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Domingo, 30 de outubro de 2011                                                                                                                                                               OPINIÃO          ●
                                                                                                                                                                                                                  7
                                                                                          O GLOBO

É só                                     Diálogo aberto
mais um...                               MARCO LUCCHESI                            diferenças de uma herança latina per- cu, entre Geo Bogza e João Cabral             estranhas, com belezas exóticas.
                                                                                   meável, que se estende do Atlântico não seria tempo perdido.                        Eminescu enriqueceu o mesmo mun-



                                         H
JORGE ANTONIO BARROS                                á quem defenda, com atra-      ao Mar Negro. Longe de qualquer in-      Partilhamos a herança de uma la-           do com uma novidade geográfica, a
                                                    so de dois séculos, o fe-      tegrismo, as conferências giravam tinidade difusa. Darcy Ribeiro con-               Dácia, e com novos mitos, de uma be-



O
           grau de impunidade a que                 chamento da cultura bra-       em torno de uma latinidade mista, siderava o Rio como a Roma das                    leza estranha. Seus versos são acrés-
           chegamos no Rio de Janei-                sileira, revogando a aber-     sem reivindicar traços de identidade Américas. E não errava. Uma Roma               cimos ao universo mental da latinida-
           ro é realmente impressio-     tura dos portos da inteligência. E a      redutivos, que impliquem revisão de atravessada pelos fantasmas de                  de”. Gosto de levar “Os Lusíadas” pa-
           nante. E, como se não bas-    pretexto de defender “nossa boa ar-       fronteiras ou segrega-                             Ovídio, indígena, afri-          ra as águas do Mar Negro e “Os Ar-
tasse a falta de Justiça, ainda acaba-   te”, pregam um estreitamento de           ção de culturas. O semi-                           cana e mestiça, a cu-            gonautas”, para o caminho das Ín-
mos nos acostumando com o mal,           fronteiras para impedir a “contami-       nário destacou o diálo-                            jos desafios nossos              dias. Imagino Vasco da Gama com
como se não tivéssemos outra alter-      nação de culturas estranhas”. Essa        go bissexto, que rome-        Temos raízes         poetas, romenos e                seus navios nas praias da Geórgia, en-
nativa. Estamos insensíveis com a        vigilância ideológica, que remonta        nos e brasileiros reali-                           brasileiros, procuram            quanto vejo o Minotauro, à espera de
violência cotidiana. Não resta um.       ao paleolítico de uma visão com-          zaram século XX aden-       profundas, que         responder, com a ri-             Jasão, passeando pelos labirintos de
   Um menino de 11 anos de idade         prometida, seria o anjo da absurda        tro, com um déficit im-                            queza de suas cama-              Calicute.
foi alvo de uma violência inédita nu-    presunção de uma defesa geográfi-         portante para os dois         ultrapassam          das culturais. Se a                 Dessa navegação bizarra, surge um
ma favela da Baixada Fluminense.         ca. Anjo sem asas, com sotaque ex-        extremos da latinidade.                            presença eslava em-              motivo a mais para que se compreen-
Foi baleado numa ação desastrada         tremista e fixação identitária.           Se a Romênia perde a        uma presumida          presta ricos matizes             da a cultura brasileira como parte de
ou orquestrada por maus policiais           Se pleiteamos um assento perma-        brisa do Atlântico, o                              aos estratos da língua           certo Ocidente e não como um reino
que muito provavelmente sumiram          nente no Conselho de Segurança das        Brasil não chega ao             latinidade         romena, permitindo-              do Preste João, flutuando incerto,
com o corpo da vítima. Inicialmente      Nações Unidas, temos de assumir           multiculturalismo dos                              lhe delicadas saídas             num espaço perdido e quase náufra-
o assunto foi tratado com desprezo       uma liderança responsável na promo-       Bálcãs. Eis o que se per-                          semânticas, também               go, à espera de um destino salvador.
pela cúpula da Segurança Pública.        ção de uma cultura do diálogo, de paz     de na balança cultural                             a nossa língua realiza           Temos raízes profundas, que ultrapas-
   “É só mais um menino preto e po-      e justiça social, que nos leve a apro-    entre regiões de escassa comunica- um diálogo com o mundo árabe, o                  sam uma presumida latinidade, a se
bre da periferia da cidade.”             fundar um diálogo emancipado com          ção.                                   que nos dá uma gama de palavras              espalhar por tempos e culturas que já
   “Vai ver estava metido com os tra-    o Ocidente. Menos commodities e              As faculdades brasileiras mal bem interessantes.                                 nos pertencem de modo irrevogável.
ficantes.”                               mais atenção aos programas de pes-        oferecem, salvo episódios raros,         O romeno e o português possibili-             Munidos de híbridas credenciais
   “Era olheiro da boca de fumo.”        quisa, intercâmbio e tradução. Au-        um bacharelado em letras rome- tam índices de absorção das diferen-                 diplomáticas, aceitamos uma larga
   “Era um safado ligado ao tráfi-       mento de bibliotecas físicas e virtuais   nas. E bastaria um aceno para al- ças, como faziam os antigos deuses                parcela de Ocidente, para um diálogo
co.”                                     em todo o país, em paralelo com a re-     cançar uma paisagem admirável, latinos. Eis a razão pela qual o escri-              sensível, inquieto e aberto.
