O cuidado à saúde na Atenção
Primária
Ementa: Abordar quais são os
maiores desafios no que se refere a
atuação da atenção primária.
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
• Conjunto de intervenções de saúde no âmbito
individual e coletivo que envolve: promoção,
prevenção,
diagnóstico,
tratamento
e
reabilitação.
• É desenvolvida por meio do exercício de práticas
gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas,
sob forma de trabalho em equipe, dirigidas às
populações de territórios (território-processo) bem
delimitados,
das
quais
equipes
assumem
responsabilidade.
• Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa
densidade, que devem resolver os problemas de saúde
de maior freqüência e relevância das populações.
AVANÇOS NA APS NO BRASIL E NO MUNDO
Centralidade da APS na organização dos sistemas de saúde;
Melhoria dos indicadores de saúde;
Melhoria dos indicadores de qualidade de vida.
Organização
Responsabilização
Resolução
DEFESA ÉTICO-POLÍTICO-SOCIAL
TRANSFORMAÇÃO DO MODELO ASSISTENCIAL
Lógica mais cuidativa
Sujeito centrado
DESAFIOS
1) Macroestruturais
2) Organização da atenção
3) Micropolítica: produção do cuidado
4) Ideológico: novo sentido para a APS –
representação e o valor atribuído pela sociedade.
Desafios macroestruturais
•
Incremento dos recursos financeiros:
¬ Aumento da eficiência alocativa do SUS;
¬ Vinculação de recursos adicionais
•
Incremento quantitativo das equipes na APS:
¬ A consolidação e fixação de profissionais em determinadas
regiões;
¬ A expansão para regiões integradas economicamente: grandes
e médias cidades;
¬ A expansão para populações economicamente integradas:
setores de classe média.
• Composição das equipes
• Formação de profissionais (em quantidade e qualidade)
• Estabelecimento de novas relações de trabalho
Desafios da organização da atenção
Mudança no modelo assistencial
Rompimento da lógica hospitalocêntrica e privatista;
Instituir de fato a APS como “porta de entrada” do Sistema;
Integralidade (assistência integral, contínua e organizada);
Território e população adscrita;
Foco na Família;
Longitudinalidade do Cuidado.
“Adensamento tecnológico”
A APS como centro de comunicação das RAS.
Desafios da organização da atenção
Mudança no modelo assistencial
Prática individual, dominado pela ótica curativa e
acentuada divisão entre teoria e prática, entre psíquico e
orgânico, entre indivíduo e sociedade.
Busca-se a superação com um CONCEITO AMPLIADO
DE SAÚDE.
Desafios da organização da atenção
Longitudinalidade
Relação de longa duração
entre profissionais de
saúde e usuários em suas
Unidades Básicas de
Saúde, independente do
problema de saúde ou
até mesmo da existência
de algum problema.
Desafios da organização da atenção
Integralidade
Reconhecer as necessidades de saúde da população e ter os
recursos para abordá-las.
Assim a APS deve prestar, diretamente, todos os serviços
para as necessidades comuns e agir como um agente para a
prestação de serviços para as necessidades que devem ser
atendidas em outros pontos de atenção.
Desafios da organização da atenção
Coordenação
Disponibilidade de informação a respeito dos problemas de
saúde e dos serviços prestados;
Faltam
prontuários
clínicos
eletrônicos
e
sistemas
informatizados que possam contribuir para a coordenação da
atenção,
quando
possibilitam
o
compartilhamento
de
informações referentes ao atendimento dos usuários nos
diversos pontos de atenção, entre os profissionais da APS e
especialistas.
Desafios da organização da atenção
Centralização na Família
Requer mudança na
prática das equipes de
saúde, através da
abordagem familiar,
intervenções
personalizadas ao
longo do tempo, a
partir da compreensão
da estrutura familiar.
Desafios da organização da atenção
A orientação comunitária
Utilização das ciências
sociais;
A discussão de controle
e participação social
Democracia
representativa e
participativa
Exercício de Cidadania
Desafios micropolíticos
Mudança na prática e na concepção por meio da
produção do CUIDADO centrado nos sujeitos e na
defesa da vida:
1. Acolhimento
2. Vínculo (afetivo e solidário) com respeito aos modos de
vida dos sujeitos - usuário-família
3. Responsabilização de cada membro da equipe
4. Incentivo a participação e proatividade da comunidade
5. Constrói e negocia planos terapêuticos e estratégias de
autocuidado
6. Cuidado longitudinal
Desafios micropolíticos -
TRABALHO EM SAÚDE
Prática social histórica e culturalmente
construída.
