000 pessoas. Aproximadamente 15000 pessoas foram acrescentadas à sua igreja até 1891. Sua Faculdade de Pastores formou 900 obreiros até sua morte. Sua pregação era primordialmente expositiva e calvinista, levando às vezes duas horas para completar suas mensagens. A quantidade de pessoas que afluía a sua igreja era tanta que ele pedia que as pessoas se ausentassem da igreja de três em três meses para permitir que outros pudessem ouvir o evangelho.
  • 14. Movimentos Missionários - Causas Reavivamentos metodista e evangélico. Conquistas territoriais de impérios holandês e inglês. Desbravamento de terras inexploradas. Conceito reformado da necessidade de relacionamento individual pessoal com Deus (ganhos indivíduos, e não nações).
  • 15. Movimentos Missionários Baptist Missionary Society (1792): Fundada por William Carey (1761-1834) em Kettering, Inglaterra. Sapateiro, Carey aprendeu sozinho vários idiomas e escreveu um panfleto em 1792 conclamando batistas e outras igrejas a enviar missionários ao campo. Fundou a Faculdade de Serampore, colônia dinamarquesa na Índia. O maior expoente da Sociedade foi George Grenfell (1848-1906), responsável pelo mapeamento do Rio Congo. London Missionary Society (1795): Sociedade congregacional, fundada a partir de uma carta de Carey. Scottish Missionary Society (1796) e Glasgow Missionary Society (1797): Sociedades presbiterianas. Church Missionary Society (1799): Sociedade evangelical. Wesleyan Missionary Society (1813): Sociedade metodista.
  • 16. Movimentos Missionários China Inland Society (1865): Fundada por Hudson Taylor (1832- 1905), esta sociedade foi formada com a intenção de levar o evangelho ao país asiático. Por volta de 1890, cerca de 40% dos missionários na China estavam filiados à sociedade. Taylor foi o primeiro missionário a entender a questão cultural, vestindo-se e usando o mesmo corte de cabelo que os chineses na época. Índia (1813): Obrigação da Companhia das Índias Orientais de aceitar missionários em seus quadros. China (1858): Obrigada a aceitar missionários após derrota na Segunda Guerra do Ópio.
  • 17. Movimentos Missionários – Esforços individuais Robert Moffat (1795-1883): Tradução da Bíblia para idiomas de tribos importantes do sul da África. David Livingstone: Expandiu o conhecimento geográfico da região central da África de 1841 a 1873, combateu o comércio de escravos por parte dos árabes, fazendo ambos com o intuito de possibilitar a pregação do evangelho. Robert Morrison (1782-1832): Estudou mandarim e fez um dicionário chinês e uma tradução da Bíblia para serem usados assim que os missionários conseguissem entrar no país. Adoniram Judson (1788-1855): Fez um dicionário e traduziu a Bíblia para o birmanês, país de sua atuação. Samuel Marsden (1764-1838): Australiano que levou o evangelho aos maori da Nova Zelândia, ajudando na incorporação deste povo pela sociedade democrática branca.
  • 18. Movimentos Missionários – Esforços individuais Mulheres missionárias: Amy Carmichael (1867-1951) foi pra Índia em 1895, resgatando meninas da prostituição nos templos pagãos, criando um lar para elas no sul da Índia. Ida Scudder (1870-1960): Continuou o trabalho médico do pai na Índia, construindo um complexo hospitalar. Mary Slessor (1848-1915): Trabalho solitário por 40 anos na África, com sucesso entre comunidades tribais. Clara Swain: Primeira mulher médica na Índia, em 1870.
  • 19. Movimentos Missionários – Esforços individuais Esposas de missionários: Mary Livingstone: Viveu separada por anos de seu marido David, vivendo com poucos recursos enquanto ele explorava a África Central e a abria ao evangelho. Ann Judson (1789-1826): Ajudou seu marido na tradução da Bíblia para o birmanês e aliviou seu sofrimento quando foi preso pelo governo.
