2. Possibilidade de parar o tempo
Gravação e reprodução das imagens do mundo que
nos cerca
Documento histórico
Arte
Prova irrefutável de uma verdade qualquer
Possibilidade mágica de preservar algo valioso
Uma linguagem
Miniaturas da vida
Ilusão de ótica
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3. “(...) a manifestação democrática de uma arte
aristocrática”. Ernst Haas.
Contexto de aparecimento da fotografia: industrialização
do século XIX.
Fotografia e cinema como formas industriais da imagem.
Os aspectos democratizantes da fotografia .
Diferença entre a pintura e a fotografia: engajamento e
denúncia.
“Eram imagens cruas, que pela simples existência
impunham alguma providência, imagens que clamavam
contra um estado de coisas que não se podia mais fingir
não ver”. KUBRUSLY (2001, p. 11).
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4. A fotografia coloca o homem na posição de
espectador.
A imagem não está limitada pela barreira dos idiomas
ou da alfabetização.
Reduz a realidade em apenas duas dimensões.
Perfeita perspectiva numa superfície plana.
Fidelidade absoluta das imagens da câmara escura.
Identidade de aparência com a realidade.
A imagem identifica uma individualidade, alguém que
personifica as ideias.
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9. “A palavra é racional, dissertativa, prolixa. A
imagem, emocional, sintética, direta. A palavra
pode expor com clareza uma ideia, conceituar com
precisão. A imagem é de natureza mais onírica
(incluindo-se aí os pesadelos), mais ilógica e
nebulosa. É insubstituível para transmitir, num
relance, toda a emoção de um evento, mas falha ao
tentar analisá-lo”.KUBRUSLY(2006, p. 76).
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12. “A melhor imagem, aquela que transmite
com mais eficiência uma ideia, uma emoção
ou o conteúdo de um tema, não é,
necessariamente, a que contém o máximo de
informação verbalizável”. KUBRUSLY (2006,
p. 68).
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13. Período: Segunda metade do século XIX com a
revolução industrial e a invenção da fotografia e
do cinema.
Surgimento como auxiliar das pesquisas de
campo, como também de registro e
documentação de grupos étnicos e práticas
culturais ameaçadas de desaparecimento pelo
avanço da política neocolonial.
No princípio, garantia a objetividade do olhar do
antropólogo diante de outros povos e costumes.
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14. “Com a fotografia, o valor de culto começa a recuar,
em todas as frentes (...). Porém, quando o homem se
retira da fotografia, o valor da exposição supera pela
primeira vez o valor de culto. (...) Com Atget, as fotos
se transformam em autos no processo da história.
Nisso está sua significação política latente.”
BENJAMIM (1996, p. 174).
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15. Ambos atuam num mesmo processo de observação
científica.
O surgimento ocorre na mesma época, durante a expansão
industrial e diante de uma atitude mais analítica perante
os fatos científicos.
No século XIX o objeto de observação tanto do cinema e
da antropologia era o “outro”, o tipo “exótico”, a realidade
distante.
Ao longo do século XX ocorreram diversas reestruturações
a partir das dinâmicas sócio-históricas que influenciaram o
posicionamento da antropologia visual e do cinema diante
dos modelos globais.
“As tendências visualizantes do discurso antropológico
abririam também o caminho à representação
cinematográfica das culturas”. RIBEIRO (2005).
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16. O cinema enquanto instrumental de observação científica e análise
científica.
Preocupação com povos particularmente distantes e culturas
singulares.
Representação cinematográfica das culturas, carregada de
interpretações subjetivas.
Ambivalência: instrumento de exibição do outro e por outro lado,
relação com a ciência e a cultura.
A globalização e a sociedade pós-moderna são concretizadas no
cinema.
Inovações técnicas e ideológicas:
Escola Soviética (1920)
Cinema Direto (1960)
Crise dos modelos de representação (1980)
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17. Divisão das sociedades em observadas
(fotografadas, estudadas, cinematografadas) e
observadoras (fotografam, estudam, produzem
filmes).
Com a reprodutibilidade técnica, a apreensão do
outro seja a partir da fotografia ou do cinema,
passa a servir, na maioria das vezes, aos interesses
econômicos e políticos de determinados grupos.
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18. Os antropólogos
culturalistas Margareth
Mead e Gregory
Bateson realizaram
valiosos registros sobre
o modo de vida balinês
e documentaram
diversos aspectos do
cotidiano dos seus
habitantes.
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19. “Em geral, Bateson está interessado também em todo o
campo da ‘comunicação’ fantástica, não tanto no dos
‘problemas formais implícitos na existência simultânea
de níveis múltiplos de mensagens, na apresentação
‘fantástica’ da realidade.” CANEVACCI (2001, p. 48)
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20. Bronislaw
Malinowski é
considerado o
criador do método
do trabalho de
campo, seus
registros visuais no
Pacífico Sul
enriquecem a sua
etnologia.
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21. Franz Boas
pesquisando entre os
Inuit realizou
documentários curtos
com os nativos
registrando suas danças
e festas.
A fotografia foi outro
recurso bastante
utilizado em todas as
temporadas de trabalho
de campo feitas por
Boas.
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22. Redefinição da Antropologia Visual para uma
Antropologia da comunicação visual.
Segundo CANEVASSI (2001), “ (...) o visual leva a
multiplicar as tramas da comunicação dentro de
suas respectivas culturas”.
Os nativos negam-se o papel de simples objetos
observados e participam ativamente da renovação
da antropologia visual apresentando os seus
próprios pontos de vista a partir de suas
dinâmicas sociais.
A Antropologia Visual é usada como recurso de
afirmação identitária e reconhecimento cultural
pelos povos nativos.
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23. Terence Turner
desenvolve pesquisas
junto aos Caiapós
(Kayapó) nas quais os
recursos visuais são
explorados pelos
próprios nativos,dando
outros significados para
as suas práticas,
diferentes dos sentidos
dados pelo
antropólogo.
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24. Os xavantes do Vale do
Xingu desenvolvem
projetos de produção
visual e discutem seus
pontos de vista a partir
de uma visão que
elaboram de si mesmos
e das suas
especificidades
culturais. Acima
imagem do
documentário
Etenhiritipá.
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25. A Antropologia Visual é um terreno fértil para as
ações afirmativas e a prática do relativismo
cultural.
O processo de emergências étnicas vem
beneficiando-se das tecnologias visuais para
apresentar seus projetos de reforço identitário.
Segundo CANEVASSI (2001), os nativos recusam
serem vistos enquanto objetos museificados e
catalogados, apontando mudanças na visão de si e
dos outros.
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26. “Por tudo isso, a comunicação visual marca o tempo da
mudança ideológica, de acordo com módulos
perceptivos novos e vinculantes, cujos canais e
mensagens conectam o indivíduo particular, o
ambiente cultural e simbólico, os meios reproduzíveis
numa estrutura comunicacional mental unitária e
imanente. A cultura visual mais geral caracteriza-se
ecologicamente por uma circularidade contínua entre o
nível tecnológico e o nível aural.”CANEVACCI (2001,
p.49).
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27. BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas. Magia e
técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1996.
CANEVACCI, Massimo. Antropologia da
comunicação visual. Rio de Janeiro: DP & A, 2001.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de
Janeiro: LTC, 1989.
KUBRUSLY, Cláudio A. O que é fotografia. São Paulo:
Brasiliense, 2006.
RIBEIRO, José da Silva. Antropologia visual, práticas
antigas e novas perspectivas de investigação. In:
Revista de Antropologia. São Paulo: USP, 2005. v. 48
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