INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA
Campus Garopaba
HISTÓRIA DE IMBITUBA
Professor Viegas Fernandes da Costa
Material produzido para o componente curricular “História Local” do curso de Condutor Ambiental de Imbituba.
17/10/2013.
1. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE CATARINA – CAMPUS GAROPABA
HISTÓRIA LOCAL / CURSO DE CONDUTOR AMBIENTAL
Professor: Viegas Fernandes da Costa
AULA 3: 16/10/2013
História do Porto de Imbituba
A implantação de um porto destinado ao embarque do carvão, foi objeto de estudos realizados por uma companhia
de engenharia inglesa, orçando as obras em dois mil contos de réis.
Por determinação do Governo, foi construído apenas um trapiche com 70 metros de extensão, misto de ferro e
madeira. As obras de construção foram realizadas por engenheiros ingleses, no ano de 1871.
Maiores recursos
No ano de 1919 Henrique Lage assumiu o cargo de Diretor Presidente da Companhia Nacional de Navegação
Costeira, acumulando-o com a direção da Organização Henrique Lage.
Então, com maiores recursos financeiros, passou à realização de diversas obras junto ao porto e às melhorias do
mesmo, auxiliado decisivamente por Álvaro Carão. O Visconde de Barbacena cedeu terreno e autorizou o
deferimento da licença, junto ao Ministério da Viação. As obras tinham por objetivo o embarque do carvão, que era
produzido numa média de 80 toneladas mensais.
CIA Docas de Imbituba
Em novembro de 1922, foi mudada a razão social da Organização Henrique Lage, para Companhia Docas de
Imbituba, cujas atividades tiveram início em janeiro de 1923, tendo como diretor o engenheiro Álvaro Monteiro de
Barros Catão e gerente Sávio da Cruz Secco. À nova empresa, foram incorporadas todas as obras, equipamentos e
terrenos considerados necessários ao desenvolvimento das atividades portuárias.
Os navios da Companhia Nacional de Navegação Costeira passaram a fazer escala normal e programada em
Imbituba, nas viagens do Rio a Porto Alegre, e vice-versa.
Em 1923, fundou-se a primeira entidade de classe em Imbituba: o Sindicato dos Trabalhadores em Armazéns e
Trapiches, operando nos serviços de carga e descarga do porto.
Por iniciativa de Álvaro Catão, foi construído um moinho para beneficiamento da farinha de mandioca e
descascador de arroz, a fim de servir os exportadores do sul do Estado.
Com o apoio de Henrique Lage, o engenheiro Álvaro Catão passou a desenvolver intensa atividade no setor
portuário e transporte ferroviário, pois também exercia o cargo de diretor da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina.
Iniciou uma série de obras, para dotar Imbituba de modernas instalações para embarque mecanizado de carvão.
Executou ainda, várias obras indispensáveis ao funcionamento do porto, tais como um quebra-mar externo que
assegurou, por vários anos, uma proteção às instalações existentes. Mandou construir armazéns para carga geral e
local, prédios para escritórios e administração e cooperativa para atender a seus funcionários.
Os trabalhadores do porto efetuavam compras conforme suas necessidades, pagando no fim do mês, através de
descontos em suas folhas de pagamento.
A proteção ao carvão e a ampliação do porto
Em 9 de junho de 1931, o Presidente da República determinou o aproveitamento ou consumo obrigatório de 10%
de carvão nacional, em relação à tonelagem importada, abrindo mais perspectivas ao produto catarinense,
assegurando-lhe, pela primeira vez, mercado consumidor certo e defendendo-o, assim, parcialmente, da
concorrência do carvão importado. Nessas condições, tornou-se evidente a necessidade de um escoadouro, por
onde pudesse o carvão nacional atingir o mercado consumidor.
Diante disso, Henrique Lage resolveu dar início à execução das obras que considerava essencial, começando a
construção da proteção ao primeiro trecho de cais, com a extensão de 100 metros. Nove anos após foi criada nova
legislação em favor do carvão nacional. O Decreto-Lei nº 2667, de 3 de outubro de 1940, que “dispõe sobre o
melhor aproveitamento do carvão nacional”, entre outras medidas, elevou para 20% a taxa de consumo obrigatório
de carvão brasileiro. Quanto ao porto, o Decreto Lei estabeleceu o aparelhamento do Porto de Imbituba, mediante
concessão para sua construção e exploração.
A concessão para a exploração do porto
O Governo Federal deu à Companhia Docas de Imbituba o direito à exploração dos serviços portuários, pelo prazo
de 70 anos, a partir de 6 de novembro de 1942, a terminar no ano de 2012.
