O documento discute agências de controle como governo, educação, psicoterapia, religião, economia e mídia. A imprensa é analisada como uma agência de controle que manipula a percepção da realidade através da disseminação seletiva de informações. A análise do comportamento pode contribuir para entender como a cultura e a mídia influenciam o comportamento.
3. Agências de Controle
“O grupo exerce um controle ético sobre cada um de seus
membros através, principalmente, de seu poder de
reforçar ou punir. O poder deriva do número e da
importância de outras pessoas na vida de cada membro.
Geralmente o grupo não é bem organizado, nem seus
procedimentos são consistentemente mantidos. Dentro
do grupo, entretanto, certas agências de controle
manipulam conjuntos particulares de variáveis. Essas
agências são geralmente mais bem organizadas que o
grupo como um todo, e frequentemente operam com
maior sucesso”. (Skinner, 1953/2000, p. 363).
4. Governo e Lei
As leis são escritas para controlar o
comportamento
Lei:
É “o enunciado de uma contingência de reforçamento
mantida por uma agência governamental” (p. 370).
Tem dois aspectos importantes: ela especifica o
comportamento e a conseqüência que, geralmente, é de
punição.
“Uma lei é uma regra de conduta no sentido de que
especifica as conseqüências de certas ações que, por seu
turno, regem o comportamento” (p. 370).
5. Governo e Lei
A decretação de uma lei geralmente estabelece
novas práticas culturais
A grande maioria das leis prescrevem formas
aversivas de controle
Controle coercitivo gera um repertório complexo de
contracontrole (Sidman, 1989/1995).
Além disso, o comportamento, quando punido, pode
gerar disposições emocionais marcantes, como
sentimentos de vergonha e de medo, que ajudam no
controle desse comportamento
6. A imprensa enquanto uma agência
controladora
A imprensa também tem o poder de controlar
comportamento divulgando informações sobre a
“realidade”, e produzindo o que Guerin (1992)
descreveu como conhecimento socialmente
produzido. Os controlados, nesse caso os
consumidores de informação, ficam sob controle de
uma realidade construída, sem contato direto com
o ambiente, possibilitando assim a manipulação do
que é relatado sobre esse ambiente por alguns
membros da comunidade.
7. A imprensa enquanto uma agência
controladora
Eleição de Fernando Collor
Guerra do Golfo
“Mesmo a divulgação de uma cifra espantosa como a Guerra do
Golfo – 100.000 mortes em apenas quarenta dias – não produz
efeitos nem sequer longinquamente comparáveis aos que seriam
criados caso fossem transmitidas as imagens de corpos sendo
estraçalhados por rajadas de metralhadoras. A mídia conquistou, de
fato, a capacidade política e tecnológica de ocultar até genocídios de
grandes proporções. Esse dado coloca, com urgência, as indagações
sobre o futuro dessa perigosa articulação de interesses entre as
grandes corporações da mídia e o Estado.” (Arbex, 2001, p. 121).
8. Analisando práticas culturais: a informação
como componente fundamental da análise
A análise do comportamento também vem
contribuindo, de forma ainda muito modesta, com
essa discussão. Essa ciência dispõe, como apontado
neste trabalho, de instrumental teórico capaz de
abordar questões referentes à cultura. Entretanto,
grande parte dos trabalhos de analistas do
comportamento interessados pela cultura, ainda se
caracteriza mais pela descrição e análise de algum
fenômeno social do que pelo desenvolvimento de
tecnologias de intervenção (Lamal, 1991).
9. Analisando práticas culturais: a informação
como componente fundamental da análise
Rakos (1992) salientou a natureza informacional da
sociedade contemporânea, ressaltando que
analistas do comportamento interessados em
analisar a cultura devem necessariamente abordar
questões referentes à influência da mídia no
controle do comportamento.
A construção de um ambiente altamente
tecnológico acabou por definir a informação e não
mais o capital como mercadoria mais valiosa.
Rakos (1992)
10. Algumas propostas de análise sobre o relatar da
Imprensa do ponto de vista da análise do
comportamento
Condições cruciais para a determinação do
conhecimento socialmente produzido. Guerin (1992)
Tatos e intraverbais
Tatos distorcidos
“identificação de que muitas das respostas verbais que descrevem
aspectos do ambiente, topograficamente semelhantes às respostas
de tatear, seriam, na verdade, respostas intraverbais emitidas sob
controle discriminativo das respostas de outros membros da
comunidade verbal.”
Mundo “mecânico”/“real” versus mundo socialmente
construído