1. O documento discute questões de gênero, ciência e tecnologia, incluindo a participação de mulheres e LGBT+ nestas áreas e perspectivas feministas.
2. É apresentada uma revisão de literatura sobre linhas de pesquisa relacionadas a mulheres na ciência, gênero e ciência, e abordagens feministas à ciência e tecnologia.
3. Também são levantadas questões sobre estereótipos de gênero na ciência, barreiras à participação de mulheres e LGBT+ e sobre como o design
Gênero, Ciência e Tecnologia: Desafios e Perspectivas Feministas
1. Gênero, ciência e tecnologia
Vitor Vieira Vasconcelos
Ciência, Tecnologia e Sociedade
Universidade Federal do ABC
Novembro, 2021
2. Conteúdo
• Conceitos de gênero
• Linhas de pesquisa em Gênero, Ciência e
Tecnologia
• Discriminação de mulheres e LGBT+ na
produção de ciência e tecnologia
• Perspectivas feministas de Ciência e Tecnologia
3. Perguntas
1. Poderiam os estudos sobre a vida e o trabalho femininos revelar aspectos de
gênero presentes no conteúdo e nos métodos adotados pelas ciências?
2. Diferenças localizadas no cérebro ou provocadas por hormônios limitariam a
aptidão feminina para atividades científicas e tecnológicas?
3. Características culturais especificamente femininas poderiam favorecer o
exercício da atividade científica e tecnológica?
4. Seria necessário preparar e educar as meninas para facilitar seu acesso as
atividades científicas e tecnológicas?
5. A entrada massiva de mulheres e de indivíduos LGBT+ na ciência contribuiria
para a superação de “vieses androcêntricos” contidos na prática científica e
tecnólógica?
6. Existiria um estilo feminino (ou feminista) de fazer ciência e tecnologia?
7. Até que ponto as mulheres e gêneros LGBT+ desenvolvem e seguem
abordagens não padronizadas, ou são inovadoras na metodologia que utilizam?
8. Seria possível falar em “ciência feminista”, ou uma ciência “LGBT+”?
9. É possível utilizar, com fins emancipatórios, ciências e tecnologias que estão
imersas nos projetos ocidentais, burgueses, brancos e masculinos?
CITELI, Maria Teresa. Mulheres nas ciências: mapeando campos de estudo. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 15, p. 39–75, 2000
HARDING, Sandra. The science question in feminism. Ithaca, Cornell University Press, 1986
6. Combinações de sexo biológico,
identidade de gênero e orientação sexual
https://www.dentsu.co.jp/en/news/sp/release/2019/0110-009756.html
Sexo
biológico
Identidade
de gênero
Orientação
sexual
Lésbica:
Bissexual:
Gay:
Transgênero: Heterossexual:
7. Linhas de pesquisa
• Mulher e ciência
participação, a contribuição e o status das mulheres nas
profissões e carreiras científicas e tecnológicas
Invisibilidade ou ocultamento da autoria das contribuições
científicas e tecnológicas vindas de mulheres
Biografias de mulheres exitosas na ciência, para estimular novas
pesquisadoras
Nível salarial e formação profissional por gênero
Estudo as barreiras ou incentivos da participação das mulheres
na ciência
Fatores socioeducacionais
Cuidados da casa e da família
Ações afirmativas para aumentar a participação das mulheres
TERESA CITELI, Maria. Mulheres nas ciências: mapeando campos de estudo. Cadernos Pagu,
Campinas, SP, n. 15, p. 39–75, 2000
8. Linhas de pesquisa
• Gênero e ciência
abusos da Biologia, das Ciências Sociais e
suas tecnologias para discursos sexistas,
racistas, classistas e homofóbicos
dúvidas quanto a ciências puras, ou seja,
tendenciosidade de gênero na seleção de
problemas e modos de pesquisa
bases epistemológicas femininas
alternativas sobre o que é “ciência”
TERESA CITELI, Maria. Mulheres nas ciências: mapeando campos de estudo. Cadernos Pagu,
Campinas, SP, n. 15, p. 39–75, 2000
9. 3 posicionamentos em relação a
gênero e tecnologia
• Ecofeminismo
Homens usam tecnologia para dominar a natureza e as mulheres
Mulheres em relação mais harmônica com a natureza
• Feminismo liberal
A tecnologia é neutra, o que muda é a forma em que homens e
mulheres estão posicionados em relação ao seu uso.
Potencial das mulheres na ciência e tecnologia foi distorcido por
esterotipificação de gênero.
• Feminismo de perspectiva histórica
História da cultura explica a exclusão das mulheres na tecnologia
GILL, Rosalind and GRINT, Keith. The Gender-Technology Relation: Contemporary Theory and
Research. IN: GILL, R. and GRINT, K. (orgs.). The Gender-Technology Relation: Contemporary
Theory and Research. London: Taylor & Francis Ltd., 1995, pp. 1-28.
