Prof. Medeiros - Aula Especial na 1ª Mostra de Cinema & Debate sobre 50 Anos de Resistência à Ditadura Militar. E. E. Presidente Médici - Cuiabá-MT. 04/04/2014. www.historiasdomedeiros.blogspot.com
Com o Golpe de Estado foi criado o
“Supremo Comando Revolucionário”,
formado pelos militares:
Arthur da Costa e Silva (General),
Francisco Correia de Mello (Brigadeiro)
e Augusto Rademaker (Vice Almirante).
O “Supremo Comando Revolucionário”
decretou o Ato Institucional Nº 1:
eleições diretas suspensas e poderes
ampliados ao Presidente da República,
inclusive de suspender mandatos
legislativos e outros “cargos”.
Os Atos Institucionais
... foram decretos emitidos durante os anos após o
golpe militar de 1964 no Brasil. Serviram como
mecanismos de legitimação e legalização das ações
políticas dos militares, estabelecendo para eles próprios
diversos poderes extra constitucionais.
Os Atos Institucionais eram mecanismos jurídicos
para manter na legalidade o domínio dos militares. Sem
estes mecanismos, a Constituição de 1946 tornaria
inexecutável o regime militar, daí a necessidade de
substituí-la por decretos mandados cumprir.
Entre 1964 a 1969 foram decretados 17 atos
institucionais regulamentados por 104 atos
complementares. O governo divulgou que seu objetivo era
combater a "corrupção e a subversão".
- Imediatamente inúmeras
entidades civis sofreram
intervenção e seus
principais dirigentes foram
presos.
- Estima-se que cerca de 50
mil pessoas tenham sido
presas durante os primeiros
meses do governo militar.
Nascimento: Messejana
(Fortaleza)-CE,
Profissão: Militar
(Marechal)
Período de Governo:
15.04.1964 a 15.03.1967
Tipo de eleição: indireta
Votos recebidos: 361
Posse: 15.04.1964, em
sessão conjunta do
Congresso Nacional,
presidida pelo Senador
Auro Soares Moura
Andrade, a fim de
completar o quinquênio
a terminar em 31.01.1966
(depois foi prorrogado
até 15.03.1967).
Humberto de Alencar
Castello Branco, Marechal
Mal. Castelo Branco (1964-1967)
- Em 1965 decretou o AI-2 (válido até
1979), que retoma as decisões do AI-1 e
acabou com o pluripartidarismo, instituindo
o bipartidarismo (ARENA e MDB).
O Bipartidarismo:
ARENA (situação): apóia o governo, políticos da UDN, PSD e PSP;
MDB (oposição consentida): composta pelo PSD, PTB, PCB (extinto
a sigla, mas havia os políticos), era uma oposição comportada que
não colocava obstáculos ao governo.
Obs.:
- ARENA: Delfim Neto, Marco Maciel, ACM, Frederico Campos, Júlio
Campos, Paulo Maluf... Surge daí o PDSPFLDEM;
- MDB: Itamar Franco, FHC, Mário Covas, Brizola, Miguel Arraes, Íris
Resende, Dante de Oliveira, Bezerra... O PMDB e o PSDB surgem daí.
- Criou o Serviço Nacional de
Informações (SNI).
- Elaborou o Plano de Ação Econômica do
Governo (PAEG), para eliminar a
inflação, melhorar a imagem
(econômica) externa e estimular o
crescimento econômico.
- Substituição da estabilidade no
emprego, que foi substituída pelo regime
do Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço (FGTS).
Mal. Castelo Branco (1964-1967)
- O AI-3 impôs eleições indiretas para
Governadores/Vice-Governadores
(eleitos pela Assembleias Legislativas);
- Os lugares onde a Arena ganhou os
candidatos continuam no poder, mas
alguns eleitos pelo MDB são cassados e
não puderam assumir seus cargos;
- Os prefeitos das capitais e das cidades
de Segurança Nacional também
passaram a ser escolhidos pelos
governadores (AI-3);
Mal. Castelo Branco (1964-1967)
- Em 1967 institui-se o AI-4, convocando
uma Assembleia Nacional Constituinte,
dominada pelos políticos da Arena e
pelos militares;
- A Constituição de 1967 saiu da maneira
que os militares queriam, mas o
Congresso conseguiu inserir duas
ressalvas:
proibição de fechar o Congresso
e criou-se a Imunidade Parlamentar.