   “Quem mandou estar na rua na          corrente formação de leitores.            capaz de lançar luz sobre parte de tor Mircea Eliade traçou um paralelo
hora em que a PM entrou na comu-            Semana passada, um seminário so-       nossa história, com uma quota de entre Camões e Eminescu. Para ele,                 MARCO LUCCHESI é escritor.
nidade?”                                 bre a latinidade, realizado em Alba Iu-   surpresa e trocas potenciais. Uma “Camões enriqueceu o mundo latino                 ●NOTA DA REDAÇÃO: Verissimo volta a escrever
   “Lugar de criança é na escola. Se     lia, na Romênia, trouxe ao debate as      conversa entre Drummond e Sores- com paisagens marítimas, com flores                nos próximos dias.
estivesse na sala de aula não teria
sido baleado”                                                                                                                                                Marcelo
   As vozes ecoam pela cidade sem
alma, sem Justiça, sem querer saber
por que reina tanta maldade na ter-
                                                                                                                                                                       A Copa
ra do samba, da praia e do futebol.
São as mesmas vozes que estigma-
tizam as vítimas e as transformam
                                                                                                                                                                       do Brasil
em algozes de si mesmas. Na cole-                                                                                                                                      PEDRO TRENGROUSE
ção de estereótipos da polícia flumi-



                                                                                                                                                                       A
nense, a vítima é a principal respon-                                                                                                                                            agenda da Fifa para a Copa do
sável por sua própria morte.                                                                                                                                                     Mundo de 2014 não é necessa-
   O silêncio cúmplice das autorida-                                                                                                                                             riamente a agenda do Brasil.
des foi quebrado depois da pressão                                                                                                                                               Não se pode permitir que a
de uma meia dúzia barulhenta, nas                                                                                                                                      Copa se resuma a intervenções na in-
redes sociais. Um jornal ouviu a voz                                                                                                                                   fraestrutura dos estádios, ampliação e
da minoria. Outro jornal entrou na                                                                                                                                     melhora da malha de transportes, um
batalha. A mídia acabou despertan-                                                                                                                                     salto de qualidade e quantidade na rede
do de sua letargia. Percebeu que es-                                                                                                                                   hoteleira, investimentos eficientes em
tava diante de uma violência sem                                                                                                                                       segurança pública e, é claro, uma sele-
precedentes. Agentes do estado —                                                                                                                                       ção de jogadores competitiva.
pagos com o dinheiro do contribuin-                                                                                                                                       O verdadeiro desafio é aproveitar a
te — matam sem querer o filho do                                                                                                                                       Copa como instrumento para o desen-
contribuinte e somem com o corpo.                                                                                                                                      volvimento do futebol brasileiro, que é
As autoridades, enfim, se empenha-                                                                                                                                     parte significativa do arranjo produtivo
ram para investigar o caso. Apesar                                                                                                                                     nacional e, se mais bem administrado,
de prejudicada pelo atraso, a inves-                                                                                                                                   pode gerar empregos, renda e alegria.
tigação levou ao corpo do menino,                                                                                                                                         Estudo da FGV aponta que o futebol
bem distante de onde ele morava.                                                                                                                                       movimenta mais de R$ 11 bilhões por


                                         Defendendo a pátria
Estava praticamente irreconhecível                                                                                                                                     ano, representando 0,2% do PIB. Estima-
pelos familiares. Foi preciso exame                                                                                                                                    se que os 783 clubes de futebol profis-
de DNA para identificar o menino.                                                                                                                                      sional gerem mais de 400 mil empregos,
Nem tento imaginar o estado daque-                                                                                                                                     com renda induzida de R$ 5,7 bilhões e
le corpo. Um erro de uma perita diz                                                                                                                                    R$ 1,1 bilhão em impostos sobre a pro-
que o corpo do menino era de me-         JOÃO UBALDO RIBEIRO                       Sempre muito simpáticos, os anfi- rística principal era o banheiro: um              dução. A importância do setor no PIB
nina. Os exames confirmam que era                                                  triões fazem o melhor que podem pa- círculo fechado por uma cortina de              pode crescer substancialmente se os



                                         N
do menino. Poucos sabem, mas o                     ão posso negar minha con-       ra nos agradar. O problema é que eles plástico transparente, bem no centro          clubes melhorarem sua administração,
Estado do Rio está desenvolvido no                 dição de veterano, em ma-       parecem pensar que nós, os atrasadi- do quarto. Devia ser uma experiência           só que para isso é preciso mudança pro-
uso do DNA para identificação de                   téria de defender as cores      nhos tropicais, ficaríamos muito gra- emocionante, ver através do plástico          funda nas estruturas de governança, e o
pessoas.                                           do Brasil no estrangeiro.       tos por dispormos, por exemplo, de o companheiro de quarto cuidando                 momento nunca foi tão favorável.
