O documento descreve três marcos literários do período quinhentista no Brasil: a Carta de Pero Vaz de Caminha de 1500, a Prosopeia de Bento Teixeira de 1601 e trechos da obra A verdadeira história dos selvagens, nus e ferozes devoradores de homens de Hans Staden. O resumo também apresenta o contexto histórico-cultural do período, com o declínio do feudalismo, a ascensão da burguesia e o impacto da Reforma Protestante.
7. A América é uma terra vasta onde vivem muitas tribos de homens selvagens
com diversas línguas diferentes. Também há muitos animais bizarros. Essa
terra tem uma aparência amistosa, visto que as árvores ficam verdes por
todo o ano, mas os tipos de madeira que lá existem não são comparáveis
com os nossos. Todos os homens andam nus, pois naquela parte da terra
situada entre os trópicos nunca faz tanto frio quanto, entre nós, no dia de
São Miguel. [...] Na terra em questão, nascem e crescem, tanto nas árvores
quanto nas terras, frutos de que os homens e os animais se alimentam. Por
causa do sol forte os habitantes da terra tem uma cor de pele marrom-
avermelhada.
STADEN, Hans. A verdadeira história dos selvagens, nus e ferozes devoradores de homens. Rio de Janeiro: Dantes, 1998.
denotação
A América é uma terra vasta onde vivem muitas tribos de homens selvagens
com diversas línguas diferentes. Também há muitos animais bizarros. Essa
terra tem uma aparência amistosa, visto que as árvores ficam verdes por
todo o ano, mas os tipos de madeira que lá existem não são comparáveis
com os nossos. Todos os homens andam nus, pois naquela parte da terra
situada entre os trópicos nunca faz tanto frio quanto, entre nós, no dia de
São Miguel. [...] Na terra em questão, nascem e crescem, tanto nas árvores
quanto nas terras, frutos de que os homens e os animais se alimentam. Por
causa do sol forte os habitantes da terra tem uma cor de pele marrom-
avermelhada.
objetividade
A América é uma terra vasta onde vivem muitas tribos de homens selvagens
com diversas línguas diferentes. Também há muitos animais bizarros. Essa
terra tem uma aparência amistosa, visto que as árvores ficam verdes por
todo o ano, mas os tipos de madeira que lá existem não são comparáveis
com os nossos. Todos os homens andam nus, pois naquela parte da terra
situada entre os trópicos nunca faz tanto frio quanto, entre nós, no dia de
São Miguel. [...] Na terra em questão, nascem e crescem, tanto nas árvores
quanto nas terras, frutos de que os homens e os animais se alimentam. Por
causa do sol forte os habitantes da terra tem uma cor de pele marrom-
avermelhada.
clareza
A América é uma terra vasta onde vivem muitas tribos de homens selvagens
com diversas línguas diferentes. Também há muitos animais bizarros. Essa
terra tem uma aparência amistosa, visto que as árvores ficam verdes por
todo o ano, mas os tipos de madeira que lá existem não são comparáveis
com os nossos. Todos os homens andam nus, pois naquela parte da terra
situada entre os trópicos nunca faz tanto frio quanto, entre nós, no dia de
São Miguel. [...] Na terra em questão, nascem e crescem, tanto nas árvores
quanto nas terras, frutos de que os homens e os animais se alimentam. Por
causa do sol forte os habitantes da terra tem uma cor de pele marrom-
avermelhada.
senso de real
A América é uma terra vasta onde vivem muitas tribos de homens selvagens
com diversas línguas diferentes. Também há muitos animais bizarros. Essa
terra tem uma aparência amistosa, visto que as árvores ficam verdes por
todo o ano, mas os tipos de madeira que lá existem não são comparáveis
com os nossos. Todos os homens andam nus, pois naquela parte da terra
situada entre os trópicos nunca faz tanto frio quanto, entre nós, no dia de
São Miguel. [...] Na terra em questão, nascem e crescem, tanto nas árvores
quanto nas terras, frutos de que os homens e os animais se alimentam. Por
causa do sol forte os habitantes da terra tem uma cor de pele marrom-
avermelhada.
descrição
A América é uma terra vasta onde vivem muitas tribos de homens selvagens
com diversas línguas diferentes. Também há muitos animais bizarros. Essa
terra tem uma aparência amistosa, visto que as árvores ficam verdes por
todo o ano, mas os tipos de madeira que lá existem não são comparáveis
com os nossos. Todos os homens andam nus, pois naquela parte da terra
situada entre os trópicos nunca faz tanto frio quanto, entre nós, no dia de
São Miguel. [...] Na terra em questão, nascem e crescem, tanto nas árvores
quanto nas terras, frutos de que os homens e os animais se alimentam. Por
causa do sol forte os habitantes da terra tem uma cor de pele marrom-
avermelhada.
