3. * do latim colere (cultivar)
* manifestações técnicas e artísticas da humanidade
"Todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a
lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo
homem como membro da sociedade”. (Edward B. Tylor)
* associada ao conceito de civilização, confunde-se com desenvolvimento, bons
costumes, etiqueta, etc.
* Em um estudo aprofundado, Alfred Kroeber e Clyde Kluckhohn encontraram pelo menos 167 definições diferentes para o termo.
4. Cultura é todo complexo de conhecimentos e toda habilidade humana
empregada socialmente. Além disso, é também todo comportamento
aprendido, de modo independente da questão biológica.
* união de todos os aspectos sociais:
materiais: objetos, gestos
imateriais: significados
* ex.: culturas culinária, estética, economia, sistema político, etc.
* como surge? ação dos grupos em resposta ao meio físico em que estão
inseridos.
interações do homem: homem x natureza (sobrevivência), homem x sociedade
(como se relaciona com os indivíduos), homem x desconhecido (crenças, morte).
* dicotomia: cultura erudita X popular
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10. Sociabilidade e socialização
A vida em grupo é uma exigência da natureza humana. O homem necessita de
seus semelhantes para sobreviver.
A sociabilidade é a capacidade natural da espécie humana para viver em
sociedade.
Pela socialização o indivíduo se entrega ao grupo em que nasceu,
assimilando o conjunto de hábitos e costumes característicos daquele
grupo.
Quanto mais adequada a socialização do indivíduo, mais sociável ele
poderá se tornar.
11. O homem tem necessidade de se comunicar, e é a partir da comunicação que ele
se inseriu em uma sociedade.
O ato comunicacional é realizado com dois agentes: o produtor e o receptor, que
se relacionam para entender uma mensagem. Esta primeira relação, inicialmente
entendida como simples, passou a trilhar novas dimensões, a criar novos laços e
a ligar novas culturas, com o desenvolvimento dos meios de comunicação, em
especial a implantação das tecnologias digitais. Ao mesmo tempo em que os
meios de comunicação contribuíram de forma a facilitar a comunicação
entre os indivíduos, também alteraram as formas como as pessoas se
relacionam, criando, dessa forma, novas formas de sociabilidade.
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15. AS PESSOAS, NOS GRUPOS, SE
SOCIALIZAM E FORMAM UMA
INTELIGÊNCIA COLETIVA
16. “É uma inteligência distribuída por toda parte,
incessantemente valorizada, coordenada em
tempo real, que resulta em uma mobilização
efetiva das competências.”
(LÉVY, 2007).
O que é inteligência coletiva?
17. “… o reconhecimento das habilidades que se
distribuem nos indivíduos, a fim de coordená-las
para serem usadas em prol da coletividade. A
coordenação dos inteligentes coletivos ocorre com
a utilização das tecnologias da informação e
comunicação” (BEMBEM; SANTOS, 2013).
18. “... mesmo que eu deva me informar e
dialogar, mesmo que possa aprender do
outro, jamais saberei tudo o que
ele sabe”
(LÉVY, 2007).
19. A inteligência coletiva não tem que ser criada, ela
já existe e está por toda parte...
A inteligência coletiva existe na natureza, nos pássaros,
abelhas, peixes, formigas, etc. Há nos seres vivos
cooperação para solucionar problemas em conjunto.
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21. E nas pessoas?
A inteligência coletiva das pessoas é
especial porque existe a linguagem
que nos permite perguntar, dialogar,
contar histórias e a consciência, que nos
possibilita refletir sobre nós mesmos e
nossas relações.
22. A humanidade inventou diferentes linguagens e
tecnologias para expressar as suas formas de sentir,
pensar, compartilhar conhecimentos e aumentar a
inteligência coletiva.
Vamos refletir sobre algumas
delas?
25. Imprensa
Também criamos a imprensa que
possibilitou que os saberes produzidos
pudessem ser compartilhados com um
número maior de pessoas. A partir dela
foi possível produzir (e reproduzir) livros,
jornais e revistas.