   Em defesa de um dos PMs acusa-        Aliás, pensando bem, não posso ne-        vasos sanitários. Sabe como é, acos- de todos os seus afazeres banheirais.             A modernização dos estádios, o capi-
dos, a Defensoria Pública pede que       gar minha condição de veterano em         tumados a viver nos matos e empor- E, sabe como é, somos fortes como                tal humano qualificado que ficará como
seja refeito o exame. O trabalho de-     nada e, se a literatura fosse escola de   calhar a Amazônia, conhecíamos de gorilas, e fazemos tudo no muque, de              legado da Copa e a oportunidade de
mora mais de 40 dias. O corpo do         samba, eu com certeza já estaria in-      ouvir falar esses ambientes de porce- maneira que, se quiséssemos, subi-            ajustar o calendário são externalidades
menino lá na geladeira do Instituto      tegrando a velha guarda. Comecei mi-      lana e ladrilhos, conhecidos como ba- ríamos aquelas escadas carregando             muito positivas para a promoção das
Médico-Legal, o mesmo que não            nhas viagens bem cedo e desde então       nheiros. Uma vez, em Munique, um uma mala de trinta quilos em cada                  transformações necessárias à maximi-
atualiza os dados dos mortos para o      sou muito requisitado. Não sei bem a      alemão muito gentil me levou a um mão e mandaríamos rezar uma missa                 zação dos resultados econômicos do fu-
Ministério da Saúde. Começam ru-         razão. Uma vez, há muito tempo, num       banheiro no corredor e me apresen- em ação de graças, pelo tão original             tebol brasileiro, em especial à melhora
mores de que o corpo seria de me-        coquetel em Toronto, estava conver-       tou triunfantemente uma pia e um va- banheiro.                                      do modelo de gestão e governança com
nina. Surgem logo urubus de oca-         sando com o escritor Márcio Souza,        so sanitário e, aparentemente, prepa-     Conto, enfim, com um vasto reper-         auditorias independentes, conselhos fis-
sião cercando os restos mortais.         então meu companheiro constante           rou-se para fazer uma preleção sobre tório de memórias desse tipo, que se           cais capazes de exercer suas funções
Percebo por aí pelos cantos escuros      de delegação, quando fizemos uma          eles. Temendo que, num acesso de misturam difusamente no passado.                   técnicas, códigos de conduta para diri-
e sombrios — por onde às vezes te-       pausa e olhamos em torno.                 entusiasmo germânico, ele também Quer dizer, nem tão passado assim,                 gentes, atletas e funcionários, preven-
nho que circular por dever de ofício        — Márcio, você já notou que, nes-      quisesse demonstrar explicitamente como sou lembrado, no hotel de Bru-              ção de conflitos de interesse, conselhos
— que há uma torcida para que o          ses eventos internacionais, estamos       o uso dos modernos utensílios, con- xelas que nos destinaram. Quatro es-            de administração enxutos, profissionali-
corpo não seja de Juan. “Fulano dis-     sempre você e eu, aquele poeta pe-        tei que já conhecia aquilo e, para que trelas, coisa fina. Exaustos, depois de      zação da gestão, capacitação do quadro
se a Sicrano que está convencido de      ruano, os dois centro-americanos          ele acreditasse, contei                                praticamente um dia in-      funcional, sistematização de normas,
que o corpo não é do menino.” Ah,        que a gente nunca sabe direito de on-     também que já tinha                                    teiro de viagem, faze-       sistemas de qualidade e de gestão e in-
sei. Qualquer um sabe que sem cor-       de são, o polonês de ar sinistro, aque-   visto semelhantes nos                                  mos o registro na recep-     centivos de performance.