Em 6 de novembro de 1942, foi assinado um contrato concedendo permissão à Companhia Docas de Imbituba, para
realizar as obras, o aparelhamento e a exploração do tráfego do Porto de Imbituba. Ainda em 1942, foram
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concluídas e inauguradas as obras que se constituíam em um trecho de cais, de 100 metros, com respectivas
instalações mecânicas para o embarque do carvão, com capacidade para 300 t/hora.
No ano seguinte, 1943, o Governo determinou a instalação, em Imbituba, da Delegacia da Marinha Mercante que,
em 1970 passou a denominar-se “Superintendência Nacional de Marinha Mercante – SUNAMAM”. Em 1957 foi
criada a Agência da Capitania dos Portos, em Imbituba.
Com o falecimento de Henrique Lage, em 3 de julho de 1941, e o de Álvaro Monteiro de Barros Catão, em 18 de
agosto do mesmo ano, a Cia Docas passou a funcionar sob nova orientação, tendo à frente o engenheiro Francisco
Catão. A nova administração continuou as obras de ampliação do porto. Essas obras foram inauguradas em 1º de
dezembro de 1970.
Quanto à profundidade do cais, Imbituba supera qualquer porto do Estado, equiparando-se aos maiores portos
nacionais, como Recife e Rio Grande.
Em 1978, o Porto de Imbituba continuava praticamente com as mesmas instalações que possuía em 1942, com
exceção da ampliação do cais nº 1, iniciada em 1969. Naquele ano, os equipamentos eram suficientes para atender à
demanda, mas 36 anos após, com a evolução tecnológica dos navios,tornaram-se necessários investimentos
urgentes. A revista Carvão de Pedra, em 1978, chamou a atenção para o problema portuário, fazendo uma denúncia
sobre os preços elevados dos serviços que, somados à falta de aparelhagem moderna, retardavam o seu
carregamento.
Assim, durante o ano de 1979, o Porto de Imbituba iniciou a reestruturação das suas instalações para atender às
necessidades da Indústria Carboquímica Catarinense - ICC.
A crise do petróleo, que envolveu os países capitalistas centrais numa crise de abastecimento desse combustível,
desenvolveu, em alguns países periféricos, como o Brasil, uma estrutura gigantesca para que o carvão fosse
movimentado e substituísse industrialmente, com maior agilidade, a falta de petróleo. Mas com o fim da crise do
petróleo estava chegando ao fim. Diante desse quadro, o carvão deixou de ser prioridade.
A partir de 1987, as instalações do porto passaram a servir tanto para carregar carvão, como ácido fosfórico.
No período inicial de utilização do porto, (1920), Henrique Lage e sua equipe concretizaram alguns projetos e
idealizaram outros. No entanto, todo esse processo necessário à construção de um porto organizado levaria alguns
anos para ser efetivado. Uma das primeiras medidas tomadas foi a construção do primeiro cais, de 140m, que até
1968 seria o único cais no porto. A sua ampliação era fundamental para dar continuidade ao escoamento do mineral
e ampliar a capacidade de cabotagem.
Os investimentos em equipamentos são fundamentais para garantir a agilidade e preços competitivos. Com certeza,
não foi o que ocorreu no Porto de Imbituba, pois ninguém imaginava que o Governo Federal deixasse de
impulsionar a mineração do sul do Estado. Assim, a crise deflagrada no fim da década de 80, demonstrou a
dimensão da dependência da cidade, com relação às decisões governamentais.
(Adaptado do site oficial da Prefeitura de Imbituba. http://www.imbituba.sc.gov.br/a-cidade/historia. Acesso
realizado em 15/10/2013)
O POVOADO E SUA EVOLUÇÃO
Maria Aparecida Pamato Santana
Quando aqui chegou, em 1912, num dos seus navios, o homem que impulsionou o crescimento do povoado de
Imbituba, encontrou a sua espera um aglomerado de pessoas diante de uma capelinha de madeira, dedicada a
Imaculada Conceição, nas proximidades do porto (trapiche).
Queriam dar as boas vindas a Henrique Lage, enquanto esperavam o início da missa.
A maioria residia na primeira rua de Imbituba, chamada Rua de Baixo, hoje, Presidente Vargas, onde havia um
pequeno hotel de madeira, um armazém, um salão de baile, casas de pescadores, de funcionários da estrada de ferro
e outros.
Em 1914, Lage deu início à construção de um cais. Com a chegada do Engenheiro Álvaro Monteiro de Barros
Catão, em 1919, o povoado transformou-se num grande canteiro de obras, a pedido de Lage.
A vinda constante de navios carvoeiros e de passageiros; o retorno da exploração de carvão; a grande parte de
madeira extraída, a produção agrícola, bem como as cargas regularmente recebidas para a região sul movimentadas
pela ferrovia e pelo porto, justificavam esse crescimento.
