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Exercícios de Literatura
Literatura de Informação
1) (ITA-2002) A terra
Esta terra, Senhor, me parece que, da ponta que mais contra
o sul vimos até outra ponta que contra o norte vem, de que
nós deste ponto temos vista, será tamanha que haverá nela
bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo
do mar, em algumas partes, grandes barreiras, algumas
vermelhas, outras brancas; e a terra por cima toda chã e
muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é tudo
praia redonda, muito chã e muito formosa. [...]
Nelas até agora não pudemos saber que haja ouro, nem
prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos.
Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e
temperados como os de Entre-Douro e Minho. [...]
Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa
que, querendo-a aproveitar, dar-se-a nela
tudo, por bem das águas que tem.
(CAMINHA, Pero Vaz de. A Carta de Pero Vaz de
Caminha. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1943, p. 204.)
Carta de Pero Vaz
A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muitos,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais.
Diamantes tem à vontade,
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui.
(MENDES, Murilo. História do Brasil. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1991, p. 13.)
No texto de Murilo Mendes, os versos “Banana que nem
chuchu”, “Tem macaco até demais” e “Esmeralda é para os
trouxas” exprimem a representação literária da visão do
colonizador de maneira:
a) séria.
b) irônica.
c) ingênua.
d) leal.
e) revoltada.
2) (ITA-2002) A terra
Esta terra, Senhor, me parece que, da ponta que mais contra
o sul vimos até outra ponta que contra o norte vem, de que
nós deste ponto temos vista, será tamanha que haverá nela
bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo
do mar, em algumas partes, grandes barreiras, algumas
vermelhas, outras brancas; e a terra por cima toda chã e
muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é tudo
praia redonda, muito chã e muito formosa. [...]
Nelas até agora não pudemos saber que haja ouro, nem
prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos.
Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e
temperados como os de Entre-Douro e Minho. [...]
Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa
que, querendo-a aproveitar, dar-se-a nela
tudo, por bem das águas que tem.
(CAMINHA, Pero Vaz de. A Carta de Pero Vaz de
Caminha. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1943, p. 204.)
Carta de Pero Vaz
A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muitos,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais.
Diamantes tem à vontade,
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui.
(MENDES, Murilo. História do Brasil. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1991, p. 13.)
Os dois textos anteriores, representantes de dois períodos
literários distantes, revelam duas perspectivas diferentes.
Indique:
a) A diferença entre o texto original e o segundo, em função
da descrição da terra;
b) O período literário a que corresponde cada texto.
3) (UFBA-2002) Texto I
(...) Queira porém Vossa Alteza tomar minha ignorância
por boa vontade, e creia que certamente nada porei aqui,
para embelezar nem para enfeiar, mais do que vi e me
pareceu. (...)
.......................
(...) E logo que ele [Nicolau Coelho] começou a dirigir-se
para lá, acudiram pela praia homens em grupos de dois,
três, de maneira que, ao chegar ao batel à boca do rio, já ali
estavam dezoito ou vinte homens. Eram pardos, todos nus,
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sem coisa alguma que lhes cobrisse as suas vergonhas.
Traziam nas mãos arcos e setas. Vinham todos rijamente
em direção ao batel. Nicolau Coelho lhes fez sinal que
pousassem os arcos. E eles assim fizeram.
CASTRO, Sílvio. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto
Alegre: L & PM, 1996. p. 76-7, 79.
Texto II
Quando a cavalgata chegou à margem da clareira, aí se
passava uma cena curiosa. Em pé, no meio do espaço que
formava a grande abóbada de árvores, encostado a um
velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da
idade.
Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas
chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de
penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna,
e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco
selvagem.
Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor de cobre,
brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados
rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores
erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a
boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos,
davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da
força e da inteligência.
Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, à qual se
prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que
descrevendo uma longa espiral, vinham roçar com as pontas
negras o pescoço flexível.
ALENCAR, José de. O Guarani. Obra completa. Rio de
Janeiro: José Aguilar, 1958. v. 1, p. 47.