26. Digital
Agora manipulamos os bits e bytes* nas
plataformas digitais colaborativas. Nossa
possibilidade de compartilhar o que
pensamos, fazemos, sentimos e
produzimos é ampliada ainda mais com
as novas tecnologias.
*As capacidades de armazenamento dos suportes de memória são medidas em
bits (unidade de codificação elementar: 0 ou 1) ou em bytes (8 bits). O byte
corresponde ao espaço de memória necessário para codificar um caracter
alfabético. Um kilobyte (Kb) = 1.000 bytes. Um megabyte (Mb) = 1.000.000 bytes.
Um gigabyte (Gb) = 1.000.000.000 bytes
(LÉVY, Pierre. O Que é Virtual? Rio de Janeiro: Editora 34, 1996).
27. A relação com as tecnologias de
comunicação podem melhorar
nossos processos cognitivos
A escrita, a imprensa e a internet contribuem para
aumentar nossa capacidade de percepção, inteligência
e memória, por exemplo.
28. Percepção
Quando acessamos músicas produzidas
em todo o planeta, em jornais de todos
os países ou quando temos a
possibilidade de conversar com pessoas
de qualquer continente, temos a
oportunidade de ampliar os sentidos que
construímos para nossa realidade. Isso
amplia nossa percepção.
29. A cada nova tecnologia inventada para
ampliação dos processos de comunicação
a humanidade torna-se mais inteligente!
Isso porque elas possibilitam ampliação da
capacidade reflexiva e da consciência das
pessoas e das comunidades. As máquinas
são apenas um meio para
isso ocorrer.
Inteligência
30. Memória
O registro e o compartilhamento das ideias
e das experiências das pessoas e dos
coletivos vêm possibilitando um aumento
da memória da humana. O acesso a
produção de saberes construídos ao longo
da história possibilitou a invenção de
conhecimentos cada vez mais poderosos.
A construção da ciência é um exemplo
disso.
33. Os computadores distribuem nossa
inteligência pela rede. Quando
interagimos pelas plataformas digitais,
ampliamos as possibilidades de conexão. E
nas comunidades virtuais, podemos
influenciar a prática do outro.
Redes Virtuais
34. Relação
O saber está na humanidade, e todos as pessoas participam
oferecendo e produzindo conhecimento; todos são autores, editores,
críticos e bibliotecários. As relações são baseadas na valorização dos
sujeitos e de suas habilidades.
35. “A inteligência coletiva possui um
aspecto teórico que exige pensamento
crítico e reflexivo para compreender o
todo. Em paralelo, há o aspecto prático
que exige habilidades particulares a
serem adquiridas.”
LÉVY
36. “Postulemos explícita, aberta e
publicamente o aprendizado
recíproco como mediação das
relações entre os homens
(...)
quem é o outro? É alguém que sabe.
E que sabe as coisas que eu não sei
(...)
Poderei associar minhas
competências às suas, de tal modo
que atuemos melhor juntos que
separados ”
Pierre Lévy (2007, p. 27).
40. Ciberespaço
Termo empregado pela primeira vez por
Willian Gibson no conto Burning Chrome
(1982). No entanto, encontramos comumente
na Literatura que o termo ciberespaço foi
cunhado por Gibson em sua obra
Neuromancer (1984).
"O conceito criado por Gibson neste livro é uma
representação física e multidimensional do universo
abstrato da 'informação. Um lugar para onde se vai com a
mente, catapultada pela tecnologia, enquanto o corpo fica
pra trás”.
41. Ciberespaço é um espaço existente no mundo de comunicação em que não
é necessária a presença física do homem para constituir a comunicação
como fonte de relacionamento, dando ênfase ao ato da imaginação,
necessária para a criação de uma imagem anônima, que terá comunhão com
os demais. É o espaço virtual para a comunicação disposto pelo meio de
tecnologia.
