REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
Estudo de caso sobre planejamento e métodos de pesquisa qualitativa
1. ESTUDO DE CASO
Planejamento e Métodos
Francisco Felipe da Silva
João Victor Joaquim dos Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - CCSA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS – PPGCCon
Disciplina: Métodos Qualitativos de Pesquisa
Prof. Dr. Diogo Henrique Silva de Lima
2. Introdução
1Objetivos do Capítulo:
Apresentar a importância do estudo de caso como
estratégia de pesquisa;
Fornecer uma definição operacional de estudo de caso e
identificar suas principais variações;
Distinguir o estudo de caso das demais estratégias de
pesquisa.
Discutir suas críticas.
3. Introdução
O método de pesquisa tem como objetivo conduzir o
pesquisador na busca para as respostas necessárias ao
problema de pesquisa que se propõe.
(Saunders, Lewis e Thornhill, 2012)
O estudo de caso se apresenta como uma das muitas
estratégias de pesquisa dentro das ciências sociais,
apresentando vantagens e desvantagens.
(Yin, 2005)
A sensibilidade em relação ao contexto proporcionada
pelo estudo de caso possibilita e encoraja
pesquisadores a considerar questões que podem não
ser averiguadas com outras abordagens de pesquisa.
(Cooper e Morgan, 2008) 3
Adaptado de Yin (2005)
Sociedade
•Estudo de caso
•Historiografia
•Levantamento
•Etnografia
4. Introdução
A escolha de uma estratégia de pesquisa depende basicamente de três condições:
4(Yin, 2005) 4
O tipo de questão da pesquisa
O controle do pesquisador sobre os efeitos comportamentais
O foco em fenômenos históricos ou contemporâneos
1
2
3
5. Introdução
Segundo Yin (2005), o estudo de caso surge da necessidade de se compreender
fenômenos sociais complexos.
O estudo de caso permite uma investigação que preserva as características
holísticas e significativas dos acontecimentos da vida real, como:
Ciclos de vida individual,
Processos organizacionais e administrativos,
Mudanças ocorridas em regiões urbanas,
Relações internacionais e a maturação de setores econômicos.
5
6. Definição de estudo de caso
O estudo de caso é realizado por meio de uma investigação empírica que estuda
um fenômeno contemporâneo em profundidade e em seu contexto de vida
real, especialmente quando:
os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes;
uma situação tecnicamente única em que haverá muito mais variáveis de
interesse do que pontos de dados;
baseia-se em várias fontes de evidências;
beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para
conduzir a coleta e análise de dados.
6(Yin, 2005)
7. Yin (2005) destaca que o estudo de caso constitui uma estratégia de pesquisa que
não pode ser classificada a priori como qualitativa nem quantitativa, por
excelência, mas que está interessada no fenômeno. O estudo de caso requer
múltiplos métodos e fontes para explorar, descrever e explicar um fenômeno em
seu contexto.
O autor defende que o estudo de caso é um método abrangente que inclui a lógica
do projeto, as técnicas de coleta de dados e as abordagens específicas da análise
dos dados.
Stoecker (1991) corrobora com a ideia, afirmando que o estudo de caso não é nem
uma tática para coleta de dados nem meramente uma característica do
planejamento em si, mas uma estratégia abrangente.
7(Yin, 2005)
Definição de estudo de caso
8. Tipos de estudo de caso
8
EXPLANATÓRIO: Estabelece relação causal entre variáveis X e Y para explicar o fenômeno.
Ex.: Estudo com objetivo de mapear padrões de comportamento em relação a determinadas decisões
de um grupo de gestores de uma organização para formular uma teoria substantiva a partir dos
dados.
DESCRITIVO: Descreve o fenômeno estudado. Aplica-se ao descrever uma intervenção e o
contexto da vida real qual ela ocorreu. Ilustra tópicos em uma determinada avaliação.
Ex: Um estudo que propõe verificar como funciona determinada prática contábil em uma empresa
EXPLORATÓRIO: Estudo de caso de situações em que a intervenção (fenômeno) avaliado
não possui um único e claro conjunto de resultados. Aplica-se sobre tudo a estudos com
poucas referências de literatura e pesquisas anteriores.
Ex: Um estudo busca esclarecimentos sobre uma prática diferente de gestão de custos utilizada em
uma empresa.
(Yin, 2005)
9. Variações de estudos de caso
De modo geral, o estudo de caso é um tipo de pesquisa de campo que busca o
entendimento da realidade sobre determinado tema focando uma ou várias
unidades de análise (Marques, Camacho e Alcântara, 2015).
Caso Único:
Apenas um caso é avaliado;
Caso raro ou extremo, ou pouco tempo/recursos para avaliar mais casos.
Caso Múltiplo:
Mais de um caso a ser avaliado;
Deve existir uma lógica de replicação;
O estudo geralmente é mais convincente.
9(Yin, 2005)
10. Quando utilizar cada estratégia
10
Estratégia
Forma de questão de
Pesquisa
Exige controle sobre os
eventos comportamentais
Focaliza
acontecimentos
contemporâneos
Experimento Como, Por que Sim Sim
Levantamento
Quem, o que, onde,
quantos, quanto Não Sim
Análise de
Arquivos
Quem, o que, onde,
quantos, quanto Não Sim/Não
Pesquisa
Histórica Como, Por que Não Não
Estudo de caso Como, Por que Não Sim
Quadro 1: Situações relevantes para diferentes estratégias de pesquisa
Fonte: COSMOS Corporation citado por Yin, 2005.
11. Quando utilizar cada estratégia
Como
Como o
fenômeno
aconteceu?
Análise
descritiva
Por que
Por que o
fenômeno
aconteceu?
Análise
explicativa
11Adaptado de (Yin, 2005)
12. Quando utilizar cada estratégia
12
* Estudo de caso único
* Estudo de caso múltiplo (comparativo)
* Estudo de campo transversal
* Surveys
baixo alto
baixo
alto
PROFUNDIDADE
EXTENSÃO DA AMOSTRA
Figura1: Comparação entre profundidade e extensão de estratégias de pesquisa
Fonte: Adaptado de Lillis e Mundys, 2005.
13. Quando utilizar cada estratégia
Baixa Complexidade
Como você responde as
variações do mês passado
em relação ao orçamento
pré-definido?
Por que você escolheu
essas ações?
Alta Complexidade
Como é a estratégia da
organização formulada?
Por que a atual estratégia é
considerada adequada?
Figura2: Exemplo de Variações na Complexidade do ‘como' e 'por quê'
Fonte: Adaptado de Lillis e Mundys, 2005.
14. Quando utilizar cada estratégia
14
Figura3: Recorte ilustrativo da formulação da questão de pesquisa.
Fonte: Oliveira, Albuquerque e Pereira, 2012.
15. Preconceitos em relação ao estudo de caso
Os estudos de caso são desprezados, muitas vezes, por muitos pesquisadores por,
em alguns casos:
Não seguirem procedimentos metodológicos sistemáticos;
Aceitar evidências equivocadas ou visões tendenciosas;
Falta de literatura que guie o pesquisador na condução da estratégia.
Pouca base para generalização científica;
Demora na finalização.
