O documento resume a história do movimento Tropicalismo no Brasil na década de 1960. O Tropicalismo surgiu a partir de encontros entre artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se inspiravam em nomes como Oswald de Andrade. O movimento se caracterizava por uma fusão de estilos e críticas à ditadura militar, influenciado também pela contracultura. Discos importantes dos artistas tropicalistas marcaram o período.

1. HISTÓRIA DA LITERATURA 37
Manoel Neves
O TROPICALISMO

2. O COMEÇO DE TUDO

3. Em 1967, Caetano assiste à encenação da peça “O rei da vela” e fica encantado com as ideias de Oswald de Andrade.

4. Em 1967, Caetano, Gil e outros arEstas discutem os rumos da arte brasileira.

5. O nome do movimento foi criado por Luiz Carlos Barreto e é inspirado na instalação “Tropicália”, de Hélio OiEcica

6. 1967: Gilberto Gil e Os Mutantes ficam em 2º. lugar no FesEval Internacional da Canção com “Domingo no parque”.

7. 1967: Caetano Veloso fica em 4º. lugar no FesEval Internacional da Canção com “Alegria, alegria”

8. CONTEXTO HISTÓRICO

9. Ditadura Civil-Militar [1964-1985]: repressão aos movimentos sociais.

10. Filme Cidadão Boilesen: conta a história de um empresário que ajudou a montar o aparato de torturas no Brasil.

11. Vladimir Herzog: torturado e “suicidado” pelos militares em 25 de outubro de 1975.

12. Estudante secundarista Edson Luiz: morto pelos militares, que invadiram um restaurante [Calabouço] no RJ.

13. Protesto de arHstas e intelectuais contra o assassinato do estudante secundarista Edson Luiz perpetrado pelos militares.

14. CONTEXTO HISTÓRICO
GUERRA FRIA
EUA intervêm na AL polarização ideológica “risco comunista”
GOLPE CIVIL-MILITAR DE 1964
interferência dos EUA repressão & torturas parte da sociedade civil apoia
CLIMA DE AGITAÇÃO CULTURAL
contracultura cinema novo teatro operário

15. A CONTRACULTURA OU BEAT GENERATION

16. A CONTRACULTURA OU BEAT GENERATION
LINHAS GERAIS
EUA: anos 1960/1970 esElo de vida nômade caráter existencial
O IDEÁRIO BEAT
inconformismo, desbunde criaEvidade espontânea contra as convenções sociais
PRINCIPAIS REPRESENTANTES
Charles Bukowski Allen Ginsberg Jack Kerouac

17. O “DESBUNDE” DA BEAT GENERATION
liberdade irrestrita;
descompromisso;
sexo e drogas [abertura da percepção];
vive-se no “olho do furacão” o tempo todo!!!

18. TRÊS FILMES BÁSICOS SOBRE A CONTRACULTURA

22. INFLUÊNCIAS

23. INFLUÊNCIAS
Oswald de Andrade
João Cabral de Melo Neto
Poesia Concreta
Música
Cultura brasileira em geral
antropofagia
arquitetura funcional do verso
espaço em branco da página
Bossa Nova, MPB, iê-iê-iê, rock londrino
tradicional, popular, industrial, kitsch

24. CARACTERÍSTICAS

25. ISTO É O TROPICALISMO!
rompe com a música de protesto [engajada];
fusão cultural: popular e erudito, regional e industrial, primiEvo e moderno...;
colagem que traça uma alegoria do Brasil em seus contrastes;
adaptação das contribuições da contracultura.

26. TRÊS TEXTOS ESSENCIAIS DO TROPICALISMO

27. TROPICÁLIA, de Caetano Veloso

28. sobre a cabeça os aviões
sobre os meus pés os caminhões
aponta contra os chapadões
meu nariz
eu organizo o movimento
eu oriento o carnaval
eu inauguro o monumento
no planalto central do país
viva a bossa sa sa
viva a palhoça ça ça ça ça
o monumento é de papel crepon e prata
os olhos verdes da mulata
a cabeleira esconde atrás da verde mata
o luar do sertão
monumento não tem porta
a entrada é uma rua anEga estreita e torta
e no joelho uma criança sorridente
feia e morta estende a mão
viva a bossa sa sa
viva a palhoça ça ça ça ça

29. no páEo interno há uma piscina
com água azul de amaralina
coqueiro fala e brisa nordesEna
e faróis
na mão direita tem uma roseira
autenEcando a eterna primavera
e nos jardins os urubus passeiam a tarde
inteira entre os girassóis
viva Maria ia ia
viva a Bahia ia ia ia ia
no pulso esquerdo o bang-bang
em suas veias corre muito pouco sangue
mas seu coração balança um som
de um tamborim
emite acorde dissonantes
pelos cinco mil alto-falantes
senhoras e senhores ele põe os olhos
grandes sobre mim
viva Iracema ma ma
viva Ipanema ma ma ma ma