O conteúdo desses fragmentos e das obras das
quais foram retirados permite afirmar:
(01) As duas obras, produzidas em diferentes situações,
cumprem diversa finalidade, apesar de focalizarem ambas o
índio brasileiro.
(02) O tratamento dado pelos autores à nudez do índio -
encobrindo ou expondo - corresponde ao gênero das obras e
ao objetivo com que cada uma foi escrita.
(04) As duas obras revelam formas peculiares de
apresentação da realidade: fidelidade e idealização.
(08) Empenhado em destacar a figura do índio e sua
relação com o homem branco, Alencar, nesse livro, deixa
de evidenciar o seu gosto pelo paisagismo.
(16) A Carta de Caminha ultrapassa o objetivo
declarado, de relatar apenas o que viu, pois o autor
acrescenta à descrição do indígena e da terra descoberta sua
opinião sobre a possibilidade de exploração do ouro e de
cristianização.
(32) O índio, na obra de Alencar, apesar de apresentado
como leal e forte, não é caracterizado como herói, por lhe
faltarem qualidades intelectuais e morais.
(64) O dilúvio, além de ser um final grandioso para a
obra de Alencar, representa um desfecho romântico para o
problema das incompatibilidades sociais e culturais
existentes entre Ceci e Peri.
4) (Mack-2005) Os versos do texto
Eis os versos que outrora, ó Mãe Santíssima,
te prometi em voto
vendo-me cercado de feroz inimigo.
Enquanto entre os Tamoios conjurados,
pobre refém, tratava as suspiradas pazes,
tua graça me acolheu
em teu materno manto
e teu poder me protegeu intactos corpo e alma.
José de Anchieta
a) revelam a intenção pedagógica e moral de Anchieta, ao
tratar do seu desejo de conversão dos indígenas à religião
católica.
b) documentam o cronista religioso debruçado sobre a terra
e o nativo, desejando informar sobre a natureza e o homem
brasileiro.
c) são um legado da era colonial brasileira, em que se
exprime a religiosidade do nativo da terra recém-
descoberta.
d) tematizam a paisagem social primitiva da colônia e
demonstram a visão pragmática do jesuíta colonizador,
preocupado em “dilatar a fé e o império”.
e) expressam o sentimento religioso do apóstolo e deixam
entrever uma específica experiência sua na paisagem
americana.
5) (Mack-2007) Quando morre algum dos seus põem-lhe
sobre a sepultura pratos, cheios de viandas, e uma rede (...)
mui bem lavada. Isto, porque crêem, segundo dizem, que
depois que morrem tornam a comer e descansar sobre a
sepultura. Deitam-nos em covas redondas, e, se são
principais, fazem-lhes uma choça de palma. Não têm
conhecimento de glória nem inferno, somente dizem que
depois de morrer vão descansar a um bom lugar. (...)
Qualquer cristão, que entre em suas casas, dão lhe a comer
do que têm, e uma rede lavada em que durma. São castas as
mulheres a seus maridos.
Padre Manuel da Nóbrega
O texto, escrito no Brasil colonial,
a) pertence a um conjunto de documentos da tradição
históricoliterária brasileira, cujo objetivo principal era
apresentar à metrópole as características da colônia recém-
descoberta.
b) já antecipa, pelo tom grandiloqüente de sua linguagem, a
concepção idealizadora que os românticos brasileiros
tiveram do indígena.
c) é exemplo de produção tipicamente literária, em que o
imaginário renascentista transfigura os dados de uma
realidade objetiva.
d) é exemplo característico do estilo árcade, na medida em
que valoriza poeticamente o “bom selvagem”, motivo
recorrente na literatura brasileira do século XVIII.
e) insere-se num gênero literário específico, introduzido nas
terras americanas por padres jesuítas com o objetivo de
catequizar os indígenas brasileiros.
