O documento descreve o período histórico do Primeiro Reinado no Brasil (1822-1831) e do Período Regencial (1831-1840). Os principais pontos são:
1) O Primeiro Reinado foi marcado pela independência do Brasil e pela coroação de D. Pedro I como imperador. No entanto, houve resistência de militares portugueses e disputas internas.
2) O Período Regencial seguiu-se após a abdicação de D. Pedro I em 1831. Governou-se por uma junta de regentes
17. O Primeiro Reinado (1822-1831)
Pedro de Alcântara,
Francisco, Antônio, João,
Carlos, Xavier de Paula,
Miguel, Rafael, Joaquim,
José, Gonzaga, Pascoal,
Cipriano, Serafim, de
Bragança e Bourbon
(1798-1834) foi coroado
com o título D. Pedro I;
Briga pelo poder:
grandes proprietários de terra (brasileiros) X
imperador, a corte e grandes comerciantes (portugueses);
18.
19. O Primeiro Reinado (1822-1831)
A Guerra de Independência:
Com a declaração de
independência, tropas
portuguesas resistiram no
Pará, na Paraíba, no Piauí,
no Maranhão, na Cisplatina
e, principalmente, na Bahia.
Com a ajuda de milícias
estrangeiras, D. Pedro I
conseguiu reprimir esses
movimentos.
Entrada do Exército Libertador de Prisciliano Silva.
20. A Guerra de Independência do Brasil
Contexto Histórico:
- O processo de independência do Brasil não foi pacífico. Após o 7 de setembro de 1822, ocorreram
várias manifestações, em território nacional, contrárias à Independência. Este movimento de resistência
era composto, principalmente, por militares portugueses que moravam no Brasil.
- Dom Pedro I precisou reagir rapidamente para não colocar em risco a recém conquistada liberdade com
relação a Portugal. Seu objetivo era expulsar do país as tropas portuguesas. Foi entre os anos de 1822 e
1825, que grande parte destes conflitos pós-independência ocorreram.
- Como o Brasil não possuía um exército nacional, D. Pedro I precisou formar milícias e contratar
militares ingleses e franceses para combater os movimentos de resistência à Independência. O comando
ficou nas mãos de militares estrangeiros como, por exemplo: os britânicos Lord Cochrane e John Taylor,
além do francês Pierre Labatut.
Causas Principais:
- Não reconhecimento da independência do Brasil por parte dos militares portugueses que moravam no
Brasil.
- Intenção dos portugueses em restaurar a colonização do Brasil.
- Não aceitação da independência por parte de comerciantes e funcionários públicos portugueses que
atuavam no Brasil.
- Necessidade de D. Pedro de pacificar o país no pós-independência para colocar em vigor seu governo
em todo território nacional. Desta forma, poderia fortalecer seu poder, consolidando-se como monarca
brasileiro.
Como Terminaram:
- D. Pedro I saiu vitorioso nas guerras pela independência do Brasil. Muitos opositores, principalmente
militares portugueses, foram presos e expulsos do Brasil. Em 1825, Portugal reconheceu a emancipação
política do Brasil e o imperador brasileiro conseguiu manter a unidade territorial.
Curiosidades:
- As milícias estrangeiras contratadas por D. Pedro I contou, em algumas províncias brasileiras, com a
ajuda de populares para expulsar os portugueses do Brasil.
- Para contratar militares estrangeiros e comprar navios de guerra para as guerras de independência, D.
Pedro I aumentou os impostos e contou com a doação de recursos de ricos agricultores brasileiros.
Fonte: http://www.historiadobrasil.net/resumos/guerras_independencia.htm
21.
22. • Reconhecimento externo da independência:
- EUA (1824): Doutrina Monroe + mercados.
- Portugal (1825): indenização de 2 milhões
de libras + título de Imperador Honorário do
Brasil, para D. João VI.
- Inglaterra (1827): o Brasil assumiu a dívida
portuguesa de 2 milhões de libras +
renovação de tratados de 1810 (privilégios
alfandegários) + fim do tráfico negreiro (não
cumprido).
• Dependência
econômica:
– Empréstimos e
impostos.
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25. A Noite da Agonia
A história registrou como a “Noite da Agonia” as horas em que a
Assembleia Constituinte resistiu à dissolução pelo Imperador Dom
Pedro I, em 12 de novembro de 1823, alvorecer do Império.