  • 20. Avivamentos do séc. XIX Charles Finney (1792-1875) Segundo Grande Reavivamento Grande Reavivamento de 1843-44 Grande Reavivamento de 1857-58 (surge em reunião de oração durante hora do almoço em Nova Iorque) Reavivamento irlandês de 1859 Reavivamento galês de 1859 e de 1904-07
  • 21. Avivamentos do séc. XIX – Charles Finney Charles Finney (1792-1875): Pastor originariamente presbiteriano, apesar de discordar de suas doutrinas fundamentais, foi responsável por iniciar diversos períodos de avivamento pelo mundo. Sua ênfase estava na oração e no derramamento instantâneo do Espírito Santo. Orava horas por dia, algo que chamava de carregar um “fardo de oração”, antes de entrar em uma cidade e pregar, pedindo por um reavivamento. As plateias manifestavam pesar enorme pela compreensão de seus estados de pecado, chorando, suspirando, gritando e gemendo. Também houveram fenômenos de quedas e tremores, dentre outros. As reuniões de Finney quando chegava a uma cidade envolviam em geral uma reunião de oração de dia, uma reunião de pessoas com dúvidas à tarde e cultos à noite.
  • 22. Avivamentos do séc. XIX – Charles Finney Segundo o próprio Finney, as características do reavivamento que via ao seu redor eram: Predominância de um Espírito poderoso de oração que prevalece. Convicção esmagadora do pecado. Conversões súbitas e poderosas a Cristo. Grande amor e alegria entre os convertidos. Inteligência e estabilidade dos convertidos. Grande sinceridade, atividade e utilidade nas orações e trabalhos para outros.
  • 23. Avivamentos do séc. XIX – 2º Grande Reavivamento O Segundo Grande Reavivamento teve início em 1787, em Hampden-Sidney, pequena faculdade da Virgínia. Dali, se espalhou para a Faculdade Washington e por toda a Igreja Presbiteriana do sul. A ênfase era o despertamento dos estudantes para sua condição espiritual. 1802: Início da fase congregacional do movimento na Nova Inglaterra, a partir de Yale, sob a liderança de seu reitor Timothy Dwight (1752-1817). 1820: Avivamento chega ao oeste, para onde muitos haviam emigrado (25% da população vivia fora dos 13 estados originários). Os presbiterianos eram os mais influentes na propagação do reavivamento neste local, onde faziam acampamentos. O mais famoso foi em Cane Ridge, Kentucky, que reuniu 10 mil pessoas em 1801.
  • 24. Avivamentos do séc. XIX – 2º Grande Reavivamento Uma consequência do movimento foi a divisão de igrejas: Igreja Presbiteriana de Cumberland (1810): Cisão por ordenação de homens sem preparo intelectual para servirem nas igrejas do oeste, uso de acampamentos e sistema de pregadores itinerantes. Tornou-se uma das mais fortes do oeste. Discípulos (ou Igreja Cristã)(1832): Cisão por negação de ceia a pessoas fora do grupo, batismo por imersão e pregação da segunda vinda de Cristo. Igreja Unitária (1825): O movimento foi atacado por esta igreja, que negava a trindade e pregava a bondade do homem, salvação pelo desenvolvimento do caráter, da unidade de Deus, da humanidade de Cristo e da imanência de Deus no coração do homem.
  • 25. Avivamentos do séc. XIX – Movimentos milenaristas Ao longo do séc. XIX, muitos começaram a se interessar pela volta de Jesus Cristo. Alguns começaram a realizar contas para tentar determinar o seu retorno, gerando alguns grupos religiosos. O primeiro a surgir foi a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Fundada por William Miller (1782-1849), fazendeiro zeloso no estudo da Bíblia, que se convenceu que Cristo voltaria à terra 2300 anos (Dn. 8.14) após o retorno de Esdras a Jerusalém, em 457 a.C. O ano de retorno seria 1843. Milhares se prepararam para a data marcada, entre 21/3/1843 e 21/3/1844. Quando esta data passou, a maioria manteve a fé. Novas datas foram marcadas para 18/4 e 22/10. Quando esta última passou, a maioria abandonou a fé. O evento foi conhecido como o Grande Desapontamento. Vale notar que o movimento se estruturou em igreja em 1860, após Hiram Edison explicar a não-manifestação de Jesus com a teoria de que o santuário ao qual veio era celestial, e não terreno. Ellen G. White (1827-1915) o superou e teve seus escritos entendidos como inspirados. Suas principais crenças são: guarda do sábado, sono da alma e aniquilação dos ímpios (não há inferno).
