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Relações de Gênero e História das Mulheres na
Educação Básica. Experiência de Luta Política
           e Cultural na Docência.

                      Natália Barros – Colégio de
                      Aplicação – Centro de
                      Educação – UFPE/
                      Doutoranda em História
                      natibarros1@yahoo.com.br
Ousadia e Medo: a sala de aula como campo
de produção do conhecimento

 “Um momento é a produção do conhecimento novo e
  o segundo é aquele em que você conhece o
  conhecimento     existente.  O     que   acontece,
  geralmente, é que dicotomizamos esses dois
  momentos, isolamos um do outro. (...) Reduzimos o
  ato de conhecer do conhecimento existente a uma
  mera transferência do conhecimento existente. E o
  professor se torna exatamente o especialista em
  transferir conhecimento. Então, ele perde algumas
  qualidades necessárias, indispensáveis, requeridas
  na produção do conhecimento, assim como no
  conhecer o conhecimento existente.
Ousadia e Medo: a sala de aula como campo
de produção do conhecimento

   Algumas dessas qualidades são, por exemplo, a
 ação,     a   reflexão     crítica,  a   curiosidade,o
 questionamento exigente, a inquietação, a incerteza
 – todas essas virtudes são indispensáveis aos
 sujeitos cognoscentes! O ceticismo e o olhar crítico,
 o envolvimento apaixonado com a aprendizagem...a
 motivação de saber que você está descobrindo
 novos territórios. O professor precisa ser um
 aprendiz ativo e cético na sala de aula, que convida
 os estudantes a serem curiosos e críticos...e
 criativos. (Paulo Freire e Ira Shor. Medo e ousadia: o
 cotidiano do professor).
A Abordagem de Gênero

  Gênero tem sido, desde a década de
1970, o termo usado para teorizar a
questão da diferença sexual. Foi
utilizado pelas feministas americanas
com vistas a acentuar o caráter
fundamentalmente        social    das
distinções baseadas no sexo.
Gênero: uma construção cultural

 Sexualidade e gênero são dimensões diferentes que
 integram a identidade pessoal de cada indivíduo.
 Elas surgem, são afetadas e se transformam
 conforme os valores sociais vigentes em uma dada
 época. São parte, assim, da cultura, construídas em
 determinado período histórico, e ajudam a organizar
 a vida individual e coletiva das pessoas. Em síntese,
 é a cultura que constrói o gênero, simbolizando
 as atividades como masculinas e femininas.
Gênero: uma categoria útil de análise
histórica

 O conceito de Gênero é importante para os estudos
 históricos por seu caráter relacional pois, os estudos
 sobre as mulheres são também estudos sobre os
 homens e ao contrário. Procura-se contextualizar
 evitando as afirmações generalizantes. O conceito
 exige uma pluralidade ao pensar as representações
 sobre mulheres e homens levando em consideração
 as suas diversidades.
História das Mulheres e Relações de Gênero
na Educação Básica

  Este relato pretende apresentar e discutir a
 inserção da História das Mulheres e da
 Abordagem de Gênero na Educação Básica,
 mais    especificamente    por    meio     de
 experimentações        didático-pedagógicas
 desenvolvidas na disciplina História do
 Colégio de Aplicação da Universidade
 Federal de Pernambuco durante o ano letivo
 2007.
História das Mulheres e Relações de Gênero
na Educação Básica

  Na disciplina História, por meio da seleção
 dos conteúdos, das abordagens em sala de
 aula e do uso dos materiais didáticos
 contribuímos com a manutenção ou
 transformação de práticas e representações
 de homens e mulheres.
História das Mulheres e Relações de Gênero
na Educação Básica

   Por que o avanço das pesquisas sobre relações de gênero e
    história das mulheres na Academia não tem alcançado as
    salas de aulas de história? Já entendemos que a pouca
    participação das meninas nos debates é fruto de uma histórica
    educação para o silêncio? Será que ouvimos as meninas?
    Será que entendemos que o ritmo da fala delas é diferente?
    Foram alguns dos questionamentos que nortearam a
    proposição da disciplina História das Mulheres no Brasil como
    Parte Diversificada do currículo de uma turma de 9º ano e das
    intervenções didáticas realizadas numa turma de 8º ano
    durante o 8 de março que marca o Dia Internacional da Mulher.
História das Mulheres e Relações de Gênero
na Educação Básica

