SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 9
Baixar para ler offline
MÓDULO II
Enzimas de
Restrição
Enzimas de Restrição:

tesouras bioquímicas

Laboratório Virtual de Biotecnologia

Introdução
Em

usadas para fragmentar o material

1953,

Salvador

e

genético, deixando as extremidades

Giuseppe Bertani da Universidade de

das cadeias livres para poderem ser

Illinois e Jean Weigle do Instituto de

ligadas, em tubos de ensaio, com

Tecnologia da Califórnia encontraram

material

evidências de um sistema imunitário

qualquer espécie) abrindo um imenso

primitivo

leque de possibilidades.

em

Luria

bactérias.

Eles

genético

humano

(ou

de

observaram que certas estirpes da
bactéria

Escherichia

coli

eram

resistentes a infecções provocadas por
vários

bacteriófagos

infectam
parecia

bactérias).
ser

uma

(vírus
O

que

fenómeno

propriedade

da

parede da bactéria que restringia o
crescimento e a replicação de certos
bacteriófagos. Em 1962, Werner Arber
forneceu as primeiras evidências de
que a resistência dessas bactérias se
devia a um complexo de enzimas que
reconhecia selectivamente e destruía
DNA estranho à bactéria, impedindo
assim que os vírus se replicassem.
Arber e Stuart Linn conseguiram isolar
extractos de E. coli que cortavam de
eficiente

bacteriófagos.
continham

a

o

DNA

Estes
primeira

restrição

conhecida.

descoberta

a

de

extractos
enzima

de

Estava

mais

poderosa

ferramenta da Biotecnologia.
O

interesse

pelas

enzimas

As

enzimas

de

endonucleases,

restrição,

são

ou

enzimas

pertencentes a um grupo especial de
enzimas designadas nucleases. Este
grupo corresponde ao conjunto das
enzimas que genericamente quebram
as ligações fosfodiéster que unem os
nucleótidos adjacentes nas moléculas
de DNA. As enzimas de restrição
designam-se

endonucleases

porque

clivam o DNA em posições internas,
ao contrário das exonucleases que
digerem progressivamente o DNA das

Vários anos mais tarde, Werner

forma

O que são enzimas de restrição?

extremidades para o centro.
Existem três grupos principais de
enzimas de restrição: tipo I, tipo II e
tipo III. As enzimas do tipo I e III
reconhecem sequências específicas de
DNA mas clivam-no em locais muito
afastados

dessas

reconhecimento.

sequências

Além

disso,

de
estas

enzimas necessitam de ATP para se
de

restrição aumentou em 1973, quando
se percebeu que elas poderiam ser

moverem ao longo da cadeia de DNA
entre o local de reconhecimento e o
local de restrição. Estes dois factos

2
tornam estes dois tipos de enzimas de
restrição pouco úteis na Biotecnologia.

As enzimas de restrição do tipo II
reconhecem

sequências

que

Por outro lado, as enzimas de

normalmente têm entre quatro e oito

restrição do tipo II são ideais por duas

nucleótidos de comprimento. Estas

razões principais: todas clivam o DNA

sequências

são

de forma previsível e consistente,

palindrómicas,

ou

dentro ou nas imediações do local de

cadeias complementares apresentam

reconhecimento; e não necessitam de

sequências idênticas quando lidas de

ATP, sendo que utilizam o magnésio

5’ para 3’. Por exemplo, a enzima

como cofactor.

EcoRI

Já

se

restrição

isolaram
do

organismos.

tipo

enzimas
II

seja,

reconhece

as

a

duas

seguinte

sequência:

vários

5’ GAATTC 3’

existem

3’ CTTAAG 5’

de

Actualmente,

de

normalmente

mais de 200 enzimas de restrição
disponíveis comercialmente, tornando
possível cortar o DNA em mais de 100

Quando a EcoRI cliva o DNA, o
resultado são dois fragmentos com a
seguinte disposição:

locais de reconhecimento diferentes.

