1. Vila Real (1927) –
Matosinhos (2015)LUÍSA DACOSTA
"Não consigo imaginar a minha vida sem livros"
2. Luísa Dacosta, batizada de Maria Luísa Saraiva Pinto dos
Santos, nasceu no dia 16 de fevereiro de 1927 em Vila Real e
subiu às árvores até aos 50 anos. A tuberculose, que venceu
aos 20 anos, levou-a ao encontro da escrita e à invenção do
pseudónimo literário.
Formou-se em Lisboa, na Faculdade de Letras, em Histórico-
Filosóficas. Foi professora do antigo Ciclo Preparatório e em
1997 reformou-se por limite de idade. Exerceu a crítica na
página literária de O Comércio do Porto e colaborou noutras
páginas literárias, nomeadamente nas do Jornal de Notícias,
Diário Popular e em A Capital. Escreveu ainda vários textos
para catálogos de exposições de artes plásticas, estando esses
textos editados nos seus diários.
BIOGRAFIA
3. LUÍSA DACOSTA
Sou um pouco irrequieta. Um dos
desgostos grandes que tive foi deixar
de subir às árvores. Subi às árvores
até talvez aos 50 anos. Não era
pessoa de estar muito sossegadinha.
O facto de viver na província teve
uma vantagem, porque, embora
naquele tempo não se usasse, eu tive
sempre uma educação mista. Na
província há turmas tão pequenas
que nem podia ser de outra maneira.
Fonte: expresso
4. Foi colaboradora das revistas Seara Nova, Vértice, Vida
Mundial, Raiz e Utopia, Gazeta Musical e de Todas as Artes e de
Colóquio de Letras. Em 1985, filmou para a RTP, integrado na
série Clube de Leitura dirigida por Carlos Correia com a
Escola de Mirandela, o colóquio sobre o seu livro A Menina
Coração de Pássaro.
Escreveu sobretudo para crianças, mas não se limitou a
influenciar os alunos. Os alunos também a influenciaram,
como o prova o facto de ter incorporado nas suas obras
neologismos da autoria deles, tal como «renovescer» no lugar
de «renovar».
BIOGRAFIA
5. Luísa Dacosta começou a sua vida literária em 1955 com a
publicação de um livro de contos intitulado Província. A partir
de 1972 iniciou a escrita de livros para crianças e dirigiu
coleções nesta área editorial. Na sua atividade de tradutora,
traduziu obras de Nathalie Sarraute e Simone de Beauvoir.
Entre as influências que a sua produção literária manifesta, os
críticos têm citado Irene Lisboa, cuja presença seria visível logo
no seu primeiro trabalho. Entre a temática que mais a tem
interessado situam-se os relatos de um quotidiano vulgar e a
situação da mulher.
Os seus livros situam-se num registo em que um sabor
autobiográfico se mistura à crónica e ao conto.
Faleceu no dia 15 de fevereiro de 2015, um dia antes de
completar 88 anos.
BIOGRAFIA
6. LUÍSA DACOSTA
Sou uma escritora marginal e bastante
marginalizada, porque fiz sempre aquilo que quis,
e só aquilo que quis. Tinha uma independência. Já
sabia que morreria de fome se vivesse só dos livros.
Era professora, algo que me dá muito gosto. É uma
forma privilegiada de relação humana. Ainda hoje
gosto muito de estar com os alunos. Tive crianças
que passaram por dificuldades extraordinárias,
mas a determinada altura vi que era capaz de
escrever para eles. Ajudaram-me a escrever. Incluí
no meu vocabulário algumas palavras criadas pelos
alunos. A nossa língua é espantosa. Acho que
temos uma língua privilegiada. É uma língua que
tem dois tempos. Um para o tempo que se gasta,
que é o estar, e um tempo para a eternidade, que é o
ser. É das poucas línguas no mundo que tem isso.
Fonte: expresso
7. Recebeu em 1992 o Prémio Máxima de Literatura, pelo seu
livro Na Água do Tempo – Diário.
Em 2002, recebeu o prémio Uma vida, uma obra, instituído
pela Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto,
com o apoio da Delegação Regional de Cultura do Norte.
Em 2010, recebeu o Prémio Vergílio Ferreira, atribuído pela
Universidade de Évora. Um ano antes foi homenageada na
Feira do Livro do Porto.
Em 2011, as Correntes d'Escritas, na Póvoa de Varzim
incluíram uma homenagem a Luísa Dacosta, acompanhada
de uma revista sobre a escritora.
PRÉMIOS E HOMENAGENS
8. LUÍSA DACOSTA
Com um livro, ganha-se uma riqueza de vida e de experiência que não teríamos de outra forma.