   A inclusão da História das Mulheres e das
    relações de gênero dá-se de forma contínua
    em todos os conteúdos da disciplina História.
    Principalmente por utilizarmos a Abordagem
    de Gênero como referencial analítico para
    leitura do livro didático, filmes ou outros
    recursos usados em sala de aula.
História das Mulheres e Relações de Gênero
na Educação Básica: experimentações

  Para a construção desse relato,
  focalizaremos duas situações específicas:
 1. Aplicação de um questionário em 2007 no
  Dia Internacional da Mulher para uma turma
  do 8º ano. As duas perguntas foram: a)
  Como você percebe a apresentação
  feminina na mídia e nas aulas de História; b)
  Fale da importância do 8 de Março. Qual a
  importância desse dia? O que ele significa?
História das Mulheres e Relações de Gênero
na Educação Básica: experimentações

   2. A inserção da disciplina História das
    Mulheres no Brasil proposta, em 2007, como
    Parte Diversificada (PD) do Currículo de
    História de uma turma de 9º ano do Colégio
    de Aplicação da Universidade Federal de
    Pernambuco.
História das Mulheres e Relações de Gênero
na Educação Básica: experimentações




 Como você percebe a apresentação feminina
  na mídia e nas aulas de história?
Registros das experiências

   “(...) Na mídia, há mulheres com grande
    importância, como prefeitas, astronautas,
    etc. Já nas aulas de história ela é mais
    apagada, alguns assuntos não expressam
    seu poder.” (ESTUDANTE A)
Registros das experiências
   “(...) Na mídia é como se as mulheres fossem um
    objeto, no jornal você só vê propagandas de
    mulheres prostitutas, na televisão são comerciais da
    BOA, onde a boa é uma mulher, e muitos lugares,
    até no desfile de carnaval as mulheres querem
    desfilar peladas, só pintadas, você não vê nenhum
    homem desse jeito e nenhuma mulher que fica
    olhando para a bunda do homem etc. Em história a
    gente viu as gueixas, prostitutas de luxo, em artes
    pinturas de mulheres peladas e gordas, ou seja, não
    é de hoje que se passa essa imagem de objeto,
    desde antigamente já passava ”.(ESTUDANTE B)
Registros das experiências

   “Quase sempre as mulheres são
    representadas como objeto na mídia, porém,
    no Colégio de Aplicação, e principalmente
    nas aulas de história, aprendemos que a
    mulher teve um papel importante na nossa
    história” (ESTUDANTE C).
PD: História das Mulheres no Brasil

   A proposição da disciplina História das Mulheres no Brasil, e
    suas repercussões no espaço escolar, reforça a idéia da
    educação como o espaço de nossa definição em construir um
    mundo novo, como o substrato que fornecemos a gerações
    novas para transformarem as relações entre homens e
    mulheres e, principalmente, indicam a urgência do professor e
    da professora da educação básica serem sujeitos reflexivos e
    não automatizados em suas práticas tradicionais. Discutir
    gênero na sala e aula e na escola é entender o professor e a
    professora, enquanto profissionais e cidadãos, capazes de se
    apropriarem da sua profissão, refletindo sobre sua trajetória e
    prática pedagógica, construindo conhecimentos que dêem
    prosseguimento ao seu percurso profissional.
Inquietações

   O que podemos descobrir sobre a diferença
    da participação de meninos e meninas nos
    debates em sala de aula? O que o silêncio
    nos permite perceber sobre construções
    diferentes (e muitas vezes desiguais) de
    intervenção no mundo por meninos e
    meninas?
O silêncio das meninas

   “(...) Muitas vezes quando nós começamos a
    falar, um menino nos interrompe, e aí as
    pessoas começam a prestar mais atenção
    nele. Aí, nós não podemos fazer ( quase)
    nada. E quando tentamos continuar outra
    pessoa nos interrompe ou pede para
    fazermos silêncio, para poderem escutar o
    menino. E por causa disso, quem é que se
    dá mal na história? As meninas.”
História das Mulheres e Relações de
Gênero na Educação Básica