Mal. Castelo Branco (1964-1967)
Charge de Hilde Weber, de 1967; ex-presidente
Castelo Branco cobre o Congresso Nacional
Nascimento:
Taquari-RS, em
03.10.1902
Período de
Governo: 15.03.1967
a 31.08.1969
Tipo de eleição:
indireta
Votos recebidos:
294
Posse: 15.03.1967,
em sessão conjunta
do Congresso
Nacional, presidida
pelo Senador Auro
Soares Moura
Andrade.
Arthur da Costa e
Silva, Marechal
- Eclodem mobilizações sociais em todo
Brasil contra a Ditadura Militar.
- Forma-se a “Frente Ampla” com alguns
políticos tradicionais.
- Ocorrem passeatas em diversos locais,
greves em Osasco e Contagem,
manifestação da UNE
(União Nacional dos Estudantes).
Mal. Artur da Costa e Silva (1967-1969)
- No Rio de Janeiro, em 1968, durante
uma manifestação, ocorreu a morte do
estudante Edson Luís, gerando mais
revoltas.
- Em Ibiúna-SP, a UNE tenta organizar
um Congresso, mas seu participantes
são presos.
Mal. Artur da Costa e Silva (1967-1969)
Ala dos artistas, com
Caetano Veloso, Gilberto
Gil, Chico Buarque, Edu
Lobo, entre outros.
- As manifestações eram legais, desde que
fossem pacíficas.
- O deputado federal, Márcio Moreira
Alves, fez um discurso contra a Ditadura,
discurso esquerdista (MDB). Os militares
queriam prendê-lo, mas o deputado tinha
imunidade parlamentar, portanto para
cassá-lo tinha que ser aprovado pelo
Congresso. Sua imunidade foi garantida e o
exército cerca o Congresso com tanques.
Mal. Artur da Costa e Silva (1967-1969)
Discurso de Márcio Moreira Alves
Senhor presidente, senhores
deputados,
Todos reconhecem ou dizem
reconhecer que a maioria das
forças armadas não compactua
com a cúpula militarista que
perpetra violências e mantém este
país sob regime de opressão. Creio
ter chegado, após os acontecimen-
tos de Brasília, o grande momento da união pela democracia. Este
é também o momento do boicote. As mães brasileiras já se
manifestaram. Todas as classes sociais clamam por este repúdio à
polícia. No entanto, isto não basta.
É preciso que se estabeleça, sobretudo por parte das mulheres,
como já começou a se estabelecer nesta Casa, por parte das
mulheres parlamentares da Arena, o boicote ao militarismo. Vem aí
o 7 de setembro.
As cúpulas militaristas procuram explorar o sentimento profundo
de patriotismo do povo e pedirão aos colégios que desfilem junto
com os algozes dos estudantes. (...)
02/Setembro/1968
Seria necessário que cada pai, cada mãe, se compenetrasse de que
a presença dos seus filhos nesse desfile é o auxílio aos carrascos
que os espancam e os metralham nas ruas. Portanto, que cada um
boicote esse desfile.
Esse boicote pode passar também, sempre falando de mulheres, às
moças. Aquelas que dançam com cadetes e namoram jovens
oficiais. Seria preciso fazer hoje, no Brasil, que as mulheres de
1968 repetissem as paulistas da Guerra dos Emboabas e recusas-
sem a entrada à porta de sua casa àqueles que vilipendiam-nas.
Recusassem aceitar aqueles que silenciam e, portanto, se
acumpliciam. Discordar em silêncio pouco adianta. Necessário se
torna agir contra os que abusam das forças armadas, falando e
agindo em seu nome. Creia-me senhor presidente, que é possível
resolver esta farsa, esta democratura, este falso impedimento pelo
boicote. Enquanto não se pronunciarem os silenciosos, todo e
qualquer contato entre os civis e militares deve cessar, porque só
assim conseguiremos fazer com que este país volte à democracia.
Só assim conseguiremos fazer com que os silenciosos que não
compactuam com os desmandos de seus chefes, sigam o magnífico
exemplo dos 14 oficiais de Crateús que tiveram a coragem e a
hombridade de, publicamente, se manifestarem contra um ato
ilegal e arbitrário dos seus superiores.