Estudo de caso para Ensino Versus Estudo de caso para Pesquisa;
15(Yin, 2005)
16. Projetando
Estudo de Caso2Objetivos do capítulo:
Definir projetos de pesquisa em estudos de caso, e seus
componentes;
Apresentar os critérios para julgar a qualidade de um
projeto de pesquisa em estudos de caso;
Apresentar os projetos de estudo de caso;
17. Definição de projetos de pesquisa
Para projetar um estudo de caso é necessário a elaboração de um plano ou um
projeto de pesquisa.
Cada tipo de pesquisa empírica possui um projeto de pesquisa implícito ou
explícito. Um projeto de pesquisa é a sequência lógica que conecta os dados
empíricos com as questões de pesquisa e, por último com as conclusões.
quais questões estudar;
quais dados são relevantes;
quais dados coletar, e;
como analisar os resultados.
17(Yin, 2005)
18. Componentes de projetos de pesquisa
Questões de estudo: É mais provável que a estratégia de estudo de caso seja
apropriada para a questão do tipo “como” e “por que”.
Proposições de Estudo: Cada proposição direciona a atenção a alguma coisa que
deveria ser examinada dentro do escopo do estudo.
Unidades de análise: O que é um caso? Especificar corretamente as questões
primárias da pesquisa traz como consequência a seleção da unidade apropriada de
análise.
Ligar os dados as Proposições: Ainda em desenvolvimento pela literatura.
(Exemplo: Estudo de Campbell)
Critérios para interpretar as constatações: Ainda em desenvolvimento pela
literatura.
18(Yin, 2005)
19. O papel da teoria no trabalho de planejamento
Para os estudos de caso, o desenvolvimento da teoria como parte da fase de
projeto é essencial, saber se o propósito decorrente do estudo é desenvolver ou
testar a teoria.
A teoria desenvolvida de forma correta também é o nível onde será realizada a
“generalização analítica” dos resultados.
19
Teoria
Coleta de
dados
Análise de
dados
Adaptado de Yin (2005)
20. Critérios para se julgar a qualidade dos projetos de
pesquisa
Como se supõe que um projeto de pesquisa represente um conjunto lógico de
proposições, você também pode julgar a qualidade de qualquer projeto dado de
acordo com certos testes lógicos. Quatro testes são utilizados para se determinar
a qualidade de qualquer pesquisa social empírica. São eles:
Validade do constructo: estabelecer medidas operacionais corretas para os
conceitos que estão sob estudo.
Validade interna (apenas para estudos explanatórios ou causais): estabelecer
uma relação causal, por meio da qual são mostradas certas condições que levem
a outras condições diferenciadas.
20(Yin, 2005)
21. Critérios para se julgar a qualidade dos projetos de
pesquisa
Validade externa: estabelecer o domínio ao qual as descobertas de um estudo
podem ser generalizadas.
Confiabilidade: demonstrar que as operações de um estudo – como os
procedimentos de coleta de dados – podem ser repetidas, apresentando os
mesmos resultados.
21(Yin, 2005)
22. Critérios para se julgar a qualidade dos projetos de
pesquisa
22
Testes de Caso Tática do estudo Fase da pesquisa na qual a
tática deve ser aplicada
Validade do
constructo
Utiliza fontes múltiplas de evidências
Estabelece encadeamento de evidências
O rascunho do relatório do estudo de caso é revisado
por informantes-chave.
Coleta de dados
Coleta de dados
Composição
Validade Interna Faz adequação ao padrão
Faz construção da explanação
Estuda Explanações concorrentes
Utiliza modelos lógicos.
Análise de dados
Análise de dados
Análise de dados
Análise de dados
Validade Externa Utiliza teoria em estudos de caso único
Utiliza lógica de replicação em estudos de casos
múltiplos
Projeto de pesquisa
Projeto de pesquisa
Confiabilidade Utiliza protocolo de estudo de caso
Desenvolve banco de dados para o estudo de caso
Coleta de dados
Coleta de dados
Quadro2: Táticas de estudo de caso para quatro testes de projeto
Fonte: COSMOS Corporation citado por Yin, 2005.
23. Figura4: Esquema das Etapas, dos Testes e das Táticas de Validação de um Estudo de Caso.
Fonte: Lima et al, 2012.
24. Tipos de projetos de estudo de caso
24
Figura5: Tipos básicos de projetos para estudos de caso
Fonte: COSMOS Corporation citado por Yin, 2005.
25. Estudos de caso holísticos versus incorporados
25
• É vantajoso quando não há subunidades lógicas e quando a teoria é de
natureza holística;
• Problemas quando o pesquisador deixa de examinar detalhes de
fenômenos específicos;
• Problemas quando o estudo de caso se altera sem o conhecimento do
investigador.
Holísticos
• As subunidades acrescentam oportunidade de uma análise mais
extensiva.
• Problema quando o pesquisador se concentra nas subunidades e
esquece da unidade maior;
Incorporados
Adaptado de Yin (2005)
26. Fatores para a escolha de um caso único
26
Caso
decisivo
Caso
raro ou extremo
Caso
representativo
ou típico
Caso
revelador
Caso
longitudinal
(Adaptado de Yin, 2005)
27. Fatores para a escolha de casos múltiplos
27
Mais
convincentes
Mais
robustos
Menos
vulneráveis
Diminui
críticas ou
ceticismo
(Adaptado de Yin, 2005)
28. Replicação de casos múltiplos
28
Figura 6: Método de Estudo de caso
Fonte: COSMOS Corporation citado por Yin, 2005
29. Projetos de caso únicos ou múltiplos
Yin (2005) afirma que, embora todos os projetos possam levar a estudos de caso
bem sucedidos, quando você tiver escolha (e recursos), é melhor preferir projetos
de casos múltiplos a projetos de caso único.
De acordo com Eisenhardt (1989) diz que, em geral, quatro a dez casos podem ser
suficientes.
29
30. Estudamos até aqui...
Importância do estudo de caso como estratégia de pesquisa.
Definição operacional de estudo de caso e suas principais variações.
Distinção o estudo de caso das demais estratégias de pesquisa.
Projetos de pesquisa em estudos de caso, e seus componentes.
Critérios para julgar a qualidade de um projeto de pesquisa em estudos de
caso.
30
31. Conduzindo Estudos de Caso:
Preparação para Coleta de Dados3Objetivos do capítulo:
Apresentar as habilidades desejadas para um pesquisador
de estudo de caso;
Apresentar as preparações que se deve fazer para a coleta
de dados:
• Treinamento e preparação para estudo de caso
específico;
• Protocolo para estudo de caso;
• Triagem das indicações para estudo de caso;
• Estudo de caso piloto.
32. Habilidades desejadas do pesquisador
Um bom pesquisador deve ser capaz de
fazer boas perguntas e interpretar as
respostas;
Ser um bom ouvinte e não se enganar com
suas ideologias e preconceitos;
Ser adaptável e flexível (ver as
oportunidades);
Ter uma noção clara da questão de estudo;
Ser imparcial em relação a noções
preconcebidas.
32(Yin, 2005)
33. Treinamento e preparação para o estudo de caso
O treinamento para uma investigação de estudo de caso começa com a definição
do problema sob estudo e o desenvolvimento do projeto de estudo de caso.
