Vive um período pós-guerra, com
poucos critérios para avaliação de
qualidade, o preço era uma
característica de qualidade e, devido a
pouca oferta, estava sempre disposto a
experimentar novidades, esse indivíduo
era mais passivo, concedendo alto grau
de credibilidade aos vendedores.
A era do marketing centrado no
produto.
O consumidor dos anos 1950
Nesse período o consumidor passa a
valorizar as marcas, identificando
diferenças entre produtos similares, o
mercado começou a oferecer um número
maior de opções, constituindo uma
forma de satisfazer o desejo consumista
do comprador, para ele o consumo era
uma forma de melhorar a qualidade de
vida.
O consumidor dos anos 1960
Mais atento ao valor do dinheiro, mais
sensível às variações financeiras nos
produtos e procurando estar organizado
para lidar com seus compromissos
financeiros. O consumidor também
passou a ser mais desconfiado a respeito
do vendedor, uma vez que ele estava
mais atento ao preço, as opções
começam a se tornar maiores, com
produtos similares sendo oferecidos em
mais locais.
O consumidor dos anos 1970
O consumidor ampliou seu pensamento
racional e crítico sobre o mercado. O
consumidor aprendeu a pedir descontos
e procurar vantagens, passou a comprar
menos por impulso e desenvolveu seu
senso de organização do orçamento
familiar.
O consumidor dos anos 1980
Fica mais informado, entende melhor
seus direitos, é mais independente, tem
infinitas opções de entretenimento
eletrônico, com controle individual sobre
o que assistirá e quando. Sua forma de se
comunicar e raciocinar começa a mudar,
devido ao boom da internet.
O consumidor dos anos 1990
Encontra programas mais adequados a
seu gosto. Sua vida existe em torno da
mídia: do relacionamento com os amigos
nas redes sociais ao telefone. O valor do
produto é definido pelo cliente e o
profissional de marketing precisa
segmentar o mercado - a regra é “o
cliente é rei”.
O consumidor dos anos 2000
É bastante coerente no mapa
o bloco de estados onde os
jovens são público-alvo em
maior abundância. No
Amazonas, quase 52% da
população tem menos de 25
anos.
Parte desses estados se inclui
no grupo de territórios com
maior presença de perfil de
consumidor morador de
zonas rurais. A exceção é o
Amapá, onde 50% tem menos
de 25 anos e 90% vive em
áreas urbanizadas.
Dos três estados que têm
renda média superior a R$ 4
mil, apenas o Distrito Federal
viu a renda cair no período
entre 2010 e 2014.
Grande parte da região Norte
também teve rendimentos
depreciados no período,
enquanto no Nordeste todos
os estados tiveram aumento,
com exceção do Ceará.
Santa Catarina foi o único
estado onde a renda pouco
oscilou desde 2010.
Grande parte do mercado
consumidor no Norte e
Nordeste têm ⅕ do orçamento
reservado para alimentação.
Nenhum deles está entre os
estados onde perfil do consumidor
inclui gastos mais representativos
com veículos próprios: Roraima,
Mato-Grosso, Goiás, Tocantins,
Espírito Santo, Paraná e,
principalmente, Santa Catarina,
onde a média da população tem
mais de 15% da renda dedicado à
aquisição e manutenção de
automóveis.
O brasileiro reserva, em
média, 1,66% do orçamento a
despesas de viagens. Em
apenas 3 estados essa
proporção supera os 2%:
Distrito Federal, Tocantins e
Rondônia.
A região que mais fatura com o
mercado consumidor de turistas, no
entanto, é o Sudeste. São Paulo e Rio
de Janeiro, principalmente,
concentram grande parte dos
desembarques feitos em territórios
brasileiros, enquanto a região Sul,
assim como os estados de Minas
Gerais, Bahia e Pernambuco seguem
na zona intermediária, entre 10 e 30
milhões de turistas ao ano.A maior
parte do território nacional ainda
aguarda entrar para a lista de
principais destinos turísticos do país.
Distrito Federal e São Paulo são os
dois únicos estados onde mais de
10% da população tem nível
superior completo.
A região Sul e o Espírito Santo se
aproximam disso, com pelo menos
8% de habitantes graduados, mas
na maioria das unidades
federativas essa proporção gira
em torno dos 5%.
Um dado curioso, contudo,
une dois extremos: no
Amazonas e em São Paulo,
Administração é o curso com
maior número de adeptos. Em
todos os outros estados, a
carreira mais escolhida é a do
Direito.
CONSUMER 360: EM 2017, CENÁRIO DE
CONSUMO ENSAIA RETOMADA ENTRE AS
FAMÍLIAS BRASILEIRAS, MAS DE MANEIRA
CONSCIENTE (NIELSEN)
Já era previsto que o ano de 2017 apresentaria um cenário desafiador para as famílias brasileiras, fruto
das incertezas econômicas e da instabilidade política. Contudo, a movimentação de alguns indicadores,
como a inflação mais controlada, o PIB voltando a registrar um tímido crescimento e o índice de
desemprego retraindo, somado a incentivos - o saque das contas inativas do FGTS, por exemplo - foram
fatores que impactaram diretamente no bolso e na perspectiva do consumidor. Seriam esses sinais para
uma retomada gradual do consumo?