- Institui-se, então, em 13/12/1968 o
AI-5. Iniciava-se os anos de chumbo.
- A alegação dos militares para instituir
o AI-5 foi o discurso do Márcio Alves
(MDB) e a garantia de sua imunidade.
- Mas o interesse maior era conter as
mobilizações sociais contra a Ditadura.
Mal. Artur da Costa e Silva (1967-1969)
O PERÍODO MAIS TRISTE
DA HISTÓRIA BRASILEIRA!
O AI-5 foi um golpe dentro do golpe, a
linha-dura que instituiu, passa por cima
da Constituição de 1967, pois ocorre:
O fechamento do Congresso por
tempo indeterminado.
Cassação de mandatos e direitos
políticos.
Estado de Sítio Permanente (direitos
civis suspensos): suspensão dos direitos
civis e suspensão do habeas corpus.
Ampliação da Censura.
Mal. Artur da Costa e Silva (1967-1969)
Os militares alegavam que era para
garantir a moralização do país, mas era
para impedir a difusão de ideias de
esquerda.
O AI-5 tentou impedir os movimentos
sociais legítimos, mas como resposta teve
o surgimento da luta armada, através de
guerrilhas urbanas e rurais.
O AI-5 durou até 1979 (1968-1979).
Mal. Artur da Costa e Silva (1967-1969)
Em 1969 Costa e Silva,
já muito doente, é
afastado. O seu vice-
presidente deveria
assumir, porém era civil
e contra o AI-5.
Institui-se, então, o
AI-12 que impediu a
posse do vice (Pedro
Aleixo) de Costa e Silva,
convocando, assim,
novas eleições.
Mal. Artur da Costa e Silva (1967-1969)
Tropicália;
Jovem Guarda;
A Igreja até 1968 era neutra ou pró-
ditadura, mas passa a dar apoio aos
movimentos de esquerda, principalmente
com Dom Paulo Evaristo Arns (cardeal de
São Paulo);
Os intelectuais são repreendidos e
muitos deles exilados.
Movimentos Culturais
Nascimento: Bagé-
RS, em 04.12.1905
Período de
Governo:
30.10.1969 a
15.03.1974
Tipo de eleição:
indireta
Votos recebidos:
239, em sessão
conjunta do
Congresso Nacional,
presidida pelo
Senador Gilberto
Marinho.
Emílio Garrastazu
Médici, General
Emílio Garrastazu Médici
Emílio Garrastazu Médici nasceu em Bagé, no
Rio Grande do Sul, no dia 4 de dezembro de
1905.
Filho de um rico fazendeiro de origem italiana,
estudou no Colégio Militar de Porto Alegre e
seguiu carreira no Exército.
Em 1957 assumiu a chefia do Estado Maior da
3° Região Militar de Porto Alegre a convite do
general Arthur da Costa e Silva, então
comandante daquela unidade, com quem
estabeleceu forte amizade.
Emílio Garrastazu Médici
Promovido a general-de-brigada em 1961, foi
nomeado comandante da Academia Militar das
Agulhas Negras, no Rio de Janeiro, e apoiou o
Golpe de Estado de 1964, que depôs o
presidente João Goulart e implantou uma
Ditadura no Brasil.
Exerceu o cargo de presidente da República
como Ditador de 30 de Outubro de 1969 a 15
de Março de 1974.
Médici faleceu no Rio de Janeiro, em 9 de
Outubro de 1985.
Foi o mais repressivo dos governos
militares;
Período do “Milagre Econômico”;
Surgem grupos de esquerda e de luta
armada: VPR, ALN e MR-8.
Gen. Médici (1969-1974)
VPR (Vanguarda Popular Revolucionário): o líder
que comandava as ações era o Carlos Lamarca.
Durou até 1971, quando Lamarca morre;
ALN (Aliança de libertação Nacional) era liderado
por Carlos Marighela;
MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de outubro),
colocaram esse nome em homenagem ao Che
Guevara, que morreu na Bolívia no dia 8 de outubro
de 1969.
CENIMAR (Centro de Informações da
Marinha);
CIEX (Centro de Informações do Exército);
OBAN (SP - Operação Bandeirantes). Surgiu
da OBAN o II Exército;
DOI-CODI (Departamento de Operações e
Informações, Central de Operações de Defesa
Interna);
Esses órgãos praticavam a repressão (tortura,
morte, espionagem, vigilância sobre pessoas).