26. A Constituição de 1824
Outorgada pelo Imperador;
Monarquia constitucional hereditária;
Quatro poderes: Moderador, Executivo,
Legislativo e Judiciário;
Senadores com cargos vitalícios;
Voto indireto, masculino, aberto e censitário, baseado na
renda dos eleitores. (Para votar era preciso ter renda anual de, pelo
menos mil-réis, e para ser candidato a deputado, a renda mínima anual
deveria ser de 400 mil-réis; para senador, de 800 mil-réis.);
País dividido em Províncias e com Presidentes nomeados pelo
Imperador;
A Igreja Católica como “religião” oficial e submetida ao
Estado (Regime do Padroado).
27. A Constituição de 1824
Outorgada pelo Imperador;
Monarquia constitucional hereditária;
Quatro poderes: Moderador, Executivo,
Legislativo e Judiciário;
Senadores com cargos vitalícios;
Voto indireto, masculino, aberto e censitário, baseado na
renda dos eleitores. (Para votar era preciso ter renda anual de, pelo
menos mil-réis, e para ser candidato a deputado, a renda mínima anual
deveria ser de 400 mil-réis; para senador, de 800 mil-réis.);
País dividido em Províncias e com Presidentes nomeados pelo
Imperador;
A Igreja Católica como “religião” oficial e submetida ao
Estado (Regime do Padroado).
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30. A Confederação do Equador – 1824 – Pernambuco
O D. Pedro I era muito autoritário e impopular,
provocando uma revolta na capitania de Pernambuco:
a Confederação do Equador.
Após a imposição da Carta de
1824, a elite rural pernambucana
e as camadas médias urbanas
uniram-se e proclamaram-se
independentes em relação ao
Brasil, criando a República da
Confederação do Equador.
31. A Confederação do Equador – 1824 – Pernambuco
Principais líderes: o jornalista
Cipriano Barata e o frei Joaquim
do Amor Divino Rabelo Caneca.
O desfecho: com a ajuda da
Inglaterra, as tropas imperiais
reprimiram o movimento com
violência. Os principais líderes
foram executados. Frei Caneca
Causas: o autoritarismo de D.
Pedro I, a alta de impostos e a
pobreza generalizada.
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33. – Dificuldades financeiras (queda nas exportações,
empréstimos, falta de um produto significativo e
despesas militares).
– Autoritarismo de D. Pedro I.
– Críticas da imprensa.
– Questão Sucessória (Portugal – 1826).
• Medo da recolonização.
– Guerra da Cisplatina (Uruguai – 1828).
• Separação do Uruguai, 8 mil mortos e gastos inúteis.
– Execução de Frei Caneca e assassinato do jornalista
Libero Badaró.
– Impopularidade de D. Pedro I.
– Noite das Garrafadas (13/03/1831).
A Crise do Primeiro Reinado
34. Com a situação cada vez mais radicalizada, o imperador decidiu
fazer uma série de viagens pelas províncias, na tentativa de
diminuir a oposição a seu governo. O primeiro destino, Ouro
Preto, em Minas Gerais, foi um verdadeiro fracasso. D. Pedro I foi
hostilizado pela população da cidade, que fechava as portas, em
sinal de protesto, quando passava a comitiva imperial.
Os portugueses residentes no Rio de Janeiro, então, decidiram
fazer uma grande festa em apoio ao imperador, que retornava de
Ouro Preto. A festividade lusitana, em contraste com o clima de
acirramento político, o assassinato de Líbero Badaró e o
autoritarismo do imperador, só agravaram a situação. Na noite do
dia 13 de março de 1831, o conflito chegou às ruas quando
brasileiros, de pedras e garrafas nas mãos, atacaram os
portugueses. Foi a NOITE DAS GARRAFADAS.
A Crise do Primeiro Reinado
35.
36. O Fim do Primeiro Reinado
Dom Pedro I, ao tomar conhecimento do movimento
de desordem que ocorria nas ruas, ordenou ao
comandante do regimento de artilharia aquartelado
nas proximidades do palácio imperial, que ele e a tropa
fossem reunir-se aos seus camaradas, já que não era seu
desejo que alguém se sacrificasse por sua causa. Pouco
depois, no dia 7 de abril de 1831, redigiu o seu ato de
abdicação:
“Usando do direito que a Constituição me confere,
declaro que hei mui voluntariamente abdico
na pessoa do meu muito amado e prezado filho,
o senhor Dom Pedro de Alcântara”.
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48. O Período Regencial (1831-1840)
Conforme era previsto pela Constituição de 1824,
pela impossibilidade do herdeiro assumir o trono, foi
nomeado uma junta de regentes até que o monarca
pudesse assumir;
Eram políticos (os regentes) que formavam o
Legislativo e representavam a elite agrária brasileira;
A abdicação consolidou os ideais (“liberais”) que
norteavam a luta pela independência.