   Os debates sobre representações sociais
    devem ser levados para o momento da aula;
    para incitar alunos e alunas a perceberem
    como são percebidos socialmente e para
    ressaltarmos como estas representações
    são fruto de disputas sociais e políticas e de
    forma nenhuma são neutras, mas capazes
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Relações de Gênero na Educação Básica

  • 1. Relações de Gênero e História das Mulheres na Educação Básica. Experiência de Luta Política e Cultural na Docência. Natália Barros – Colégio de Aplicação – Centro de Educação – UFPE/ Doutoranda em História natibarros1@yahoo.com.br
  • 2. Ousadia e Medo: a sala de aula como campo de produção do conhecimento “Um momento é a produção do conhecimento novo e o segundo é aquele em que você conhece o conhecimento existente. O que acontece, geralmente, é que dicotomizamos esses dois momentos, isolamos um do outro. (...) Reduzimos o ato de conhecer do conhecimento existente a uma mera transferência do conhecimento existente. E o professor se torna exatamente o especialista em transferir conhecimento. Então, ele perde algumas qualidades necessárias, indispensáveis, requeridas na produção do conhecimento, assim como no conhecer o conhecimento existente.
  • 3. Ousadia e Medo: a sala de aula como campo de produção do conhecimento Algumas dessas qualidades são, por exemplo, a ação, a reflexão crítica, a curiosidade,o questionamento exigente, a inquietação, a incerteza – todas essas virtudes são indispensáveis aos sujeitos cognoscentes! O ceticismo e o olhar crítico, o envolvimento apaixonado com a aprendizagem...a motivação de saber que você está descobrindo novos territórios. O professor precisa ser um aprendiz ativo e cético na sala de aula, que convida os estudantes a serem curiosos e críticos...e criativos. (Paulo Freire e Ira Shor. Medo e ousadia: o cotidiano do professor).
  • 4. A Abordagem de Gênero Gênero tem sido, desde a década de 1970, o termo usado para teorizar a questão da diferença sexual. Foi utilizado pelas feministas americanas com vistas a acentuar o caráter fundamentalmente social das distinções baseadas no sexo.
  • 5. Gênero: uma construção cultural Sexualidade e gênero são dimensões diferentes que integram a identidade pessoal de cada indivíduo. Elas surgem, são afetadas e se transformam conforme os valores sociais vigentes em uma dada época. São parte, assim, da cultura, construídas em determinado período histórico, e ajudam a organizar a vida individual e coletiva das pessoas. Em síntese, é a cultura que constrói o gênero, simbolizando as atividades como masculinas e femininas.
  • 6. Gênero: uma categoria útil de análise histórica O conceito de Gênero é importante para os estudos históricos por seu caráter relacional pois, os estudos sobre as mulheres são também estudos sobre os homens e ao contrário. Procura-se contextualizar evitando as afirmações generalizantes. O conceito exige uma pluralidade ao pensar as representações sobre mulheres e homens levando em consideração as suas diversidades.
  • 7. História das Mulheres e Relações de Gênero na Educação Básica Este relato pretende apresentar e discutir a inserção da História das Mulheres e da Abordagem de Gênero na Educação Básica, mais especificamente por meio de experimentações didático-pedagógicas desenvolvidas na disciplina História do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco durante o ano letivo 2007.
  • 8. História das Mulheres e Relações de Gênero na Educação Básica Na disciplina História, por meio da seleção dos conteúdos, das abordagens em sala de aula e do uso dos materiais didáticos contribuímos com a manutenção ou transformação de práticas e representações de homens e mulheres.
  • 9. História das Mulheres e Relações de Gênero na Educação Básica  Por que o avanço das pesquisas sobre relações de gênero e história das mulheres na Academia não tem alcançado as salas de aulas de história? Já entendemos que a pouca participação das meninas nos debates é fruto de uma histórica educação para o silêncio? Será que ouvimos as meninas? Será que entendemos que o ritmo da fala delas é diferente? Foram alguns dos questionamentos que nortearam a proposição da disciplina História das Mulheres no Brasil como Parte Diversificada do currículo de uma turma de 9º ano e das intervenções didáticas realizadas numa turma de 8º ano durante o 8 de março que marca o Dia Internacional da Mulher.