Deve contar com vários pesquisadores, devido a qualquer uma das condições a
seguir:
Um caso único exige uma coleta de dados intensiva no mesmo local, o que
precisaria de uma equipe de pesquisadores;
Um estudo de casos múltiplos necessita de pessoas diferentes para trabalhar
em cada local ou para se revezar entre eles; ou
A combinação das duas primeiras condições.
33(Yin, 2005)
34. Treinamento e preparação para o estudo de caso
Treinamento como seminários
O objetivo desse treinamento é fazer om que todos os participantes
compreendam os conceitos básicos, a terminologia e os pontos relevantes ao
estudo. Cada pesquisador precisa saber:
Por que o estudo está sendo realizado;
Quais evidências estão sendo procuradas;
Quais variações podem ser antecipadas (e o que deve ser feito quando essas variações
ocorrerem);
O que constituiria uma prova contrária ou corroborativa para qualquer proposição
dada.
Fazer com que todos os pesquisadores sejam coautores do protocolo
(desenvolver uma minuta).
34(Yin, 2005)
35. Problemas a serem tratados no treinamento
No treinamento os problemas em potencial devem ser trazidos a tona, tais como:
Falhas no projeto de estudo de caso ou mesmo na questão inicial do estudo;
Solução: Fazer as revisões necessárias
Incompatibilidade ideológica entre as equipes de investigação ou
patrocinadores;
Solução: Sugerir aos pesquisadores que as provas contrárias serão respeitadas
se forem coletadas e se puderem ser verificadas.
Prazos ou expectativas irreais em relação as fontes disponíveis;
Solução: Fazer as revisões da agenda de coleta de dados
35(Yin, 2005)
36. Protocolo de estudo de caso
O protocolo contém os instrumentos, os procedimentos e as regras gerais para
utilizar os instrumentos. É uma das táticas utilizadas para aumentar a
confiabilidade da pesquisa. Deve apresentar as seguintes seções:
Visão geral do projeto de estudo de caso (objetivos e patrocínios do projeto, questões do estudo
de caso e leituras importantes sobre o tópico que está sendo investigado);
Procedimentos de campo (Apresentação de credenciais, acesso aos “locais” do estudo de caso,
fontes gerais de informações e advertências de procedimentos);
Questões do estudo de caso (as questões específicas que o pesquisador deve manter em mente ao
coletar os dados);
Guia para relatório do estudo (Esboço, formato para os dados, uso e apresentação de outras
documentações, e informações bibliográficas)
Exemplo de Protocolo Roteiro de Entrevista
36(Yin, 2005)
37. Triagem das indicações para o estudo de caso
O objetivo do procedimento de triagem é ter certeza de que você identifica os
casos adequadamente antes da coleta formal de dados.
Antes de coletar os dados de triagem você deve ter definido um conjunto de
critérios operacionais por meio do qual as opções candidatas serão julgadas como
qualificadas para servir como caso.
Independentemente de qualquer limite existente nas fontes, se várias opções se
qualificaram como casos, quanto maior for o número casos que você conseguir
estudar melhor.
37(Yin, 2005)
38. Estudo de caso piloto
A preparação final para fazer a coleta de dados é a realização de um estudo piloto.
O caso piloto auxilia na hora de aprimorar os planos para a coleta de dados, tanto
em relação ao conteúdo dos dados quanto aos procedimentos que devem ser
seguidos.
Seleção dos casos-piloto: Em geral, a conveniência, o acesso aos dados e a
proximidade geográfica podem ser os principais critérios ao selecionar o(s)
caso(s) piloto.
Natureza da investigação-piloto: o caso-piloto é mais amplo e direcionada do
que o plano final para a coleta de dados.
Relatório de casos-piloto: devem ser objetivos em relação às lições assimiladas
tanto para o projeto de pesquisa quanto para os procedimentos de campo.
38(Yin, 2005)
39. Conduzindo Estudos de Caso:
Coleta e Evidências4Objetivos do capítulo:
Revisar as seis fontes de evidências para estudos de caso;
Apresentar os princípios importantes para a coleta de dados.
40. As evidências para um estudo de caso podem vir de seis fontes distintas principais:
Seis fontes de evidências
40
Documentos
Registros em
arquivos
Entrevistas
Observação
direta
Observação
participante
Artefatos
físicos
(Yin, 2005)
41. Seis fontes de evidências
Uma lista completa de fontes possíveis pode ser bastante extensa: filmes,
fotografias, videoteipes, técnicas projetivas, teste psicológicos, etnografia de “rua”,
histórias de vida e outros.
(Marshall & Rossman, 1989, apud Yin, 2005)
Em relação à coleta de dados, os estudos de caso combinam métodos como
entrevistas, arquivo, questionários, relatórios verbais e observações e a evidência
pode ser qualitativa e quantitativa.
(Eisenhardt, 1989)
41
42. Fontes de evidências: Documentação
Exceto para os estudos que investigam sociedades que não dominavam a arte da
escrita, é provável que as informações documentais sejam relevantes a todos os
tópicos do estudo de caso.
São exemplos de documentos:
• Cartas, memorandos e outras correspondências;
• Agendas, avisos e minutas de reuniões, e outros relatórios escritos de eventos;
• Documentos administrativos – propostas, relatórios de avaliação e outros
documentos internos;
• Estudos ou avaliações formais do mesmo “local” sob estudo;
• Recortes de jornais e outros artigos que aparecem na mídia de massa ou em
informativos de comunidades.
42(Yin, 2005)
43. Fontes de evidências: Documentação
A utilidade desses e outros documentos
não se baseia na sua exatidão ou na sua
ausência de vieses.
Na verdade, os documentos devem ser
cuidadosamente utilizados, não se
devendo tomá-los como registros literais
de eventos que ocorreram.
43(Yin, 2005)
44. Fontes de evidências: Documentação
Para os estudos de caso, o uso mais importante de
documentos é corroborar e valorizar as evidências
oriundas de outras fontes.
1º - são úteis para verificar a grafia correta e os
cargos ou nomes de organizações mencionados na
entrevista;
2º - podem fornecer detalhes específicos para
corroborar informações obtidas através de outras
fontes;
3º - permite fazer inferências. Ex: ao observar a
lista de distribuição de um documento específico,
você pode encontrar novas questões sobre
comunicações e redes de contato em uma
organização. 44(Yin, 2005)
45. Fontes de evidências: Documentação
De fato, você precisa se lembrar que todos os
documentos foram escritos com algum objetivo
específico e para algum público específico,
diferentes daqueles do estudo de caso que está
sendo realizado.
As evidências documentais refletem uma certa
comunicação entre outras partes que estão
tentando alcançar outros objetivos.
45(Yin, 2005)
46. Fontes de evidências: Registro em Arquivo
Geralmente assumem a forma de arquivos e
registro em computador.
Podem ser utilizados em conjunto com outras
fontes de informação;
Sua utilidade pode variar de um estudo de caso
para outro;
Podem se transformar no objeto de uma ampla
análise quantitativa e de recuperação e em
outros pode ter importância apenas superficial.
