O documento discute como as tecnologias podem melhorar a aprendizagem, desde post-its até celulares. Apresenta exemplos como pad, nuvem de palavras e wiki para construir conhecimento de forma colaborativa. Também aborda conceitos como educação popular, aberta, campo da educação e tecnologia e como as interfaces entre esses campos podem promover transformações quando há diálogo e participação.
Que educação, que tecnologias, para quem, com quais objetivos?
1. Que educação? Que tecnologias?
Para quem? Com quais objetivos?
de post-its a celulares: como as tecnologias podem
melhorar a aprendizagem
São Paulo, 18 de agosto de 2014
biancasantana@gmail.com
12. Página do nosso curso na
wikiversidade?
https://pt.wikiversity.org/w/index.php?
title=De_post-its_a_celulares:
_como_as_tecnologias_podem_melhorar_a_ap
rendizagem&action=edit&redlink=1
VALENDO!
13. Colaboração? Magda Floriana Damiani
“Segundo Parrilla (1996, apud ARNAIZ, HERRERO, GARRIDO e DE
HARO, 1999), grupos colaborativos são aqueles em que todos os componentes
compartilham as decisões tomadas e são responsáveis pela qualidade do que é
produzido em conjunto, conforme suas possibilidades e interesses.”
“Assim, para esse autor, na cooperação, há ajuda mútua na execução de tarefas, embora suas
finalidades geralmente não sejam fruto de negociação conjunta do grupo, podendo existir relações
desiguais e hierárquicas entre os seus membros. Na colaboração, por outro lado, ao trabalharem
juntos, os membros de um grupo se apóiam, visando atingir objetivos comuns negociados pelo
coletivo, estabelecendo relações que tendem à não-hierarquização, liderança compartilhada,
confiança mútua e co-responsabilidade pela condução das ações”
http://www.scielo.br/pdf/er/n31/n31a13
14. Como concretizar a colaboração?
A partir do que desenhamos aqui hoje:
ferramenta: pad, nuvem de palavras, post-its, wiki, google
drive.
método:
diálogo; conhecimentos prévios; percepções, escuta dos
participantes; todo mundo é participante, até quem facilita
(sujeitos); produção coletiva (não é algo pronto); registro e
sistematização; negociação; tempo.
15. Educação e tecnologia como campo
(s)
Espaço estruturado de posições em que agentes e
instituições travam lutas a partir de suas posições e das
relações dinâmicas que estabelecem entre si.
Cada campo é composto por agentes, instituições, valores
e regras.
Bourdieu
16. Educação como campo
Quem são os agentes?
educandos, professores, merendeira, gestores…..
Quem são as instituições?
escolas, ongs, casa de lua, universidade, fundação wikimedia,
posto de saúde, revista etc
Quais são os valores / qual é o discurso?
diálogo….
17. Tecnologia como campo
Quem são os agentes?
Quem são as instituições?
Quais são os valores / qual é o discurso?
18. Educação e tecnologia como campo
Quem são os agentes?
Quem são as instituições?
Quais são os valores / qual é o discurso?
19. Para compreender o campo da tecnologia, um agente
André Lemos
Professor da Universidade Federal da Bahia,
na Faculdade de Comunicação.
Engenheiro (1984), Mestre em Política de
Ciência e Tecnologia pela COPPE/UFRJ
(1991) e Doutor em Sociologia pela Université
René Descartes, Paris V, Sorbonne (1995).
http://andrelemos.info
20. Bibliografia Básica
Adaptação da tese de doutorado.
“Este livro é fruto de um incômodo
pessoal que se traduz pela necessidade
de compreender o fenômeno técnico.
Este incômodo vem da mistura de
medo e fascinação que as novas
tecnologias exercem sobre as pessoas.
André Lemos analisa os impactos das
novas tecnologias na sociedade
contemporânea, através da descrição
da nova cultura tecnológica planetária:
a cibercultura.”
http://www.editorasulina.com.br/detalhes.php?id=289
21. Ele fala em cibercultura
Cibercultura = cultura
contemporânea
Cibercultura = relações entre as tecnologias
informacionais de comunicação e informação e a
cultura, emergentes a partir da convergência
informática/ telecomunicações na década de 1970
23. Tecnologia = técnica?
Técnica
- conceito filosófico que diz respeito às artes práticas (do
grego, τεχνη= arte);
- perspectiva etnozoológica: relação com a natureza
mediada por artefatos como instinto humano;
- perspectiva genealógica-gestáltica: forma particular que
surge do conflito entre o homem e o mundo;
- para Heidegger é um modo de existência no mundo.