po é muito mais difícil se provar que    la mexicana que fala gritando, os         Estados Unidos. Acho              A comida             ção. Pronto, será que al-       Não basta apenas que os clubes se-
houve homicídio. É assim desde a         três...                                   que ele acreditou, por-                                guém podia levar aque-       jam muito bem administrados sem que
Idade Média, passando pelo regime           — Eu sei ? disse ele. — São sempre     que em seguida foi me        no avião parecia las malas, que a viagem               também haja ajustes em todo o ecossis-
militar e pelos microondas do tráfi-     os mesmos. Aliás, somos sempre os         apresentar aos dois ca-                                havia tornado já tão pe-     tema do futebol brasileiro. No futebol é
co e da milícia.                         mesmos, eles devem estar dizendo a        tres onde minha mulher        ter sido furtada         sadas, para o nosso          a concorrência que dá origem a pratica-
   Queria poder comemorar que foi        mesma coisa de nós. Eu tenho uma          e eu dormiríamos. Sabe                                 quarto?                      mente todas as receitas, e por isso o ca-
confirmada a identidade do que dis-      teoria sobre isso. Nós pertencemos a      como é, novamente.             do Zoológico              — Aqui não temos           lendário otimizado é fundamental para
seram ter sido um corpo achado nu-       uma organização secreta, que sempre       Acostumados a dormir                                   ninguém para levar ma-       o desempenho econômico dos clubes.
ma quebrada. Mas sinto nojo ao per-      nos manda a coisas como esta.             no mato, no meio das ji-         de Lisboa             las — disse, com um             Hoje, os clubes que disputam a Série
ceber que Juan foi assassinado no-          — Nós pertencemos a uma organi-        boias, nós podíamos es-                                grunhido não tão amis-       A do Campeonato Brasileiro, uma com-
vamente. E, desta vez, com anuên-        zação? Como assim, nunca me fala-         tranhar aqueles luxos.                                 toso, o funcionário da       petição internacional, Libertadores ou
cia da Justiça. Será sepultado de no-    ram nada.                                 Até hoje lembro do ar                                  recepção.                    Sul-Americana, um campeonato regio-
vo, sem que seus algozes tenham             — É porque ela é tão secreta que       magoado do alemão, quando nós pro-        Tudo bem, sabe como é, nós so-            nal de grande número de datas e a Copa
sentado no banco dos réus. Só isso       não dizem nada nem aos próprios           curamos um hotel com quarto, ca- mos fortes etc. etc. Subimos, aper-                do Brasil podem chegar a 75 partidas
deveria unir toda uma cidade, o mo-      membros.                                  mas, banheiro exclusivo etc. No míni- tou fome, porque a comida no avião            por ano. Por outro lado, para a grande
vimento popular, os que lutam con-          É, deve ser. Aparentemente, Márcio     mo, deve ter-nos achado um par de parecia ter sido furtada do Zoológi-              maioria dos clubes de menor investi-
tra a corrupção, os que reclamam         anda meio afastado, porque faz tem-       colonizados culturais, abandonando co de Lisboa (era TAP e a escolha de             mento a temporada se limita ao cam-
que ninguém faz nada por ninguém,        po que não o encontro de repente no       nossas raízes históricas para adotar comida acabou antes de chegar a                peonato estadual, que normalmente se
as milhões de ONGs e todas as OGs        exterior, como acontecia antes. Tal-      hábitos do colonizador.                 nossa vez, de maneira que tivemos           inicia em janeiro ou fevereiro e se encer-
(Organizações Governamentais).           vez um de nós tenha sido transferido         Outra vez, em Copenhague, nos que ficar com o que certamente ti-                 ra em abril ou maio. Essa baixa ativida-
Mataram um menino inocente. Po-          de setor, como sempre sem que nos         instalaram bem no centro da zona. nha sido selecionado para as hie-                 de na base da pirâmide representa uma
deria ter sido o filho de um de nós,     digam nada. Não sei bem, só sei que       Tudo bem, nada de preconceito, mas nas, lá no Zoo da terrinha). Não há              perda de receitas da ordem de R$ 600
leitores.                                continuo em atividade e esta é a ter-     o quarto não comportava mais que restaurante no hotel. Tudo bem, en-                milhões por ano e 25.000 empregos.
   Se houver aí alguém que realmen-      ceira vez este ano em que sou despa-      duas pessoas (paradas; se se mexes- tão serviço de quarto. Não há servi-               Está na hora de mudar, e a Copa do
te luta por Justiça que se apresente.    chado para um front cultural. Estou       sem, haveria colisões) e ficava meio ço de quarto. Então podíamos sair              Mundo não pode deixar o futebol
E acredite que, se não erguemos          agora em um hotel de Bruxelas, ca-        chato a gente estar voltando para o pelas redondezas, para ver se achá-             brasileiro pra trás.