49. O Período Regencial (1831-1840)
As Regências:
* Regência Trina Provisória (Carneiro de Campos,
Campos Vergueiro e Francisco de Lima e Silva);
* Regência Trina Permanente (Bráulio Muniz, Costa
Carvalho e Francisco de Lima e Silva);
* Regência Una de Padre Diogo Feijó;
* Regência Una de Pedro Araújo Lima.
51. Alguns feitos (e características) desse período:
1831: Criação da Guarda Nacional;
1832: Aprovação do Código de Processo Criminal (ou
Penal);
1834: Alteração da Constituição com o Ato Adicional;
Bipolarização política entre os representantes das
classes ricas: liberais (federalização) e conservadores
(centralização);
Instabilidade política, com movimentos separatistas
regionais que colocaram em risco a unidade territorial.
O Período Regencial (1831-1840)
52. A Guarda Nacional era uma tropa de
elite, organizada em âmbito municipal,
tendo como comandantes locais os
próprios grandes proprietários. Assim,
seu papel fundamental era o de
mantenedora da ordem interna,
entendendo-se por este termo o
predomínio da elite e o sufocamento a
qualquer foco de rebelião social.
53. O Ato Adicional de 1834:
Implantou a Regência Una, eletiva e
temporária;
Suprimiu o Conselho de Estado;
Instituiu as Assembleias Legislativas
Provinciais;
O Rio de Janeiro tornou-se um município
neutro.
O Período Regencial (1831-1840)
54.
55. O Fim do Período Regencial:
O Período Regencial (1831-1840)
O Golpe da Maioridade aconteceu no dia
23 de Julho de 1840, com o apoio do
Partido Liberal, pondo fim ao período
regencial brasileiro.
Os liberais agitaram o povo, que por sua vez pressionou
o Senado a declarar o jovem Pedro II maior de idade
aos 14 anos.
Este golpe teve como principal objetivo dar o poder a
Dom Pedro II, para que o inexperiente jovem rei
cedesse aos caprichos dos liberais.
56. O BRASIL EM PÉ DE GUERRA!
No Período Regencial, uma série de
contradições tornaram tensas as relações entre
o Rio de Janeiro e algumas províncias.
57. No geral, podemos
afirmar que as
REVOLTAS
REGENCIAIS
ocorreram
provocadas pelas
disputas políticas
entre as elites locais,
assim como, pelas
condições sociais e
econômicas de cada
província, que
passavam por um
momento difícil, de
grandes injustiças
sociais.
Revolta dos
Malês (1835)
Rusga (1834)
58. BALAIADA
Contexto: Revolta de caráter popular, ocorrida entre 1838 e 1841, no interior da
então província do Maranhão.
Fatores: Durante o período regencial Brasileiro, o Maranhão, região exportadora
de algodão, passava por uma grave crise econômica devido à forte concorrência
com o algodão produzido pelos Estados Unidos. Além disso, a fome e a miséria
assolavam a região e a falta de assistência da Regência deixou a classe média
insatisfeita politicamente.
Atores: Realizada por pobres da região, escravos, fugitivos e prisioneiros, essa
revolta teve como principais atores o Manoel Francisco dos Anjos Ferreira,
Cosme Bento (liberto), Raimundo Gomes e como combatente à Balaiada, o Barão
Caxias.
Objetivos: Proclamação dos seus ideais republicanos; Fim da fome e da miséria
na província do Maranhão; Redistribuição das terras (Reforma Agrária); Luta
pela abolição da escravatura.
Desfecho: O combate aos balaios foi bastante violento. O movimento de revolta
foi contido em 1841. Cerca de 12 mil sertanejos e escravos morreram nos
combates. Os revoltosos presos foram anistiados pelo imperador Dom Pedro II. A
vitória sobre a Balaiada levou o Coronel Luís Alves de Lima e Silva a ser
condecorado pelo imperador com um título de nobreza: Barão de Caxias.
59. CABANAGEM
Contexto: Entre 1835 e 1840, na província do Grão-Pará.
Fatores: No início do Período Regencial, a situação da população pobre do Grão-Pará era péssima.