5’ G

O nome das enzimas de restrição

3’ CTTAA

reflecte a sua origem. Por exemplo, a
enzima EcoRI deve o seu nome ao

AATTC 3’
G 5’

O local de restrição, assim como a

organismo a partir do qual foi isolada

sequência

(E

coli;

sempre o mesmo para cada enzima

primeira

de restrição do tipo II. Estas enzimas

endonuclease identificada). Na tabela

clivam o seu local de restrição de um

1 estão algumas enzimas de restrição

de dois modos possíveis:

e o respectivo organismo a partir do

1) Clivam directamente no meio do

qual foram isoladas.

local,

R

=
=

Escherichia;
estirpe

RY13;

co
I

=

=

de

reconhecimento,

originando

é

extremidades

Organismo

Nome da enzima de restrição

Bacillus amyloliquefaciens H

BamHI

Escherichia coli RY13

EcoRI

Escherichia coli R245

EcoRII

Haemophilus aegyptius

HaeIII

Haemophilus influenzae Rd

HindII

Haemophilus influenzae Rd

HindIII

Providencia stuartii 164

PstI

Tabela 1 – Alguns exemplos de enzimas de restrição e respectivo organismo de origem.

3
abruptas. Como exemplo deste tipo

para uma determinada enzima do que

de extremidades, pode-se referir o

uma molécula de DNA que contenha

caso

apenas algumas centenas de pares de

da

clivagem

originada

pela

enzima de restrição HaeIII:

bases.

5’ GG
3’ CC

A digestão de DNA por enzimas de

CC 3’
GG 5’

restrição

2) Clivam num local que não o centro
do

local

de

restrição,

extremidades

de

originando

cadeia

simples

complementares, chamadas coesivas.
Como

exemplo

deste

tipo

de

extremidades, pode-se referir o caso
da clivagem originada pela enzima de
restrição EcoRI:

processo

simples.

Basta colocar o DNA em contacto com
a enzima à sua temperatura ideal
(geralmente

37ºC)

em

meio

de

reacção e a enzima inicia o processo
de digestão clivando o DNA em vários
fragmentos.
Aplicações

AATTC 3’

3’ CTTAA

das

enzimas

de

As enzimas de restrição foram

G 5’

inicialmente

As extremidades coesivas são muito
Em geral, quanto maior for a
DNA,

maior

probabilidade

de

que

determinado

local

de

será

ocorra

utilizadas

para

criar

moléculas de DNA recombinante, uma
vez que certas enzimas clivam o DNA

importantes na clonagem de genes.
de

um

restrição

5’ G

molécula

é

a
um

deixando as extremidades coesivas.
Estas moléculas com extremidades
coesivas

são

posteriormente

A

acopladas com uma sequência de DNA

probabilidade de clivagem de uma

de outra origem também digerida com

molécula

inversamente

a mesma enzima de restrição, ou

proporcional ao tamanho do local de

seja, com as mesmas extremidades

reconhecimento da enzima. Assim,

coesivas, por intermédio de uma DNA

uma enzima que reconheça quatro

ligase,

nucleótidos clivará uma determinada

molécula de DNA recombinante.

de

DNA

é

restrição.

Estas

molécula de DNA uma vez em cada

formando-se
enzimas

uma
são

nova
também

256 pares de bases, enquanto que

utilizadas na análise de cromossomas,

uma

através da realização de mapas de

pares

enzima
de

que

bases

reconheça
clivará

a

cinco

mesma

restrição;

sequenciação

de

DNA;

molécula uma vez em cada 1024

isolamento de genes; e investigação

pares de bases. O DNA humano, que

forense.
Têm ainda um papel importante

contém mais de três biliões de pares
de bases, terá mais locais de restrição

no

diagnóstico

de

certas

doenças

genéticas onde uma mutação altera o

4
local de restrição de uma enzima,
sendo possível distinguir entre genes
normais

e

genes

mutados

pelo

número de fragmentos obtidos com
essa enzima de restrição. Este tipo de
análise

designa-se

polimorfismos

de

análise

comprimento

de
de

fragmentos de restrição (restriction
fragment

length

polymorphisms

–

RFLP’s).
Questões de análise
1 – Descreva o modo de actuação de
uma enzima de restrição.
2

–

Explique

por

que

razão

as

endonucleases do tipo I e III não são
utilizadas em Biotecnologia.
3 – Indique o tipo de extremidades
que se podem formar numa molécula
de DNA após a clivagem por uma
enzima de restrição.
4

–

Indique

três

aplicações

das

enzimas de restrição.