A maioria foi produzida com objetivo específico
e para um público específico.
46(Yin, 2005)
47. Fontes de evidências: Registro em Arquivo
Exemplos de Registros em Arquivos:
Registros de serviços: número de clientes atendidos;
Registros organizacionais: tabelas e orçamentos;
Mapas e gráficos: geográficos ou de características de um lugar
Listas: de nomes ou de outros itens;
Dados oriundos de levantamentos: censo demográfico ou coletados sobre um
local;
Registros pessoais: diários, anotações, agendas de telefones.
47(Yin, 2005)
48. Fontes de evidências: Entrevistas
Uma das mais importantes fontes de informação do estudo de caso, pois
permitem corroborar os dados obtidos com informações obtidas através de
outras fontes.
Devem ser consideradas apenas como relatórios verbais;
Estão sujeitas a vieses, memória fraca e articulação pobre ou imprecisa;
O fluxo real das questões devem ser fluido e no lugar de rígido.
Ao longo do processo de entrevista você deve:
a) Seguir sua própria linha de investigação, como reflexo do protocolo de seu
estudo de caso;
b) fazer questões reais (de uma conversação) de uma forma não tendenciosa
que também atende às necessidades de sua linha de investigação.
48(Yin, 2005)
49. Fontes de evidências: Entrevistas
Entrevistas espontâneas:
• Indagar os respondentes-chave sobre os fatos, pedir opinião e interpretação sobre
eventos.
• Pedir sugestão de novos informantes e outras fontes de evidências.
Entrevista focada:
• O respondente é entrevistado por um curto período de tempo;
• São espontâneas e assumem o caráter de conversa informal, embora siga um conjunto de
perguntas originadas do protocolo do estudo de caso.
• As questões devem ser formuladas para que o entrevistador pareça ingênuo acerca do
tópico e obtenha o máximo de informações detalhadas.
Entrevistas de levantamento:
• Questões mais estruturadas sob a forma de levantamento formal;
• Produz dados quantitativos como parte das evidências.
49(Yin, 2005)
50. Fontes de evidências: Entrevistas
A utilização de aparelhos de gravação fornecem uma expressão mais acurada da
entrevista e é uma escolha pessoal. No entanto, deve ser evitado quando:
a) O entrevistado não permite seu uso ou sente-se desconfortável em sua
presença;
b) Não há um planejamento claro para transcrever ou escutar sistematicamente
o conteúdo dos registro eletrônica.
c) O pesquisador é bastante desajeitado com os aparelhos eletrônicos;
d) O pesquisador acha que o gravador é uma maneira de substituir o ato de
“ouvir”.
50(Yin, 2005)
51. Fontes de evidências: Observação Direta
É a observação de comportamentos ou condições ambientais relevantes ao realizar
a visita de campo ao “local” para o estudo de caso.
São úteis para fornecer informações adicionais sobre o tópico de estudo.
Podem variar de atividades formais a atividades informais de coleta de dados:
atividades formais (como desenvolver protocolos de observação): observações
de reuniões, atividades de passeio, trabalho de fábrica, salas de aula e outras.
atividades informais (como observações diretas na visita de campo):
observação das condições físicas de um edifício ou de espaços de trabalhos,
localização de móveis etc.
Para aumentar a confiabilidade é recomendável ter mais de um observador.
(Yin, 2005) 51
52. Fontes de evidências: Observação Participante
O observador não é passivo e pode assumir uma variedade de funções dentro de
um estudo de caso, podendo, de fato, participar dos eventos estudados.
Oportunidades:
Habilidade de conseguir permissão para participar de eventos ou de grupos que
são, de outros modos, inacessíveis à investigação científica.
Capacidade de perceber a realidade do ponto de vista de alguém de “dentro”
do estudo de caso;
Capacidade de manipular eventos menos importantes, como marcar uma
reunião.
52(Yin, 2005)
53. Fontes de evidências: Observação Participante
Problemas relacionados à possíveis vieses produzidos:
1º - o pesquisador possui menos habilidade para trabalhar como um observador
externo, e pode, às vezes ter que assumir posições contrárias aos interesses da boa
prática científica;
2º - o observador persiga um fenômeno comumente conhecido e torne-se um
apoiador do grupo ou organização.
3º - a função de participante pode exigir atenção demais em relação à função de
observador, não tendo tempo para fazer anotações ou perguntas;
4º - em caso de grupos dispersos, o observador pode ter dificuldade de estar no
lugar certo e na hora certa, para participar e observá-los.
53(Yin, 2005)
54. Fontes de evidências: Artefatos Físicos
Artefatos físicos ou culturais tem importância potencialmente menor na maioria
dos estudos de casos. Quando são importantes, podem constituir um componente
essencial do caso inteiro.
Exemplo:
Aparelho de alta tecnologia;
Ferramentas ou instrumentos;
Obras de arte;
Outros itens físicos;
54(Yin, 2005)
55. Fontes de evidências: pontos fortes e pontos fracos
Fonte de
Evidências
Pontos Fortes Pontos Fracos
Documentação Estável – pode ser revisada inúmeras vezes
Discreta – não foi criada como resultado do estudo de caso
Exata – contém nomes, referências e detalhes exatos de um
evento
Ampla cobertura – longo espaço de tempo, muitos
ambientes distintos
Capacidade de recuperação – pode ser baixa
Seletividade tendenciosa, se a coleta não estiver completa
Relato de vieses – reflete as idéias preconcebidas (desconhecidas) do
autor
Acesso – pode ser deliberadamente negado
Registros em
arquivos
[os mesmos mencionados para documentação]
Precisos e quantitativos
[os mesmos mencionados para documentação]
Acessibilidade aos locais devido a razões particulares
Entrevistas Direcionadas – enfocam diretamente o tópico do estudo de
caso
Perceptivas – fornecem inferências causais percebidas
Vieses devido a questões mal elaboradas
Respostas viesadas
Ocorrem imprecisões devido a memória fraca do entrevistado
Reflexibilidade – o entrevistado dá ao entrevistador o que ele quer ouvir
Observações
Diretas
Realidade – tratam de acontecimentos em tempo real
Contextuais – tratam do contexto do evento
Consomem muito tempo
Seletividade – salvo ampla cobertura
Reflexibilidade – o acontecimento pode ocorrer de forma diferenciada
porque está sendo observado
Custo – horas necessárias pelos observadores humanos
Observação
participante
[os mesmos mencionados para observação direta]
Perceptiva em relação a comportamentos e razões
interpessoais
[os mesmos mencionados para observação direta]
Vieses devido à manipulação dos eventos por parte do pesquisador
Artefatos físicos Capacidade de percepção em relação a aspectos culturais
Capacidade de percepção em relação a operações técnicas
Seletividade
Disponibilidade
55Fonte: Yin (2005)
56. Três princípios para coleta de dados
Os princípios são extremamente importantes para realizar estudos de casos de alta
qualidade. São fundamentais para todas as seis fontes de evidências e ajudam o
pesquisador a obter a validade do constructo e a confiabilidade o estudo de caso:
56
Utilizar várias fontes de evidência
Criar um banco de dados para o estudo de caso
Manter o encadeamento de evidências
(Yin, 2005)
1
2
3
57. 1. Utilizar várias fontes de evidência
Um ponto muito importante da coleta de dados para um estudo de caso é a
oportunidade de utilizar muitas fontes diferentes para a obtenção de evidências.
