Livro
Comunicación : campo y objeto de
estudio. Perspectivas reflexivas
latinoamericanas.
Seminário discente,
reflexão e debate.
Artigo
“Pequenas percepções, grandes
mudanças”: sobre a solidão, o tédio
e a angústia dos jovens na era das
altas tecnologias.
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Comunicación, campo y
objeto de estudio:
perspectivas reflexivas
lationamericanas.
Maria Immacolata Vassallo de Lopes
e Raúl Fuentes Navarro (2001).
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Introdução + 14 artigos.
Introdução
Os aportes desses artigos transitam por
diversos temas: a origem da institucionalização
do campo das Ciências da Comunicação; a
reconstrução teórica e metodológica do campo
acadêmico; os fundamentos da sua
interdisciplinaridade; o estatuto disciplinário
das pesquisas em comunicação e a atualização
epistemológica; relatos de experiências
metodológicas aplicadas; principais
problemáticas nas investigações em
comunicação; perspectivas, balanços e
correntes dos estudos da comunicação na
América Latina em era digital, etc.
Maria Immacolata Vassallo de Lopes e Raúl Fuentes Navarro
13 artigos apresentados no GT 17 - Teorias y
Metodologias de la Investigación en
Comunicación no V Congresso da ALAIC,
ocorrido em 2000, em Santigo no Chile.
Acrescido de um artigo de Martín-Barbero.
ALAIC foi criada em 1978, reunindo os
pesquisadores das Ciências da Comunicação
na América Latina.
A preocupação e o interesse do GT-17 reside
nas relações relativas a produção de
conhecimento no campo de estudos das
Ciências da Comunicação.
4
A
Frente a uma sociedade organizada em formas cada dia
mais ‘abstratas’ e uma política profissionalizada e separada
das preocupações e dos medos cotidianos das pessoas, as
associações de vizinhos e organizadores de bairros, de
mulheres, de comunidades de base, de comitês de direitos
humanos e em defesa do meio ambiente, saem dos
modelos tradicionais de entender e fazer política em uma
luta por articular as reivindicações materiais (p. 19).
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O campo científico é análogo ao acadêmico, pois residem aí tanto as
condições de produção (sistema de ciência) como de sua reprodução
(sistema de ensino) (p. 48).
Qualquer estudo é sempre feito dentro dos quadros de referência
herdados do passado de uma ciência (...) porém, os objetos de estudo,
por seu caráter histórico, dinâmico e mutável, colocam
permanentemente em xeque essa tradição no sentido de sua
renovação e revisão (p. 50).
Novas vias de diálogo e de troca para além das disciplinas e não apenas
entre elas (p. 52).
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El campo
académico de la
comunicación,
revisitado
Sérgio Capparelli e Ida Regina C. Stumpf
M
Em outras palavras, muitos pesquisadores ainda
questionam o estatuto da Comunicação enquanto
disciplina, apontando-a como uma intersecção de diversos
campos disciplinares. O exame desses problemas é uma
condição prévia necessária numa análise da Comunicação
no país como um todo (p. 62).
As ciências sociais e humanas partilham os conceitos, as
crenças, as teorias e as práticas de pesquisa da mesma
forma que as ciências naturais partilham certos paradigmas
(p. 70).
10
Com o mundo, ambos entendidos como o produto da
comunicação com outrem, pois assim como a subjetividade
não é um dado natural, as coisas não se apresentam ao ser
humano de forma direta, mas são construídas graças à
mediação do desejo, conhecimento e reconhecimento de
outrem.
Muitos pesquisadores empregam o termo “Ciências da
comunicação”, no plural, e consideraram a Comunicação não
como uma disciplina, mas como uma síntese de saberes
diversos (...) eles preferem adotar uma postura de prudência,
certamente legítima e louvável sob muitos aspectos, mas
talvez excessiva. 12
Por ser uma disciplina nova frente às outras mais
legitimadas, como a antropologia ou a sociologia, vários
teóricos se interessam em dotar as ‘ciências da
comunicação’ através de um estudo epistemológico (p. 91).