nossa voz, as pedras, os postes, e       tando as teclas de um computadorzi-       hotel e ser parado o tempo todo por vamos algo? Podíamos, mas com
quem sabe os mortos, clamarão em         nho, as quais, como num filme, se fun-    frequentadores da zona, nos ofere- cuidado, porque a área era mal fre-              PEDRO TRENGROUSE é advogado, consultor
nosso lugar. Nesse sentido, a faixa      dem com imagens do passado. Sim,          cendo tudo o que, imagino eu, uma quentada. Refizemos as malas para                 da ONU/PNUD para a Copa 2014 e
do Rio de Paz na areia de Copacaba-      há muito o que lembrar, nesta vida de     boa zona dinamarquesa oferece. Em mudar de hotel. Ou pelo menos para                coordenador de Projetos da Fundação Getulio
na foi profética: “Adeus, Juan. Per-     veterano. Hotéis e hospedagem em          Stuttgart, depois de haver subido uma boa árvore, que lembrasse a                   Vargas.
dão.”                                    geral, por exemplo.                       quatro enormes lances de escada, nossa casa. Ô vida.                                      O GLOBO NA INTERNET
                                            Hoje em dia, a coisa está melhor,      carregando malas, deparamos com                                                           OPINIÃO     Leia mais artigos
JORGE ANTONIO BARROS é jornalista.       mas a vida do pioneiro não é fácil.       charmosos aposentos, cuja caracte- JOÃO UBALDO RIBEIRO é escritor.                       oglobo.com.br/opiniao

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Opinião 30 out 2

  • 1. Domingo, 30 de outubro de 2011 OPINIÃO ● 7 O GLOBO É só Diálogo aberto mais um... MARCO LUCCHESI diferenças de uma herança latina per- cu, entre Geo Bogza e João Cabral estranhas, com belezas exóticas. meável, que se estende do Atlântico não seria tempo perdido. Eminescu enriqueceu o mesmo mun- H JORGE ANTONIO BARROS á quem defenda, com atra- ao Mar Negro. Longe de qualquer in- Partilhamos a herança de uma la- do com uma novidade geográfica, a so de dois séculos, o fe- tegrismo, as conferências giravam tinidade difusa. Darcy Ribeiro con- Dácia, e com novos mitos, de uma be- O grau de impunidade a que chamento da cultura bra- em torno de uma latinidade mista, siderava o Rio como a Roma das leza estranha. Seus versos são acrés- chegamos no Rio de Janei- sileira, revogando a aber- sem reivindicar traços de identidade Américas. E não errava. Uma Roma cimos ao universo mental da latinida- ro é realmente impressio- tura dos portos da inteligência. E a redutivos, que impliquem revisão de atravessada pelos fantasmas de de”. Gosto de levar “Os Lusíadas” pa- nante. E, como se não bas- pretexto de defender “nossa boa ar- fronteiras ou segrega- Ovídio, indígena, afri- ra as águas do Mar Negro e “Os Ar- tasse a falta de Justiça, ainda acaba- te”, pregam um estreitamento de ção de culturas. O semi- cana e mestiça, a cu- gonautas”, para o caminho das Ín- mos nos acostumando com o mal, fronteiras para impedir a “contami- nário destacou o diálo- jos desafios nossos dias. Imagino Vasco da Gama com como se não tivéssemos outra alter- nação de culturas estranhas”. Essa go bissexto, que rome- Temos raízes poetas, romenos e seus navios nas praias da Geórgia, en- nativa. Estamos insensíveis com a vigilância ideológica, que remonta nos e brasileiros reali- brasileiros, procuram quanto vejo o Minotauro, à espera de violência cotidiana. Não resta um. ao paleolítico de uma visão com- zaram século XX aden- profundas, que responder, com a ri- Jasão, passeando pelos labirintos de Um menino de 11 anos de idade prometida, seria o anjo da absurda tro, com um déficit im- queza de suas cama- Calicute. foi alvo de uma violência inédita nu- presunção de uma defesa geográfi- portante para os dois ultrapassam das culturais. Se a Dessa navegação bizarra, surge um ma favela da Baixada Fluminense. ca. Anjo sem asas, com sotaque ex- extremos da latinidade. presença eslava em- motivo a mais para que se compreen- Foi baleado numa ação desastrada tremista e fixação identitária. Se a Romênia perde a uma presumida presta ricos matizes da a cultura brasileira como parte de ou orquestrada por maus policiais Se pleiteamos um assento perma- brisa do Atlântico, o aos estratos da língua certo Ocidente e não como um reino que muito provavelmente sumiram nente no Conselho de Segurança das Brasil não chega ao latinidade romena, permitindo- do Preste João, flutuando incerto, com o corpo da vítima. Inicialmente Nações Unidas, temos de assumir multiculturalismo dos lhe delicadas saídas