RENDA CRESCE E CONSUMO TORNA-SE MAIS
CONSCIENTE
Segundo o estudo, em 2017, o crescimento da renda das
famílias brasileiras foi de 11%, número fomentado
principalmente pela retomada do emprego. Já os gastos
foram freados como medida cautelosa, apontando apenas
1% na variação do ano passado para cá. Se antes a balança
entre esses dois elementos estava em equilíbrio, hoje a
renda se sobressai em 9,9%, algo inédito nos últimos 3
anos.
Nessa equação, as regiões brasileiras encontram-se em
estágios diferentes. O destaque vai para a Grande São
Paulo, onde a renda aumenta em 10% e o gasto em 3%,
favorecendo uma melhor administração das contas
domésticas e sendo a localidade com o menor patamar de
desemprego. Por nível socioeconômico, uma vez que no
passado sentiu mais intensamente o peso da crise, a classe
C é a que mantém mais estabilidade na balança, com
gastos 0,3% acima da renda.
FGTS: BENEFÍCIO QUE CHEGOU PARA ALIVIAR
Ainda sob efeito de incertezas e com a necessidade de
saírem de uma complicada situação de orçamento, 27,2%
das famílias se beneficiaram este ano do saque das contas
inativas do FGTS. De acordo com o estudo da Nielsen,
46,6% delas utilizaram esse ingresso adicional para quitar
dívidas.
Depois de guardar ou investir, 11,6% usufruíram desse
benefício com categorias de bens de consumo. Os setores
de Bebidas e Higiene&Beleza foram os mais beneficiados,
com ênfase para cervejas, com consumo 6% maior que a
média da população brasileira, refrigerantes (12%), fraldas
descartáveis (74%) e escova de dentes (27%).
PANORAMA DO BRASIL FRENTE À CRISE: OS NÃO
IMPACTADOS
48,2% dos lares brasileiros se mantiveram isentos da crise,
ou seja, não acumularam dívidas e não perderam o
emprego. Desse total, 26% não foram impactados nos
últimos dois anos e 22,2% presenciaram a crise em 2016,
mas conseguiram contornar sua situação financeira com o
tempo.
Os que nunca foram impactados representam lares
majoritariamente de nível socioeconômico AB (30%) e DE
(32%), sem crianças (62%), com famílias de até dois
membros (51,2%) e do estado de São Paulo (32,6%).
Apesar de gastarem 13% a mais do que lares brasileiros
em geral, eles são cautelosos quanto ao consumo. Já
aqueles que saíram da crise representam lares
preponderantemente de nível socioeconômico C (54,4%),
sem crianças (50,2%), com famílias de três a quatro
membros (49,1%) e estão mais presentes no Nordeste,
Minas Gerais (ambos com 19,7%), Interior do Rio de
Janeiro e Espírito Santo (ambos com 20%). Esse grupo
apresenta melhor controle financeiro - com seus gastos
34% menores do que a renda - despesas abaixo da média,
principalmente em lazer, e sua maior preocupação é pagar
as contas em dia (26%).
PANORAMA DO BRASIL FRENTE À CRISE: OS
IMPACTADOS
51,8% dos lares brasileiros ainda são impactados pela crise
por perda de emprego e/ou acúmulo de dívidas. Desse
total, 37,4% estão nessa condição desde 2016 e 14,4%
entraram em 2017. São famílias que tiveram que aprender
a fazer escolhas mais responsáveis e os principais
beneficiados pelo FGTS.
Esse grupo é representado predominantemente pelo nível
socioeconômico C (52%), com crianças de 6 a 11 anos
(12,4%) e famílias de cinco ou mais componentes (24,5%).
A troca por marcas mais baratas foi a principal medida
adotada para economizar, e as maiores preocupações
giram em torno de pagar as contas em dia, garantir os
estudos e conquistar/manter o emprego. Para driblar o
entorno econômico instável, busca formas de ganhar
renda extra, com destaque para prestação de serviços e
venda de produtos.
Eles também têm aumentado a frequência de compra e
reduzido o “tamanho do carrinho”. “Os impactados vão em
busca de melhores oportunidades e promoções na hora de
consumir.
Sobre o estudo - O 360º Consumer View é um estudo* realizado desde
2013 na amostra regular do painel de Homescan da Nielsen Brasil,
composta por 8.400 lares. A análise reflete a realidade de 49 milhões de
famílias e busca entender as tendências de renda, gastos e
endividamento do consumidor brasileiro.
*edição 2017 foi aplicada no mês de junho
O QUE ESPERAR DO CONSUMIDOR EM 2018
O estudo da Nielsen aponta que o consumidor optará por
caminhos mais ponderados. “Com a crise, ele aprendeu a
planejar suas compras, economizar por meio do
gerenciamento de seus gastos, fazer opções inteligentes
quanto à escolha de produtos e canais”, diz Ricardo.Um
pouco mais aliviado quanto ao contexto econômico, o
consumidor também estará mais propenso a diminuir os
gastos com categorias básicas e aumentar o consumo com
supérfluos. Entretanto, isso não significa que ele
comprometerá o volume de seu carrinho, pelo contrário,
quer desembolsar menos, mas levando mais. Quando
questionado sobre o que pretende fazer quando a crise
passar, sua prioridade é voltar a comprar marcas mais caras,
que por um momento deixou de lado.