Articula as práticas dos profissionais de
saúde no mundo do trabalho e das
pessoas em seus diferentes modos de
levar a vida.
Desafios micropolíticos -
TRABALHO EM SAÚDE
Prática social realizada por diferentes
profissionais
(sujeitos-agentes)
de
diferentes culturas e formação com
capacidade de:
Auto-governo
Liberdade
Responsabilidade
RESPONSABILIZAÇÃO/
RESPONSABILIDADE
Atributo de legitimidade; responsabilizar-se pela
durabilidade dos processos por meio de um agir
consciente e consistente.
“implicar-se pela vida e pela morte do outro, dentro
de uma dada possibilidade de intervenção, nem
burocratizada, nem impessoal”
(Merhy, 1994, p. 138)
Novas Relações em Equipe
Evitar a verticalidade de uma coordenação, isto é,
evitar que uma especialidade se torne uma espécie de
juiz no processo de tomada de decisão;
Gerar novos dispositivos que são conhecimentos que
resultam de uma discussão compartilhada acerca do
problema que exige solução;
É preciso que decisões sejam tomadas sem que
nenhum saber prevaleça sobre outro;
Diálogo e cooperação entre diferentes áreas do
conhecimento.
Desafios micropolíticos TRABALHO EM SAÚDE
Autonomia – Modos de viver
Liberdade para criar seu próprio futuro com base
nas escolhas concretas de cada individuo.
Capacidade do sujeito de lidar com sua rede de
dependências, considerando-a como componente
de um viver em sociedade no qual há
constantemente criação e reinvenção das formas
de socialidade e dos estilos de existência.
Desafio ideológico: novo sentido para o cuidado na APS
Momento atual: crise na assistência à
saúde
Desenvolvimento tecnológico
Insatisfação das pessoas em relação a
atenção
O que querem as pessoas ao procurarem um serviço de
saúde?
Atendimento as suas necessidades de saúde
Atendimento as suas demandas e desejos
Desafio ideológico: novo sentido para o cuidado na APS
O cuidado pode ser usado como um conceito que pode
reconstruir as práticas de saúde, atuando como uma
categoria com “potencialidade reconciliadora entre as
práticas assistenciais e a vida, ou seja, a possibilidade de
um diálogo aberto e produtivo entre a tecnologia e a
ciência e a construção livre e solidária de uma vida que se
quer feliz” (Ayres, 2004).
Desafio ideológico: novo sentido para o cuidado na APS
Atenção centrada na produção
de procedimentos
Atenção centrada na produção
de cuidados
Fragmentação
Integralidade: individuo e
sistema
Técnica/ciência
Produtividade por
profissional
Técnica/ciência/arte
Sujeito como eixo: atende
necessidades/singularidades
Atende à demanda e não à
necessidade
Gera autonomia no modo de
levar a vida
Gera dependência
Multidisciplinar
Atenção feita em momentos
Atenção segue linha de
temporalidade
Desafio ideológico: novo sentido para o cuidado na APS
Dimensão da gestão do
cuidado
Atores ou protagonistas
Principais elementos: a
lógica da dimensão
Individual
Cada um de nós
Cuidar de si
Autonomia
Escolhas
Familiar
Família
Ciclo de amigos
Vizinhos
Profissionais da saúde
O médico
A equipe de saúde
O gerente
Os gestores
Apoio
Proximidade
Mundo da vida
O preparo técnico
Ética e vínculo
Divisão técnica do trabalho
coordenação
Linhas ou rede de cuidado
Financiamento
Políticas Sociais
Profissional
Organizacional
Sistêmica
Societária
O Estado
A Sociedade Civil
CAMINHOS
1)
Superar a fragmentação do cuidado, construir uma
outra racionalidade científica moderna
2)
Organizar sistemas menos hierarquizados e
burocráticos – mecanismos formais de referência e
contra-referência
3)
Instituir a autoridade administrativa da APS- valor
central da APS na “regulação” da oferta de ações
4)
Formação de NOVOS profissionais- competências e
habilidades para a APS
5)
Concepção de redes de cuidados - cuidado como modo
de viver