Mestiços e índios viviam na miséria total. Sem trabalho e sem condições adequadas de vida, os
cabanos sofriam em suas pobres cabanas às margens dos rios. Esta situação provocou o sentimento
de abandono com relação ao governo central e ao mesmo tempo, muita revolta. As lutas pela
independência na província tiveram um caráter popular, além da libertação. No Pará existiam
tradições de autonomia na Região do Grão-Pará, que estava ligado diretamente à Metrópole
portuguesa, relacionando-se pouco com o resto do Brasil. Tais tradições fizeram com que os
paraenses resistissem com frequência às imposições do Rio de Janeiro.
Atores: Envolve os moradores pobres da cidade e dos vilarejos ribeirinhos (os cabanos): índios, ne-
gros e mestiços. Na liderança houve representantes das várias vertentes sociais como: o padre Batista
Campos, o jornalista Lavor Papagaio e o latifundiário Félix Malcher. Com o tempo, os governos
cabanos seriam exercidos por lideranças populares, como Francisco Vinagre e Eduardo Angelim.
Objetivos: Reivindicavam uma distribuição de terras e pediam à classe dominante, formada pelos
grandes fazendeiros e comerciantes portugueses de Belém, o fim da escravidão. A pressão das massas
sobre os governadores nomeados pelo Rio de Janeiro tornou-se cada vez maior. Então os cabanos
tomam o poder e passam a controlar Belém. O objetivo principal era a conquista da independência
da província do Grã-Pará. Os cabanos pretendiam obter melhores condições de vida (trabalho,
moradia, terra, comida...). Já os fazendeiros e comerciantes, que lideraram a revolta, pretendiam
obter maior participação nas decisões administrativas e políticas da província.
Desfecho: O governo central enviou tropas para acabar com esse movimento. Vencidos na capital
pelas forças do governo, os cabanos reorganizaram as massas rurais, continuaram lutando até 1840,
quando pela violência e opressão, foram obrigadas a aceitar a pacificação. Para muitos historiadores,
a Cabanagem, mesmo reprimida e, ao final, derrotada, foi uma revolta popular que passou da
simples manifestação para uma ascensão efetiva ao poder.
62. SABINADA
Contexto: A revolta se estendeu entre os anos de 1837 e 1838. Ganhou este nome, pois seu
líder foi o jornalista e médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira.
Fatores: Os revoltosos eram contrários às imposições políticas e administrativas impostas
pelo governo regencial. Estavam profundamente insatisfeitos com as nomeações de
autoridades para o governo da Bahia, realizado pelo governo regencial. O estopim da
revolta ocorreu quando o governo regencial decretou recrutamento militar obrigatório
para combater a Guerra dos Farrapos, que ocorria no Sul do país.
Atores: Foi uma revolta feita por militares, integrantes da classe média e rica da Bahia. O
seu líder foi o jornalista e médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira.
Objetivos: Os revoltosos queriam mais autonomia política e defendiam a instituição do
federalismo republicano, sistema que daria mais autonomia política e administrativa as
províncias. A Sabinada, liderada por Sabino Rocha Vieira, destacou-se pela visualização
de um separatismo provisório, isto é, a República Bahiense existiria somente até a
maioridade de D. Pedro II.
Desfecho: A cidade de Salvador Foi cercada e retomada pelas tropas militares enviadas
pelo governo central. Muita violência foi usada na repressão. Centenas de casa foram
queimadas pelas forças militares do Governo Federal. Entre revoltosos e integrantes das
forças do governo, ocorreram mais de 2 mil mortes durante a revolta. Mais de 3 mil
revoltosos foram presos. Assim, em Março de 1838, terminava mais uma rebelião do
período regencial. Francisco Sabino refugiou-se em Mato Grosso, foi morar em uma
fazenda próxima a Cáceres, a fazenda Jacobina.
63. REVOLTA DOS MALÊS
Contexto: Foi uma revolta que aconteceu na Bahia (1835) no período regencial e no início do
século XIX. O movimento de 1835 é conhecido como Revolta dos Malês, por serem assim
chamados os negros muçulmanos que o organizaram. A expressão malê vem de imalê, que na
língua iorubá significa muçulmano.
Fatores: A aversão à escravidão da população negra, que era de grande maioria na Bahia e à
imposição do catolicismo aos negros, que tinham por constituição a religião Islâmica.
Atores: Inspirados por escravos e libertos Islâmico-Haussás, Mandigas e outros grupos
denominados genericamente de Malês, mas que contou também com a ampla participação de
negros de origem Nagô, entre os quais Licutam, Dandara, Ahuna, Luiz Sanin, Manoel
Galafate, são os principais líderes da revolta.