Não se recomenda durante a realização de estudos de casos, a utilização de fontes
individuais de evidências.
Triangulação: fundamento lógico para utilizar fontes múltiplas de evidências.
Paton (1987) apud Yin (2005) discute quatro tipos de triangulação:
• de fontes de dados (triangulação de dados);
• entre avaliadores diferentes (triangulação de pesquisadores);
• de perspectivas sobre o mesmo conjunto de dados (triangulação da teoria);
• de métodos (triangulação metodológica).
(Yin, 2005) 57
58. 1. Utilizar várias fontes de evidência
58
Figura7: Recorte ilustrativo da utilização de várias fontes de pesquisa.
Fonte: Oliveira, Albuquerque e Pereira, 2012.
59. 1. Utilizar várias fontes de evidência
59
Figura8(a): Convergência e não-convergência de várias fontes de evidências
Fonte: COSMOS Corporation apud Yin, 2005.
60. 1. Utilizar várias fontes de evidência
Figura8(b): Convergência e não-convergência de várias fontes de evidências
Fonte: COSMOS Corporation apud Yin, 2005. 60
61. 1. Utilizar várias fontes de evidência
Pré-requisitos para usar múltiplas fontes de
evidências:
1º - A coleta de dados a partir de várias fontes
é muito mais cara do que aquela realizada a
partir de uma fonte única. (Denzin, 1978 apud
Yin, 2005)
2º - Cada pesquisador precisa saber conduzir a
ampla variedade de técnicas utilizadas para a
coleta de dados.
61(Yin, 2005)
62. 2. Criar um banco de dados para o estudo de caso
Tem tudo a ver com a maneira de organizar e documentar os dados coletados para
os estudos de caso. A documentação consiste em duas coletas separadas:
1. Os dados ou a base comprobatória;
2. O relatório do pesquisador, sob a forma de artigo, relatório ou livro.
Todo projeto de estudo de caso deve empenhar-se em para desenvolver um banco
de dados formal apresentável, de forma que, em princípio, outros pesquisadores
possam revisar as evidências diretamente, e não ficar limitados a relatórios
escritos. (Aumento da confiabilidade)
62(Yin, 2005)
63. 2. Criar um banco de dados para o estudo de caso
Notas para estudos de caso: devem ser armazenadas de maneira que outras
pessoas, incluindo o pesquisador, possam recuperá-las em alguma data posterior.
Documentos para estudo de caso: sua disposição deve ser tratada no protocolo de
estudo de caso e a maneira de fazer isso é possuir uma bibliografia comentada
desses documentos.
Tabelas: qualquer material que possa ser organizado em tabelas, que tenha como
base levantamentos, contagens observacionais ou dados de arquivos, pode ser
tratado da mesma forma como é aplicado por outros métodos de pesquisa.
Narrativas: também pode-se considerar certas formas de narrativa, produzidas
pelo pesquisador do estudo, como parte do banco de dados e não como parte do
relatório final do estudo de caso.
(Yin, 2005) 63
64. 3. Manter o encadeamento de evidências
Consiste em permitir que um observador externo (o leitor do estudo de caso) siga
a origem de qualquer evidência, indo das questões iniciais da pesquisa até as
conclusões do estudo de caso. (Yin, 2005)
64
Figura 9: Mantendo um encadeamento de evidências
Fonte: COSMOS Corporation apud Yin, 2005.
65. Analisando Evidências
do Estudo de Caso5Objetivos do capítulo:
Apresentar três estratégias analíticas gerais para conduzir
uma análise de estudo de caso.
Apresentar estratégias analíticas específicas que são
utilizadas como parte de qualquer estratégia geral na
condução da análise do estudo de caso.
66. Analisando as evidências do estudo de caso
A análise dos dados consiste em examinar, categorizar, classificar em tabelas,
testar ou, do contrário, recombinar as evidências quantitativas e qualitativas para
tratar as proposições iniciais de um estudo.
É uma atividade particularmente difícil, pois as estratégias e as técnicas não têm
sido muito bem definidas.
A familiaridade com várias ferramentas de técnicas de manipulação é muito útil,
mas cada estudo de caso deve se esforçar para ter uma estratégia analítica geral –
estabelecendo prioridades do que deve ser analisado e por quê.
(Yin, 2005)
66
67. Três estratégias gerais
A estratégia ajudar a considerar as evidências de forma justa, produzir conclusões
analíticas convincentes e eliminar interpretações alternativas.
A estratégia também ajuda a usar ferramentas e fazer manipulações de forma mais
eficaz e eficiente. As estratégias gerais são 3:
(Yin, 2005) 67
Baseando-se em proposições teóricas
Pensando sobre explanações concorrentes
Desenvolvendo uma descrição de caso
1
2
3
68. Três estratégias gerais
68
Os objetivos e o projeto originais do estudo basearam-se, presumivelmente,
em proposições teóricas, que, por sua vez, refletiram o conjunto de questões
da pesquisa, as revisões feitas na literatura sobre o assunto e as novas
proposições ou hipóteses que possam surgir.
As proposições teóricas dariam forma ao plano de coleta de dados e
estabeleceriam a prioridade às estratégias analíticas relevantes.
As proposições dão orientação teórica que serve como guia da análise do
estudo de caso, ajudando a pôr em foco certos dados e ignorar outros.
Ajuda a organizar todo o estudo de caso e a definir explanações alternativas a
serem examinadas.
1. Baseando-se em proposições teóricas
(Yin, 2005)
69. Três estratégias gerais
69
Uma segunda estratégia analítica geral tenta definir e testar explanações
concorrentes.
Pode estar relacionada à primeira estratégia na medida em que as proposições
teóricas originais talvez tenham incluído hipóteses concorrentes.
A principal característica das explanações concorrentes é que cada uma envolve
um padrão de variáveis independentes que é mutuamente excludente: se uma
explanação for válida as outras não o pode ser.
De quanto mais concorrentes suas análises derem conta, e quanto mais
concorrentes rejeitarem, mas confiança você pode depositar em suas
constatações.
2. Pensando sobre explanações concorrentes
(Yin, 2005)
70. Três estratégias gerais
70
Consiste em desenvolver uma estrutura descritiva a fim de organizar o estudo
de caso.
É preferível utilizar proposições teóricas ou explanações concorrentes a utilizar
essa estratégia.
Mesmo em situações onde o objetivo primeiro do estudo de caso não é uma
abordagem descritiva, essa estratégia pode ajudar a identificar as ligações
causais apropriadas a serem analisadas – mesmo quantitativamente.
3. Desenvolvendo uma descrição de caso
(Yin, 2005)
71. Técnicas analíticas específicas
Estabelecida uma estratégia geral, podem ser utilizadas várias técnicas específicas
que constituem métodos efetivos de preparar o fundamento para a realização de
estudos de caso de alta qualidade. Para todas as cinco devem-se aplicar uma lógica
de replicação se o estudo envolver casos múltiplos.