num espaço perdido e quase náufra- o assunto foi tratado com desprezo uma liderança responsável na promo- Bálcãs. Eis o que se per- semânticas, também go, à espera de um destino salvador. pela cúpula da Segurança Pública. ção de uma cultura do diálogo, de paz de na balança cultural a nossa língua realiza Temos raízes profundas, que ultrapas- “É só mais um menino preto e po- e justiça social, que nos leve a apro- entre regiões de escassa comunica- um diálogo com o mundo árabe, o sam uma presumida latinidade, a se bre da periferia da cidade.” fundar um diálogo emancipado com ção. que nos dá uma gama de palavras espalhar por tempos e culturas que já “Vai ver estava metido com os tra- o Ocidente. Menos commodities e As faculdades brasileiras mal bem interessantes. nos pertencem de modo irrevogável. ficantes.” mais atenção aos programas de pes- oferecem, salvo episódios raros, O romeno e o português possibili- Munidos de híbridas credenciais “Era olheiro da boca de fumo.” quisa, intercâmbio e tradução. Au- um bacharelado em letras rome- tam índices de absorção das diferen- diplomáticas, aceitamos uma larga “Era um safado ligado ao tráfi- mento de bibliotecas físicas e virtuais nas. E bastaria um aceno para al- ças, como faziam os antigos deuses parcela de Ocidente, para um diálogo co.” em todo o país, em paralelo com a re- cançar uma paisagem admirável, latinos. Eis a razão pela qual o escri- sensível, inquieto e aberto. “Quem mandou estar na rua na corrente formação de leitores. capaz de lançar luz sobre parte de tor Mircea Eliade traçou um paralelo hora em que a PM entrou na comu- Semana passada, um seminário so- nossa história, com uma quota de entre Camões e Eminescu. Para ele, MARCO LUCCHESI é escritor. nidade?” bre a latinidade, realizado em Alba Iu- surpresa e trocas potenciais. Uma “Camões enriqueceu o mundo latino ●NOTA DA REDAÇÃO: Verissimo volta a escrever “Lugar de criança é na escola. Se lia, na Romênia, trouxe ao debate as conversa entre Drummond e Sores- com paisagens marítimas, com flores nos próximos dias. estivesse na sala de aula não teria sido baleado” Marcelo As vozes ecoam pela cidade sem alma, sem Justiça, sem querer saber por que reina tanta maldade na ter- A Copa ra do samba, da praia e do futebol. São as mesmas vozes que estigma- tizam as vítimas e as transformam do Brasil em algozes de si mesmas. Na cole- PEDRO TRENGROUSE ção de estereótipos da polícia flumi- A nense, a vítima é a principal respon- agenda da Fifa para a Copa do sável por sua própria morte. Mundo de 2014 não é necessa- O silêncio cúmplice das autorida- riamente a agenda do Brasil. des foi quebrado depois da pressão Não se pode permitir que a de uma meia dúzia barulhenta, nas Copa se resuma a intervenções na in- redes sociais. Um jornal ouviu a voz fraestrutura dos estádios, ampliação e da minoria. Outro jornal entrou na melhora da malha de transportes, um batalha. A mídia acabou despertan- salto de qualidade e quantidade na rede do de sua letargia. Percebeu que es- hoteleira, investimentos eficientes em tava diante de uma violência sem segurança pública e, é claro, uma sele- precedentes. Agentes do estado — ção de jogadores competitiva. pagos com o dinheiro do contribuin- O verdadeiro desafio é aproveitar a te — matam sem querer o filho do Copa como instrumento para o desen- contribuinte e somem com o corpo. volvimento do futebol brasileiro, que é As autoridades, enfim, se empenha- parte significativa do arranjo produtivo ram para investigar o caso. Apesar nacional e, se mais bem administrado, de prejudicada pelo atraso, a inves- pode gerar empregos, renda e alegria. tigação levou ao corpo do menino, Estudo da FGV aponta que o futebol bem distante de onde ele morava. movimenta mais de R$ 11 bilhões por Defendendo a pátria Estava praticamente irreconhecível ano, representando 0,2% do PIB. Estima- pelos familiares. Foi preciso exame se que os 783 clubes de futebol profis- de DNA para identificar o menino. sional gerem mais de 400 mil empregos, Nem tento imaginar o estado daque- com renda induzida de R$ 5,7 bilhões e le corpo. Um erro de uma perita diz R$ 1,1 bilhão em impostos sobre a pro- que o corpo do menino era de me- JOÃO UBALDO RIBEIRO Sempre muito simpáticos, os anfi- rística principal era o banheiro: um dução. A importância do setor no PIB nina. Os exames confirmam que era triões fazem o melhor que podem pa- círculo fechado por uma cortina de pode crescer substancialmente se os N do menino. Poucos sabem, mas o ão posso negar minha con- ra nos agradar. O problema é que eles plástico transparente, bem no centro