5
Teoria:

ALA METODOLÓGICA

Todas as enzimas de

Conclusões:

restrição cortam do
Princípios:

mesmo modo a mesma
molécula de DNA?

Registos/Observações:
Pista 1

Conceitos:
Desenho experimental:
Material biológico
DNA pnr-325z
DNA beta-Y8
EcoRI
HindIII

Pista 1

Pista 2

Pista 2

6

ALA CONCEPTUAL
ALA METODOLÓGICA
Uma enzima apresenta

Teoria:

sempre o mesmo resultado,

Conclusões:

independentemente da
Princípios:

molécula de DNA
utilizada?

Registos/Observações:
Pista 1

Conceitos:
Desenho experimental:
Material biológico
DNA pnr-325z
DNA beta-Y8
EcoRI
HindIII

Pista 1

Pista 2

Pista 2

7

ALA CONCEPTUAL
ALA CONCEPTUAL

ALA METODOLÓGICA

Teoria:

enzimas de restrição
apresenta o mesmo resultado

Conclusões:

final, quando comparado
Princípios:

com os resultados
individuais?

Registos/Observações:
Pista 1

Conceitos:
Desenho experimental:
Material biológico
DNA pnr-325z
DNA beta-Y8
EcoRI
HindIII

Pista 1

Pista 2

Pista 2

8

O uso simultâneo de duas
M2

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Técnicas básicas de biologia molecular
Técnicas básicas de biologia molecularTécnicas básicas de biologia molecular
Técnicas básicas de biologia molecularThuane Sales
 
Biologia forense e suas áreas auxiliares.
Biologia forense e suas áreas auxiliares.Biologia forense e suas áreas auxiliares.
Biologia forense e suas áreas auxiliares.Danieli Simões
 
Marcadores moleculares em plantas
Marcadores moleculares em plantasMarcadores moleculares em plantas
Marcadores moleculares em plantasUERGS
 
Sequenciamento de nova geração- Curso de Inverno de Genética 2013-UFPR by Jos...
Sequenciamento de nova geração- Curso de Inverno de Genética 2013-UFPR by Jos...Sequenciamento de nova geração- Curso de Inverno de Genética 2013-UFPR by Jos...
Sequenciamento de nova geração- Curso de Inverno de Genética 2013-UFPR by Jos...Joseph Evaristo
 
Comparação de metodologias para detecção de variações cromossômicas e de sequ...
Comparação de metodologias para detecção de variações cromossômicas e de sequ...Comparação de metodologias para detecção de variações cromossômicas e de sequ...
Comparação de metodologias para detecção de variações cromossômicas e de sequ...Rinaldo Pereira
 
Sequenciamento de ultima geracao na identificacao de inversoes e translocacoes
Sequenciamento de ultima geracao na identificacao de inversoes e translocacoesSequenciamento de ultima geracao na identificacao de inversoes e translocacoes
Sequenciamento de ultima geracao na identificacao de inversoes e translocacoesRinaldo Pereira
 
Aula de Engenharia Genética sobre PCR
Aula de Engenharia Genética sobre PCRAula de Engenharia Genética sobre PCR
Aula de Engenharia Genética sobre PCRJaqueline Almeida
 
Biotecnologia Genomica na era do sequenciamento de DNA em larga escala
Biotecnologia Genomica na era do sequenciamento de DNA em larga escalaBiotecnologia Genomica na era do sequenciamento de DNA em larga escala
Biotecnologia Genomica na era do sequenciamento de DNA em larga escalaRinaldo Pereira
 
Classificação dos seres vivos
Classificação dos seres vivosClassificação dos seres vivos
Classificação dos seres vivosIsabella Silva
 
Marcadores e Genômica - Aula Teórica Thiago final
Marcadores e Genômica - Aula Teórica Thiago finalMarcadores e Genômica - Aula Teórica Thiago final
Marcadores e Genômica - Aula Teórica Thiago finalThiago Pinheiro
 