30. VELOSO, Caetano. Tropicalia. In.: OS MUTANTES. Tropicália ou panis et circensis. São Paulo: RGE, 1968.
domingo é o fino da bossa
segunda-feira está na fossa
terça-feira vai à roça,
porém
o monumento é bem moderno
não disse nada do modelo do meu terno
que tudo mais vá pro inferno,
meu bem
viva a banda da da
Carmem Miranda da da da da

31. GELEIA GERAL, de Gilberto Gil

32. Um poeta desfolha a bandeira
E a manhã tropical se inicia
Resplandente, candente, fagueira,
Num calor girassol com alegria,
Na geléia geral brasileira
Que o Jornal do Brasil anuncia
Ê bumba – iê-iê-boi...
Ano que vem, mês que foi
Ê bumba – iê-iê-iê
É a mesma dança, meu boi
A alegria é a prova dos nove
E a tristeza, meu porto seguro,
Minha terra é onde o sol é mais limpo
E Mangueira é onde o samba é mais puro
Tumbadora na selva selvagem,
Pindorama, país do futuro!
Ê bumba – iê-iê-boi...

33. É a mesma dança, na sala,
No Canecão, na TV.
E quem não dança, não fala,
Assiste a tudo e se cala,
Não vê no meio da sala
As relíquias do Brasil:
Doce mulata malvada,
Um elepê de Sinatra,
Maracujá, mês de abril,
Santo barroco-baiano,
Superpoder de paisano,
Formiplac e céu de anil,
Três destaques da Portela,
Carne-seca na janela,
Alguém que chora por mim,
Um carnaval de verdade,
Hospitaleira amizade,
Brutalidade jardim,
Ê bumba – iê-iê-boi...

34. Plurialva, contente, brejeira,
Miss Linda Brasil diz bom-dia,
E outra moça, também Carolina,
Da janela examina a folia,
Salve o lindo pendão dos seus olhos
E a saúde que o olhar irradia
Ê bumba – iê-iê-boi...
Um poeta desfolha a bandeira
E eu me sinto melhor colorido,
Pego um jato, viajo, arrebento,
Com o roteiro do sexto senEdo,
Faz do morro pilão de concreto,
Tropicália, bananas ao vento.
GILBERTO GIL. Geleia geral. In.: OS MUTANTES. Tropicália ou panis et circensis. São Paulo: RGE, 1968.

35. ALEGRIA, ALEGRIA, de Caetano Veloso

36. Caminhando contra o vento
Sem lenço, sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou
O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em Cardinales bonitas
Eu vou
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigiwe Bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta noxcia
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores
Vãos

37. Eu vou
Por que não?
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço sem documento
Eu vou
Eu tomo uma Coca-cola
Ela pensa em casamento
Uma canção me consola
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome sem telefone
No coração do Brasil
Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou

38. Sem lenço sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo
Amor
Eu vou
Por que não? Por que não
VELOSO, Caetano. Alegria, alegria. In.: Caetano Veloso. São Paulo: Philips, 1968.

39. SETE DISCOS ESSENCIAIS DO TROPICALISMO

40. OS MUTANTES. Tropicália ou panis et circensis. São Paulo: RGE, 1968.
VALE A PENA CONFERIR!!!
“Panis et circensis”
“Geleia geral”
“Baby”

41. GILBERTO GIL. Gilberto Gil. São Paulo: Philips, 1968.
VALE A PENA CONFERIR!!!
“Domingo no parque”
“Procissão”

42. OS MUTANTES. Os mutantes. São Paulo: Philips, 1968.
VALE A PENA CONFERIR!!!
“Panis et circensis”
“A minha menina”
“Baby”
“Le premier bonheur du jour”
“Adeus, Maria Fulô”

43. TOM ZÉ. Tom Zé. São Paulo: Philips, 1968.
VALE A PENA CONFERIR!!!
“São São Paulo”
“Namorinho de portão”
“Parque industrial”

44. VELOSO, Caetano. Caetano Veloso. São Paulo: Philips, 1968.
VALE A PENA CONFERIR!!!
“Tropicália”
“Eles”
“Soy loco por E, América”
“Alegria, alegria”
“Superbacana”

45. DUPRAT, Rogério. A banda tropicalista do Duprat. São Paulo: Philips, 1968.
VALE A PENA CONFERIR!!!
“Canção pra inglês ver”
“Chega de saudade”

46. GAL COSTA. Gal Costa. São Paulo: Philips, 1969.
VALE A PENA CONFERIR!!!
“Não idenEficado”
“SebasEana”
“Lost in the paradise”
“Namorinho de portão”
“Saudosismo”
“Se você pensa”
“Divino, maravilhoso”
“Que pena (ela já não gosta mais de mim)”
“Deus é o amor”

47. TRÊS FILMES ESSENCIAIS

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questões de artes na prova de linguagens

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