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A movimentação de navios exigiu a construção, em 1919, de um farol “Ponta de Imbituba”, na entrada sul do
porto.
Além dos armazéns para estocagem de cargas, foram construídos: o chalé 10, prédio dos escritórios da Firma “Lage
e Irmãos” ( CIA Docas) na parte superior. No térreo, funcionavam frigorífico, padaria, tipografia, papelaria e
fábrica de gelo. Na mesma área portuária, encontravam-se oficina mecânica, carpintaria, serraria a vapor e à
eletrecidade, fundições, caldeiras, farmácia e gabinete dentário. Suas principais indústrias eram de fabricação e
beneficiamento de farinha de mandioca e seus derivados (polvilho e tapioca); e desfibração de crina vegetal.
Havia ainda, a produção de arroz, feijão e café. Foram construídos: um reservatório de água (caixa d’agua), uma
termoelétrica, um grande e moderno hotel, uma cerâmica, uma cooperativa com armazéns de víveres, lojas de
ferragem, açougue, utensílios domésticos etc.; uma granja em vasta área, com pomar, horta e produção de galinhas
e ovos; uma malha ferroviária interna que vinha do porto até a usina. Próxima à cerâmica foi construída a Vila
Operária para acolher as inúmeras famílias que trabalhavam para a “Organização Lage”.
(Jornal Popular Catarinense, 08/10/2010).
FREGUESIA DE SANTA ANA DO MIRIM
Maria Aparecida Pamato Santana
Situada á beira da Lagoa do Mirim, o povoado passou à categoria de freguesia em 28/04/1856, pela Lei Provincial
n° 413. Data em que também se tornou Paróquia, com o primeiro vigário, Padre Amândio Antônio Martins (18561865).
A igreja de Santa Ana teve sua construção iniciada em 1844; levou muito tempo para ser concluída. Seu sino,
fabricado em Blumenau pela indústria Garcia*, foi inaugurado em 01/01/1933, em grande festa com a presença do
Arcebispo Metropolitano-SC, Dom Joaquim Domingues de Oliveira. O sino foi adquirido graças ao apoio
financeiro do comerciante de Sambaqui, Irineu Bittencourt Capanema ao então vigário Padre César Rossi (19221951).
A freguesia possuía duas fortes empresas: “Guimarães e Filhos” e “Clemente Pacheco”, as quais mantinham linhas
de barcos até o Rio de Janeiro. Levavam produtos da região e traziam mercadorias que abasteciam o comércio
local.
Em livros e histórias contadas por antigos, a lagoa serviu para o desembarque de negros escravos, comercializados
por donos de engenho, agricultores e comerciantes, na Praça de Santa Ana.
Elias de Morais e Francisco Rachadel, além de outros, tiveram grande influência na elevação de Mirim à Freguesia.
A piscosidade da lagoa e o desenvolvimento comercial reinante atraíram, por volta de 1860, outras famílias
açorianas radicadas na Barra da Laguna, entre elas, as famílias de Manoel José Ferreira e Guilhermina Rosa de
Jesus, (o sobrenome ‘de Jesus’ será mera coincidência com o de Ana de Jesus (Anita Garibaldi) que segundo os
lagunenses, nasceu em Morrinhos, no Mirim que pertencia a Laguna?).
A freguesia de Santa Catarina do Mirim tornou-se também, um celeiro político, com o coronel Clemente José da
Silva Pacheco (Partido Liberal) e Bernardo José de Souza Guimarães (Partido Conservador). Outros como Joaquim
Maria Martins, avô do Mirinense Nery Jesuíno da Rosa (ex- prefeito de Criciúma). César Nascimento (Deputado
Federal). Apartir de 1945 surgiram outras lideranças políticas como Jair Cardoso e Sandelino Capamena de
Oliveira, vereadores que representavam Mirim na Câmara de Laguna. O vereador Laudelino veio a ser avô de mais
uma personagem política de peso, sua neta Léa de Oliveira Lopes, vice-prefeita de Imbituba.
O distrito de Mirim, além de preservar a arquitetura açoriana em torno da sua histórica Praça, mantém viva a
tradição religiosa e cultural dos antepassados. A festa de Santa Ana e do Divino Espírito Santo do Mirim, realizada
em novembro, faz parte do “Patrimônio Histórico Cultural e Imaterial do Brasil”.
(Jornal Popular Catarinense, 13/08/2013)
* Provavelmente o sino provém da metalúrgica Altona.
CONTANDO A HISTÓRIA DO MIRIM
Jucineide Cardoso Barreto & Juarez de Melo
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O Distrito de Mirim, no século passado, foi importante polo comercial, onde se irradiou a civilização e o
desenvolvimento em toda a região banhada pela Lagoa do Mirim e o Rio D’uma. Nessa época, duas empresas de
navegação estavam estabelecidas na freguesia de Mirim, com barcos que faziam o percurso até o Rio de Janeiro e
vice-versa.
