2. 1) Os conflitos entre as gerações de professores e alunos sempre
marcaram os processos educacionais, assim, é fundamental que
discutamos as diferenças existentes entre o modo de ensinar e de
aprender no contexto da sociedade de comunicação mediada por meio
digital.
2) Novas mídias, novos letramentos e nova práticas pedagógicas
deveriam ser a pedra de toque da formação continuada dos
professores.
3) Para aqueles que nasceram antes da internet, o letramento impresso
ainda é centro do ensino e da aprendizagem, enquanto o da tela
digital, periférico.
4) O desafio pedagógico é encontrar forma de aproximar a literatura
sofisticada, usando a tecnologia digital móvel como ponto de
convergência com ela e as demais linguagens.
5) Precisamos tornar o letramento digital – webletramento uma prioridade
nas bibliotecas das escolas, distribuindo pontos de acesso à web com
velocidade compatível com a necessidade dos alunos.
PROVOCAÇÕES INICIAIS: ENTENDENDO GERAÇÕES
3.
4. Os nascidos entre 1925 – 1950 – filhos de famílias que viveram a Grande
Depressão e as duas Grandes Guerras; as dificuldades do período fizeram
com as crianças se tornassem obedientes na Escola e, por sua vez, se
tornariam empregados obedientes. Os professores adotavam
metodologias autoritárias.
5. Nascidos entre 1951-1964 – seus integrantes viveram na era do rock e na
riqueza dos EUA. Ficaram indulgentes e narcisistas, hippies. Sua formação
educacional foi influenciada direto e indiretamente pela esperança e pelo
idealismo de Martin Luther King Jr, a apatia de Nixon.
6. No Brasil, a educação
era orientada pela
método tradicional.
7. A geração pós boomers - 1965 – 1984 – os nascidos neste período viveram
e foram educados num escola influenciada pelos efeitos da Guerra Fria, a
Perestroika, a queda do Muro de Berlim e, no Brasil, a luta pelas Diretas Já.
O mundo despedia de Mikhail Gorbatchov, Ronald Reagan, Margareth
Thatcher.
A geração X - 1963 – 1983 - preferiam áreas administrativas e econômicas.
No campo social presenciaram o aparecimento da AIDS, no campo cultural o
cyberpunk era representado através de Blade Runner – Caçador de
Androides
8.
9. As crianças desta geração – 1984 – 1999 - conheceram a democracia. São
livres em expressa pensamentos, É a geração da variedade, das
tecnologias que mudam rapidamente.
No campo educacional questiona métodos autoritários das gerações
anteriores; não aderiram à cultura de um livro só, uma vez que em um clique
obtém a mesma informação e toda fortuna crítica feita sobre o assunto por
especialistas.
10. É uma geração com formação especializada e que privilegia o resultado em
detrimento do processo. É a geração do agora, curto prazo. Os estímulos
das tecnologias digitais lhes permitiram a desenvolver o lado direito do
cérebro e são pós-modernos em essência. Logo, metodologias de ensino
baseada exclusivamente no processo não lhes agradam.
11. A geração Z de 2000 – até hoje – se constitui de “nascidos digitais”,
Prensky (2004), Palfrey (2010), quem nasceu a partir da segunda
metade do anos 90. Tem como referência de aprendizagem as
ferramentas da internet. A sua existência se confunde com o
ambiente virtual. Não seria se veem sem internet, redes sociais,
smartphones, notebooks, iPhones e e-books. Esse aparato permite ser
uma geração com plasticidade cerebral superior as demais, tornando-
se calculista, prática, imediatista, etc. Sua principal característica é
zapear.
12. O desafio da geração Z é aprender a lidar com a miríade de fontes e
informações disponíveis no cotidiano da web. Além disso, tem que
transformar Informação em conhecimento e Conhecimento em Criatividade.
(I+C=CC) sobre IC.
13. Alunos Nativos Digitais Professores Imigrantes Digitais
Estão conectados a objetos e a tecnologia é uma extensão
de seu cérebro
Controlam objetos e a tecnologia é um
recurso eventual.
Preferem receber informação rapidamente, de múltiplas
fontes.
Preferem oferta de informação lenta e
controlada, de fontes limitadas.