Apesar da internet ser o principal ambiente do ciberespaço, devido a sua
popularização e sua natureza de hipertexto, o ciberespaço também pode
ocorrer na relação do homem com outras tecnologias: celular, pagers,
comunicação entre rádio-amadores e por serviços do tipo “tele-amigos”, por
exemplo (JUNGBLUT, 2004; GUIMARÃES JR., 1999).
42. Cibercultura
* cibernética + cultura
* cultura digital
* fenômenos relacionados ao ciberespaço
Surge a partir da comunicação através de computadores, a indústria do entretenimento e o
comércio eletrônico. É também o estudo de vários fenômenos sociais associados à internet e outras
novas formas de comunicação em rede, como as comunidades on-line, jogos de multi-usuários, jogos
sociais, mídias sociais, realidade aumentada, mensagens de texto e inclui questões relacionadas à
identidade, privacidade e formação de rede.
43. As redes sociais digitais ou redes sociais na
internet
O fenômeno atual que mais colabora para as novas formas de sociabilidade
e de comunicação são as redes sociais digitais.
RSD: espaço (digital) onde as pessoas se encontram para conversar sobre
assuntos de seu interesse comum, criando ou reforçando ligações e
compartilhando conteúdo.
44. Manuel Castells (A Sociedade em Rede)
Sociabilidade online nova forma de sociabilidade interesses
individuais, afinidades e valores questões identitárias.
Mito da solidão e do isolamento.
Quanto mais relações sociais físicas mais se utiliza a internet e mais amigos
virtuais se faz.
47. O Brasil é reconhecido como um dos
países mais sociáveis do mundo e
reflete isso sendo uma grande
potência nas redes sociais na internet.
48. Nossas ações podem influenciar e ser
percebidas pelo outro por meio de
palavras-chave, conhecidas como tags e
hashtags, pelos links que
compartilhamos, pelas nossas curtidas e
até mesmo pelas compras que fazemos.
49. Empoderamento
Toda ação que realizamos na rede
transforma o sistema de relações dessa
rede. Essa interdependência confere poder
aos usuários que têm a possibilidade de
influenciar a prática dos demais.
50. Propósito
Quando você faz alguma coisa online,
você faz para si, mas organiza para os
demais. Por isso, verifique as fontes de
informação antes de compartilhar e
verifique se não há plágio. Você também
é responsável pelo conteúdo
que compartilha.
51. Ética
Em uma rede nunca estamos sós e de
alguma forma o que fazemos pode
contribuir para construção de
conhecimentos e memória comum ou
dificultá-la. Dessa forma é muito
importante considerar o que os outros
dizem ou já disseram nos ambientes em
que você participa e promover o diálogo.
52.
53. A internet como extensão do
conhecimento no processo
ensino-aprendizagem
inteligência coletiva e os espaços do saber
54. Lévy defende que a inteligência coletiva não se limita apenas à
exposição do conteúdo e ao retorno disso, através de um fórum ou
chat, mas num sentido mais amplo ela se representa principalmente a
capacidade de reconhecer o outro como um sujeito dotado de
inteligência, como um ser que possui um conhecimento
potencializado. A partir disso, os mais diferentes saberes buscam-se em
complementaridades, e cada indivíduo envolvido nesse processo, não deve
discriminar alguém devido a sua condição social, civil, sexual, uma vez que
admite seus conhecimentos e saberes individuais como resultado de sua
formação. Ao se reconhecerem dessa maneira, a prática da ideia de
inteligência coletiva pode levar a uma melhor comunicação entre os
indivíduos, bem como a uma maior compreensão do outro enquanto
ser inteligente, porque cada um possui o que ele chama de savoir-faire
(saber fazer): um conhecimento seu que, compartilhado, traria
benefícios às diferentes áreas da vida humana. É uma forma de
valorizar o outro e valorizar-se para juntos promoverem o crescimento
do todo.