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6) (Mack-2007) Quando morre algum dos seus põem-lhe
sobre a sepultura pratos, cheios de viandas, e uma rede (...)
mui bem lavada. Isto, porque crêem, segundo dizem, que
depois que morrem tornam a comer e descansar sobre a
sepultura. Deitam-nos em covas redondas, e, se são
principais, fazem-lhes uma choça de palma. Não têm
conhecimento de glória nem inferno, somente dizem que
depois de morrer vão descansar a um bom lugar. (...)
Qualquer cristão, que entre em suas casas, dão lhe a comer
do que têm, e uma rede lavada em que durma. São castas as
mulheres a seus maridos.
Padre Manuel da Nóbrega
O texto tematiza aspecto sociocultural do Brasil,
reaproveitado por Oswald de Andrade na conhecida frase
Tupy or not tupy, that is the question, presente no
“Manifesto antropófago”. Considerado o contexto da
vanguarda brasileira do início do século XX, pode-se dizer,
corretamente, que o trocadilho feito pelo escritor
modernista
a) propõe, sumariamente, a substituição dos valores da
cultura européia por valores indígenas autênticos.
b) sintetiza, de modo irreverente, uma questão polêmica
acerca da construção da identidade nacional.
c) idealiza poeticamente as origens, marcadamente
indígenas, da cultura brasileira.
d) critica, de forma irônica, a valorização da cultura
indígena presente em obras de muitos intelectuais da época.
e) contesta, com humor, a miscigenação que caracteriza a
etnia do brasileiro.
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GABARITO
1) Alternativa: B
2) a) Pero Vaz de Caminha descreve a terra em função de
suas propriedades geográficas, tais como clima, tipo de
plantas, extensão territorial, etc. Nessa descrição, percebe-
se certo deslumbramento diante da terra desconhecida.
Na paródia de Murilo Mendes à Carta de Caminha, há uma
descrição marcada pela ironia e pelo espírito crítico,
evidente na crítica que faz aos colonizadores preocupados
apenas com a obtenção de riquezas fáceis.
b) O texto de Pero Vaz de Caminha pertence ao período
conhecido como Literatura de Informação.
O poema de Murilo Mendes é um típico exemplo do
Modernismo.
3) Resposta: 59
4) Alternativa: E
5) Alternativa: A
6) Alternativa: B

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  • 1. 1 | Projeto Medicina – www.projetomedicina.com.br Exercícios de Literatura Literatura de Informação 1) (ITA-2002) A terra Esta terra, Senhor, me parece que, da ponta que mais contra o sul vimos até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste ponto temos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, em algumas partes, grandes barreiras, algumas vermelhas, outras brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é tudo praia redonda, muito chã e muito formosa. [...] Nelas até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre-Douro e Minho. [...] Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-a nela tudo, por bem das águas que tem. (CAMINHA, Pero Vaz de. A Carta de Pero Vaz de Caminha. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1943, p. 204.) Carta de Pero Vaz A terra é mui graciosa, Tão fértil eu nunca vi. A gente vai passear, No chão espeta um caniço, No dia seguinte nasce Bengala de castão de oiro. Tem goiabas, melancias, Banana que nem chuchu. Quanto aos bichos, tem-nos muitos, De plumagens mui vistosas. Tem macaco até demais. Diamantes tem à vontade, Esmeralda é para os trouxas. Reforçai, Senhor, a arca, Cruzados não faltarão, Vossa perna encanareis, Salvo o devido respeito. Ficarei muito saudoso Se for embora daqui. (MENDES, Murilo. História do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991, p. 13.) No texto de Murilo Mendes, os versos “Banana que nem chuchu”, “Tem macaco até demais” e “Esmeralda é para os trouxas” exprimem a representação literária da visão do colonizador de maneira: a) séria. b) irônica. c) ingênua. d) leal. e) revoltada. 2) (ITA-2002) A terra Esta terra, Senhor, me parece que, da ponta que mais contra o sul vimos até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste ponto temos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, em algumas partes, grandes barreiras, algumas vermelhas, outras brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é tudo praia redonda, muito chã e muito formosa. [...] Nelas até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre-Douro e Minho. [...] Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-a nela tudo, por bem das águas que tem. (CAMINHA, Pero Vaz de. A Carta de Pero Vaz de Caminha. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1943, p. 204.) Carta de Pero Vaz A terra é mui graciosa, Tão fértil eu nunca vi. A gente vai passear, No chão espeta um caniço, No dia seguinte nasce Bengala de castão de oiro. Tem goiabas, melancias, Banana que nem chuchu. Quanto aos bichos, tem-nos muitos, De plumagens mui vistosas. Tem macaco até demais. Diamantes tem à vontade, Esmeralda é para os trouxas. Reforçai, Senhor, a arca, Cruzados não faltarão, Vossa perna encanareis, Salvo o devido respeito. Ficarei muito saudoso Se for embora daqui. (MENDES, Murilo. História do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991, p. 13.) Os dois textos anteriores, representantes de dois períodos literários distantes, revelam duas perspectivas diferentes. Indique: a) A diferença entre o texto original e o segundo, em função da descrição da terra; b) O período literário a que corresponde cada texto. 3) (UFBA-2002) Texto I (...) Queira porém Vossa Alteza tomar minha ignorância por boa vontade, e creia que certamente nada porei aqui, para embelezar nem para enfeiar, mais do que vi e me pareceu. (...) ....................... (...) E logo que ele [Nicolau Coelho] começou a dirigir-se para lá, acudiram pela praia homens em grupos de dois, três, de maneira que, ao chegar ao batel à boca do rio, já ali estavam dezoito ou vinte homens. Eram pardos, todos nus,
  • 2. 2 | Projeto Medicina – www.projetomedicina.com.br sem coisa alguma que lhes cobrisse as suas vergonhas. Traziam nas mãos arcos e setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel. Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles assim fizeram. CASTRO, Sílvio. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L & PM, 1996. p. 76-7, 79. Texto II Quando a cavalgata chegou à margem da clareira, aí se passava uma cena curiosa. Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da idade. Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem. Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor de cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência. Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, à qual se prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que descrevendo uma longa espiral, vinham roçar com as pontas negras o pescoço flexível. ALENCAR, José de. O Guarani. Obra completa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1958. v. 1, p. 47. O conteúdo desses fragmentos e das obras das quais foram retirados permite afirmar: (01) As duas obras, produzidas em diferentes situações, cumprem diversa finalidade, apesar de focalizarem ambas o índio brasileiro. (02) O tratamento dado pelos autores à nudez do índio - encobrindo ou expondo - corresponde ao gênero das obras e ao objetivo com que cada uma foi escrita. (04) As duas obras revelam formas peculiares de apresentação da realidade: fidelidade e idealização. (08) Empenhado em destacar a figura do índio e sua relação com o homem branco, Alencar, nesse livro, deixa de evidenciar o seu gosto pelo paisagismo. (16) A Carta de Caminha ultrapassa o objetivo declarado, de relatar apenas o que viu, pois o autor acrescenta à descrição do indígena e da terra descoberta sua opinião sobre a possibilidade de exploração do ouro e de cristianização. (32) O índio, na obra de Alencar, apesar de apresentado como leal e forte, não é caracterizado como herói, por lhe faltarem qualidades intelectuais e morais. (64) O dilúvio, além de ser um final grandioso para a obra de Alencar, representa um desfecho romântico para o problema das incompatibilidades sociais e culturais existentes entre Ceci e Peri. 4) (Mack-2005) Os versos do texto Eis os versos que outrora, ó Mãe Santíssima, te prometi em voto vendo-me cercado de feroz inimigo. Enquanto entre os Tamoios conjurados, pobre refém, tratava as suspiradas pazes, tua graça me acolheu em teu materno manto e teu poder me protegeu intactos corpo e alma. José de Anchieta a) revelam a intenção pedagógica e moral de Anchieta, ao tratar do seu desejo de conversão dos indígenas à religião católica. b) documentam o cronista religioso debruçado sobre a terra e o nativo, desejando informar sobre a natureza e o homem brasileiro. c) são um legado da era colonial brasileira, em que se exprime a religiosidade do nativo da terra recém- descoberta. d) tematizam a paisagem social primitiva da colônia e demonstram a visão pragmática do jesuíta colonizador, preocupado em “dilatar a fé e o império”. e) expressam o sentimento religioso do apóstolo e deixam entrever uma específica experiência sua na paisagem americana. 