(Yin, 2005) 71
Adequação ao padrão
Construção da explanação
Análise de séries temporais
Modelos lógicos
Síntese de casos cruzados
1
2
3
4
5
Para caso
único ou
múltiplos
Para casos
múltiplos
72. Técnicas analíticas específicas
Para análise do estudo de caso, uma das técnicas mais desejáveis é utilizar a lógica
de adequação ao padrão, que compara um padrão fundamentalmente empírico
com outro em base prognóstica.
Se os padrões coincidirem, os resultados podem ajudar o estudo de caso a reforçar
sua validade interna.
72
1. Adequação ao padrão
(Yin, 2005)
73. Técnicas analíticas específicas
O objetivo é analisar os dados do estudo de caso construindo uma explanação
sobre o caso.
O procedimento é especialmente importante para estudos de caso explanatórios.
Elementos da explanação – explicar um fenômeno significa estipular um conjunto
presumido de elos causais em relação a ele.
(Yin, 2005) 73
2. Construção da explanação
74. Técnicas analíticas específicas
Natureza interativa da construção de explanações – a explanação final representa
o resultado de uma série de interações:
• Criar uma declaração teórica inicial ou uma proposição inicial sobre comportamento
político social;
• Comparar as descobertas de um caso inicial com a declaração ou a proposição;
• Revisar a declaração ou a proposição;
• Comparar outros detalhes do caso com a revisão;
• Revisar novamente a declaração ou proposição;
• Comparar a revisão com os fatos do segundo, terceiro ou dos demais casos;
• Repetir esse processo tantas vezes quantas forem necessárias.
(Yin, 2005)
74
2. Construção da explanação
75. Técnicas analíticas específicas
Consiste em conduzir uma análise de séries temporais, analisando
cronologicamente o curso dos acontecimentos e os efeitos nas variáveis de estudo,
de acordo com o referencial teórico do estudo, em contraste com uma tendência
concorrente.
Qualquer que seja a natureza adotada para a série de tempo, o objetivo mais
importante do estudo de caso é examinar algumas questões do tipo “como” e “por
que” sobre a relação dos eventos ao longo do tempo, e não apenas observar as
tendências que surgem com o tempo isoladamente.
É fundamental identificar os indicadores específicos que serão analisados com o
tempo, além dos intervalos de tempo específicos em que serão tratados.
(Yin, 2005) 75
3. Análise de séries temporais
76. Técnicas analíticas específicas
O modelo lógico estipula deliberadamente um encadeamento complexo de
eventos ao longo do tempo. Os eventos são representados em padrões repetidos
de causa-efeito-causa-efeito, por meio do qual uma variável (evento) depende em
um estágio anterior tornar-se uma variável independente (evento causal) para o
próximo estágio.
Consiste em comparar eventos empiricamente observados com eventos
teoricamente previstos. Variam de acordo com a unidade de análise nos níveis
individual, organizacional, alternativamente configurado e de programa.
(Yin, 2005) 76
4. Modelos lógicos
78. Técnicas analíticas específicas
A técnica de síntese de casos cruzados é específica para estudo de casos
múltiplos e consiste em agregar descobertas ao longo de uma série de casos
individuais.
Podem-se realizar sínteses de casos cruzados se estudos de caso individuais
forem feitos antes como estudos independentes de pesquisa (cuja autoria é de
pessoas diferentes) ou como parte predefinida do mesmo estudo.
Um das possibilidades é criar tabelas de palavras que exibem dados
provenientes dos casos individuais de acordo com a mesma estrutura uniforme.
78
5. Síntese de casos cruzados
(Yin, 2005)
79. Exigindo uma análise de alta qualidade
Independentemente da estratégia escolhida, você deve fazer de tudo para ter
certeza de que sua análise é de alta qualidade. No mínimo, quatro princípios
parecem fundamentar toda a boa ciência social:
1. Sua análise deve deixar claro que ela se baseou em todas as evidências;
2. Sua análise deve abranger todas as principais interpretações concorrentes;
3. Sua análise deve se dedicar aos aspectos mais significativos de seu estudo de
caso;
4. Você deve utilizar seu conhecimento prévio de especialista em seu estudo de
caso.
79(Yin, 2005)
81. Relatando
Estudos de Caso6Objetivos do capítulo:
Salientar os aspectos da composição e da exposição que
estão diretamente relacionados aos estudos de caso:
• O público a que os relatórios dos estudos de caso se destinam;
• Relatórios de estudo de caso como parte de estudos maiores
de multimétodos;
• As estruturas ilustrativas para as composições do estudo de
caso;
• Os procedimentos a serem adotados ao realizar um relatório
de estudo de caso;
• As especulações sobre as características de um estudo de caso
exemplar.
82. Relatando estudos de caso
Fazer relatório de um estudo de caso significa
conduzir suas constatações e resultados para a
conclusão. Independentemente da forma que o
estudo assume, no entanto, etapas semelhantes
devem ser obedecidas durante o processo de
composição:
Identificar o público almejado para o
relatório;
Desenvolver um a estrutura de composição
e adotar certos procedimentos.
82(Yin, 2005)
83. Público-alvo para os relatórios de estudo de caso
O estudo de caso pode ter um conjunto mais amplo de públicos possíveis do que a
maioria dos outros tipos de pesquisa, nos quais se incluem:
a) Colegas acadêmicos;
b) Organizadores políticos, profissionais em geral, líderes comunitários e
também outros profissionais que não se especializaram na metodologia de
estudo de caso, ou outras pesquisas da ciência social;
c) Grupos especiais, como a banca de tese ou de dissertação de um estudante;
d) A instituição financiadora da pesquisa.
Uma tarefa essencial ao projetar o relatório global do estudo é identificar cada um dos
públicos específicos para o relatório. Cada um deles possui necessidades diferentes, e
nenhum relatório em especial atenderá às demandas de todos os públicos
simultaneamente.
(Yin, 2005) 83
84. Público-alvo para os relatórios de estudo de caso
Comunicando-se com estudos de caso
• O relatório de estudo de caso pode ser, ele mesmo, um mecanismo de comunicação,
transmitindo informações baseadas na pesquisa sobre determinado fenômeno a uma
gama de pessoas que não possuem conhecimentos sobre eles.
Orientando o relatório do estudo de caso às necessidades da audiência
• Os relatórios devem refletir as ênfases, os detalhes, o modelo de composição e até
mesmo a extensão conveniente às necessidades da audiência em potencial. A
importância do público sugere que você deve coletar informações formais sobre o que o
público necessita e seus tipos preferidos de comunicação.
84(Yin, 2005)
85. Público-alvo para os relatórios de estudo de caso
Estruturas para os relatórios escritos de um estudo de caso
• 1º: Caso único – utiliza narrativa simples para descrever e analisar o caso. Usa gráficos,
tabelas ou imagens para realçar as informações.
• 2º: Casos múltiplos do mesmo caso único clássico – utiliza várias narrativas (em
capítulos) sobre cada caso individualmente. Apresenta um capítulo ou seção para
análise e os resultados de casos cruzados.
• 3º: Casos únicos e múltiplos – não apresenta narrativa em sua estrutura tradicional.