9. CAMINHA, Pero Vaz de. Carta de achamento do Brasil. São Paulo: Callis, 1998.
Essa terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até
a outra ponta que contra o norte vem, que nós deste ponto temos vista, será
tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas de costa. [...] A
terra é muito chã e muito cheia de arvoredos. [...] As águas são muitas,
infindas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela
tudo, por causa das águas que tem!
visão do paraíso
Essa terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até
a outra ponta que contra o norte vem, que nós deste ponto temos vista, será
tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas de costa. [...] A
terra é muito chã e muito cheia de arvoredos. [...] As águas são muitas,
infindas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á
nela tudo, por causa das águas que tem!
nativismo
Essa terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até
a outra ponta que contra o norte vem, que nós deste ponto temos vista, será
tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas de costa. [...] A
terra é muito chã e muito cheia de arvoredos. [...] As águas são muitas,
infindas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela
tudo, por causa das águas que tem!
ufanismo
Essa terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até
a outra ponta que contra o norte vem, que nós deste ponto temos vista, será
tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas de costa. [...] A
terra é muito chã e muito cheia de arvoredos. [...] As águas são muitas,
infindas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela
tudo, por causa das águas que tem!
14. Quando trazem para casa um inimigo, batem-lhe as mulheres e as crianças
primeiro. A seguir colam-lhe ao corpo penas cinzentas, raspam-lhe as
sobrancelhas, dançam em seu redor e amarram-no bem. Dão-lhe então uma
mulher para servi-lo. Se tem dele um filho, criam-no até grande e o matam e
o comem quando lhes vem à cabeça.
Dão de comer bem ao prisioneiro. (...) Assim que está tudo preparado,
determinam o tempo em que ele deve morrer e convidam os selvagens de
outras aldeias para que venham assistir. Enchem de bebidas todas as
vasilhas. Logo que estão reunidos todos os que vieram de fora, o chefe da
choça diz: “Vinde agora e ajudai a comer o vosso inimigo”. Quando
principiam a beber, levam consigo o prisioneiro que bebe com eles. Acabada
a bebida, descansam no outro dia e fazem para o inimigo uma pequena
cabana no local em que deve morrer. Aí passa a noite (...).
O guerreiro que vai matar o prisioneiro diz (...): “Sim aqui estou eu, quero te
matar, pois tua gente também matou e comeu muitos dos meus amigos”.
Responde-lhe o prisioneiro: “Quando estiver morto, terei ainda muitos
amigos que saberão me vingar”. Depois, ele é golpeado na nuca, de modo
que lhe saltem os miolos, e de imediato as mulheres arrastam o morto para
o fogo, raspam-lhe toda a pele, tornando-o totalmente branco e tapando-lhe
o ânus com uma madeira, a fim de que nada dele se escape.
15. Depois de esfolado, um homem o pega e lhe corta as pernas acima dos
joelhos e os braços junto ao corpo. Vêm então quatro mulheres que
apanham quatro pedaços, correndo com eles em torno das cabanas, fazendo
grande alarido, em sinal de alegria. (Costume indígena já referido em outra
página por Staden) Separam após as costas, junto com as nádegas, da parte
dianteira. Repartem isso entre eles. As vísceras são dadas às mulheres.
Fervem-nas e com o caldo fazem uma papa rala que se chama mingau que
elas e as crianças sorvem. Comem também a carne da cabeça. As crianças
comem os miolos, a língua e tudo o que podem aproveitar.
Quando tudo foi partilhado, voltam para casa, levando cada um o seu
quinhão.
STADEN, Hans. A verdadeira história dos selvagens, nus e ferozes devoradores de homens. Rio de Janeiro: Dantes, 1998.
A ANTROPOFAGIA NA LITERATURA BRASILEIRA
QUINHENTISMO elemento ritual/cultural indígena descrito como exotismo
ROMANTISMO elemento ritual/cultural indígena descrito como exotismo
MODERNISMO procedimento artístico que consiste na apropriação cultural