10. Feminismo marxista
• Tecnologia é usada para manter relações de poder entre grupos
Alterar a natureza
Violentar o outro
Convencer o outro
• Marxismo
Burgueses Proletários
• Marxismo feminista
Burgueses homens Proletários
Mulheres
• Marxismo LGBQT+
Burgueses homens Proletários
cisgênero heterossexuais Outros gêneros
COCKBURN, Cynthia. Technology, production and power. IN: KIRKUP, G. and KELLER, S. L. Inventing Women: science,
technology and gender. Cambridge, Oxford: Polity Press, Basil Blackwell and The Open University, 1992, pp. 196-211.
MILLAR, Melanie S. Cracking the gender code: who rules the wired world? Toronto: Second Story Press, 1998.
WAJCMAN, Judy. Feminism confronts technology. The Pennsylvania State University Press, 1991.
11. Estereótipo de cientista
Homem, não jovem, que utiliza óculos e avental branco e que,
embora heterossexual e casado, não se mostra preocupado com
atividades familiares e domésticas, tendo tempo para dedicar-se
plenamente a um conhecimento que será útil para o
desenvolvimento humano e social
FREITAS, Lucas Bueno de; LUZ, Nanci Stancki da. Gênero, Ciência e Tecnologia: estado da arte a
partir de periódicos de gênero. cadernos pagu, 2017.
12. Entrada “discriminada” das
mulheres no ensino superior
• Cursos de “Economia doméstica”
• Homens estudam Medicina e mulheres estudam
Enfermagem
• Posições de direção (Reitorias, Diretorias)
predominantemente ocupadas por homens
LOPES, Maria Margaret. Sobre convenções em torno de argumentos de autoridade.
Cadernos Pagu, p. 35-61, 2006.
13. • Jovens do sexo feminino teriam pior desempenho
em matemático do que jovens do sexo masculino
• Explicação biológica: diferenças genéticas refletindo
em hormônios e funcionamento do cérebro
• Explicação sociológica: construção de histórica de
estereótipos sociais de gênero
• Métodos de pesquisa biológica sobre diferenças em
sexos biológicos não estavam incorporando
contexto social de gênero
Barreiras para entrada de mulheres
em carreiras científicas e tecnológicas
FAUSTO-STERLING, Anne. Dualismos em duelo. Cadernos Pagu. 17,18, 2001-2.
15. Barreiras para entrada de mulheres
em carreiras científicas e tecnológicas
• Percepção, durante a adolescência, que área tecnológica
é um assunto de garotos, e não de garotas
• Crença de que a carreira em ciência e tecnologia não é
compatível com demandas de formação de família.
• Estudantes colegiais mulheres procuram profissões que
consideram socialmente mais relevantes, enquanto
estudantes colegiais homens procuram profissões que
remuneram melhor, e isso afeta sua distribuição desigual
em carreiras científicas.
WEISGRAM, Erica S.; DIEKMAN, Amanda B. Making STEM “family friendly”: The impact of perceiving science careers as
family-compatible. Social Sciences, v. 6, n. 2, p. 61, 2017.
BLANCHARD KYTE, Sarah; RIEGLE-CRUMB, Catherine. Perceptions of the social relevance of science: exploring the
implications for gendered patterns in expectations of majoring in STEM fields. Social Sciences, v. 6, n. 1, p. 19, 2017.
16. O paradoxo
da igualdade
de gênero e
participação
em ciência e
tecnologia
STOET, Gijsbert; GEARY, David
C. The gender-equality
paradox in science,
technology, engineering, and
mathematics education.
Psychological science, v. 29,
n. 4, p. 581-593, 2018.
Igualdade
de
gênero
global
Desigualdade de gênero em desempenho em ciências
17. O paradoxo
da igualdade
de gênero e
participação
em ciência e
tecnologia
STOET, Gijsbert; GEARY, David
C. The gender-equality
paradox in science,
technology, engineering, and
mathematics education.
Psychological science, v. 29,
n. 4, p. 581-593, 2018.
Igualdade
de
gênero
global
% de Mulheres graduadas em Ciência, Tecnologia,
Engenharia e Matemática
18. O paradoxo
da igualdade
de gênero e
participação
em ciência e
tecnologia
STOET, Gijsbert; GEARY,
David C. The gender-
equality paradox in
science, technology,
engineering, and
mathematics education.
Psychological science, v.