Segue uma série de perguntas e respostas. O conteúdo do banco de dados é resumido e
editado para facilitar sua leitura e permitir ao leitor o comparações cruzadas das
respostas.
• 4º: Casos múltiplos – não há seções separadas destinadas a casos individuais. O
relatório inteiro consiste em uma análise cruzada, mesmo que puramente descritivo ou
explanatório. Cada seção destina-se a uma questão do caso cruzado.
85(Yin, 2005)
86. Relatórios de estudo de caso como parte de
estudos maiores de multimétodos
O estudo de caso abarca outros métodos:
O relatório de estudo de caso concluído pode incluir relatórios de dados
obtidos com outros métodos (p. ex., levantamentos ou análises quantitativas de
arquivos).
Estudo maior abarca o estudo de caso:
O estudo de caso concluído também pode fazer parte de um estudo maior, de
multimétodos, pelas seguintes razões:
1º - o estudo maior talvez necessite de métodos múltiplos para determinar se
poderiam obter provas convergentes (triangulação).
2º - o estudo maior deseje que estudos de caso ilustrem de forma mais profunda os
dados quantitativos.
3º - o estudo maior necessita de estudo de caso para elucidar algum processo
subjacente e feito uso de outro método para definir sua frequência.
86(Yin, 2005)
87. Estruturas ilustrativas para a composição dos
estudos de caso
87
Estruturas analíticas lineares
• Essa é a abordagem padrão dos
relatórios de pesquisa.
• A sequência de subtópicos inclui o
tema ou problema e a revisão da
literatura.
• Os subtópicos partem para a
análise dos métodos utilizados,
descobertas feitas, conclusões e
implicações à partir das
descobertas.
Estruturas comparativas
• Repete o mesmo estudo de caso
duas ou mais vezes, comparando
as descrições ou explanações
alternativas do mesmo caso, com o
propósito de mostrar até que
ponto os fatos adaptam-se a cada
modelo, e as repetições ilustram a
técnica de adequação ao padrão de
atividade.
(Yin, 2005)Exemplo de Relatório
88. Estruturas ilustrativas para a composição dos
estudos de caso
88
Estruturas cronológicas
• As evidências para o estudo de
caso são apresentadas em ordem
cronológica.
• A sequência das seções obedece
às fases iniciais, intermediárias e
finais da história de um caso.
• Apresenta as sequências causais
para estudos explanatórios.
Estruturas de construção da teoria
• A sequência das seções seguirá a
lógica da construção da teoria.
• Cada seção desenreda uma nova
parte do argumento teórico que
está sendo feito.
(Yin, 2005)
89. Estruturas ilustrativas para a composição dos
estudos de caso
89
Estruturas de suspense
• Inverso da abordagem analítica.
• O resultado é apresentado na
seção inicial e o restante do
estudo de caso dedica-se ao
desenvolvimento de uma
explanação sobre esse resultado.
Estruturas não-sequenciais
• A ordem das seções não possui
uma importância especial. Sua
ordem não altera o seu valor
descritivo.
• Ao abandonar a ordem, deve-se
atentar para a completude.
(Yin, 2005)
90. Estruturas ilustrativas para a composição dos
estudos de caso
Tipos de
estrutura
Propósito do estudo de caso (casos únicos ou múltiplos)
Explanatório Descritivo Exploratório
1. Analítica linear X X X
2. Comparativa X X X
3. Cronológica X X X
4. De construção da teoria X X
5. De “suspense” X
6. Não-sequencial X
90
Figura11: Seis estruturas e suas aplicações a propósitos diferentes dos estudos de caso
Fonte: Yin, 2005.
91. Procedimentos ao fazer um relatório de estudo de caso
Quando e como iniciar a redação?
Comece a redigir o relatório logo no início do processo analítico.
Após revisar a literatura e tiver projetado o estudo de caso, faça o rascunho de
duas seções do relatório: a bibliografia e a metodologia.
A bibliografia pode ser enriquecida posteriormente com novas citações.
A seção metodológica deve ter sido feito parte do projeto do estudo de caso.
Depois da coleta de dados e antes da análise, elabore a uma seção para tratar
dos dados descritivos sobre os casos que estão sendo estudados.
Se identificar outras seções das quais já se possa fazer a minuta nesses estágios
iniciais, trace um esboço delas também.
91(Yin, 2005)
92. Procedimentos ao fazer um relatório de estudo de caso
A identidade dos casos: real ou anônima?
A questão do anonimato pode surgir em dois níveis: em relação ao caso inteiro
ou em relação a um nome em particular dentro do caso.
A opção mais desejável é revelar as identidades tanto do caso quanto dos
indivíduos, pois pode produzir dois resultados úteis: o leitor pode recordar
qualquer informação anterior sobre o caso, e pode-se revisar o caso inteiro com
facilidade.
Em casos polêmicos o anonimato serve para proteger o caso real e seus
participantes. Nestes casos usa-se identidades fictícias.
92(Yin, 2005)
93. Procedimentos ao fazer um relatório de estudo de caso
A revisão da minuta do estudo de caso: um procedimento de validação
A minuta do relatório deve ser revisada pelos colegas do pesquisador e pelos
participantes e informantes.
Se surgirem discordâncias, o pesquisador deverá resolver essas divergências
através de uma pesquisa para obter evidências adicionais.
O pesquisador não é obrigado a incorporar automaticamente as
reinterpretações de seus informantes, mas pode fazer suas próprias
interpretações das evidências.
Esse processo de revisão aumenta a validade do constructo do estudo.
93(Yin, 2005)
94. O que torna um estudo de caso exemplar?
O estudo de caso deve ser significativo
O estudo de caso exemplar será aquele que:
• O caso individual não for usual e de interesse público geral;
• As questões subjacentes forem de importância nacional, tanto em termos teóricos
quanto em termos políticos e práticos;
• Ou forem satisfeitas as duas condições anteriores.
O estudo deve revelar uma situação da vida real que os cientistas sociais não
puderam estudar no passado.
A descoberta e o desenvolvimento da teoria devem estar dentro do mesmo estudo
de caso, contribuindo para o avanço teórico.
94(Yin, 2005)
95. O que torna um estudo de caso exemplar?
O estudo de caso deve ser completo
Um estudo de caso completo é aquele que:
• Os limites do caso, isto é, a distinção entre o fenômeno que está sendo
estudado e seu contexto, recebem uma atenção explícita.
• Demonstra, de maneira convincente, que o pesquisador despendeu
esforços exaustivos ao coletar as evidências relevantes.
• Não é finalizado por esgotamento de recursos, porque o pesquisador
excedeu o seu tempo, ou enfrentou limitações não relacionadas com a
pesquisa.
95(Yin, 2005)
96. O que torna um estudo de caso exemplar?
O estudo de caso deve considerar perspectivas alternativas
A consideração de evidências a partir de perspectivas diferentes aumentará as
chances de o estudo de caso ser exemplar.
Para representar perspectivas diferentes de forma adequada, o pesquisador deve
procurar aquelas alternativas que desafiam mais seriamente o projeto de estudo
de caso, como concepções culturais alternativas, teorias diferentes, variações
entre as pessoas e outras.