DNA recombinante - Resumo de aula
DNA recombinante - Resumo de aulaDNA recombinante - Resumo de aula
DNA recombinante - Resumo de aularenatanatali
 
Aulamolecular2 120606181016-phpapp01
Aulamolecular2 120606181016-phpapp01Aulamolecular2 120606181016-phpapp01
Aulamolecular2 120606181016-phpapp01Leriaagro
 

Mais procurados (20)

Marcador molecular
Marcador molecularMarcador molecular
Marcador molecular
 
Técnicas básicas de biologia molecular
Técnicas básicas de biologia molecularTécnicas básicas de biologia molecular
Técnicas básicas de biologia molecular
 
Biologia forense e suas áreas auxiliares.
Biologia forense e suas áreas auxiliares.Biologia forense e suas áreas auxiliares.
Biologia forense e suas áreas auxiliares.
 
Rflp
RflpRflp
Rflp
 
Marcadores moleculares em plantas
Marcadores moleculares em plantasMarcadores moleculares em plantas
Marcadores moleculares em plantas
 
Sequenciamento de nova geração- Curso de Inverno de Genética 2013-UFPR by Jos...
Sequenciamento de nova geração- Curso de Inverno de Genética 2013-UFPR by Jos...Sequenciamento de nova geração- Curso de Inverno de Genética 2013-UFPR by Jos...
Sequenciamento de nova geração- Curso de Inverno de Genética 2013-UFPR by Jos...
 
Comparação de metodologias para detecção de variações cromossômicas e de sequ...
Comparação de metodologias para detecção de variações cromossômicas e de sequ...Comparação de metodologias para detecção de variações cromossômicas e de sequ...
Comparação de metodologias para detecção de variações cromossômicas e de sequ...
 
Manipulação de DNA
Manipulação de DNAManipulação de DNA
Manipulação de DNA
 
3S_PCR_ resumo
3S_PCR_ resumo3S_PCR_ resumo
3S_PCR_ resumo
 
Ácidos Nucleicos
Ácidos Nucleicos  Ácidos Nucleicos
Ácidos Nucleicos
 
Polimorfismo final
Polimorfismo finalPolimorfismo final
Polimorfismo final
 
Sequenciamento de ultima geracao na identificacao de inversoes e translocacoes
Sequenciamento de ultima geracao na identificacao de inversoes e translocacoesSequenciamento de ultima geracao na identificacao de inversoes e translocacoes
Sequenciamento de ultima geracao na identificacao de inversoes e translocacoes
 
Aula de Engenharia Genética sobre PCR
Aula de Engenharia Genética sobre PCRAula de Engenharia Genética sobre PCR
Aula de Engenharia Genética sobre PCR
 
Biotecnologia Genomica na era do sequenciamento de DNA em larga escala
Biotecnologia Genomica na era do sequenciamento de DNA em larga escalaBiotecnologia Genomica na era do sequenciamento de DNA em larga escala
Biotecnologia Genomica na era do sequenciamento de DNA em larga escala
 
Marcadores moleculares
Marcadores molecularesMarcadores moleculares
Marcadores moleculares
 
Classificação dos seres vivos
Classificação dos seres vivosClassificação dos seres vivos
Classificação dos seres vivos
 
PCR
PCRPCR
PCR
 
Marcadores e Genômica - Aula Teórica Thiago final
Marcadores e Genômica - Aula Teórica Thiago finalMarcadores e Genômica - Aula Teórica Thiago final
Marcadores e Genômica - Aula Teórica Thiago final
 
DNA recombinante - Resumo de aula
DNA recombinante - Resumo de aulaDNA recombinante - Resumo de aula
DNA recombinante - Resumo de aula
 
Aulamolecular2 120606181016-phpapp01
Aulamolecular2 120606181016-phpapp01Aulamolecular2 120606181016-phpapp01
Aulamolecular2 120606181016-phpapp01
 

Destaque

Destaque (7)