29, n. 4, p. 581-593, 2018. Igualdade de gênero global
Desigualdade
de
gênero
em
interesse
em
ciências
Maior em garotos
Maior em garotas
19. Dificuldades de ascensão na
carreira de cientistas mulheres
• Dificuldade de competir em indicadores de
produtividade após nascimento dos filhos
• Dificuldade de acessar conhecimentos em posse
de homens
• Dificuldade de serem aceitas em posições de
liderança
• Sobrecarga de funções administrativas menos
prestigiadas
FREITAS, Lucas Bueno de; LUZ, Nanci Stancki da. Gênero, Ciência e Tecnologia: estado da arte a partir de
periódicos de gênero. cadernos pagu, 2017.
MOSCHKOVICH, Marília; ALMEIDA, Ana Maria F. Desigualdades de gênero na carreira acadêmica no Brasil.
Dados, v. 58, p. 749-789, 2015.
20. Dificuldades de ascensão na
carreira de cientistas mulheres
PATROCINO, Laís Barbosa et al. Mulheres na ciência. Caderno Espaço Feminino, v. 33, n. 1, p. 418-441, 2020.
Conceção de bolsas de produtividade do CNPq
21. Dificuldades de ascensão na
carreira de cientistas mulheres
PATROCINO, Laís Barbosa et al. Mulheres na ciência. Caderno Espaço Feminino, v. 33, n. 1, p. 418-441, 2020.
Participação por gênero na Academia Brasileira de Ciências
22. Pandemia e Gênero na atividade científica
O isolamento social (com os filhos em casa) afetou
mais a produtividade das mulheres cientistas do que
dos homens cientistas.
Porcentagem de artigos submetidos por mulheres como primeiras autoras à Revista Dados
CÂNDIDO, Marcia R., Campos, Luiz A. Pandemia reduz submissões de artigos acadêmicos assinados por
mulheres. Dados. 2020.
SQUAZZONI, Flaminio et al. Gender gap in journal submissions and peer review during the first wave of
the COVID-19 pandemic. A study on 2329 Elsevier journals. PloS one, v. 16, n. 10, p. e0257919, 2021.
23. Design tecnológico e dimensões de gênero
Ciência e tecnologia para quem?
• Carros grandes e rápidos para os “homens poderosos”
CABRAL, Carla Giovana. Pelas telas, pela janela: o conhecimento dialogicamente situado.
Cadernos Pagu, p. 63-97, 2006.
24. Design tecnológico e dimensões de gênero
Ciência e tecnologia para quem?
• Eletrodomésticos para a “mulher independente”
CABRAL, Carla Giovana. Pelas telas, pela janela: o conhecimento dialogicamente situado.
Cadernos Pagu, p. 63-97, 2006.
25. Design tecnológico e dimensões de gênero
Ciência e tecnologia para quem?
• Eletrodomésticos para a “mulher independente”
CABRAL, Carla Giovana. Pelas telas, pela janela: o conhecimento dialogicamente situado.
Cadernos Pagu, p. 63-97, 2006.
26. Transexualidade, Ciência e
Tecnologia
• Biologia e medicina encarando a homossexualidade e a
transexualidade como um desvio (ou doença) das funções
biológicas “corretas”
• Tratamentos para curar desvios sexuais
• Biomedicina para reinventar os corpos
Cirurgias para mudar a expressão sexual do corpo
Tratamentos hormonais para alteração da identidade sexual
o Supressão de características do sexo biológico original
o Adquirir características do sexo biológico oposto
Liberdade ou pressão social sobre a imagem do corpo?
BENTO, Berenice. A reinvenção do corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual. Editora Garamond, 2006.
UNGER, Cécile A. Hormone therapy for transgender patients. Translational andrology and urology, v. 5, n. 6, p. 877, 2016.
SOUZA, Érica Renata de. Corpos transmasculinos, hormônios e técnicas: reflexões sobre materialidades possíveis. Cadernos
Pagu, 2021.
27. Abuso e discriminação sexual em
ambientes acadêmicos
• Mulheres são mais vítimas que homens
• Minorias sexuais são mais vítimas que heterossexuais
• Abusadores usualmente são homens que estão em
posição hierárquica superior na instituição
HANGO, Darcy. Harassment and discrimination among faculty and researchers in Canada's
postsecondary institutions. Insights on Canadian Society. n. 75-006-X, 2021.
RICHEY, Christina R. et al. Gender and sexual minorities in astronomy and planetary science
face increased risks of harassment and assault. The Bulletin of the American Astronomical
Society, 2019.
28. Objetivo da Ciência Feminista
Produzir e disseminar saberes que não sejam
apenas sobre ou por mulheres, mas
também de relevância para as mulheres e
suas (nossas) lutas
OAKLEY, Ann. “Science, Gender, and Women’s Liberation: an argument
against postmodernism. Women’s Studies International Forum, New York,
Vol. 21, No. 2, 1998, pp.:133-146.