  • 10. História das Mulheres e Relações de Gênero na Educação Básica  A inclusão da História das Mulheres e das relações de gênero dá-se de forma contínua em todos os conteúdos da disciplina História. Principalmente por utilizarmos a Abordagem de Gênero como referencial analítico para leitura do livro didático, filmes ou outros recursos usados em sala de aula.
  • 11. História das Mulheres e Relações de Gênero na Educação Básica: experimentações Para a construção desse relato, focalizaremos duas situações específicas:  1. Aplicação de um questionário em 2007 no Dia Internacional da Mulher para uma turma do 8º ano. As duas perguntas foram: a) Como você percebe a apresentação feminina na mídia e nas aulas de História; b) Fale da importância do 8 de Março. Qual a importância desse dia? O que ele significa?
  • 12. História das Mulheres e Relações de Gênero na Educação Básica: experimentações  2. A inserção da disciplina História das Mulheres no Brasil proposta, em 2007, como Parte Diversificada (PD) do Currículo de História de uma turma de 9º ano do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco.
  • 13. História das Mulheres e Relações de Gênero na Educação Básica: experimentações Como você percebe a apresentação feminina na mídia e nas aulas de história?
  • 14. Registros das experiências  “(...) Na mídia, há mulheres com grande importância, como prefeitas, astronautas, etc. Já nas aulas de história ela é mais apagada, alguns assuntos não expressam seu poder.” (ESTUDANTE A)
  • 15. Registros das experiências  “(...) Na mídia é como se as mulheres fossem um objeto, no jornal você só vê propagandas de mulheres prostitutas, na televisão são comerciais da BOA, onde a boa é uma mulher, e muitos lugares, até no desfile de carnaval as mulheres querem desfilar peladas, só pintadas, você não vê nenhum homem desse jeito e nenhuma mulher que fica olhando para a bunda do homem etc. Em história a gente viu as gueixas, prostitutas de luxo, em artes pinturas de mulheres peladas e gordas, ou seja, não é de hoje que se passa essa imagem de objeto, desde antigamente já passava ”.(ESTUDANTE B)
  • 16. Registros das experiências  “Quase sempre as mulheres são representadas como objeto na mídia, porém, no Colégio de Aplicação, e principalmente nas aulas de história, aprendemos que a mulher teve um papel importante na nossa história” (ESTUDANTE C).
  • 17. PD: História das Mulheres no Brasil  A proposição da disciplina História das Mulheres no Brasil, e suas repercussões no espaço escolar, reforça a idéia da educação como o espaço de nossa definição em construir um mundo novo, como o substrato que fornecemos a gerações novas para transformarem as relações entre homens e mulheres e, principalmente, indicam a urgência do professor e da professora da educação básica serem sujeitos reflexivos e não automatizados em suas práticas tradicionais. Discutir gênero na sala e aula e na escola é entender o professor e a professora, enquanto profissionais e cidadãos, capazes de se apropriarem da sua profissão, refletindo sobre sua trajetória e prática pedagógica, construindo conhecimentos que dêem prosseguimento ao seu percurso profissional.
  • 18. Inquietações  O que podemos descobrir sobre a diferença da participação de meninos e meninas nos debates em sala de aula? O que o silêncio nos permite perceber sobre construções diferentes (e muitas vezes desiguais) de intervenção no mundo por meninos e meninas?
  • 19. O silêncio das meninas  “(...) Muitas vezes quando nós começamos a falar, um menino nos interrompe, e aí as pessoas começam a prestar mais atenção nele. Aí, nós não podemos fazer ( quase) nada. E quando tentamos continuar outra pessoa nos interrompe ou pede para fazermos silêncio, para poderem escutar o menino. E por causa disso, quem é que se dá mal na história? As meninas.”
  • 20. História das Mulheres e Relações de Gênero na Educação Básica  Os debates sobre representações sociais devem ser levados para o momento da aula; para incitar alunos e alunas a perceberem como são percebidos socialmente e para ressaltarmos como estas representações são fruto de disputas sociais e políticas e de forma nenhuma são neutras, mas capazes de incitar ações, de promover projetos de homens e mulheres e de interditar outros.