2. O que é o Estudo de Caso?
É uma investigação realizada sobre uma situação
específica, única, especial, em certos aspectos, durante
a qual se procura descobrir suas características, sua
essência.
A pesquisa deve ser focada, de modo a ter uma
compreensão profunda e interconectada de como o
objeto de pesquisa se comporta em um determinado
contexto.
3. O que pode se constituir objeto de
um estudo de caso?
Um indivíduo
Um personagem
Um pequeno grupo
Uma organização
Uma comunidade
Uma nação
4. O que diferencia um estudo de caso de uma
pesquisa qualitativa mais geral?
A profundidade dos dados coletados
O fato de o problema ser ímpar, difícil de ocorrer
O objeto de estudo deve ser único, específico, diferente,
complexo
A complexidade (interrelacionamento de dados, como uma rede)
A necessidade de coletar dados de natureza diferente para se
compreender o objeto de pesquisa
A impossibilidade de compreender o problema somente a partir
de um ângulo (interdisciplinaridade)
A busca se dá na compreendão da dinâmica do fenômeno
5. Quais as características básicas de um
estudo de caso?
O fenômeno deve ser observado em seu ambiente
natural
Os dados são coletados utilizando-se diversos meios
Busca responder questões: como? Por que? De que
forma? Relacionado a quê?
A complexidade do objeto é estudada nas suas
interrelações e na sua dinâmica
6. Falta de rigor
Influência do investigador – falsas evidências ou visões
destorcidas
Fornece pouquíssima base para generalizações
São muito extensos e exigem muito tempo para serem
concluídos
Muitos questionam os procedimentos adotados (pouco
claros), que abre espaço para o “vale tudo” na análise
Caráter interpretativo dos dados (influência do
pesquisador)
Número pequeno de unidades de amostra, cujo critério é
descrito como reconhecendo a existência de
intencionalidade
A liberdade do texto (estilo literário)
Que tipo de crítica podem sofrer
os estudos de caso?
7. Validade + Confiabilidade
Como dar credibilidade aos
estudos de caso?
Validade
Capacidade que os métodos utilizados numa pesquisa
propiciam à consecução fidedigna de seus objetivos
Consiste na confiança com que se podem tirar conclusões
corretas a partir das análises realizadas
Validade aparente
Validade instrumental
Validade teórica
8. Validade aparente
Diz respeito ao método de pesquisa, ou seja, se ele produz o
tipo de informação desejado ou esperado
Validade instrumental
Procura a combinação entre os dados fornecidos por um
método de pesquisa e aqueles gerados por algum
procedimento alternativo, que é aceito como válido
Validade teórica
Está relacionada à legitimidade dos procedimentos da
pesquisa em termos de teoria estabelecida
(KIRK; MILLER, 1986)
9. Confiabilidade
Entende-se por confiabilidade a consistência com que um
procedimento de pesquisa irá avaliar um fenômeno da mesma
maneira em diferentes tentativas
Confiabilidade quixotesca
Confiabilidade diacrônica
Confiabilidade sincrônica
10. Confiabilidade quixotesca
Diz respeito às circunstâncias em que um único método de
observação mantém uma medida contínua
Confiabilidade diacrônica
Se refere à estabilidade de uma observação através do tempo
Confiabilidade sincrônica
Está relacionada à similaridade de diferentes observações
dentro de um mesmo período de tempo
(KIRK; MILLER, 1986)
11. Como obter validade e confiabilidade em
estudos de caso?
Critério Validade Confiabilidade
Reflexividade
Surpresa
Triangulação
Construção do “corpus” da pesquisa
Descrição clara, rica e detalhada
Feedback dos informantes (validação
comunicativa)
12. Há maneiras de evidenciar a validade e a confiabilidade do
estudo;
Pretende-se generalizar proposições teóricas (modelos) e
não proposições sobre populações. Nesse sentido, os
Estudos de Casos Múltiplos e/ou as replicações de um
Estudo de Caso com outras amostras podem indicar o grau
de generalização de proposições;
Nem sempre é necessário recorrer a técnicas de coleta de
dados que exigem muito tempo. Além disso, a apresentação
do documento não precisa de ser uma narrativa detalhada.
Respostas às críticas
13. Problemas de escrita:
Ao usar materiais de diferentes origens e dada a análise em
profundidade que o processo implica, o estudo de caso apresenta
claramente problemas na literatura e de uma forma mais geral na
linguagem.
Estudo de caso = descrição profunda
No processo de redação, uma compreensão da forma como a
linguagem dos materiais empíricos é transformada noutra
linguagem. Ou seja, a construção teórica dos materiais empíricos,
deve ser directamente compreendida dentro de uma análise.
A escrita do estudo de caso (Hamel et al., 1993):
- a escrita deve ser livre de processos estilísticos;
- deve incluir a demonstração de conhecimentos (ex. fórmulas ou
equações);
- a linguagem deve ser irreduzível, de forma a facilitar a sua
compreensão.
Respostas às críticas = problema
14. Léssard-Hébert et al (1994), Yin (1994), Bogdan & Bilken (1994),
Punch (1998):
Estudo de caso único
Estudo de caso múltiplo
Stake (1995):
Estudo de caso intrínseco
Estudo de caso instrumental
Estudo de caso coletivo
Yin (1994):
Estudo de caso único global
Estudo de caso único inclusivo
Estudo de caso múltiplo global
Estudo de caso múltiplo inclusivo
Tipologia dos estudos de caso
15. Estudo de caso intrínseco
O interesse da investigação,
recai sobre o caso
particular.
O importante é compreender
exclusivamente o caso
particular, sem relação com
outros casos ou outras
problemáticas mais
abrangentes.
Estudo de caso coletivo
Os investigadores estudam
vários casos a fim de fazer
uma melhor análise e,
consequentemente, uma
melhor compreensão e
teorização.
Estudo de caso instrumental
O caso em si tem um interesse
mais secundário.
Distinguem-se dos intrínsecos,
porque se definem em função do
interesse por conhecer e
compreender uma problemática
mais ampla, através da
compreensão do caso particular.
O caso é o veículo para
compreender ou iluminar um
problema ou as condições que
afetam não apenas o caso
estudado, mas também outros
casos.
16. Estudo de caso único -
global
O foco se faz sobre o macro,
sobre o todo.
Quando não há
subunidades a serem
investigadas.
Estudo de caso inclusivo
Quando o caso apresenta
subunidades que requerem
coleta de dados e análise em
separado, para depois serem
agregados.
Estudo de caso múltiplo -
global
Estudo de caso múltiplo -
inclusivo
17. É sempre intencional, procurando variações máximas em
detrimento da uniformidade (Bravo, 1998).
Não é baseada em amostragem (Stake, 1995).
Ao escolher o “caso” o investigador estabelece um fio
condutor lógico e racional que guiará todo o processo de
coleta de dados (Creswell, 1994).
Não se estuda um caso para compreender outros casos, mas
para compreender o “caso”.
A amostra nos estudos de caso
18. 1- Amostras extremas (casos únicos);
2- Amostras de casos típicos ou especiais;
3- Amostras de variação máxima, adaptadas a
diferentes condições;
4- Amostras de casos críticos;
5- Amostras de casos sensíveis ou politicamente
importantes;
6- Amostras de conveniência.
Bravo (1998), identifica seis tipos de amostras
19. Diário de campo
Entrevista
Observação
Documentos
Depoimentos
Histórica oral
Experienciação
Grupo focal
Instrumentos de
coleta de dados nos
estudos de caso