Os barcos saiam do Mirim, atravessavam a barra da Laguna e seguiam até o Rio de Janeiro, levando produtos da
agricultura. Ao retornarem do Rio de janeiro para o Mirim, traziam artigos manufaturados indispensáveis ao
consumo da população.
As empresas de navegação estabelecidas na Freguesia de Mirim era a “Clemente José da Silva Pacheco”, que
possuía dois barcos, cujos nomes eram: Clemente I e Clemente II, e a “Guimarães & Filhos”, com um barco, de
nome São João Del Rei.
O barco São João Del Rei tinha o apelido de “Pouca Roupa”, porque suas velas eram remendadas. As pessoas se
dirigiam ao Senhor Bernardo José de Souza Guimarães, chefe da firma e perguntavam: quando o “Pouca Roupa”
vai viajar? Ele respondia irritado, com sotaque lusitano, pois era natural de Portugal, Pouca Roupa, não, São João
Del Rei.
(Fonte: HTTP://mirimontemehoje.blogspot.com.br)
HISTÓRIA DA FESTA DO ESPÍRITO SANTO E SANT’ANA
Jucineide Cardoso Barreto & Juarez de Melo
A Festa do Divino Espírito Santo e Sant’Ana na comunidade de Mirim é hoje presença marcante no calendário
religioso e cultural no município. Vem merecendo a atenção especial de pessoas interessadas na tradição de seu
povo. Sendo a Vila de Mirim, antiga Freguesia de Sant’Ana de Mirim, incluída numa das mais antigas de Santa
Catarina, destacando-se em importância na história de nosso Estado, representada também pelo seu povo
uma antiga comunidade de Fé.
A exemplo de outras áreas de colonização açoriana, da mesma forma que Vila Nova e Sambaqui, em Mirim impera
a tradição da Festa do Divino Espírito Santo e da Padroeira Sant’Ana. Segundo informações de pessoas tradicionais
desta comunidade, esta festa vem desde a época em que Mirim foi elevada a categoria de Paróquia, em 28 de Abril
de 1856.
Os preparativos para os festejos iniciam com a saída da Bandeira para o peditório, percorrendo várias comunidades,
acompanhada dos foliões. Terminado o peditório, o cortejo retorna a comunidade para dar início à semana da festa.
As novenas iniciam com a chegada da Bandeira, na Igreja.
Segundo a tradição, sábado e domingo da festa é apresentado a Corte Imperial. Sábado, véspera da festa, a bandeira
acompanhada da banda musical vai até a casa do casal primeiro festeiro buscar a corte imperial, pois é costume os
imperiais se arrumarem na casa do coordenador da festa.
Após o encontro da Corte Imperial com a imagem de Sant’Ana, que está à espera na casa de devotos, seguem todos
em direção à lagoa onde acontece a queima de fogos. O cortejo em procissão segue até a Igreja e, é recebido com
fogos e o tradicional repicar dos sinos. Em seguida dá-se início a novena e após a celebração religiosa, a bandeira
encaminha a corte imperial acompanhada da banda musical, até a casa do casal festeiro.
Domingo, dia da festa, todo o cortejo segue novamente à Igreja onde todos participam da Missa Festiva, quando
acontece a coroação do imperador ao som do Hino Nacional Brasileiro, entoado pela banda musical. Encerrada a
Santa Missa, o cortejo é conduzido para o Império, retornando a seguir à casa do festeiro.
As festividades religiosas encerram com a procissão e novena no final da tarde, onde o casal primeiro festeiro, do
ano seguinte recebe a Coroa do Divino, assumindo o compromisso da próxima festa.
A parte social das festividades acontece no salão paroquial com quermesses, danças e outras atrações, tendo como
finalidade arrecadar fundos para a ajuda de custo da igreja.
A tradição da Festa do Divino Espírito Santo e Sant’Ana de Mirim continua acontecer fora do período (novembro)
e tal atitude foi tomada devido o período da farinhada, pois o meio de sobrevivência da maioria das pessoas que
integravam a comunidade era da roça e da lagoa e com o pouco que sobrava, ajudavam a igreja
(Fonte: HTTP://mirimontemehoje.blogspot.com.br)
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ARMAÇÕES BALEEIRAS A SERVIÇO DA ECONOMIA
Maria Aparecida Pamato Santana
As atividades de caça as baleias da espécie Franca tiveram início no Sul de Santa Catarina, em 1796, por
determinação do Marquês de Pombal. Imbituba teve instalada a quarta armação, considerada a mais rentável no
Brasil Colônia. Fato que contribuiu para o surgimento da cidade de Imbituba. Embora, em 1715, famílias com
escravos, oriundos de Laguna, vieram para a “Vila”, atraídos pela pesca desses cetáceos.