Preferem processamento paralelo e multitarefa. Preferem processamento linear e tarefas
únicas ou limitadas
Preferem trabalhar com imagens, som e vídeo, ao invés de
texto.
Preferem oferecer texto ao invés de
figuras, som e vídeo.
Preferem acesso randômico à informação multimídia
hiperligada
Preferem oferecer informação deforma
linear, lógica e sequencial.
Preferem interagir simultaneamente com muitos, são
adeptos do coletivo.
Preferem ensinar “se for o caso” (pode
cair na prova)
Preferem aprender na hora (Just in time) Preferem adiar a gratificação e as
recompensas para o final do período.
Preferem gratificação e recompensas instantâneas. Preferem ensinar o que está no currículo e
testes padronizados.
14. A desconexão entre a forma como os estudantes aprendem e a forma
como os professores ensinam é fácil de compreender quando
consideramos que o sistema educacional atual foi projetado para um
mundo agrário e de manufatura. Entretanto, o mundo mudou e continua a
mudar rapidamente. Os alunos multitarefa de hoje estão melhor equipados
para esta mudança do que muitos adultos e professores (grifo meu)[...]
Ian Jukes and Anita Dosaj, The informSavvy Group, Febrery, 2003. apud
Checcttini, 2011
PONTO DE VISTA 1
15. Tradicionais Baby-
boomers
Geração X Geração Y Geração Z
Ano de
nascimento.
Até 1950 1951-1964 1965-1983 1984-1999 A partir de
2000
Perspectiva Prática Otimista Cética Esperanços
a
Imediatista
Ética profissional Dedicados Focados Equilibrados Decididos Calculistas
Postura diante
da autoridade
Respeito Amor/ódio Desinteresse Cortesia Desligados
Liderança por... Hierarquia Consenso Competência Coletivismo Agilidade
Espírito de Sacrifício Automotivaç
ão
Anti-
compromisso
Inclusão Volúvel
Características centrais das gerações dos nativos digitais
16. “[...] agora nós temos uma geração que absorve informação melhor e que
toma decisões mais rapidamente, são multitarefas e processam
informações em paralelo; uma geração que pensa graficamente ao invés
de textualmente, assume a conectividade e está acostumada a ver o
mundo através das lentes dos jogos e da diversão.”
Use Their Tools! Speak Their Language!” Marc Prensky, march 2004.
PONTO DE VISTA 2
17. Nossos alunos mudaram
radicalmente.
Os alunos de hoje não são as
mesmas pessoas para as quais o
sistema educacional foi criado
para ensinar. Prensky, 2011.
[As crianças] pensam de maneira
diferente de todos nós. Elas
desenvolvem uma mente de
hipertexto. Elas saltam em
atividades. É como se suas
estruturas cognitivas fossem
paralelas, não sequenciais.
Willliam D. Winn
19. Sugestões de leituras
Cintra, José Carlos A. Reiventando a aula expositiva. Editora Jorge Cintra. São Paulo: 2012.
Neste livro, Cintra analisa as falhas
da relação do professor X e aluno Y e
como as diferenças comportamentais
geram conflitos no processo de
aprendizagem.
20. VERAS, Marcelo. Inovação e métodos de ensino para nativos digitais. São Paulo: Atlas, 2011
O acúmulo de informação, a
velocidade da tecnologia, a evolução
constante da prática pedagógica e as
profundas transformações ocorridas
no perfil do principal sujeito de todo
processo - o aluno - trazem questões
para as quais não há resposta fácil.
Mas uma coisa é certa: o nosso
tempo, caracterizado por mudanças
constantes e velozes, impõe novas
demandas para o professor e o
estimula a repensar continuamente
seu papel e sua prática. VERAS, 2011
21. VERAS, Marcelo. Inovação e métodos de ensino para nativos digitais. São Paulo: Atlas, 2011
O professor do século XXI tem toda a
produção intelectual dos séculos
passados incorporada e o desafio de
refutar as visões simplistas que
opõem as múltiplas linguagens à
realidade do aprendizado acadêmico,
lançando mão de métodos mais
adequados e adaptados à realidade
contemporânea e a sua absorção
imediata pelos humores do mercado.
VERAS, 2011.