Objetivos: O Malês propunha o fim do catolicismo (religião que lhe era imposta), o assassinato
e confisco de bens de todos os brancos e mulatos e a implantação de uma monarquia islâmica,
com a escravidão dos não muçulmanos (brancos, mulatos e negros). De acordo com o plano de
taque, assinado por um escravo de nome Mala Abubaker, os revoltosos sairiam da Vitória
(atual bairro da Barra em Salvador) “tomando a terra e matando toda a gente branca”. De lá
rumariam para a Água de Meninos e depois para Itapacipe, onde se reuniriam do restante das
forças. O passo seguinte seria a invasão dos engenhos do Recôncavo e a libertação com armas
em punho.
Desfecho: Os Malês lançavam-se à luta apesar de terem perdido a vantagem da surpresa e, ao
serem derrotados, fugiram para o Recôncavo, atacando os coviais. Foram vencidos também
nas áreas rurais e submetidos a severas punições. Os castigos físicos mais violentos recaíram
sobre os libertos, pois os escravos eram valiosos bens de capital dos proprietários que
passaram a vigiá-los mais atentamente.
64. RUSGA
Contexto: Movimento Social ocorrido em Mato Grosso, no ano de 1834. Essa revolta aconteceu
durante o Período Regencial.
Fatores: Devido à instabilidade política presente no Império, duas sociedades ambicionavam a
tomada do poder provincial. De um lado os políticos liberais defendiam a autonomia política dos
provincianos e as reformas de antigas práticas. Do outro, os portugueses defendiam uma política
centralizada e manutenção de privilégios, respectivamente pela “Sociedade dos Zelosos Indepen-
dentes” e “Sociedade Filantrópica”. Além dos fatores sociais (miséria e desejo de expulsar os
portugueses), houve os econômicos (domínio do comércio) e também os políticos (poder local).
Atores: Liberais (“Sociedade dos Zelosos da Independência”) e conservadores (“Sociedade
Filantrópica”). João Poupino Caldas (Líder Liberal); Antonio Luis Patrício da Silva Manso
(Líder Conservador); o fazendeiro José Alves Ribeiro, o capitão da Guarda Nacional, José
Jacinto de Carvalho, o bacharel Pascoal Domingues de Miranda, o professor de filosofia Braz
Pereira Mendes e o vereador Bento Franco de Camargo; e populares.
Objetivos: Inicialmente, possuía objetivos políticos moderados, mas assumiu caráter violento,
pois os integrantes da Sociedade dos Zelosos da Independência desejavam tomar poder das mãos
de seus adversários (os bicudos). “Bicudo” era um termo depreciativo dirigido aos portugueses
que foi inspirado pelo nome do bandeirante Manuel de Campos Bicudo, primeiro homem branco
que se fixou na região.
Desfecho: Apesar de nenhum dos envolvidos sofrerem algum tipo de punição das autoridades, o
clima de disputa política continuava a se desenvolver em Cuiabá. O último capítulo dessa revolta
aconteceu em 1836, quando João Poupino Caldas, politicamente desprestigiado, resolveu deixar a
Província. No dia de sua partida, um misterioso conspirador o alvejou pelas costas com uma bala
de prata. Esse tipo de projétil era usado para matar alguém considerado traidor.
65. GUERRAS DOS FARRAPOS ou FARROUPILHA
Contexto: A guerra iniciou em 1835, no Rio Grande do Sul, na época em que o Brasil
era governado pelo regente Feijó, portanto ainda no Período Regencial, mas se
estendeu por Santa Catarina e terminou apenas em 1845, já no Segundo Reinado.
Fatores: O estopim para essa rebelião foi a grande diferença de ideais entre dois
partidos: um que apoiava os republicanos (Liberais) e outro que dava apoio aos
conservadores (Legalistas). O movimento teve causas políticas e econômicas, como os
altos impostos nas charqueadas e a falta de uma política protecionista do produto, a
escassez de moeda circulante no Rio Grande do Sul durante todo o período colonial e o
pagamento das dívidas do governo central da província.
Atores: Bento Gonçalves, Bento Manoel, Giuseppe Garibaldi, Anita Garibaldi, Vicente
da Fontura, Pedro Boticário e David Canabarro.
Objetivos: Pretendiam conquistar maior parcela de autonomia política e econômica,
porém mantendo os vínculos com o império. Embora, durante o movimento, surgiu a
ideia de separatismo, possuíam consciência que o mesmo poderia significar a perda do
mercado brasileiro de charque. Eram a favor de um governo federativo e republicano.