24. Técnica = tecnologia?
Tecnologia
- do grego (τεχνη — arte + λογια — estudo):estudo da
técnica;
- a técnica se transforma em tecnologia quando máquinas
tomam o lugar do homem como manipulador de
instrumentos na perspectiva genealógica-gestática;
- para Heidegger, é o processo de cientifização da técnica
e tecnização da ciência, fruto da Modernidade.
25. Fenômeno tecnológico na história
Neolítico: idade da pedra polida
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:
Neolitico-agricultura.svg
Egito Antigo
http://upload.wikimedia.
org/wikipedia/commons/3/3d/Tomb_of_
Nakht_(2).jpg
Grécia Clássica
http://upload.wikimedia.
org/wikipedia/commons/c/c8/The_Return_Of
_Agamemnon_-
_Project_Gutenberg_eText_14994.png
26. Fenômeno tecnológico na história
Império Romano
Renascimento
Idade Média
http://sitedoaran.com.
br/public/uploads/almanaques/201401281002
56.jpg
http://www.pentagon.
http://www.blogodisea.
com/wp-
content/uploads/2013/07/m
ecanismo-anticitera-partes.
jpg
27. Fenômeno tecnológico na história
http://1.bp.blogspot.
com/_YS472b0alpI/TS7vj0zdZ_I/AAAAAAAAAXE/Vh7AD0sOs
J4/s1600/26388-
la_revolucion_industrial_en_el_sector_primario_-_geografia.
http://www.lsg.musin.de/geschichte/Material/Bilder/ind-rev/fabrik.jpg
Revolução Industrial
28. Fenômeno tecnológico na história
A partir da segunda metade do
século XX:
Informática
Cibernética
Microeletrônica
Redes de Comunicação
Novas Tecnologias
Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC)
Tecnologias Digitais
http://upload.wikimedia.
org/wikipedia/commons/f/f3/Punched_card.jpg
http://farm5.staticflickr.
com/4060/4661409838_91
9824b9fa_z.jpg
http://upload.wikimedia.
org/wikipedia/commons/thumb/2/2c/ADSL_mode
m_router_internals_labeled.jpg/1280px-
ADSL_modem_router_internals_labeled.jpg
http://www.iutsrc.fr/iutsrc.fr/images/stories/120a.
jpg
http://farm3.staticflickr.
com/2218/5711804272_0c41030955_o.jpg
29. Desenvolvimento tecnológico no imaginário social
- fase da indiferença (até a Idade Média);
- fase do conforto (modernidade);
- fase da ubiquidade.
31. Paulo Freire
Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de setembro de 1921 — São Paulo, 2 de maio de
1997) foi um educador, pedagogista e filósofo brasileiro. É Patrono da Educação Brasileira.
Paulo Freire é considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia
mundial,1 tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.
A sua prática didática fundamentava-se na crença de que o educando assimilaria o objeto
de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em contraposição à por ele
denominada educação bancária, tecnicista e alienante: o educando criaria sua própria
educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído;
libertando-se de chavões alienantes, o educando seguiria e criaria o rumo do seu
aprendizado. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para
a escolarização como para a formação da consciência política.
Fonte: Wikipédia
32. Educação Popular
- valoriza os saberes prévios e as realidades culturais na construção de novos
saberes;
- está implicada com o desenvolvimento de um olhar crítico, que facilita o
desenvolvimento da comunidade onde o educando está inserido;
- dialógica;
- escolar e não escolar;
- estratégia de participação popular para
a transformação social;
- valorização de todas e todos;
- epaço de relações, o que inclui afetos.
33. Educação Aberta
Práticas educativas de diversas
configurações possíveis, que
extrapolam o modelo de um professor
para muitos alunos com um currículo pré-
formulado e pouco flexível.
34. Educação Aberta, nas palavras de Tel Amiel
“Fomentar (ou ter a disposição) por meio de práticas,
recursos e ambientes abertos, variadas configurações de
ensino e aprendizagem, mesmo quando essas aparentam
redundância, reconhecendo a pluralidade de contextos e as
possibilidades educacionais para o aprendizado ao longo da
vida.”
35. Educação Aberta, nas palavras de Andreia
Inamorato Santos
“Relacionada à liberdade de o estudante decidir onde
estudar; estudar por módulos; autodidatismo certificado;
isenção de pagamentos; acessibilidade a portadores de
alguma deficiência física, provisão de recursos educacionais
abertos.”
