2. DEFINIÇÕES
A personalidade deve ser apresentada
como um conjunto de características
que diferenciam os indivíduos. Estes
atributos seriam permanentes e
dizem respeito à constituição,
temperamento, inteligência, caráter,
um jeito específico de se comportar.
3. Para as teorias que utilizam o
conceito de personalidade, ela
significa a “organização dinâmica dos
aspectos cognitivos, afetivos,
fisiológicos e morfológico do
indivíduo”.
4. Deve-se deduzir que a personalidade
pressupõe a possibilidade de um indivíduo
se diferenciar, ser original e ter
particularidades.
A personalidade é fruto de uma organização
progressiva do ser humano e não apenas
entendida como um fenômeno em si. Ela
evolui de acordo com a organização interna
do indivíduo.
5. PERSONALIDADE
É a resultante da personalidade
psicofísica da interação da
hereditariedade com o meio,
manifestada através do
comportamento, cujas características
são peculiares a cada pessoa.
6. Constituição
A personalidade apoia-se na estrutura
física do indivíduo, a qual chamamos
constituição. Nesta há um conjunto
de características individuais
hereditárias que pode ou não se
desenvolver nas interações com o
meio.
7. Temperamento
É a tendência herdada do indivíduo
para reagir ao meio de maneira
peculiar. Assim, desde o nascimento,
entre os indivíduos verificam-se
diferentes limiares de sensibilidade
frente aos estímulos internos ou
externos.
8. Caráter
É o conjunto de formas
comportamentais mais elaboradas e
determinadas pelas influências
ambientais, sociais, culturais, que o
indivíduo usa para adaptar-se ao
meio. Ao contrário do temperamento,
o caráter é predominante volitivo e
intencional. Entretanto, de modo
geral, temperamento e caráter estão
9. Intimamente associados, podendo
estar tão imbricados que se torna
difícil sua distinção. Portanto,
personalidade é a integração dos
aspectos físicos, temperamentais e
caracterológicos. Esta integração é
dinâmica e evolutiva.
10. As estruturas dinâmicas da
personalidade
ID, Ego e o Superego
ID: a matriz da vida psíquica
Dimensão psíquica a partir do qual se formam o
Ego e o Superego.
Constituída pelo conjunto de pulsões inatas,
primárias: Instintos, pulsões(vida e morte
[agressivo e destrutivo]) desejos. Realiza-as
através de símbolos ou formas ilusórias.
É totalmente inconsciente mas não é todo o
inconsciente.
11. Não atua segundo princípios lógicos e
morais.
É amoral e ilógico pois é dominado pela
fantasia (pretende realizar tudo o que lhe
agrada sem ter a preocupação de ser bom
ou mau e não distingue o bem do mal).
Rege-se pelo princípio do prazer.
É o grande reservatório da libido.
Não tem nenhuma ligação com o mundo
exterior.
12. EGO: o representante da realidade
É o oposto do ID
O ID para entrar em contacto com a
realidade e agir sobre ela necessita
do Ego.
Começa a desenvolver-se por volta
dos 6 meses(conflito do desmame).
Funciona segundo princípios lógicos e
racionais.
13. Atua segundo o principio da
realidade. Adia a satisfação dos
impulsos do ID, isto é, está
realisticamente ao serviço do
princípio do prazer.
Resolve os conflitos.
Parte consciente onde surge os juízos
morais.
14. Procura conciliar as divergências que
existem entre as pulsões e os limites
que a realidade impõe.
Põe ordem aos nossos desejos
irrealistas.
Ego significa juiz que gera o prazer,
realidade e moralidade.
15. SUPEREGO: o representante da
moralidade
Representa um complexo de
motivações ligado à interiorização de
proibições morais.
Critica o Ego, produz angústia e
ansiedade quando o Ego manifesta
tendência aceitar os impulsos vindos
do ID.
Indica o que devemos ou não fazer.
16. Forma-se por volta dos 3-5 anos
(conflito de édipo).
É o representante interno dos
valores, normas e ideais morais de
uma sociedade.
Estabelece um equilíbrio interno:
reprime certos atos, favorece outros.
17. É o resultado da educação e da forma
como ela nos é transmitida pelos
agentes de socialização primária. A
forma como a criança a interioriza
(processo de introjeção) pode
influenciar a sua maneira de estar na
sociedade.
18. Papel do Superego
Inibir ou refrear os impulsos, sobretudo de
natureza sexual e agressiva, provenientes
do ID que o Ego pode autorizar.
Persuadir o Ego a substituir objetivos
realistas por objetivos morais e moralistas.
Procurar a perfeição moral- supermoral
(ambiciona a perfeição moral).
19. Mecanismos de Defesa do Ego
Os mecanismos de defesa do Ego são
formas de resolução ilusória e em
grande parte inconsciente de conflitos
intra-psíquicos que permitem ao Ego
lidar com sentimentos
desconfortáveis devido à ansiedade e
à tensão. São formas de reduzir a
ansiedade provocada pelos conflitos
intra-psíquicos gerados pelo ID e pelo
Superego.
20. Recalcamento
Mecanismo de defesa que consiste
em reprimir e afastar da consciência
impulsos e desejos inaceitáveis do Id,
assim como recordações traumáticas
que causem angústia e ansiedade.