clubes melhorarem sua administração, Estado do Rio está desenvolvido no dição de veterano, em ma- parecem pensar que nós, os atrasadi- do quarto. Devia ser uma experiência só que para isso é preciso mudança pro- uso do DNA para identificação de téria de defender as cores nhos tropicais, ficaríamos muito gra- emocionante, ver através do plástico funda nas estruturas de governança, e o pessoas. do Brasil no estrangeiro. tos por dispormos, por exemplo, de o companheiro de quarto cuidando momento nunca foi tão favorável. Em defesa de um dos PMs acusa- Aliás, pensando bem, não posso ne- vasos sanitários. Sabe como é, acos- de todos os seus afazeres banheirais. A modernização dos estádios, o capi- dos, a Defensoria Pública pede que gar minha condição de veterano em tumados a viver nos matos e empor- E, sabe como é, somos fortes como tal humano qualificado que ficará como seja refeito o exame. O trabalho de- nada e, se a literatura fosse escola de calhar a Amazônia, conhecíamos de gorilas, e fazemos tudo no muque, de legado da Copa e a oportunidade de mora mais de 40 dias. O corpo do samba, eu com certeza já estaria in- ouvir falar esses ambientes de porce- maneira que, se quiséssemos, subi- ajustar o calendário são externalidades menino lá na geladeira do Instituto tegrando a velha guarda. Comecei mi- lana e ladrilhos, conhecidos como ba- ríamos aquelas escadas carregando muito positivas para a promoção das Médico-Legal, o mesmo que não nhas viagens bem cedo e desde então nheiros. Uma vez, em Munique, um uma mala de trinta quilos em cada transformações necessárias à maximi- atualiza os dados dos mortos para o sou muito requisitado. Não sei bem a alemão muito gentil me levou a um mão e mandaríamos rezar uma missa zação dos resultados econômicos do fu- Ministério da Saúde. Começam ru- razão. Uma vez, há muito tempo, num banheiro no corredor e me apresen- em ação de graças, pelo tão original tebol brasileiro, em especial à melhora mores de que o corpo seria de me- coquetel em Toronto, estava conver- tou triunfantemente uma pia e um va- banheiro. do modelo de gestão e governança com nina. Surgem logo urubus de oca- sando com o escritor Márcio Souza, so sanitário e, aparentemente, prepa- Conto, enfim, com um vasto reper- auditorias independentes, conselhos fis- sião cercando os restos mortais. então meu companheiro constante rou-se para fazer uma preleção sobre tório de memórias desse tipo, que se cais capazes de exercer suas funções Percebo por aí pelos cantos escuros de delegação, quando fizemos uma eles. Temendo que, num acesso de misturam difusamente no passado. técnicas, códigos de conduta para diri- e sombrios — por onde às vezes te- pausa e olhamos em torno. entusiasmo germânico, ele também Quer dizer, nem tão passado assim, gentes, atletas e funcionários, preven- nho que circular por dever de ofício — Márcio, você já notou que, nes- quisesse demonstrar explicitamente como sou lembrado, no hotel de Bru- ção de conflitos de interesse, conselhos — que há uma torcida para que o ses eventos internacionais, estamos o uso dos modernos utensílios, con- xelas que nos destinaram. Quatro es- de administração enxutos, profissionali- corpo não seja de Juan. “Fulano dis- sempre você e eu, aquele poeta pe- tei que já conhecia aquilo e, para que trelas, coisa fina. Exaustos, depois de zação da gestão, capacitação do quadro se a Sicrano que está convencido de ruano, os dois centro-americanos ele acreditasse, contei praticamente um dia in- funcional, sistematização de normas, que o corpo não é do menino.” Ah, que a gente nunca sabe direito de on- também que já tinha teiro de viagem, faze- sistemas de qualidade e de gestão e in- sei. Qualquer um sabe que sem cor- de são, o polonês de ar sinistro, aque- visto semelhantes nos mos o registro na recep- centivos de performance. po é muito mais difícil se provar que la mexicana que fala gritando, os Estados Unidos. Acho A comida ção. Pronto, será que al- Não basta apenas que os clubes se- houve homicídio. É assim desde a três... que ele acreditou, por- guém podia levar aque- jam muito bem administrados sem que Idade Média, passando pelo regime — Eu sei ? disse ele. — São sempre que em seguida foi me no avião parecia las malas, que a viagem também haja ajustes em todo o ecossis- militar e pelos microondas do tráfi- os mesmos. Aliás, somos sempre os apresentar aos dois ca- havia tornado já tão pe- tema do futebol brasileiro. No futebol é co e da milícia. mesmos, eles devem estar dizendo a tres onde minha mulher ter sido furtada sadas, para o nosso a concorrência que dá origem a pratica- Queria