9. 1955- Província (Minerva)
1959- Aspectos do Burguesismo Literário
1960- Notas de Crítica Literária (Divulgação)
1969- Vóvó Ana,Bisavó Filomena e Eu (Portugália)
1970- De Mãos Dadas Estrada Fora (Figueirinhas)
1971- O Príncipe que Guardava Ovelhas (Figueirinhas)
1974- O Valor Pedagógico da Sessão de Leitura (Asa)
1974- O Elefante Cor-de-Rosa (Figueirinhas)
1977- Teatrinho do Romão (Figueirinhas)
1979- A Menina Coração de Pássaro (Figueirinhas)
1980- A-Ver-O-Mar (Figueirinhas)
1981- Nos Jardins do Mar (Figueirinhas)
1985- Prefácio a Raul Brandão
1985- Corpo Recusado (Figueirinhas)
1986- A Batalha de Aljubarrota
1989- Os Magos Que Não Chegaram a Belém (Cooperativa Árvore)
OBRAS
10. “Somos a língua onde o tempo corre mais devagar. Porque os
outros só têm presente, passado e futuro. Nós temos presente,
passado, mais-que-perfeito, imperfeito…”
F o n t e : p ú b l i c o
LUÍSA DACOSTA
11. 1990- Morrer a Ocidente (Figueirinhas)
1992- Na Água do Tempo – Diário (Quimera)
1992- Aleluia, na Manhã
1998- À Sombra do Mar (Expo98)
2000- O Planeta Desconhecido e Romance Da Que Fui Antes de
Mim (Quimera)
2001- Robertices (Asa)
2001- Sargaços (Afrontamento)
2002- Infância e Palavra (Asa)
2004- Sonhos na Palma das Mãos (Asa)
2004- O perfume do Sonho, na Tarde (Asa)
2007- O rapaz que Sabia Acordar a Primavera (Asa)
2008- Um olhar naufragado- Diário 2 (Asa)
2008- A Maresia e o Sargaço dos Dias (Asa)
2009- História com recadinho (Asa)
OBRAS
12. SONHOS NA PALMA DAS MÃOS
“Eu tratei a relação humana. Os
Sonhos na Palma da Mão são sobre a
relação de alguém consigo próprio, se
não tivermos uma boa relação
connosco, não temos com os outros.
Depois, a relação da amizade e a
relação do amor. São muito
diferentes: hoje é diferentíssimo de
antes. As pessoas precisam de estar
muito juntas para poderem
comunicar a nível profundo. As
pessoas hoje estão muito
distanciadas.
Fonte: público
13. Antologias:
Daqui Houve Nome de Portugal, Eugénio de Andrade, 1969.
Portugal, a terra e o homem: Expressão das cidades, compilação de
Jorge Gaspar, Fundação Calouste Gulbenkian, 1981
De Que São Feitos os Sonhos, Areal Editores, 1985.
Portugal: A Terra e o Homem, Fundação Calouste Gulbenkian, II Vol.,
3ª série, 1981.
Conto estrelas em ti: 17 poetas escrevem para a infância, compilação
de José António Gomes, Campo das Letras, 2000
OBRAS
14. LUÍSA DACOSTA
A vida ensinou-me que não podemos viver sozinhos. Ensinou-me que não podemos viver
sem o bafo humano e que devemos fazer tudo para lutar por isso.
15. http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/luisa -dacosta-19272015nunca-fiz-uma-
coisa-que-eu-nao-quisesse-1686359
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADsa_Dacosta
http://paginas.fe.up.pt/porto-ol/aaf/fotobiografia.html
https://www.sitiodolivro.pt/pt/autor/luisa-dacosta/4899/
http://observador.pt/2015/02/15/escritora-luisa-dacosta-morre-aos-87-anos/
http://expresso.sapo.pt/cultura/o-adeus-a-luisa-dacosta-que-subiu-as-arvores-ate-
aos-50-anos=f911111
http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/dacosta.htm
http://www.dglb.pt/sites/DGLB/Portugues/autores/Paginas/PesquisaAutores 1.aspx
?AutorId=8321
Isabel A. Ferreira, Luísa Dacosta: «No Sonho, a Liberdade…», edição de autor, 2006
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
16. Aprofessorabibliotecária,CarlaNunes
Anoletivo2015/2016
Série Autores Lusófonos
1. Mia Couto
2. José Eduardo Agualusa
3. Ondjaki
4. Jorge Amado
5. José Luís Peixoto
6. José Jorge Letria
7. Sophia de Mello Breyner Andresen
8. Luísa Ducla Soares
9. Pedro Seromenho
10. António Mota
11. Margarida Fonseca Santos
12. Luísa Dacosta