Desfecho: Em novembro de 1836 os revolucionários proclamaram a República em
Piratini e Bento Gonçalves, ainda preso, foi nomeado presidente. Somente em 1837,
após fugir da prisão, é que Bento Gonçalves assume a presidência da República de
Piratini. Após três anos de batalha e várias derrotas, os “Farrapos” tiveram que
aceitar a paz proposta por Duque de Caxias (o Tratado do Poncho Verde). Com isso,
em 1845 a rebelião foi finalizada.
74. O Segundo Reinado (1840-1889)
Aproveitando o clima de instabilidade, os
liberais (inclusive com votos de parte dos
conservadores) aprovaram uma emenda
constitucional que antecipava a maioridade do
imperador Pedro II, então com 15 anos, para
que ele pudesse assumir o trono. Este fato ficou
conhecido como o Golpe da Maioridade.
Disputas políticas entre
conservadores e liberais.
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76. O Segundo Reinado (1840-1889)
Ministério dos Irmãos: Martin Francisco An-
drada, Antonio Carlos Andrada e outros liberais.
Novas eleições parlamentares: as “Eleições do
Cacete”.
Continuidade da instabilidade, principalmente
no sul: Farroupilha.
Reação conservadora, queda dos liberais e
“regressismo” conservador.
Resposta Liberal: Revoltas Liberais em São
Paulo (1842), Minas Gerais (1842) e Pernambuco
(1848-1849).
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78. Revolução Praieira (1848-1849, em Pernambuco):
os liberais, liderados pelo republicano Pedro Ivo da
Silveira (e outros), queriam a expulsão dos portugueses
e a nacionalização do comércio, a extinção do Poder
Moderador, a liberdade de pensamento e o direito ao
O Segundo Reinado (1840-1889)
trabalho. Eram
mudanças que afeta-
riam as estruturas
social e política
vigentes no Brasil,
assim a repressão
imperial foi imediata.
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83. Com a chegada de Dom Pedro II ao trono, o
Poder Moderador e o Conselho de Estado foram
restaurados abrindo portas para uma nova fase
de centralização política. No entanto, o novo
governo imperial buscou reestruturar as regras
do jogo político daquela época instaurando um
sistema, em tese, inspirado no parlamentarismo
britânico;
Parlamentarismo às avessas: O primeiro
ministro e os demais ministros eram escolhidos
pelo Imperador.
O Segundo Reinado (1840-1889)
84. Parlamentarismo às avessas: O primeiro
ministro e os demais ministros eram escolhidos
pelo Imperador;
O Segundo Reinado (1840-1889)
nomeia nomeia
escolhe
marca e comanda
aprova
85. O Presidente do Conselho de
Ministros, Honório Hermeto
Carneiro de Leão, o Marquês
do Paraná, montou um gabine-
te que incorporava ministros
liberais e conservadores.
O Segundo Reinado (1840-1889)
Foi o início da Era da Conciliação (1853-
1865): uma fase de relativa tranquilidade e
estabilidade política, notadamente se comparada
à efervescência do primeiro Reinado e da
Regência.
99. O Café no Oeste Paulista
O café passou a ser cultivado em São Paulo devido ao esgotamento do solo do Rio de
Janeiro, pois sua produção era extensiva e não mecanizada. O rico solo de terra roxa de São
Paulo foi o lugar ideal para que o cultivo continuasse. Essa área não corresponde exatamente
ao oeste geográfico de São Paulo. Seguindo a linha férrea da Companhia Paulista, ela estende-
se de Campinas a Rio Claro, São Carlos, Araraquara, Catanduva. Já pela estrada de ferro
Mojiana, abrange de Campinas para Piraçununga, Casa Branca e Ribeirão Preto.
A forma de produção do Oeste e do Vale era bastante semelhante no começo. O que
acabou levando a cafeicultura para o oeste foi, essencialmente, a disponibilidade de terras, que
permitiu uma maior expansão dos plantios, também praticados de forma extensiva. Os
cafeicultores do Vale, por terem limites geográficos maiores, provocaram um maior
esgotamento do solo, diminuindo a produtividade.
Mas outros fatores também ajudaram para que a produção do Oeste Paulista se
sobrepusesse à do Vale. As condições de solo e clima eram bem mais propícias para o café em
São Paulo, aonde a planta chegava a ter cinco anos a mais de produtividade do que em outras
regiões. Também o uso de uma tecnologia mais avançada foi muito importante para São Paulo.
Através do arado e do despolpador – para descascar os grãos – aumentaram a eficiência da
produção.