36. Declaração de Cidade do Cabo para Educação Aberta:
“Estamos à beira de uma revolução global no ensino e na aprendizagem. Educadores
em todo o mundo estão desenvolvendo um vasto conjunto de recursos educacionais
na Internet, que são abertos e livres para todos usarem. Esses educadores estão
criando um mundo onde cada uma e todas as pessoas podem acessar e contribuir
para a soma de todo o conhecimento humano. Eles também estão plantando as
sementes de uma nova pedagogia, onde educadores e estudantes criam, moldam e
desenvolvem conhecimento de forma conjunta, aprofundando seus conhecimentos e
habilidades e melhorando sua compreensão durante o processo.”
37. Para compreender as relações entre
educação e tecnologias
Como campo!
Michelle Prazeres dá 7 parâmetros.
38. 1. Cibercultura
Uma cultura de época.
○ aparatos tecnológicos digitais e capazes de rede (computador, celular, tablets,
etc.);
○ estruturas tecnológicas (como a internet), meios (como sites e blogs) e
produtos a eles relacionados (como softwares, games, etc.);
○ conteúdos e valores produzidos e que circulam nas redes;
○ universo mercadológico que os produz (empresas e instituições
relacionadas ao mercado de tecnologia); e
○ modelo mental e modos de percepção.
http://pixabay.com/pt/estrutura-redes-internet-rede-204728/
39. 2: instâncias de socialização
Suas instituições (escola, mídia, poder
público, empresas, etc) produzem,
circulam, reproduzem e legitimam
discursos próprios e também
discursos comuns.
http://pixabay.com/pt/torre-computador-rede-%C3%ADcone-36266/
40. 3: instrumentos ou aparatos
Educação para o desenvolvimento, para o
progresso.
Tecnologias para a qualidade e para a
inovação.
http://intergalacticrobot.blogspot.com.br/2014/04/visoes-de-utopia-percepcoes-sobre.html
41. 4: conteúdos
A educação como conteúdo das tecnologias (aplicativos,
textos, imagens, sons, etc);
A tecnologia como conteúdo da educação (alfabetização
digital, etc).
A educação e a tecnologia como conteúdos que circulam
na esfera comunicacional (constroem e são construídos
pela vida em sociedade).
42. 5: espaços ou grupos de valores e
representações
Tecnologia: inclusão, velocidade,
inovação, progresso, avanço,
agilidade, conectividade, mobilidade,
etc.
Educação: tradição, imersão,
aprendizado, conhecimento,
dedicação, disciplina, etc.
* valores “tradicionalmente” creditados a cada um dos campos. Ref:
socioreferenciamento.
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_Paulo_Freire
43. 6: representantes de modos de percepção
Educação aberta e educação bancária
Educação popular, educação dialógica.
>> Colaboração, participação e transmissão e recepção <<
Tecnologias livres e proprietárias.
Tecnologias abertas e fechadas.
44. 7: podem estar associadas a
projetos de sociedade
Inovação
Reforma
Transformação
http://pixabay.com/pt/inova%C3%A7%C3%A3o-homem-bulbo-de-luz-id%C3%A9ia-258932/
45. A interface entre
educação e tecnologias
é um grande espaço
em potência
https://www.flickr.com/photos/lubrio/8046964426/
46. Quando ela se dá…
De forma instrumental;
De forma mercadológica;
De forma bancária (“top down”);
Sem colaboração e sem participação...
a transformação (da educação, das
relações, da sociedade) tende a existir?
47. Respeitando os contextos;
Pensando os objetivos;
Buscando transformar o espaço educativo;
De forma colaborativa e com participação dos
sujeitos… de forma orgânica…
a transformação tende a existir?
Quando ela se dá…
48. Os agentes e instituições que hoje são
legítimos e legitimados para construir esta
interrelação estão também construindo uma
visão (e um discurso) sobre esta relação.
Qual a visão majoritária / hegemônica?
Qual a sua visão?
49. Pensar a educação como campo e os espaços
educativos enquanto ambientes de aprendizagem
significativa, prazerosa, interessante, criativa,
colaborativa, participativa e com qualidade.
As tecnologias não necessariamente transformam.
E não transformam sozinhas. Mas podem ser um
elemento extremamente potente desta
transformação.
50. Do que tem sido discurso comum,
precisamos ponderar que:
● As tecnologias podem transformar a educação;
○ Podem melhorar as práticas em sala de aula/ cursos/
oficinas;
○ Podem melhorar a gestão da escola;
○ Podem aumentar o interesse e a motivação dos alunos;
○ Podem melhorar o rendimento dos alunos/ aprendizes.
Desde que...
51. “Acho que o uso de computadores no processo
de ensino aprendizagem, em
lugar de reduzir, pode expandir a capacidade
crítica e criativa (...) Depende de
quem usa a favor de quê e de quem e para
quê.” (FREIRE, 1995: 98)