No século XIX, essa modalidade pesqueira tornou-se a principal ocupação da região. Os lucros compensavam;
baleias de grande porte eram mortas semanalmente, de agosto a setembro. Rebocadas até a praia, eram retalhadas; a
gordura era levada até o barracão e derretida nas autoclaves, com capacidade para 12 ou 8 toneladas; fervida em
banho-maria por três horas, até virar óleo. O óleo se destinava à iluminação pública, em especial de São Paulo e
Rio de Janeiro e à composição da argamassa usada na construção de fortalezas, faróis e prédios. As barbatanas
alcançavam alto valor na Europa, onde eram industrializadas, virando espartilhos, usados pelas nobres damas. Eram
usadas, também, na fabricação de pentes, agulhas, etc.
Duas armas, um tanto primitivas, eram usadas na caça as baleias: a “Bomb-lance”, que consistia numa lança com
cabo de madeira, no centro um tubo de 60 cm com uma polegada de diâmetro, contendo dinamite; e o arpão preso a
uma longa corda.
Um pescador se aproximava da baleia, num barco a remo, acendia a dinamite e enterrava a lança no dorso do
cetáceo. Junto, outro pescador lançava o arpão para prender o animal que se debatia enquanto era puxado para a
praia.
Em 1801, com o fim do monopólio dessa pesca, sob a administração da Fazenda Imperial, 525 escravos realizavam
o “trabalho duro” nas armações de SC.
Com resultados insatisfatórios em 1837, e a escassez da espécie, restaram apenas as armações de Garopaba (a 1ª ) e
a de Imbituba.
Na Praia do Porto, a pesca continuou por mais de um século, após a proibição. Membros da família Pittigliani,
Domingo Costa, Antônio de Bona, o industrial Joinvilense, e Hermes Ksemodew, exploraram a pesca da baleia.
Este último modernizou-a introduzindo o canhão, aumentando a possibilidade de acerto.
Em 1973, foi morta a última baleia franca em Imbituba, pelo empresário da pesca, Aldo Pittigliani; media quatorze
metros e forneceu 40 tambores de óleo, cada qual com duzentos quilos, vendidos para a Indústria Química de São
Leopoldo- RS. As armações entraram em falência, pois os produtos perderam valor com a descoberta do petróleo e
a fabricação de cimento. Apenas os curtumes do Rio Grande do Sul utilizavam o óleo de baleia.
José Herculano Pires, pescador, lembra, em entrevista ao Jornal “O Estado” (29/08/75- pg.9) que 1957 foi o ano
que mais baleias foram abatidas. De agosto a setembro, elas passavam no mar aos montes e pareciam troncos de
madeiras pretas ‘boiando’. Uma das dez mortas na semana, aconteceu a 20 m da rebentação. Em frente ao Hotel
Imbituba, com 15 metros, rendendo 109 tambores de óleo.
Após a desativação do barracão da baleia, o Sr. José Pires tornou-se zelador do mesmo, até falecer em 1979.
Foram grandes pescadores: Manoel Rosa, José Nemézio, Joaquim da Bilica, etc.
(Jornal Popular Catarinense, 23/07/2010).
VILA OPERÁRIA
Maria Aparecida Pamato Santana
Imbituba despontou, na “Era Lage”, como terra prometida, atraindo e acolhendo os que aqui buscavam
oportunidades de trabalho. Aqui chegando, uniam-se aos que já habitavam (pescadores, agricultores, operários,
pequenos comerciantes), unindo suas forças, formando uma só família.
Henrique Lage determinou, a partir de 1916, a construção das primeiras “casas populares”, destinando-as aos
trabalhadores da sua Organização. Assim nasceu a Vila Operária. Um conjunto de casas geminadas, de madeira,
compondo 6 lotes, com 4 casas cada, num total de vinte e quatro.
Mediam cinco metros de frente, com varandão ao longo, uma sala de visitas, dois quartos e cozinha com fogão a
lenha, forno e chaminé.
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Não possuíam instalações sanitárias, apenas latrinas nos fundos dos quintais. Nos primeiros anos, também não
havia água encanada. As famílias coletavam água numa bica instalada na rua detrás, (Nereu Ramos), num ponto
próximo ao poste de energia elétrica, onde havia uma caixa de alvenaria alta, com torneira. A caixa era cavada e
com grade de ferro por cima, para apoiar os potes de barro ou as latas grandes (de banha) que seriam cheios. A
água servia para cozer os alimentos, beber e tomar banho.