Biotecnologia
BiotecnologiaBiotecnologia
Biotecnologia
 
Aula 7 mi..(1)
Aula 7 mi..(1)Aula 7 mi..(1)
Aula 7 mi..(1)
 
Aula Fundamentos Engenharia Genetica
Aula Fundamentos Engenharia GeneticaAula Fundamentos Engenharia Genetica
Aula Fundamentos Engenharia Genetica
 
Biologia molecular
Biologia molecularBiologia molecular
Biologia molecular
 
Biologia molecular
Biologia molecularBiologia molecular
Biologia molecular
 
Enzima (2)
Enzima (2)Enzima (2)
Enzima (2)
 
Engenharia GenéTica
Engenharia GenéTicaEngenharia GenéTica
Engenharia GenéTica
 

Semelhante a M2

enzimas_de_restricao.ppt
enzimas_de_restricao.pptenzimas_de_restricao.ppt
enzimas_de_restricao.pptalexmabr
 
Crescimento e renovação celular
Crescimento e renovação celularCrescimento e renovação celular
Crescimento e renovação celularCecilferreira
 
Treinamento ácidos nucléicos
Treinamento ácidos nucléicosTreinamento ácidos nucléicos
Treinamento ácidos nucléicosemanuel
 
Dna1 SAB FUND- Dr2
Dna1 SAB FUND- Dr2Dna1 SAB FUND- Dr2
Dna1 SAB FUND- Dr2mega
 
Aula 12 - Tecnologia do DNA recombinante
Aula 12 - Tecnologia do DNA recombinanteAula 12 - Tecnologia do DNA recombinante
Aula 12 - Tecnologia do DNA recombinanteFernando Mori Miyazawa
 
Recombinação nos vírus
Recombinação nos vírusRecombinação nos vírus
Recombinação nos vírusUERGS
 
Teste BG - Síntese Proteica
Teste BG - Síntese ProteicaTeste BG - Síntese Proteica
Teste BG - Síntese ProteicaJosé Luís Alves
 
Unidade 5 [Modo De Compatibilidade]
Unidade 5 [Modo De Compatibilidade]Unidade 5 [Modo De Compatibilidade]
Unidade 5 [Modo De Compatibilidade]Cidalia Aguiar
 
áCidos nucleicos e síntese proteínas power point(2)
áCidos nucleicos e síntese proteínas   power point(2)áCidos nucleicos e síntese proteínas   power point(2)
áCidos nucleicos e síntese proteínas power point(2)margaridabt
 

Semelhante a M2 (20)

DNA FINGER PRINT.ppt
DNA FINGER PRINT.pptDNA FINGER PRINT.ppt
DNA FINGER PRINT.ppt
 
enzimas_de_restricao.ppt
enzimas_de_restricao.pptenzimas_de_restricao.ppt
enzimas_de_restricao.ppt
 
Tecnologia do dna
Tecnologia do dnaTecnologia do dna
Tecnologia do dna
 
Resumo biologia (0)
Resumo biologia (0)Resumo biologia (0)
Resumo biologia (0)
 
Biotecnologia
BiotecnologiaBiotecnologia
Biotecnologia
 
Manipulação do dna & clonagem
Manipulação do dna & clonagemManipulação do dna & clonagem
Manipulação do dna & clonagem
 
Tb06 do gene +á prote+¡na
Tb06  do gene +á prote+¡naTb06  do gene +á prote+¡na
Tb06 do gene +á prote+¡na
 
Crescimento e renovação celular
Crescimento e renovação celularCrescimento e renovação celular
Crescimento e renovação celular
 
Treinamento ácidos nucléicos
Treinamento ácidos nucléicosTreinamento ácidos nucléicos
Treinamento ácidos nucléicos
 
Regulação do Material Genético
Regulação do Material GenéticoRegulação do Material Genético
Regulação do Material Genético
 
Dna1 SAB FUND- Dr2
Dna1 SAB FUND- Dr2Dna1 SAB FUND- Dr2
Dna1 SAB FUND- Dr2
 
Aula 12 - Tecnologia do DNA recombinante
Aula 12 - Tecnologia do DNA recombinanteAula 12 - Tecnologia do DNA recombinante
Aula 12 - Tecnologia do DNA recombinante
 
