O documento descreve a exploração portuguesa da costa ocidental africana sob a direção do Infante D. Henrique entre os séculos XV e XV. Detalha as viagens de Gil Eanes que dobrou o Cabo Bojador em 1434 e como isso permitiu continuar a navegação ao longo da costa. Também discute as conquistas de D. Afonso V e os objetivos de expansão de D. João II, incluindo encontrar uma rota marítima para a Índia.
A Europa dos Parlamentos: sociedade e poder político
A expansão portuguesa sob o Infante D. Henrique até à descoberta do caminho marítimo para a Índia
1.
2. Enquanto decorria a colonização dos arquipélagos atlânticos, o Infante D. Henrique
prosseguiu com as viagens de exploração da costa ocidental africana, procurando
alcançar o acesso direto ao ouro africano e acabar com o comércio intermediário
dos muçulmanos.
Infante D. Henrique - Vitral no edifício do Turismo, junto à Mata
dos Sete Montes, Tomar.
O Infante D. Henrique
3. A costa ocidental africana já era conhecida até ao Cabo Bojador…
… para sul, ficava o
“mar tenebroso”, o
“fim do mundo”.
4.
5.
6. Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu
sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas
mães choraram,
Quantos filhos em vão
rezaram!
Quantas noivas ficaram por
casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar para além
do Bojador
7. Foi com uma barca que Gil Eanes dobrou o
Bojador (1434). Era uma embarcação
robusta, capaz de aguentar embates em
rochas e passar por águas pouco
profundas, mas era lenta e pouco
manobrável. Usava a chamada vela
redonda, um pano que, embora em
formato quase quadrado, com a ação do
vento inchava, ganhando uma forma
arredondada.
Nunca ultrapassado, o Cabo Bojador era
o grande obstáculo para a descoberta do
litoral africano. Navegando junto à costa,
era difícil vencer os baixios e as correntes
traiçoeiras.
A passagem do Cabo Bojador (1434)
veio demonstrar que era possível
continuar a navegar ao longo da costa
africana.
8. Cabo sim, Cabo não
Para lá do cabo não, limite da criação,
Fica o mar das trevas, onde não foi mouro nem cristão.
Vou rumar ao turbilhão de brumas e macaréus,
Passá-lo é minha missão, já me encomendei aos céus.
Para lá do cabo não… vou e voltarei ou não.
A sul passei muitas léguas com o deserto a par,
Anotei ventos e águas, na carta de marear.
Até que surgiu outro cabo, bramindo como um trovão.
De treva cem vezes pior, que a treva do cabo não.
Para lá do Bojador… vou e voltarei ou não.
Era um mar caldo de enxofre, que rugia furibundo.
Tragando barcas e homens, até ao limbo do mundo.
Estava guardado para mim, ir buscar toda a coragem .
Conter a bordo o motim e pôr de pé a marinhagem.
Para lá do Bojador… vou e voltarei ou não.
Passei a ponta medonha e o mar era só água e sal.
Mas na costa mais areia e de vivalma nem sinal.
Cabotamos mais abaixo, ao correr da areia e do tempo.
Rumo à estrela do sul, para lá do Cabo Branco.
Para lá do Cabo Branco… vou e voltarei ou não.
Um dia já tão cansado de cabo não, cabo sim .
Vi um belo Cabo Verde que ao deserto punha fim.
Com gente da cor mais negra sem temor nenhum a Deus,
E vi rios de água doce e o verde ia até aos céus.
Para lá do Cabo Verde… vou e voltarei ou não .
Carlos Tê / Rui Veloso
9. As viagens prosseguiram… e desde a conquista de Ceuta que o Infante D. Henrique
assumira a direção da expansão ultramarina. Até à sua morte (1460) chegou-se a
expansão ao longo da costa africana avançou até à Serra Leoa.
10. A partir de 1469, as viagens marítimas
ficaram a cargo de um particular, Fernão
Gomes, que arrendou o comércio à coroa.
Além do pagamento da renda, ficava
obrigado a descobrir cem léguas de costa
por ano. Quando o contrato terminou
(1474), a costa ocidental era conhecida
até ao Cabo de Sta Catarina, mais as ilhas
de S. Tomé e Príncipe e Fernando Pó.
Após a morte do Infante D. Afonso V, decidiu dar um novo rumo à expansão:
conquistar cidades no Norte de África: Alcácer Ceguer, Arzila e Tânger.
D. Afonso V
Retrato de Dom Afonso V
Cópia de uma iluminura de Dário de Jörg von Bringen
(Biblioteca de Landes, Estugarda, Alemanha)
Museu Nacional de Arte Antiga
11. Em 1475, o príncipe D. João, filho de D. Afonso V, assume a direção da expansão e,
quando sobe ao trono define como objetivos:
D. João II
Fortalecer o domínio português no Atlântico;
Fazer a exploração da costa africana;
Procurar a passagem do Atlântico para o
Índico, com vista a atingir a Índia.
Durante o seu reinado, Bartolomeu Dias passa
o Cabo das Tormentas, mas a viagem marítima
até à Índia, concretizar-se-á no reinado de D.
Manuel I.
12. As imagens incluídas neste trabalho foram obtidas na Internet, através de pesquisa
no Google.