Quanto à mão-de-obra, o Oeste também usou a escrava africana. Contudo, por se
desenvolver um pouco mais tarde, praticamente quando o tráfico negreiro já havia sido
proibido, buscou-se outra forma de trabalho. Vieram os imigrantes.
Surgiu no Oeste Paulista, ainda, uma nova classe social, chamada de “Burguesia do café”.
Esse nome foi dado porque nessa região começou a se desenvolver, no final do século XIX,
uma economia capitalista. É importante ressaltarmos que os cafeicultores do Oeste não são
mais “evoluídos” ou “modernos” que os do Vale. A época em que esses plantios se
desenvolveram e as diferenças geográficas foram o que fizeram as diferenças entre as regiões.
Adaptado de Rafael Menezes
100. O começo da industrializa-
ção no Brasil ocorreu somente
no final do século XIX.
O Segundo Reinado (1840-1889)
Fatores: lucros gerados pelo café, tarifa Alves
Branco (1844), Lei Eusébio de Queirós (1850) e
imigração (mão de obra barata).
O começo da industrialização no país se deu quando
cafeicultores começaram a investir parte dos lucros obtidos na
exportação do café e também com as fábricas de tecidos, calçados
e outros produtos mais simples, a mão de obra utilizada nestas
fábricas eram em sua maioria formada por imigrantes italianos.
101.
102.
103. A Questão Christie foi um
incidente diplomático, envolven-
do o Brasil e a Grã-Bretanha.
Fatores: insistência do Brasil
O Segundo Reinado (1840-1889)
William Dougal Christie em charge que o coloca no
centro da crise diplomática entre Brasil e Inglaterra.
em manter o tráfico negreiro, a Tarifa Alves Branco
(1844), o saque do navio britânico Prince of Walles
(1861) e a prisão de alguns marinheiros ingleses no
Rio de Janeiro.
Desfecho: Ruptura diplomática entre o Brasil e a
Grã-Bretanha. Em 1865, a questão foi intermediada
por D. Leopoldo I (rei belga) e a Grã-Bretanha pediu
desculpas formais ao Brasil.
104.
105. A Guerra do
Paraguai.
O Segundo Reinado (1840-1889)
106.
107. A Guerra do Paraguai. Entre 1864 e 1870, o
Brasil envolveu-se na Guerra da Tríplice Aliança
(Brasil, Argentina e Uruguai) contra o Paraguai.
Por questões de fronteiras e para atender a
interesses da Inglaterra, que não aceitava a
independência econômica do Estado paraguaio,
os quatro países entraram em guerra. O
Paraguai foi derrotado e quase totalmente
destruído; sua economia nunca mais se
recuperou;
O Segundo Reinado (1840-1889)
108. Solano Lopez, como
sanguinário. Caricatura de
Angelo Agostini na Revista
Fluminense, 12 06 1869.
O Paraguai foi
arrasado
fisicamente,
economicamente e
demograficamente.
110. Consequências da Guerra do Paraguai para o
Brasil:
→ fortalecimento do Exército;
→ retorno da dependência com a Inglaterra;
→ Campanha Abolicionista/Republicana;
→ Fim do Império/Proclamação da República.
O Segundo Reinado (1840-1889)
111.
112.
113. A transição do trabalho escravo para o trabalho
assalariado no Brasil: leis abolicionistas e imigração
de europeus;
Leis abolicionistas: Lei Eusébio de Queirós (1850
– fim do tráfico negreiro); Lei do Ventre Livre
(1871 – previa a libertação dos filhos de escravas
nascidos a partir daquela data); Lei dos
Sexagenários (1885 – decretava a liberdade para os
escravos com mais de 60 anos de idade); Lei Áurea
(1888 – extinguiu oficialmente a escravidão no
Brasil).
O Segundo Reinado (1840-1889)
114.
115.
116.
117.
118.
119.
120.
121.
122.
123.
124. O Império entrou em crise: questão religiosa
(campanha da Igreja Católica contra a
intervenção do Estado); questão militar (embate
entre o exército e o governo imperial,
principalmente após a Guerra do Paraguai); e
questão da abolição da escravidão (os
escravocratas, que não receberam indenizações
com a Lei Áurea, deixaram de apoiar o
Império);
O Segundo Reinado (1840-1889)
125. O Segundo Reinado (1840-1889)
A Crise do Império
A Questão Escravista: o fim da
escravidão provoca desgaste na relação
Monarquia/Escravistas;
A Questão Religiosa: Padroado e
Beneplácito X Maçonaria;
A Questão Militar: fortalecimento do
Exército, o Positivismo (Benjamin Constant)
e os atritos do Estado com os militares.