21. Racionalização
Mecanismo de defesa que visa
proteger a nossa auto-estima e evitar
complexos de inferioridade mediante
argumentos ou justificações que
mascaram a verdadeira realidade dos
fatos. Substituição de um fato
inaceitável por outro que encobre e
protege a auto-estima do sujeito.
22. Projeção
Mecanismo de defesa do Ego que
consiste em atribuir a outros
sentimentos e desejos que são
nossos mas que recusamos por
serem, regra geral, inaceitáveis ou
pouco apropriados.
23. Deslocamento
Mecanismo de defesa mediante o qual
o Ego de um indivíduo substitui o
objeto original de um impulso por
outro sobre o qual liberta a tensão.
24. Sublimação
É o Mecanismo de defesa mais
saudável que o Ego utiliza,
canalizando ou dirigindo para
atividades socialmente aceitas,
impulsos libidinais e agressivos
considerados indesejáveis e
perigosos.
25. Compensação
Mecanismo de defesa que visa
superar situações de inferioridade
através do envolvimento em
atividades que as compensem e
possibilitem a nossa auto-afirmação.
26. Regressão
Mecanismo de defesa que consiste
em o indivíduo adaptar formas de
comportamento características de
estádios anteriores do seu
desenvolvimento psicossexual,
sobretudo os estádios infantis.
27. A sexualidade infantil
As descobertas de Freud sobre a
sexualidade infantil provocaram
grande espanto na sociedade
conservadora do final do século XIX,
visto que até esta época a criança era
vista como um símbolo de pureza, um
ser assexuado.
28. Ao longo dos tempos, a sociedade
vem, pouco a pouco, familiarizando-
se e compreendendo as diferentes
formas de expressão da sexualidade
infantil. Sexualidade esta que evolui,
segundo Freud, de acordo com etapas
de desenvolvimento que ele
denominou de fase oral, anal, fálica,
latência e genital.
29. Embora as características de cada
uma destas fases estejam
amplamente difundidas nos meios de
comunicação, de tal forma que os
pais possam reconhecer as
manifestações desta sexualidade em
seus filhos, persiste ainda muito
equívocos na forma como eles lidam
com esta questão.
30. É comum encontrarmos pais que se
espantam ao se defrontarem com
seus filhos a masturbarem-se, ou que
explicam com meias verdades as
clássicas perguntas infantis sobre a
origem dos bebês.
31. A sexualidade na criança nasce masculina -
feminina, macho ou fêmea, futuramente
que será homem ou mulher. Entram fatores
culturais para modelar.
Durante a infância ocorre desenvolvimento
de jogos corporais onde as crianças vão-se
descobrindo e amadurecendo.
32. A sexualidade é reconhecida como
um instinto com o qual as pessoas
nascem e que se expressa de formas
distintas de acordo com as fases do
desenvolvimento que são:
Fase Oral; Fase Anal; Fase Fálica;
Período de Latência e a Fase Genital.
33. ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
PSICOSSEXUAL
Fase Oral
Período: de 0 a 1 ano aproximadamente.
Características principais: a região do corpo
que proporciona maior prazer à criança é a
boca. É pela boca que a criança entra em
contacto com o mundo, é por esta razão
que a criança pequena tende a levar tudo o
que pega à boca. O principal objeto de
desejo nesta fase é o seio da mãe, que
além de a alimentar proporciona satisfação
ao bebê.
34. Fase Anal
Período: 2 a 4 anos
aproximadamente
Características: Neste período a
criança passa a adquirir o controle
dos esfíncteres a zona de maior
satisfação é a região do anus.
Ambivalência (impulsos
contraditórios)
35. A criança descobre que pode
controlar as fezes que sai de seu
interior, oferecendo-o à mãe ora
como um presente, ora como algo
agressivo.
É nesta etapa que a criança começa a
ter noção de higiene.
Fases de birras.
36. Fase Fálica
Período: de 4 a 6 anos
aproximadamente.
Características: Nesta etapa do
desenvolvimento a atenção da criança
volta-se para a região genital.
37. Inicialmente a criança imagina que tanto os
meninos quanto as meninas possuem um
pênis. Ao serem defrontadas com as
diferenças anatômicas entre os sexos, as
crianças criam as chamadas "teorias
sexuais infantis", imaginando que as
meninas não tem pênis porque este órgão
lhe foi arrancado (complexo de castração).
É neste momento que a menina tem medo
de perder o seu pênis.
38. Neste período surge também o
complexo de Édipo, no qual o menino
passa a apresentar uma atração pela
mãe e a se rivalizar com o pai, e na
menina ocorre o inverso.
39. Fase de Latência
Período: de 6 a 11 anos aproximadamente.
Características: este período tem por
característica principal um deslocamento da
libido da sexualidade para atividades
socialmente aceitas, ou seja, a criança
passa a gastar sua energia em atividades
sociais e escolares.
40. Fase Genital
Período: a partir de 11 anos.
Características: neste período, que
tem início com a adolescência, há
uma retomada dos impulsos sexuais,
o adolescente passa a buscar, em
pessoas fora de seu grupo familiar,
um objeto de amor.
41. A adolescência é um período de
mudanças no qual o jovem tem que
elaborar a perda da identidade infantil
e dos pais da infância para que pouco
a pouco possa assumir uma
identidade adulta.