Recombinação nos vírus
Recombinação nos vírusRecombinação nos vírus
Recombinação nos vírus
 
Teste BG - Síntese Proteica
Teste BG - Síntese ProteicaTeste BG - Síntese Proteica
Teste BG - Síntese Proteica
 
Unidade 5 [Modo De Compatibilidade]
Unidade 5 [Modo De Compatibilidade]Unidade 5 [Modo De Compatibilidade]
Unidade 5 [Modo De Compatibilidade]
 
Citologia bacteriana
Citologia bacterianaCitologia bacteriana
Citologia bacteriana
 
Biotecnologia
BiotecnologiaBiotecnologia
Biotecnologia
 
Dna
DnaDna
Dna
 
DNA
DNADNA
DNA
 
áCidos nucleicos e síntese proteínas power point(2)
áCidos nucleicos e síntese proteínas   power point(2)áCidos nucleicos e síntese proteínas   power point(2)
áCidos nucleicos e síntese proteínas power point(2)
 

Mais de Ana Paula Taveira (20)

Ficha de trabalho estrutura da terra
Ficha de trabalho estrutura da terraFicha de trabalho estrutura da terra
Ficha de trabalho estrutura da terra
 
Modelos da estrutura da Terra
Modelos da estrutura da TerraModelos da estrutura da Terra
Modelos da estrutura da Terra
 
Técnico auxiliar de saúde perfil de desempenho legislação
Técnico auxiliar de saúde perfil de desempenho legislaçãoTécnico auxiliar de saúde perfil de desempenho legislação
Técnico auxiliar de saúde perfil de desempenho legislação
 
Proteccao integrada
Proteccao integradaProteccao integrada
Proteccao integrada
 
Cien tic7 dc_i1 atividdae localização vulcões e sismos
Cien tic7 dc_i1 atividdae localização vulcões e sismosCien tic7 dc_i1 atividdae localização vulcões e sismos
Cien tic7 dc_i1 atividdae localização vulcões e sismos
 
Dobras e falhas
Dobras  e falhasDobras  e falhas
Dobras e falhas
 
M6
M6M6
M6
 
M5
M5M5
M5
 
M4
M4M4
M4
 
M3
M3M3
M3
 
M1
M1M1
M1
 
Maquete tectc3b3nica-de-placas
Maquete tectc3b3nica-de-placasMaquete tectc3b3nica-de-placas
Maquete tectc3b3nica-de-placas
 
Deriva continental argumentos
Deriva continental   argumentosDeriva continental   argumentos
Deriva continental argumentos
 
Fosseis
FosseisFosseis
Fosseis
 
Csat
CsatCsat
Csat
 
Morfologia do sistema reprodutor
Morfologia do sistema reprodutorMorfologia do sistema reprodutor
Morfologia do sistema reprodutor
 
Métodos contraceptivos e rma
Métodos contraceptivos e rmaMétodos contraceptivos e rma
Métodos contraceptivos e rma
 
Ciclo sexual feminino
Ciclo sexual femininoCiclo sexual feminino
Ciclo sexual feminino
 
Desenvolvimento embrionario
Desenvolvimento embrionarioDesenvolvimento embrionario
Desenvolvimento embrionario
 
A terra como um sistema
A terra como um sistemaA terra como um sistema
A terra como um sistema
 

Último

Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 BrasilGoverno Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasillucasp132400
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasCasa Ciências
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERDeiciane Chaves
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaJúlio Sandes
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 

Último (20)

Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 BrasilGoverno Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 