5) (Mack-2007) Quando morre algum dos seus põem-lhe sobre a sepultura pratos, cheios de viandas, e uma rede (...) mui bem lavada. Isto, porque crêem, segundo dizem, que depois que morrem tornam a comer e descansar sobre a sepultura. Deitam-nos em covas redondas, e, se são principais, fazem-lhes uma choça de palma. Não têm conhecimento de glória nem inferno, somente dizem que depois de morrer vão descansar a um bom lugar. (...) Qualquer cristão, que entre em suas casas, dão lhe a comer do que têm, e uma rede lavada em que durma. São castas as mulheres a seus maridos. Padre Manuel da Nóbrega O texto, escrito no Brasil colonial, a) pertence a um conjunto de documentos da tradição históricoliterária brasileira, cujo objetivo principal era apresentar à metrópole as características da colônia recém- descoberta. b) já antecipa, pelo tom grandiloqüente de sua linguagem, a concepção idealizadora que os românticos brasileiros tiveram do indígena. c) é exemplo de produção tipicamente literária, em que o imaginário renascentista transfigura os dados de uma realidade objetiva. d) é exemplo característico do estilo árcade, na medida em que valoriza poeticamente o “bom selvagem”, motivo recorrente na literatura brasileira do século XVIII. e) insere-se num gênero literário específico, introduzido nas terras americanas por padres jesuítas com o objetivo de catequizar os indígenas brasileiros.
  • 3. 3 | Projeto Medicina – www.projetomedicina.com.br 6) (Mack-2007) Quando morre algum dos seus põem-lhe sobre a sepultura pratos, cheios de viandas, e uma rede (...) mui bem lavada. Isto, porque crêem, segundo dizem, que depois que morrem tornam a comer e descansar sobre a sepultura. Deitam-nos em covas redondas, e, se são principais, fazem-lhes uma choça de palma. Não têm conhecimento de glória nem inferno, somente dizem que depois de morrer vão descansar a um bom lugar. (...) Qualquer cristão, que entre em suas casas, dão lhe a comer do que têm, e uma rede lavada em que durma. São castas as mulheres a seus maridos. Padre Manuel da Nóbrega O texto tematiza aspecto sociocultural do Brasil, reaproveitado por Oswald de Andrade na conhecida frase Tupy or not tupy, that is the question, presente no “Manifesto antropófago”. Considerado o contexto da vanguarda brasileira do início do século XX, pode-se dizer, corretamente, que o trocadilho feito pelo escritor modernista a) propõe, sumariamente, a substituição dos valores da cultura européia por valores indígenas autênticos. b) sintetiza, de modo irreverente, uma questão polêmica acerca da construção da identidade nacional. c) idealiza poeticamente as origens, marcadamente indígenas, da cultura brasileira. d) critica, de forma irônica, a valorização da cultura indígena presente em obras de muitos intelectuais da época. e) contesta, com humor, a miscigenação que caracteriza a etnia do brasileiro.
  • 4. 4 | Projeto Medicina – www.projetomedicina.com.br GABARITO 1) Alternativa: B 2) a) Pero Vaz de Caminha descreve a terra em função de suas propriedades geográficas, tais como clima, tipo de plantas, extensão territorial, etc. Nessa descrição, percebe- se certo deslumbramento diante da terra desconhecida. Na paródia de Murilo Mendes à Carta de Caminha, há uma descrição marcada pela ironia e pelo espírito crítico, evidente na crítica que faz aos colonizadores preocupados apenas com a obtenção de riquezas fáceis. b) O texto de Pero Vaz de Caminha pertence ao período conhecido como Literatura de Informação. O poema de Murilo Mendes é um típico exemplo do Modernismo. 3) Resposta: 59 4) Alternativa: E 5) Alternativa: A 6) Alternativa: B