  • 26. Avivamentos do séc. XIX – Movimentos milenaristas Testemunhas de Jeová: Grupo fundado por Charles T. Russell em 1870 como um grupo independente para estudar a Bíblia na cidade de Pittsburgh, pregou contra diversas doutrinas bíblicas, como a imortalidade da alma, inferno, predestinação, o retorno corpóreo de Jesus Cristo, a trindade, a aniquilação do planeta no final dos tempos e a negação da cruz como o madeiro onde Cristo foi pregado. A partir de 1876, prega que Cristo retornou como um espírito invisível em 1874 e marca a “colheita dos salvos” para 1878. Quando não acontece, outras datas escatológicas vão sendo seguidamente marcadas: 1881, 1914 (o estabelecimento do reino de Deus na Terra (as TJs são pós-milenistas)), 1918, 1925 e 1975 foram datas que sugeriam o fim dos tempos, mas todas foram ressignificadas pela Sociedade Torre de Vigia quando não se cumpriram. Suas doutrinas são divulgadas nas revistas Sentinela e Vigiai, além de terem uma tradução própria da Bíblia, a Tradução do Novo Mundo das Sagradas Escrituras. São a maior casa publicadora de livros e folhetos religiosos do mundo, tendo sua sede em Brooklyn, Nova Iorque.
  • 27. Avivamentos do séc. XIX – Movimentos sectários Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons): Comunidade formada por Joseph Smith (1805-1844), que afirmou ter descoberto por escavação em 1827 um livro de finas tábuas de ouro, publicando-o como o Livro de Mórmon em 1830 como um complemento à Bíblia. Surgiu em Kirkland, Ohio, em 1831, ficando na cidade até 1837. O grupo é obrigado a mudar para Independence, Missouri, de onde são expulsos em 1839. O novo centro do grupo se torna Nauvoo, Illinois, onde é perseguido por conta da poligamia (as mulheres não podiam ser salvas a menos que fossem casadas com um mórmon). Após a morte de Smith por conta da perseguição, o grupo emigra para Utah, onde se estabelece entre 1846 e 1848. Hoje, o centro do movimento é Salt Lake City, capital de Utah. Com um agressivo serviço missionário (todo jovem rapaz deve doar 2 anos de sua vida ao serviço missionário, a partir dos 18), aguardam uma Sião eterna, praticam o batismo pelos mortos e creem que podem alcançar o status de deuses de outros planetas (Iavé seria um homem evoluído de outro planeta, tornando-se Deus neste).
  • 28. Avivamentos do séc. XIX – Movimentos sectários Espiritismo: Movimento surgido a partir de sons e barulhos estranhos que aconteciam no quarto das irmãs Kate e Margaret Fox em 1848, atribuídos a entidades do além. As jovens confessaram posteriormente que era uma brincadeira, mas outras pessoas passaram a crer que podiam se comunicar com os mortos através de pessoas especiais, os médiuns. Eles fundaram uma Igreja Espiritualista, mas o movimento hoje é difuso, com vários grupos que admitem os escritos de Allan Kardec como a fiel doutrina dos espíritos. Ciência Cristã: Fundado em Boston após a Guerra Civil, nascida da imaginação de Mary Baker Eddy (1821-1910), que negava a realidade da matéria, do mal e da enfermidade, sendo estes meras ilusões dos sentidos. Para ela, Deus é tudo e tudo é Deus, com a liberdade do mal e da enfermidade vindo da compreensão da identidade da pessoa com Deus ou o bem.
  • 29. Fontes Texto base: CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos séculos: uma história da igreja cristã. 3 ed. Trad. Israel Belo de Azevedo e Valdemar Kroker. São Paulo: Vida Nova, 2008. Textos auxiliares: DREHER, Martin N. Coleção História da Igreja, 4 vols. 4 ed. São Leopoldo: Sinodal, 1996. GONZALEZ, Justo L. História ilustrada do cristianismo. 10 vols. São Paulo: Vida Nova, 1983