M2

  • 2. Enzimas de Restrição: tesouras bioquímicas Laboratório Virtual de Biotecnologia Introdução Em usadas para fragmentar o material 1953, Salvador e genético, deixando as extremidades Giuseppe Bertani da Universidade de das cadeias livres para poderem ser Illinois e Jean Weigle do Instituto de ligadas, em tubos de ensaio, com Tecnologia da Califórnia encontraram material evidências de um sistema imunitário qualquer espécie) abrindo um imenso primitivo leque de possibilidades. em Luria bactérias. Eles genético humano (ou de observaram que certas estirpes da bactéria Escherichia coli eram resistentes a infecções provocadas por vários bacteriófagos infectam parecia bactérias). ser uma (vírus O que fenómeno propriedade da parede da bactéria que restringia o crescimento e a replicação de certos bacteriófagos. Em 1962, Werner Arber forneceu as primeiras evidências de que a resistência dessas bactérias se devia a um complexo de enzimas que reconhecia selectivamente e destruía DNA estranho à bactéria, impedindo assim que os vírus se replicassem. Arber e Stuart Linn conseguiram isolar extractos de E. coli que cortavam de eficiente bacteriófagos. continham a o DNA Estes primeira restrição conhecida. descoberta a de extractos enzima de Estava mais poderosa ferramenta da Biotecnologia. O interesse pelas enzimas As enzimas de endonucleases, restrição, são ou enzimas pertencentes a um grupo especial de enzimas designadas nucleases. Este grupo corresponde ao conjunto das enzimas que genericamente quebram as ligações fosfodiéster que unem os nucleótidos adjacentes nas moléculas de DNA. As enzimas de restrição designam-se endonucleases porque clivam o DNA em posições internas, ao contrário das exonucleases que digerem progressivamente o DNA das Vários anos mais tarde, Werner forma O que são enzimas de restrição? extremidades para o centro. Existem três grupos principais de enzimas de restrição: tipo I, tipo II e tipo III. As enzimas do tipo I e III reconhecem sequências específicas de DNA mas clivam-no em locais muito afastados dessas reconhecimento. sequências Além disso, de estas enzimas necessitam de ATP para se de restrição aumentou em 1973, quando se percebeu que elas poderiam ser moverem ao longo da cadeia de DNA entre o local de reconhecimento e o local de restrição. Estes dois factos 2
  • 3. tornam estes dois tipos de enzimas de restrição pouco úteis na Biotecnologia. As enzimas de restrição do tipo II reconhecem sequências que Por outro lado, as enzimas de normalmente têm entre quatro e oito restrição do tipo II são ideais por duas nucleótidos de comprimento. Estas razões principais: todas clivam o DNA sequências são de forma previsível e consistente, palindrómicas, ou dentro ou nas imediações do local de cadeias complementares apresentam reconhecimento; e não necessitam de sequências idênticas quando lidas de ATP, sendo que utilizam o magnésio 5’ para 3’. Por exemplo, a enzima como cofactor. EcoRI Já se restrição isolaram do organismos. tipo enzimas II seja, reconhece as a duas seguinte sequência: vários 5’ GAATTC 3’ existem 3’ CTTAAG 5’ de Actualmente, de normalmente mais de 200 enzimas de restrição disponíveis comercialmente, tornando possível cortar o DNA em mais de 100 Quando a EcoRI cliva o DNA, o resultado são dois fragmentos com a seguinte disposição: locais de reconhecimento diferentes. 5’ G O nome das enzimas de restrição 3’ CTTAA reflecte a sua origem. Por exemplo, a enzima EcoRI deve o seu nome ao AATTC 3’ G 5’ O local de restrição, assim como a organismo a partir do qual foi isolada sequência (E coli; sempre o mesmo para cada enzima primeira de restrição do tipo II. Estas enzimas endonuclease identificada). Na tabela clivam o seu local de restrição de um 1 estão algumas enzimas de restrição de dois modos possíveis: e o respectivo organismo a partir do 1) Clivam directamente no meio do qual foram isoladas. local, R = = Escherichia; estirpe RY13; co I = = de reconhecimento, originando é extremidades Organismo Nome da enzima de restrição Bacillus amyloliquefaciens H BamHI Escherichia coli RY13 EcoRI Escherichia coli R245 EcoRII Haemophilus aegyptius HaeIII Haemophilus influenzae Rd HindII Haemophilus influenzae Rd HindIII Providencia stuartii 164 PstI Tabela 1 – Alguns exemplos de enzimas de restrição e respectivo organismo de origem. 3