As ciências das comunicações são partes de uma teoria
social muito mais ampla e embarcadora, é complicado
pensar em uma especificidade quando se vê no campo
epistemológico (p. 102).
14
Reflexão crítica sobre os modelos, as
estratégias e as trajetórias da pesquisa
teórica em comunicação, através do
formulações de três autores
paradigmáticos: Eliseo Verón, Armand
Mattelart e Jesús Martín-Barbero.
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La prohibición de la
imaginación
Recepción y usos de la escuela
de Frankfurt en los estudios
latinoamericanos de la
comunicación
Víctor Lenarduzzi
M
A proibição da imaginação teórica abre
caminho para a loucura política (Adorno e
Horkheimer).
Outro espaço de recepção de Frankfurt –
em um tom um tanto diferente – foi o
Brasil (p. 134).
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A tecnocultura contemporânea repercute sobre as ciências sociais
voltadas para o fenômeno midiático, levando-as a tentar um melhor
posicionamento epistemológico, no que diz respeito ao objeto e ao
acompanhamento das mutações sociais provocadas pela mídia e pela
realidade virtual.
Tudo isto implica uma nova antropologia ético-política da comunicação,
isto é, (1) o empenho por uma redescrição das relações entre o homem
e as neotecnologias capaz de levar em conta as transformações da
consciência e do self sob o influxo de uma nova ordem cultural, a
simulativa; (2) ao mesmo tempo, o empenho
ético-político-antropológico de viabilizar uma compreensão das
mutações sócio-culturais dentro de um horizonte de
autoquestionamento, norteado pela afirmação da diferença essencial
do homem, de sua singularidade. 20
Um problema que a investigação das ciências sociais não
vêm encarando bem é a necessária e permanente tensão
entre o uno e o múltiplo, o indivíduo e a história, o micro e
o macro, o particular e as totalizações, os sujeitos e a
realidade (p. 161).
Deve-se diferenciar entre substituição e abstração. A
primeira substitui, elimina através, sobretudo, de
procedimentos de acumulação e de disjunção. O processo
de abstração, ao contrário necessita incluir a negatividade e
não infere através de disjunções (p. 163).
22
Pode-se afirmar, sem medo de errar, que sem publicidade
e marca, portanto, sem comunicação, em situações
normais de vida capitalista, um produto não pode ser
transformado em mercadoria (p. 171).
Se vive hoje uma terceira fase do capitalismo. Nela, a
informação se transforma na mercadoria mais valiosa (p.
172).
24
Problema da funcionalidade para o desenrolar de um
mercado midiático cada vez mais amplo, cuja rentabilidade
depende da captação de públicos diferenciados (p. 186).
Níveis de existência do público: um nível teórico e nível
empírico, além do público como sujeito/destinatário,
construído e inscrito nos textos, e os receptores empíricos
que se relacionam com os ditos textos (p. 192).
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Ciberespacio y metafísica
de la subjetividad:
Nietzsche y los orígenes
de la teoría del sujeto
fractal
Francisco Rüdiger
A
As tecnologias de comunicação geradoras de um espaço público virtual
permitem a refração da personalidade em múltiplos eus e radicalizam
as possibilidades de emprego da ficção no comércio cotidiano. As
pessoas passam, agora, a ter chances de, virtualmente, trocarem de
sexo, modificarem a idade e dividirem-se ao mesmo tempo em vários
personagens. Procura-se mostrar neste trabalho que é problemático o
determinismo tecnológico presente nessa abordagem, já que seus
principais motivos e categorias podem ser descobertos em vários
pensadores de épocas passadas, tomando como caso paradigmático
os escritos de Friedrich Nietzsche. Destarte, procede-se a um exame da
crítica ao conceito de sujeito proposta pelo filósofo para, a partir de sua
avaliação dos rumos da cultura ocidental, pensar até que ponto tem
razão a interpretação tecnicista do processo de fissão da subjetividade,
supostamente em curso na contemporaneidade.
