Este documento discute o desenvolvimento do NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) em Belo Horizonte. Ele descreve os pontos de partida do NASF, incluindo diretrizes iniciais e experiências anteriores. Também discute os passos iniciais do NASF, como definir áreas prioritárias e equipes, e balizas para o trabalho. Por fim, reflete sobre o processo de caminhada do NASF, articulando-se com a ESF, e o ponto de chegada provisório atingido.
1. NASF - NÚCLEO DE APOIO
À SAÚDE DA FAMÍLIA
NASF
V COMESP- APS: AGORA MAIS QUE NUNCA
JANETE COIMBRA
SMSA
COORDENAÇÃO DE REABILITAÇÃO E NASF
2. REFLEXÕES SOBRE O PERCURSO DO NASF EM BH
• Ponto(s) de partida;
• Passos iniciais: definição de balizas;
• O caminhar ou a aprendizagem na caminhada;
• O ponto de chegada provisório.
3. PONTO(S) DE PARTIDA
Diretrizes da portaria GM
154 de 24/01/08;
Experiência e metodologia
de trabalho dos Núcleos de
Apoio em Reabilitação -
NAR, nos distritos Barreiro
(2005) e Norte (2006);
Orientações do documento
“Atenção Básica à Saúde
em Belo Horizonte:
Recomendações para
Organização Local”
4. PONTO(S) DE PARTIDA
O que aprendemos:
A operacionalização de novas propostas requer mais que
diretrizes claras. Envolve estratégias planejadas, poder
compartilhado e articulação de interesses nos diversos
níveis da gestão.
A pessoa do coordenador em cada distrito favorece o
acompanhamento dos processos.
É preciso seguir para além do ponto de partida apesar
das resistências.
“Estou sempre me despedindo
Do ponto de partida que me lança de si
Do ponto de chegada que nunca é aqui”
- Lya Luft
5. PASSOS INICIAIS
1) Definimos as áreas estratégicas prioritárias e quais
profissionais comporiam as equipes:
• REABILITAÇÃO: Fisioterapeutas, Terapeutas
Ocupacionais, Fonoaudiólogos, Psicólogos e
Assistentes Sociais
• ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO: Nutricionistas
• ATIVIDADE FÍSICA E PRÁTICAS CORPORAIS:
Professores de Educação Física
• ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA: Farmacêuticos
• Outras áreas mais avançadas: Saúde Mental, Saúde
da Mulher, Saúde da Criança, Práticas Integrativas e
Complementares, Assistência Social
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6. PASSOS INICIAIS
2) Algumas balizas/diretrizes
POPULAÇÃO DEFINIDA E SUAS
NECESSIDADES DE SAÚDE
ABORDAGEM
MULTIPROFISSIONAL E
INTERDISCIPLINAR
DEMANDA REFERENCIADA
AÇÕES DE PROMOÇÃO DA
SAÚDE E PREVENÇÃO
FOCO AMPLIADO PARA FAMÍLIA
ARTICULAÇÃO COMUNITÁRIA E
INTERSETORIAL
PLANEJAMENTO A PARTIR DAS
NECESSIDADES
8. PASSOS INICIAIS
O que aprendemos:
A formação dos profissionais de saúde deixa muitas lacunas que o serviço não
consegue suprir no rítmo que o cuidado ao usuário exige (em processo)
Matriciamento pressupõe estabelecimento de vínculo entre as partes. Isso requer
tempo, conhecimento mútuo e abertura para a escuta.
Sistemas de informação organizados podem dar visibilidade ao trabalho das
equipes de apoio e as adequações necessárias ao seu funcionamento precisam
fazer parte dos passos iniciais.
Os passos iniciais precisam ser acompanhados de perto e podem ser repensados
continuamente.
“Nunca ninguém se perdeu, porque todos os caminhos são os teus
caminhos, e todos os erros, atalhos para outra verdade” Fernando
Pessoa
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9. O CAMINHAR
Intervenções conjuntas NASF/ESF:
Discussões de casos clínicos;
Construção de projetos terapêuticos e apoio na coordenação dos casos;
Realização de avaliações, consultas, grupos, visitas domiciliares, etc.
Acompanhamento e planejamento de ações coletivas estimulando a
autonomia da equipe;
Atendimento aos casos prioritários, de maior gravidade, risco e
vulnerabilidade ;
Apoio na construção dos encaminhamentos;
Articulações intra e intersetorias ( CREABs,CEMs,PAD, Lian Gong, PSE,
Academias, GT do Idoso, GT da Promoção da Saúde, GT da Igualdade
Racial, Bolsa Família, Coordenações, IES…)
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10. O CAMINHAR: PROCESSO DE TRABALHO
Trabalhadores da ESF Trabalhadores do
Necessidade NASF
Demanda
Não existe um
Usuário produto pronto
Sujeito
Reuniões NASF e ESF
Produto do uso de
tecnologias, PROJETO
saberes, afetos, TERAPÊUTICO
desejos, projetos, Demanda
disputas, conflitos, reconhecida
impossibilidades Necessidade
atendida
11. O CAMINHAR
O que aprendemos:
O apoio do nível central, distritos e gerentes locais é fundamental;
O caminhar na rede não é linear
A demanda por atendimentos dificulta mas não impossibilita o
matriciamento;
No processo de matriciamento quando há espaço para discussão
clínica, processamento de demandas e definição de ações e acima
de tudo aprendizagem, há implicacão dos profissionais .
As reuniões precisam ser institucionalizadas e negociadas;
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12. O CAMINHAR
O que aprendemos:
Os casos precisam ser pensados em sua singularidade;
Priorizar não significa “”engessar”. A discussão clínica permite
analisar situações complexas a partir de um olhar multiprofissional
integrado;
Os tempos de cada equipe são diferenciados.
É preciso conhecer os serviços e as pessoas para superar
mecanismos tradicionais de referência e contra-referência
É preciso dar visibilidade às ações realizadas.
“Para se fazer amanhã o impossível de hoje, é preciso fazer hoje o possível de
hoje.” Paulo Freire
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13. O PONTO DE CHEGADA PROVISÓRIO
Consolidar uma identidade na rede de saúde
(apropriação do papel de apoiador pelos profissionais)
Superar obstáculos estruturais para avançar na
assistência (espaço físico, incremento de
profissionais,informatização...)
Sermos reconhecidos como apoio que compartilha de
fato os problemas de saúde da população e que tem a
“capacidade de tomar para si a invenção de novas
saídas: capacidade de ousar, criar, sair dos terrenos
previamente delimitados”.
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14. O PONTO DE CHEGADA PROVISÓRIO
No ano que passou fizemos o possível , o que acreditávamos, o que era
incrível.
Botes, submarinos, caravelas, comunas, castelos, favelas.
A novidade é a incapacidade de destruirmos a guerra.
Não mudou o sonho, ora naufragou, ora ficou à deriva. (...)
Continuamos apaixonados pela vida e faremos ano que vem, maior e mais
forte investida.”
Mário Pirata