126. Benjamin Constant: Político e militar fluminense (18/10/1833-
22/1/1891). Um dos fundadores da República, é autor da divisa
Ordem e Progresso da bandeira brasileira. É também um dos
divulgadores do positivismo no Brasil. Benjamin Constant Botelho
de Magalhães nasce em Niterói e em 1852 entra para o Exército.
Estuda engenharia na Escola Central e astronomia no Observatório
do Rio de Janeiro, na mesma época em que ensina matemática no
Imperial Colégio Pedro II.
Em 1887 funda o Clube Militar, importante centro de propaganda
republicana do qual se torna presidente. Em 9 de novembro de
1889 preside a sessão na qual os membros do Clube Militar
decidem pela queda da monarquia.
Após a proclamação da República assume a pasta da Guerra no
governo provisório e, em 1890, é aclamado general-de-brigada em
comício público.
Nesse mesmo ano passa a chefiar o Ministério da Instrução Pública,
Correios e Telégrafos. Elabora reforma no ensino baseada nos
princípios do positivismo, corrente filosófica que considerava a
educação prática anuladora das tensões sociais. Morre no Rio de
Janeiro.
127. Benjamin Constant: Político e militar fluminense (18/10/1833-
22/1/1891). Um dos fundadores da República, é autor da divisa
Ordem e Progresso da bandeira brasileira. É também um dos
divulgadores do positivismo no Brasil. Benjamin Constant Botelho
de Magalhães nasce em Niterói e em 1852 entra para o Exército.
Estuda engenharia na Escola Central e astronomia no Observatório
do Rio de Janeiro, na mesma época em que ensina matemática no
Imperial Colégio Pedro II.
Em 1887 funda o Clube Militar, importante centro de propaganda
republicana do qual se torna presidente. Em 9 de novembro de
1889 preside a sessão na qual os membros do Clube Militar
decidem pela queda da monarquia.
Após a proclamação da República assume a pasta da Guerra no
governo provisório e, em 1890, é aclamado general-de-brigada em
comício público.
Nesse mesmo ano passa a chefiar o Ministério da Instrução Pública,
Correios e Telégrafos. Elabora reforma no ensino baseada nos
princípios do positivismo, corrente filosófica que considerava a
educação prática anuladora das tensões sociais. Morre no Rio de
Janeiro.
128. O Segundo Reinado (1840-1889)
O Movimento Republicano
“A proposta republicana ganhava espaço cada vez
maior no país, ao mesmo tempo em que a Monarquia
assumia um imagem retrógrada e incompatível com a
nova realidade, inclusive internacional.”
O Manifesto Republicano;
A cisão dentro do Partido Liberal e a fundação do
Partido Republicano Paulista (PRP);
O Federalismo (apoio das províncias);
O Apoio dos setores médios urbanos;
O Abolicionismo.
129.
130.
131. O Segundo Reinado (1840-1889)
A Queda da Monarquia
A Monarquia em crise;
A propaganda republicana;
A aliança oligarquia cafeeira paulista e
Exército;
A tentativa (fracassada) de Reforma da
Monarquia com Visconde de Ouro Preto;
O Fim: o Golpe de Estado em 15 de
Novembro de 1889.
132.
133.
134. Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bebiano
Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga,
segundo imperador do Brasil, nasceu no Rio de Janeiro em 2 de
dezembro de 1825. Assumiu o trono em 18 de julho de 1841, aos 15
anos de idade, sob a tutela de José Bonifácio e depois do Marquês
de Itanhaém.
Em 1843, casou-se como a princesa napolitana Tereza Cristina
Maria de Bourbon, com quem teve quatro filhos, dos quais
sobreviveram as princesas Isabel e Leopoldina.
D. Pedro II consolidou a soberania nacional e incentivou o
progresso do país. Homem culto e avesso à política, protegeu
artistas, escritores e cientistas, havendo mantido correspondência
com vários deles ao longo de sua vida. Fez inúmeras viagens ao
exterior, tendo trazido para o Brasil modernas tecnologias, tais
como o telégrafo e o telefone, além do selo postal.
Muito preocupado com a ecologia, construiu um jardim botânico em
Manaus e reflorestou parte do maciço da Tijuca, no Rio de Janeiro,
criando a floresta do mesmo nome.
Deixou o país dois dias após a proclamação da República, em 17 de
novembro de 1889, vindo a falecer dois anos depois em Paris, aos
66 anos, debilitado pela diabetes.
Fonte: www.senado.gov.br