As donas de casa costumavam lavar as roupas da família nas águas claras da Lagoa da Bomba e quentes, por serem
utilizadas na refrigeração das caldeiras da usina de eletricidade, como me contava Dona Ida Martins, em saudosos
encontros, na Vila Nova, onde moramos, sobre seu passado em Imbituba.
As casas da Operária eram enumeradas de 01 a 24 e obedeciam a um sistema rotativo de ocupação, controlado pela
gerência da Docas.
Lembro-me de que passando cedinho com minha mãe pela Vila Operária, observava penduradas nas portas de
algumas casas, bolsa de pano, alvas e bordadas, no trinco. Serviam para os entregadores de pão depositarem a
quantidade contratada. Ainda na safra da tainha, o ar ficava impregnado do gostoso cheirinho do peixe frito ou
assado, aguçando o paladar dos transeuntes.
(Jornal Popular Catarinense, 27/05/2011)
OS ARMAZÉNS DO PORTO E O “CINE IDEAL”
Maria Aparecida Pamato Santana
Nos armazéns de Porto, encontrava-se uma diversidade de ocupações. Moinhos de beneficiamento de farinha, de
mandioca e de arroz, onde maquinários artesanais moíam as ramas de mandioca e extraiam a casca dos grãos.
Operários, na maioria negros, executavam a tarefa árdua de moagem; de extração da casca e no ensacamento dos
produtos, respirando o pó resultante. Cabia às mulheres, quatro ou cinco em cada moinho, costurar as bordas das
sacas cheias, ou remendá-las quando rasgadas, usando fios grossos em agulhas grandes, feitas de barbatana de
baleia. Depois de prontas, eram levadas pelos empregados até os vagões que as transportavam de navio para São
Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul.
Instalado no terceiro armazém, entre os moinhos, ficava o primeiro cinema do povoado, o Cine Ideal, de
propriedade do espanhol Gerente do Imbituba Hotel, Manoel Costa Moure. Era, na verdade, um cine – teatro; com
poltronas ao longo do recinto e balcões (torrinhas) propriamente chamados de “poleiros”. Nesse espaço, os
ingressos eram mais baratos.
Não só filmes eram oferecidos, como os de Charles Chaplin (Carlitos), filmes mudos; falados e sincronizados como
“Os Desaparecidos” com Bette Davis; King Kong; A Vida de Cristo, o preferido de Dona Gessy Cirelly, e tantos
outros.
Peças teatrais e “Musicais” eram apresentadas pelo grupo teatral local e por elencos dos Parques – Teatro de
Diversões que aqui chegavam com as peças: “Entre a Cruz e a Espada”, “Escrava Isaura” e “Manto Sagrado”.
O palco, com tela para filmes, ficava mais elevado, encobrindo uma caixa abaixo do assoalho, onde permanecia
uma pessoa responsável pelo “ponto”, isto é, com o texto da peça teatral nas mãos. Sem ser visto pela plateia,
acompanhava a fala de cada personagem, ditando a palavra ou frase, caso fosse esquecida por um deles.
Anos depois, arrendatários do “Ideal”, sob a firma “Jeremias & Sant’Anna”, lançavam folhetos publicitários sobre
filmes inéditos que seriam apresentados a partir de 01/02/1935. Os folhetos eram impressos, gratuitamente, na
tipografia da Docas.
O grupo de teatro local era dirigido por Melquiades Soares com a participação de Leandro Ferreira. Este
participava, também, de peças cômicas. O grupo era formado, entre outros, por Diva e Dinorá di Pietro, Terezinha e
Joaquim Soares, Nair Alves, Milton Pinto, Airton Jeremias, Renê Pires, Maria de Lourdes e Maria Norma
Fortunato.
Podemos perceber que a Imbituba de então tinha uma atividade cultural bastante desenvolvida.
Os demais armazéns serviam como depósitos de cargas diversas recebidas ou a serem enviadas por navios ou por
trem. Na década de 50, num deles, eram montados e pintados os carros alegóricos de muitos carnavais. Todos eram
produzidos na carpintaria da Docas e pintados por funcionários do escritório.
Com o fechamento do Cine Ideal, o empresário Presalino Santanna comprou a aparelhagem cinematográfica e
poltronas, montando-as num dos seus imóveis, à Rua Ernani Cotrim. Nascia, assim, num barracão de madeira o
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“Cine Marabá”, onde se encontram as lojas “Irmãos Candemil”. Seu cunhado José Dias Malaquias era o Gerente.
Por motivo de mudança para outro Estado, Presalino vendeu o Cine Marabá para Boaventura Duarte e seu outro
cunhado Manoel de Oliveira (Manoel do Buraco).