Órgãos de Repressão:
Gen. Médici (1969-1974)
Em 1969 lança-se duas emendas:
- AI-13: institui o exílio para as pessoas
perigosas para o Brasil.
- AI-14: legalizou a pena de morte no
Brasil, mas nunca foi usado oficialmente,
pois os assassinados são
“desaparecidos”.
- O Governo Médici tem o triste mérito
de ter controlado os movimentos de luta
armada, por meio da repressão e do
exílio.
Gen. Médici (1969-1974)
Nascimento: Bento
Gonçalves-RS, em
03.08.1908
Profissão: Militar
Período de Governo:
15.03.1974 a
15.03.1979
Tipo de eleição:
Indireta
Votos recebidos: 400
Posse: 15.03.1964,
em sessão conjunta do
Congresso Nacional,
presidida pelo Senador
Paulo Torres.
Ernesto Geisel, General
Gen. Ernesto Geisel (1974-1979)
- Crise econômica
(colapso do “Milagre Econômico”);
- Redemocratização;
- Abertura lenta, gradual e segura;
- Ocorrem as eleições para o Senado;
- Campanha política no rádio e na TV
(surge o horário político gratuito);
“A abertura política precisa ser lenta e gradual.”
- O MDB começa a crescer em 1974
(elegeu 60% das vagas, mas não
conseguiu a maioria, pois neste ano
apenas 1/3 do Senado foi renovado);
- Pacote de Abril (1977), que é o
último ato conservador, reacionário
da ditadura: fechou o Congresso
Nacional e, quando reaberto, impôs
alguns senadores “biônicos”.
Gen. Ernesto Geisel (1974-1979)
- Lei Falcão: proibição aos candidatos de
falarem no horário político, ou seja, não
podiam mais fazer campanha política de
forma aberta. Mostrava-se apenas o
número e um currículo mínimo.
- Revogou o Ato Institucional Nº 5, que
tinha suspenso uma série de direitos
democráticos.
Gen. Ernesto Geisel (1974-1979)
Nascimento: Rio de
Janeiro (GB) - RJ, em
15.01.1918.
Período de Governo:
15.03.1979 a 15.03.1985
Tipo de eleição: indireta
Votos recebidos: 355
Posse: 15.03.1979, em
sessão conjunta do Con-
gresso Nacional, presidida
pelo Senador Luís Viana.
Observação: O mandato
presidencial, de acordo
com a Emenda Constitu-
cional nº 08/77, passou a
ser de 6 anos. João
Figueiredo foi o presidente
de maior mandato, entre
os militares.
João Baptista de Oliveira
Figueiredo, General
Gen. João Figueiredo (1979-1985)
- Último presidente militar, com
mandato de 6 anos (o único);
- Revogou o AI-2 (bipartidarismo)
- Permitiu o retorno do
Pluripartidarismo;
- Promulgou a Lei da Anistia;
- Campanha Diretas-já!
Os Partidos Políticos
República Ditadura Nova
Populista Militar República
UDN
PTB
PSD
PCB
ARENA
MDB
PDS
PMDB
PTB
PDT
PCB
PT
PFL e PP
PSDB
PPS
PSOL
DEM
- Em 1979 tem-se a
Anistia. São perdoados
os militantes que foram
perseguidos e exilados,
mas também os militares
que perseguiram e
mataram.
- Voltam: FHC, Brizola,
Luís Carlos Prestes,
Caetano Veloso, Gilberto
Gil, Chico Buarque,
Fernando Gabeira, Íris
Resende, Miguel
Arraes...
Gen. João Figueiredo (1979-1985)
ERA O FIM DA DITADURA MILITAR!
- Em 1984, a campanha Diretas-já que
propunha uma ementa constitucional,
trazendo de voltas eleições diretas, não
teve sucesso, mesmo com uma grande
mobilização popular;
- Mas, em 1985 os militares não
apresentaram candidato e dois civis
concorreram à presidência.
Gen. João Figueiredo (1979-1985)
Até quando a nossa escola,
através de seu nome,
continuará sendo um culto ao
maior e mais sanguinário
ditador do Brasil
?
Até quando a nossa escola,
através de seu nome,
continuará sendo um culto ao
maior e mais sanguinário
ditador do Brasil
?