poder comemorar que foi mesma coisa de nós. Eu tenho uma e eu dormiríamos. Sabe quarto? mente todas as receitas, e por isso o ca- confirmada a identidade do que dis- teoria sobre isso. Nós pertencemos a como é, novamente. do Zoológico — Aqui não temos lendário otimizado é fundamental para seram ter sido um corpo achado nu- uma organização secreta, que sempre Acostumados a dormir ninguém para levar ma- o desempenho econômico dos clubes. ma quebrada. Mas sinto nojo ao per- nos manda a coisas como esta. no mato, no meio das ji- de Lisboa las — disse, com um Hoje, os clubes que disputam a Série ceber que Juan foi assassinado no- — Nós pertencemos a uma organi- boias, nós podíamos es- grunhido não tão amis- A do Campeonato Brasileiro, uma com- vamente. E, desta vez, com anuên- zação? Como assim, nunca me fala- tranhar aqueles luxos. toso, o funcionário da petição internacional, Libertadores ou cia da Justiça. Será sepultado de no- ram nada. Até hoje lembro do ar recepção. Sul-Americana, um campeonato regio- vo, sem que seus algozes tenham — É porque ela é tão secreta que magoado do alemão, quando nós pro- Tudo bem, sabe como é, nós so- nal de grande número de datas e a Copa sentado no banco dos réus. Só isso não dizem nada nem aos próprios curamos um hotel com quarto, ca- mos fortes etc. etc. Subimos, aper- do Brasil podem chegar a 75 partidas deveria unir toda uma cidade, o mo- membros. mas, banheiro exclusivo etc. No míni- tou fome, porque a comida no avião por ano. Por outro lado, para a grande vimento popular, os que lutam con- É, deve ser. Aparentemente, Márcio mo, deve ter-nos achado um par de parecia ter sido furtada do Zoológi- maioria dos clubes de menor investi- tra a corrupção, os que reclamam anda meio afastado, porque faz tem- colonizados culturais, abandonando co de Lisboa (era TAP e a escolha de mento a temporada se limita ao cam- que ninguém faz nada por ninguém, po que não o encontro de repente no nossas raízes históricas para adotar comida acabou antes de chegar a peonato estadual, que normalmente se as milhões de ONGs e todas as OGs exterior, como acontecia antes. Tal- hábitos do colonizador. nossa vez, de maneira que tivemos inicia em janeiro ou fevereiro e se encer- (Organizações Governamentais). vez um de nós tenha sido transferido Outra vez, em Copenhague, nos que ficar com o que certamente ti- ra em abril ou maio. Essa baixa ativida- Mataram um menino inocente. Po- de setor, como sempre sem que nos instalaram bem no centro da zona. nha sido selecionado para as hie- de na base da pirâmide representa uma deria ter sido o filho de um de nós, digam nada. Não sei bem, só sei que Tudo bem, nada de preconceito, mas nas, lá no Zoo da terrinha). Não há perda de receitas da ordem de R$ 600 leitores. continuo em atividade e esta é a ter- o quarto não comportava mais que restaurante no hotel. Tudo bem, en- milhões por ano e 25.000 empregos. Se houver aí alguém que realmen- ceira vez este ano em que sou despa- duas pessoas (paradas; se se mexes- tão serviço de quarto. Não há servi- Está na hora de mudar, e a Copa do te luta por Justiça que se apresente. chado para um front cultural. Estou sem, haveria colisões) e ficava meio ço de quarto. Então podíamos sair Mundo não pode deixar o futebol E acredite que, se não erguemos agora em um hotel de Bruxelas, ca- chato a gente estar voltando para o pelas redondezas, para ver se achá- brasileiro pra trás. nossa voz, as pedras, os postes, e tando as teclas de um computadorzi- hotel e ser parado o tempo todo por vamos algo? Podíamos, mas com quem sabe os mortos, clamarão em nho, as quais, como num filme, se fun- frequentadores da zona, nos ofere- cuidado, porque a área era mal fre- PEDRO TRENGROUSE é advogado, consultor nosso lugar. Nesse sentido, a faixa dem com imagens do passado. Sim, cendo tudo o que, imagino eu, uma quentada. Refizemos as malas para da ONU/PNUD para a Copa 2014 e do Rio de Paz na areia de Copacaba- há muito o que lembrar, nesta vida de boa zona dinamarquesa oferece. Em mudar de hotel. Ou pelo menos para coordenador de Projetos da Fundação Getulio na foi profética: “Adeus, Juan. Per- veterano. Hotéis e hospedagem em Stuttgart, depois de haver subido uma boa árvore, que lembrasse a Vargas. dão.” geral, por exemplo. quatro enormes lances de escada, nossa casa. Ô vida. O GLOBO NA INTERNET Hoje em dia, a coisa está melhor, carregando malas, deparamos com OPINIÃO Leia mais artigos JORGE ANTONIO BARROS é jornalista. mas a vida do pioneiro não é fácil. charmosos aposentos, cuja caracte- JOÃO UBALDO RIBEIRO é escritor. oglobo.com.br/opiniao