À noite, antes do início da sessão, os rapazes se posicionavam ao longo da Ernani Cotrim, enquanto as moças
praticavam o “Footing”; iam de um ponto a outro, flertando com o seu pretendente ao som das músicas:
“Brasileirinho”, “Delicado” e outras, do serviço de alto-falante do senhor Eduardo Elias. Os filmes que lotavam o
cinema eram de: “Masarope”, “Oscarito”, “Grande Otelo”, “Anselmo Duarte”, “Tônia Carreiro”, “Os de
Cowboys”, “O Gordo e o Magro” etc.
Por fim, de tão velho, o cinema recebeu o título depreciativo “Pulgueiro”.
Em 03 de fevereiro de 1965, foi inaugurado o novo Cine Marabá. Amplo, mais confortável, à rua Nereu Ramos,
pelo antigo proprietário Boaventura e seu novo sócio, Abady Rufino de Souza.
Com o advento da televisão, apresentando as telenovelas, e com uma linha de péssimos filmes oferecida por
empresas representantes, o público deixou de frequentar o cinema, que foi palco de grandes outros eventos
culturais, como festival de música, formaturas e entrega de prêmios à alunos pela Receita Federal e pela Empresa
dos Correios
(Jornal Popular Catarinense, 25/03/2011).
DUAS PRAIAS – DOIS ENCANTOS
Maria Aparecida Pamato Santana
Imbituba, sede do município com o mesmo nome, é banhada por duas belíssimas praias, denominadas no passado,
por “Praia de Cima” (Praia da Vila) e “Praia de Baixo” (Praia do Porto).
A primeira permaneceu desabitada por muitos anos. Encontrava-se quase despercebida entre os cômoros de areia
fina, cobertos de cipó Imbé, a casinha de madeira do pescador João Saruga e sua esposa Rosinha. Esta, após a
morte do marido, permaneceu no local por muitos anos, rodeada de inúmeros cães que, literalmente, a
protegiam. Poucos eram os banhistas que enfrentavam suas fortes ondas na década de quarenta. Consideravam-nas
bravias.
Já a Praia de Baixo, com suas águas tranquilas, era reduto de pescadores, desde a pesca baleeira,
consequentemente, de escravos e seus descendentes. Mais adiante chegaram operários da Companhia Docas, do
Porto, dos moinhos de beneficiamento de farinha e de arroz, atraindo comerciantes e outros ramos de negócio.
Conversando com a amiga Carmélia Lúcia Fernandes, nascida na primeira rua da praia, a Araraquara, que
disputava espaço na areia branca com as marés, às vezes, altas, discorreu-me os nomes de antigos moradores da sua
rua. Eram eles: Antônio Paes; Bia (funcionária do Grande Hotel) e seu filho Vicente; Alaíde Matos; Alécio
Sanceverino; Aquiles (Quilinho) Pittigliani; Valdomiro da lojinha de tecidos, Manoel Português; os ranchos de
pesca de Manoel Alexandre, Manoel Inácio, Mino, Fábio, Demézio, e do Joaquim da Bilica; a barbearia do
Braulino; as casas germinadas de Etelvina onde morou Nivaldo Lentz; o rancho do Adolfo; Chico Paes, venda do
Valdemar (Carranca) Nascimento depois adquirida por Salvelino Lopes; Deco (sogro do Salvelino) bar do Pedrão
(sogro do Noca) João Hilário e sua mercearia, Maria e Jandira Lima (avó e mãe respectivamente, de Carmélia);
Aldo Pittigliani que comprava baleias pagando-as por sua metragem; Aldo possuía no seu lote três casas, a do meio
alugava para turistas de Tubarão. Na sequência, a casa de Heitor luz; Aires Carneiro onde morou também Luiz dos
Santos (Luizinho da farmácia); Otávio; Valdemar Nunes (dono de açougue e venda; seus filhos dão continuidade
aos negócios do pai).
A Rua Araraquara se bifurcava com a Rua Itagiba; tinha início no barracão da baleia. Este, hoje transformado em
museu e fechado para visitação. Na sequência das casas, Pedro Marques; Adelino Francisco Pereira (Loque) com
seu armazém e outras famílias, como a da ex-escrava tia Carlota e de Joaquim Vieira. Havia, ainda, a rua de trás
com muitos moradores conhecidos e os que moravam ao redor do Riacho do Encanto, reverenciado pelo nosso
músico e cantor, Amauri Castro.
Lembro-me de que, ainda criança, acompanhava minha irmã e suas amigas por volta de 1945, à praia do Porto. A
juventude dessa época costumava reunir-se nas manhãs e tardes de verão ali. Os jovens nativos disputavam partidas
de futebol de praia com os soldados do Exército, alojados nuns armazéns do Porto. As moças, em pequenos grupos,
8. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE CATARINA – CAMPUS GAROPABA
HISTÓRIA LOCAL / CURSO DE CONDUTOR AMBIENTAL
Professor: Viegas Fernandes da Costa
bronzeavam o corpo enquanto comentavam sobre os rapazes mais interessantes. O mar tranquilo não oferecia riscos
aos banhistas e às crianças.