29. Ciência e Tecnologia Feminista
• História da construção social da ciência e tecnologia
privilegiou valores que mantêm o poder do que foi
socialmente construído como masculino
Dominação da natureza e de outras pessoas
Objetividade
Universalidade
Impessoalidade
• Exclusão de características do que foi socialmente
construído como feminino
Intuição
Sentimento
Relação
Detalhes particulares
Bem estar e necessidades básicas
KELLER, Evelyn Fox. A feeling for the organism: the life and the work or Barbara McClintock. New York,
W.H. Freeman, 1983;
PACEY. Arnold. La cultura de la tecnología. México, Fondo de Cultura Económica, 1990.
30. Desconfortos gerados no debate
entre feminismo e ciência
1. a suposição de que feministas advogam a
plausibilidade de se propor uma ciência
feminista, pois não reconheceriam a validade
das ciências justamente por terem sido
produzidas por homens
2. a crença de que os estudos feministas, de
maneira geral, são hostis em relação à ciência
TERESA CITELI, M. Mulheres nas ciências: mapeando campos de estudo. Cadernos Pagu,
Campinas, SP, n. 15, p. 39–75, 2000
31. Critica à Ciência Feminista
• Dualidade de formas de fazer ciência
(masculina/feminina) diminuiria a credibilidade de um
ciência universal
• Cientistas mulheres usualmente rejeitam a ideia de uma
ciência feminista
Defender essa posição diminuiria sua credibilidade frente aos
cientistas masculinos, que são maioria e ditam as regras da
ciência.
Independente da forma de fazer ciência, ainda é
necessária a prova empírica
KELLER, Evelyn Fox. A feeling for the organism: the life and the work or Barbara McClintock. New York,
W.H. Freeman, 1983;
32. Manifesto Cyborg
• Quebra de três dualidades
identitárias ao longo da
história:
Animal x Humano ->
Origem das espécies (Darwin)
Humano x Máquina ->
revolução industrial
Material x Imaterial ->
tecnologia online
• Cyborg: identidade
socialmente construída, sem
dualidades pré-definidas,
inclusive
masculino x feminino
Haraway, Donna Jeanne (1985). "A Cyborg Manifesto: Science, Technology, and Socialist-Feminism in the Late Twentieth
Century". Socialist Review.
33. Interseccionalidade em
Ciência e Tecnologia
Gênero
Grupo
étnico-racial
Classe socio-
econômica
• Relações de poder e discriminação
dentro de grupos de Gênero,
Étnico-Raciais ou Classes
socioeconômicas
• Subgrupos duplamente ou
triplamente discriminados
• Dificuldades de classificação de
individualidades híbridas
FOTOPOULOU, Aristea. Intersectionality queer
studies and hybridity: Methodological frameworks
for social research. Journal of International
Women's Studies, v. 13, n. 2, p. 19-32, 2012.
MORAIS, Fernando Luís et al. De queer a quare:
uma aposta interseccional entre gênero, raça,
etnia e classe. ITINERÁRIOS–Revista de Literatura,
2019.
34. Reflexões finais
• Movimento feminista colaborou para uma maior
participação das mulheres a partir da década de 1970 até
hoje, mas:
Ainda não há uma situação de igualdade de gênero
Distribuição de interesses e carreiras segue diferenciações
socialmente construídas entre interesses mais masculinos ou
mais feminos
• Participação feminina auxiliaria a equilibrar priorização
de objetos e estratégias de pesquisa
• Extensão mais recente do debate de discriminação
gênero na ciência e tecnologia ao público LGBT+
35. Perguntas
1. Poderiam os estudos sobre a vida e o trabalho femininos revelar aspectos de
gênero presentes no conteúdo e nos métodos adotados pelas ciências?
2. Diferenças localizadas no cérebro ou provocadas por hormônios limitariam a
aptidão feminina para atividades científicas e tecnológicas?
3. Características culturais especificamente femininas poderiam favorecer o
exercício da atividade científica e tecnológica?
4. Seria necessário preparar e educar as meninas para facilitar seu acesso as
atividades científicas e tecnológicas?
5. A entrada massiva de mulheres e de indivíduos LGBT+ na ciência contribuiria
para a superação de “vieses androcêntricos” contidos na prática científica e
tecnólógica?
6. Existiria um estilo feminino (ou feminista) de fazer ciência e tecnologia?
7. Até que ponto as mulheres e gêneros LGBT+ desenvolvem e seguem
abordagens não padronizadas, ou são inovadoras na metodologia que utilizam?
8. Seria possível falar em “ciência feminista”, ou uma ciência “LGBT+”?
9. É possível utilizar, com fins emancipatórios, ciências e tecnologias que estão
imersas nos projetos ocidentais, burgueses, brancos e masculinos?
CITELI, M. T. Mulheres nas ciências: mapeando campos de estudo. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 15, p. 39–75, 2000
HARDING, Sandra. The science question in feminism. Ithaca, Cornell University Press, 1986