  • 4. abruptas. Como exemplo deste tipo para uma determinada enzima do que de extremidades, pode-se referir o uma molécula de DNA que contenha caso apenas algumas centenas de pares de da clivagem originada pela enzima de restrição HaeIII: bases. 5’ GG 3’ CC A digestão de DNA por enzimas de CC 3’ GG 5’ restrição 2) Clivam num local que não o centro do local de restrição, extremidades de originando cadeia simples complementares, chamadas coesivas. Como exemplo deste tipo de extremidades, pode-se referir o caso da clivagem originada pela enzima de restrição EcoRI: processo simples. Basta colocar o DNA em contacto com a enzima à sua temperatura ideal (geralmente 37ºC) em meio de reacção e a enzima inicia o processo de digestão clivando o DNA em vários fragmentos. Aplicações AATTC 3’ 3’ CTTAA das enzimas de As enzimas de restrição foram G 5’ inicialmente As extremidades coesivas são muito Em geral, quanto maior for a DNA, maior probabilidade de que determinado local de será ocorra utilizadas para criar moléculas de DNA recombinante, uma vez que certas enzimas clivam o DNA importantes na clonagem de genes. de um restrição 5’ G molécula é a um deixando as extremidades coesivas. Estas moléculas com extremidades coesivas são posteriormente A acopladas com uma sequência de DNA probabilidade de clivagem de uma de outra origem também digerida com molécula inversamente a mesma enzima de restrição, ou proporcional ao tamanho do local de seja, com as mesmas extremidades reconhecimento da enzima. Assim, coesivas, por intermédio de uma DNA uma enzima que reconheça quatro ligase, nucleótidos clivará uma determinada molécula de DNA recombinante. de DNA é restrição. Estas molécula de DNA uma vez em cada formando-se enzimas uma são nova também 256 pares de bases, enquanto que utilizadas na análise de cromossomas, uma através da realização de mapas de pares enzima de que bases reconheça clivará a cinco mesma restrição; sequenciação de DNA; molécula uma vez em cada 1024 isolamento de genes; e investigação pares de bases. O DNA humano, que forense. Têm ainda um papel importante contém mais de três biliões de pares de bases, terá mais locais de restrição no diagnóstico de certas doenças genéticas onde uma mutação altera o 4
  • 5. local de restrição de uma enzima, sendo possível distinguir entre genes normais e genes mutados pelo número de fragmentos obtidos com essa enzima de restrição. Este tipo de análise designa-se polimorfismos de análise comprimento de de fragmentos de restrição (restriction fragment length polymorphisms – RFLP’s). Questões de análise 1 – Descreva o modo de actuação de uma enzima de restrição. 2 – Explique por que razão as endonucleases do tipo I e III não são utilizadas em Biotecnologia. 3 – Indique o tipo de extremidades que se podem formar numa molécula de DNA após a clivagem por uma enzima de restrição. 4 – Indique três aplicações das enzimas de restrição. 5
  • 6. Teoria: ALA METODOLÓGICA Todas as enzimas de Conclusões: restrição cortam do Princípios: mesmo modo a mesma molécula de DNA? Registos/Observações: Pista 1 Conceitos: Desenho experimental: Material biológico DNA pnr-325z DNA beta-Y8 EcoRI HindIII Pista 1 Pista 2 Pista 2 6 ALA CONCEPTUAL
  • 7. ALA METODOLÓGICA Uma enzima apresenta Teoria: sempre o mesmo resultado, Conclusões: independentemente da Princípios: molécula de DNA utilizada? Registos/Observações: Pista 1 Conceitos: Desenho experimental: Material biológico DNA pnr-325z DNA beta-Y8 EcoRI HindIII Pista 1 Pista 2 Pista 2 7 ALA CONCEPTUAL
  • 8. ALA CONCEPTUAL ALA METODOLÓGICA Teoria: enzimas de restrição apresenta o mesmo resultado Conclusões: final, quando comparado Princípios: com os resultados individuais? Registos/Observações: Pista 1 Conceitos: Desenho experimental: Material biológico DNA pnr-325z DNA beta-Y8 EcoRI HindIII Pista 1 Pista 2 Pista 2 8 O uso simultâneo de duas