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Los procesos de la
comunicación a la luz
de los medios
interactivos
Revisiones
conceptuales y de
tipologías
Migdalia Pineda de Alcázar
A
O usuário – teóricos latinoamericanos se voltam para o
sujeito como criador, produtor de sentido, de significações.
A mensagem – a possibilidade de articular a voz, a imagem,
o som, o texto escrito e os dados em uma conformação
multimídia possibilita o aparecimento de diversas formas
expressivas ou linguagens. O emissor – o conceito aberto a
diversas alternativas e não se centra unicamente em quem
possui o poder indiscutível da comunicação.
30
Tão recentemente como em 1990, a internet era quase
desconhecida para o público em geral. No fim de 1995, a
rede foi absorvida por milhões de usuários e filiada a
instituições e universidades. O volume de intercâmbio de
usuário, que ficava entre 20 e 30 milhões em 1995,
ultrapassou os 30 terabytes por mês, com um volume de
informação suficiente para publicar 30 milhões de livros de
700 páginas cada ano (p. 230).
32
Como sentimos o rosto ou o corpo do outro? [...] As
pequenas percepções têm a ver com formas e movimentos
(p. 2).
Que dilemas constituem hoje o drama dos jovens e como
eles se articulam comunicacionalmente a ponto de
produzir resultados apreciáveis para um saber da
comunicação? Tédio, angústia, solidão, incertezas perante a
vida profissional, diante de seu próprio existir são marcas
presentes nessa juventude universitária (p. 4).
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ANTI-COMUNICAÇÃO/DESLOCAMENTO DO PRESENCIAL,
SENSORIAL
Os equipamentos eletrônicos obtiveram grande aceitação
porque facilitam esse des-contato, essa construção do outro
como algo imaginário que, entretanto, quando em presença,
nos atira no abismo (p. 6).
Há como que um descolamento entre o ser presencial
(desconhecido, assustador) e o ser virtual, aquele que se
pretende mostrar. De qualquer forma, a incapacidade de lidar
com a presença do outro “em si mesmo”, sem aparelhos,
remetia à angústia do silêncio (p. 7).
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FICAR SEM A TECNOLOGIA: O TEMPO
Para os jovens, o tempo é uma figura supérflua, um excedente
cuja maior dificuldade é a de usá-lo. Por isso, não se angustiam
diante da perda mas do desperdício. A sensação do
não-estar-vivendo os desespera e remete para mais tarde o
desejo de recuperar o não-vivido (p. 18).
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40
Questões
Qual disciplina das ciências humanas e sociais não é, ou não pode ser aplicado o título de interdisciplinar? Ou ainda: a
qual delas não seria conveniente uma disposição interdisciplinar?
Em que medida a Comunicação constitui uma disciplina autônoma? Ou, em que consiste o objeto de estudo dessa
disciplina?
Entre outras tantas modificações importantes que a comunicação sofre no contexto das sociedades complexas, se a
comunicação passa a ser explorada comercialmente, se ela sofre a intervenção de dispositivos tecnológicos, se ela passa
a fundamentar a organização social como pivô da inserção do indivíduo na cultura e de sua integração à sociedade, por
que razão não a distinguimos de maneira realmente significativa dos processos comunicacionais de outros tipos de
sociedade?
E em que medida ainda temos o direito de usar um mesmo nome (comunicação, processos comunicacionais) para coisas
tão distintas?
Que dilemas constituem hoje o drama dos jovens e como eles se articulam comunicacionalmente a ponto de produzir
resultados apreciáveis para um saber da comunicação?
Afinal, que sociedade é esta que abastece a todos com dispositivos móveis de fácil conexão e que, ao mesmo tempo, os
relega a esse estado traumático de angústia e frustração?