23. As redes sociais digitais estão
provando que o ser humano deseja
participar e desenvolver as
competências e habilidades
cognitivas e sociais para se tornar
um cidadão hibrido, vivendo
simultaneamente nas interconexões
hoje inconsúteis da realidade física e
virtual. SANTAELLA, 2014.
25. REMANDO AO MOUSE E NAVEGANDO NO INFOMAR:
EDUCAÇÃO PARA O FUTURO, E.M. Arlindo Ferreira
Fotos de arquivo de Tatiane Gomes
26. DEPOIMENTO DA COORDENAÇÃO
As professoras começaram a utilizar as atividades com o conteúdo
programático adequado para cada série. Passamos a trabalhar com
exercícios de aquisição da leitura e escrita, contagem, percepção visual e
jogos. Pudemos notar o interesse e desenvolvimento contínuo dos alunos.
Eles ficavam ansiosos aguardando o horário da aula e passaram a ter
independência no uso dos computadores. As “prós” (sic) ficavam cada dia
mais encantadas por notarem como eles desenvolvem rápido, tornando o
uso dos recursos tecnológicos como algo inerente a eles. (Tatiane Gomes,
(Coord. 2014)
27. Os meus alunos quando tiveram a oportunidade de levar os “uquinhas” para suas casas, eles
aproveitaram o máximo. Uns fizeram ótimos vídeos, outros fotografaram bonitas paisagens,
animais, suas famílias e trouxeram para sala de aula a fim de que seus colegas e professora,
pudessem apreciar. (Professora Lana Sousa, 2012,
http://www.moodle.ufba.br/mod/book/view.php?id=122305&chapterid=30027. acesso em
22/11/2014.
TECNOLOGIA NA ESCOLA: UCA – ESCOLA DUQUE DE CAXIAS – IRECÊ-BA
28.
29. Nacionalidade canadiano
Ocupação Escritor e pesquisador
Principais interesses Aprendizagem na era digital
Ideias notáveis Conectivismo
George Siemens é um teorizador dos processos de aprendizagem na era digital1 .
Siemens é professor assistente Center for Distance Education e um pesquisador e
estrategista Technology Enhanced Knowledge Research Institute (TEKRI)
no Athabasca University em Alberta, no Canadá.
34. CONSIDERAÇÕES
1. Contemporaneamente, a relação do professor com o ensino e a
aprendizagem deve está baseada na ideia de conexão, uma vez que
as tecnologias digitais expandem as possibilidades de aprender do
aluno, ao mesmo tempo em que desafia as metodologias analógicas
do professor;
2. As TICs facilitam o conectivismo e com ele as práticas de escritas
tornam-se atividades cotidianas dentro e fora do contexto escolar;
3. Internet e as redes sociais tornaram-se difusoras sociais de práticas
de escritas;
4. Os dispositivos móveis digitais e as redes sociais constituíram
ferramentas psicológicas e cognitivas que ampliaram qualitativa e
quantitativamente as possibilidades de aprendizagens enriquecedoras
no campo da linguística, da cultura e da prática pedagógica;
5. A escola está inerte aos avanços de aprendizagens propostos pelas
tecnologias digitais dentro e fora da sala de aula e;
6. As práticas de escrita têm imposto aos professores ações
questionadoras de suas metodologias de ensino e de aprendizagem.
35. Bibliografias consultadas
COLL, César; CARLES, Monereo. Psicologia da educação virtual:
aprender e ensinar com as tecnologias da informação e da
comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2010.
LÈVY, Pierre. O futuro da Internet: em direção a uma ciberdemocracia.
São Paulo: 2010.
NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria. Cabeças digitais: o cotidiano na era
da informação. São Paulo: Loyola, 2006.
TAPSCOTT, Don. Geração digital: a crescente e irreversível ascensão à
geração net. São Paulo: Makron, 1999.
PALFREY, John. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração
de nativos digital. Porto Alegre: Artmed, 2011.
VERAS, Marcelo. Inovação e métodos de ensino para nativos digitais.
São Paulo, Atlas, 2011.
XAVIER, Antonio Carlos. Hipertexto e cibercultura: links com literatura,
publicidade, plágio e redes sociais. São Paulo: Respel, 2011.