96(Yin, 2005)
97. O que torna um estudo de caso exemplar?
O estudo de caso deve apresentar evidências suficientes
O estudo de caso exemplar deve apresentar evidências mais convincentes, para
que o leitor possa fazer um julgamento independente em relação ao mérito da
análise.
As partes críticas de evidências para um estudo de caso devem estar inseridas no
relatório do estudo de caso.
As evidências devem ser apresentadas de forma neutra, tanto com dados de
sustentação quando com dados de contestação, e devem ser suficientes para obter
a confiança do leitor de que o pesquisador conhece o assunto estudado.
97(Yin, 2005)
98. O que torna um estudo de caso exemplar?
O estudo de caso deve ser elaborado de uma maneira atraente
Independentemente da modalidade utilizada, o relatório deve ser atraente.
O relatório, quando escrito, deve ser claro e incitar o leitor a continuar lendo
98(Yin, 2005)
99. Artigo Ilustrativo
Avaliação do Rigor Metodológico de Estudos de Caso em
Contabilidade Gerencial Publicados em Periódicos no Brasil
100. Dados da Publicação
Título
Avaliação do Rigor Metodológico de Estudos de Caso em Contabilidade Gerencial Publicados
em Periódicos no Brasil
Autores
MARQUES, Kelly Cristina Mucio; CAMACHO, Reinaldo Rodrigues; ALCÂNTARA, Caio Cesar
Violin de.
Periódico
Revista de Contabilidade e Finanças-USP, São Paulo, v. 26, n. 67, p. 27-42, jan./fev./mar./abr.
2015.
Qualis A2
100
101. Problemática
Uma pesquisa realizada por Cesar, Antunes e Vidal (2010) na área de contabilidade
concluiu que o método de estudo de caso vem sendo utilizado sem rigor
metodológico, especialmente no Brasil.
Essa conclusão levantou a dúvida sobre a forma de utilização dessa estratégia na
Contabilidade Gerencial, ou seja, como os aspectos relativos ao rigor metodológico
estão sendo considerados nos artigos publicados nessa área no Brasil?
Investigar o rigor metodológico dos estudos de caso publicados em Contabilidade
Gerencial no Brasil.
101
Objetivo
102. Justificativa
A realização deste estudo no Brasil se justifica pelo fato de desconhecer-se a
realidade brasileira no tocante ao uso dessa estratégia de pesquisa. Entende-se
como oportuno um estudo cuja proposta seja levantar informações sobre os
estudos de caso realizados no país, mostrando quais pontos vêm sendo atendidos
e quais vêm sendo negligenciados pelos pesquisadores.
Este trabalho almeja contribuir com informações acerca da utilização do estudo de
caso, com foco no rigor metodológico, evidenciando a forma como essa estratégia
vem sendo utilizada.
102
103. Procedimentos Metodológicos
Pesquisa descritiva, pois buscou descrever características de uma população por
meio da investigação do rigor metodológico dos estudos de caso em Contabilidade
Gerencial publicados no Brasil.
Pesquisa documental e de análise de conteúdo.
Amostra:
180 artigos publicados em periódicos nacionais em Contabilidade classificados
nos estratos A2, B1 e B2 da Qualis Capes, entre 2008 e 2012.
A coleta foi realizada em maio de 2013.
Os artigos selecionados foram aqueles que apresentaram como estratégia de
pesquisa o estudo de caso em Contabilidade Gerencial.
103
108. Resultados
As perguntas iniciadas com “como” apareceram em 25 artigos, as do tipo “qual ou quais”
apareceram em 35 artigos, perguntas que apresentavam como resposta “sim/não”
apareceram em 22 artigos, outros tipos de perguntas apareceram em 3 artigos e 113 artigos
não apresentaram pergunta alguma. Não foi possível verificar o percentual de frequência
nesse caso, uma vez que muitos artigos apresentavam duas ou mais perguntas.
108
110. Resultados
Principais achados:
pouca ênfase em justificar a necessidade de entender o fenômeno em seu contexto;
falta de explicação sobre o motivo da escolha por essa estratégia;
predominância do uso de questões que não possibilitam aprofundamento da análise;
muitos estudos embasados em apenas uma fonte de evidência;
pouco uso de triangulação de dados e informações;
pouca ênfase na forma de coleta de dados;
elevado número de casos em que foi detectada confusão entre estudo de caso como
estratégia de pesquisa e como técnica de coleta de dados;
baixo número de artigos que evidenciam a forma de análise dos dados;
poucos relatos sobre as contribuições geradas pelo estudo; e
a minoria evidencia os pontos que precisam de continuidade nas investigações.
110
111. Conclusão
Como conclusão, destaca-se a necessidade de melhorar a forma com que os
estudos de caso são empregados na Contabilidade Gerencial, pois foram poucos os
trabalhos caracterizados pela aplicação rigorosa dos procedimentos relativos a
essa estratégia.
Uma contribuição deste estudo foi a apresentação dos aspectos essenciais que
requerem atenção por parte dos pesquisadores que utilizam a estratégia do estudo
de caso, com o intuito de aumentar o rigor metodológico dos estudos.
Outras pesquisas também podem ter como foco a investigação de algum conteúdo
específico dos artigos que utilizam estudos de caso como estratégia de pesquisa
para verificar, por exemplo, se aqueles que se apresentam como explicativos
realmente podem ser considerados como tais.
111
112. Referências
COOPER, D. J.; MORGAN, W. Case study research in accounting. Accounting Horizons, 22(2),
159-178, 2008.
EISENHARDT, K. M. Building theories from case study research. Academy of Managenent
Review, 14(4), p. 532-550, 1989.
LILLIS, A. M; MUNDY, J. Cross-sectional field studies in management accounting research:
closing the gaps between surveys and case studies. Journal of Management Accounting
Research, 17, p. 119-141, 2005.
LIMA, J. P. C.; ANTUNES, M. T. P.; MENDONÇA NETO, O. R.; PELEIAS, I. R. Estudos de caso e
sua aplicação: proposta de um esquema teórico para pesquisas no campo da contabilidade.
Revista de Contabilidade e Organizações, v. 6, n.14,p. 127-144, 2012.
MARQUES, Kelly Cristina Mucio; CAMACHO, Reinaldo Rodrigues; ALCÂNTARA, Caio Cesar
Violin de. Revista de Contabilidade e Finanças-USP, São Paulo, v. 26, n. 67, p. 27-42,
jan./fev./mar./abr. 2015.
112
113. Referências
OLIVEIRA, Janete Lara de; ALBUQUERQUE, Ana Luiza; PEREIRA, Rafael Diogo. Governança,
Sucessão e profissionalização de uma empresa familiar: (Re)arranjando o lugar da família
multigeracional. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, v. 14, n. 43, p. 176-192, 2012.
PASQUALE, Perrotti Pietrangelo. Planejamento estratégico em organizações não
governamentais: Um estudo de caso. São Paulo, 2005. Tese (Doutorado). Programa de Pós-
Graduação em Administração, Departamento de administração, Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.
SAUNDERS, M.; LEWIS, P.; Thornhill A. Research methods for business students. 6. ed.
London: Pearson Education.
YIN, Robert. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman.
113