Nas Sextas – Feiras Santas, à tarde, os moradores do Centro se deslocavam até o alto da entrada do Porto para
assistir a um “espetáculo” organizado pelos moradores da praia, bem ao canto do costão, o “Boi na Vara”, esporte
de origem portuguesa. Aquela imagem grotesca de maus tratos ao animal está até hoje gravada na minha memória.
A Praia de Baixo tornou-se um imenso bairro. Com a instalação da Indústria Carboquímica Catarinense, a Rua
Araraquara, as ruas de trás e o Riacho do Encanto desapareceram. Restou a Rua Itagiba que chega até o asfalto.
Surgiram, então, os bairros Vila Alvorada (Aguada) e Vila Nova Alvorada (Divinéia).
Atualmente, a Praia de Cima (da Vila) tem vasto loteamento “Solage”, com bons hotéis, restaurantes, bares,
pousadas, etc.. Tornou-se o “Point” turístico e de esportes náuticos no Centro da cidade.
A Praia de Baixo (do Porto), com seu bairro Nova Alvorada, continua reduto de pescadores e de outros
profissionais, mas vive um momento de grandes expectativas para a população em geral com a ampliação do
Porto.
A coluna homenageia três profissionais praianos, estendendo esta homenagem a todos os que contribuíram e ou
continuam no afã de suas atividades em favor da economia, da cultura, do social, do religioso dessa região:
1)Joaquim dos Santos, conhecido como Joaquim da Bilica, natural de Garopaba, deslocou-se para Imbituba ainda
Jovem, motivado pela pesca da baleia e, posteriormente, por outras variedades de peixe. Casou-se com a
imbitubense Anita Ferreira, passando a residir na Praia do Porto. O casal teve nove filhos; sete sobreviveram,
Ademir, Lurdes, Jair, Carlinhos, Júlio, Marlene e Jatir.
Em sociedade com o amigo Arlindo, comprou um barco de pesca, passando semanas em alto mar, até o Rio Grande
do Sul. Cansado de tanto sacrifício, vendeu sua parte no barco para o amigo Arlindo da empresa pesqueira “A
Pioneira” localizada na cabeceira continental da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis. Comprou duas canoas e um
caminhão e passou à pratica da pesca nas praias da redondeza. Mudou-se com a família para o Centro, na Avenida
João Rimsa, onde abriu sua peixaria “Pescados Imbituba” e fábrica de gelo, atualmente dirigidas pelos filhos
Marlene e Jatir. Sua esposa Anita, enferma, recebe o carinho dos filhos e dos amigos. Aguarda feliz, a
comemoração dos seus oitenta e cinco anos em Novembro.
2)Adelino Francisco Pereira (seu Loque), assim como sua esposa Celecina Pereira (dona Cotinha), eram naturais do
Campo D’Una (Araçatuba). Instalaram-se na Praia de Baixo, à Rua Itagiba, com uma forte casa de comércio
(vendiam charque, salame, arroz, feijão, amendoim, fumo em corda, artigos para cozinha (panela, bules, chaleiras,
panelas de inox...), pães e os famosos “galinhos”, pirulitos coloridos em forma de chupeta, e de bichos, além de
outra guloseimas infantis. Foi sócio participativo do Imbituba Atlético Clube. O casal teve uma única filha,
Herminia. Casou-se em 1955, com Crescêncio de Oliveira dando aos pais a alegria de cinco netos. Contou-me, Dr.
Cesar de Oliveira, Advogado e Presidente da O.A.B – Imbituba, meu ex-aluno no terceiro ano primário, que seu
avô era definido pelos amigos como o melhor montador e laçador da região. Sua avó Cotinha era extremamente
religiosa, pertencendo ao “Apostolado da Oração ao Coração de Jesus”. Ela desenvolvia um intenso trabalho social
na localidade.
3)No Riacho do Encanto, um barbeiro se destacou. Era o senhor Pelício, que hoje, aos oitenta e cinco anos, ainda
exerce a sua profissão com maestria, na atual residência na Divineia. Continua usando a mesma cadeira e tesoura
de barbeiro. Parabéns senhor Perício! Viva bem! Longa vida para o senhor.
(Jornal Popular Catarinense, 18/03/2013)
DICIONÁRIO AUELETE (boi-na-va.ra)
sm.
1. SC Espécie de tourada grosseira em que um boi é amarrado a uma vara flexível, o que lhe
permite fazer pequenas investidas contra seus perseguidores, que afinal o matam e retalham.