Em Março de 2022 completam 170 anos desde a tragédia do navio a vapor “Porto”, que naufragou na barra da cidade Invicta, causando a morte a mais de 50 pessoas, entre passageiros e tripulantes. Depois do desastre da Ponte das Barcas, aquando das Invasões Francesas, em 29 de março de 1809, onde terão perecido mais de 10 mil pessoas, o naufrágio do “Porto” foi o segundo pior desastre da história do rio Douro, ocorrido, por coincidência, também a 29 de março mas de 1852.
Tragédia do vapor "Porto" - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
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MARIANTES DO RIO DOURO
A Tragédia
do Vapor ”Porto”
História da Cidade
E dos Monumentos
Portuenses
Artur Filipe dos Santos
2. • Artur Filipe dos Santos
• Doutorado em Comunicação, Publicidade, Relações Públicas e Protocolo pela Faculdade de
Ciências Sociais e da Comunicação da Universidade de Vigo, é atualmente professor adjunto
no ISLA Instituto Politécnico de Gestão e Tecnologia, coordenador da licenciatura de
Comunicação e Tecnologia Digital e do CTesP de Comunicação Digital, e docente na
Universidade Lusófona do Porto. Atua como docente e investigador nas área(s de Ciências
Sociais com ênfase em Ciências da Comunicação, Comunicação e Divulgação do Património.
Perito em Protocolo (de Estado, Universitário, Multicultural e Empresarial) é membro da
Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo (APOREP), membro da Sociedad de Estudios
Institucionales, UNED, Espanha, investigador e membro da Direção do Observatório
Iberoamericano de Investigação e Desenvolvimento em Comunicação (OIDECOM-
Iberoamérica), Espanha, membro do Centro de Investigação em Comunicação (ICOM-X1) da
Universidade de Vigo, Espanha, membro da Associação Portuguesa de Ciências da
Comunicação (SOPCOM). É ainda divulgador dos Caminhos Portugueses a Santiago de
Compostela. É membro do ICOMOS (INTERNATIONAL COUNCIL OF MONUMENTS AND SITES),
organismo pertencente à UNESCO, responsável pela avaliação das candidaturas dos bens
culturais universais a Património Mundial Como jornalista fez parte da TV Galiza, jornal A Bola,
Rádio Sim (grupo Renascença), O Primeiro de Janeiro, Matosinhos Hoje, Jornal da Maia.
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3. • Em Março de 2022
completam 170 anos
desde a tragédia do
navio a vapor “Porto”,
que naufragou na barra
da cidade Invicta,
causando a morte a
mais de 50 pessoas,
entre passageiros e
tripulantes.
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Cadeira de História do Porto
Centenário da Tragédia do Vapor “Porto” – Artur Filipe dos Santos
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• Depois do desastre da
Ponte das Barcas,
aquando das Invasões
Francesas, em 29 de
março de 1809, onde
terão perecido mais de
10 mil pessoas, o
naufrágio do “Porto” foi o
segundo pior desastre da
história do rio Douro,
ocorrido, por
coincidência, também a
29 de março mas de
1852.
As Alminhas da Ponte são umas alminhas localizadas na Ribeira, na
cidade do Porto, em Portugal. Trata-se de um baixo relevo em bronze
realizado em 1897 pelo escultor Teixeira Lopes, pai e que eternizou o
dia 29 de Março de 1809 no qual centenas de pessoas, fugindo das
tropas do Marechal Soult que atacavam a cidade sob ordens de
Napoleão, faleceram na travessia da Ponte das Barcas. O peso e a
aflição da população em fuga originou o afundamento da ponte que
ligava as duas margens do rio Douro. Hoje em dia, os cidadãos
depositam velas acesas e flores nas Alminhas da Ponte para lembrar a
tragédia.
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• A 28 de março o vapor
“Porto” saiu da barra da
Foz com destino a Lisboa.
Era uma das muitas
viagens entre as das
cidades, desde que em
1821 as ligações se
iniciaram com o navio
Lusitânia, o primeiro
navio a vapor português,
que viria a naufragar
junto à Ericeira, em 1823.
6. • As ligações foram
interrompidas e
retomadas em 1825
com o vapor
“Lusitano”, que viria a
naufragar no período
das Guerras Liberais,
em 1825
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• Apesar da ameaça de
mau tempo, o vapor
“Porto” partiu do Cais
da Estiva, até que o
capitão, rendido à
intempérie decidiu
rumar a Vigo.
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• No dia seguinte, logo
de manhã, o capitão do
navio teve ordem para
se fazer ao largo, pois o
tempo estava cada vez
pior. Contudo, a
preocupação crescia
nos passageiros, que
obrigaram o capitão a
regressar à cidade de
onde partiu
inicialmente.
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• Autorizado pelo piloto-
mor a entrar na barra, o
vapor viria a encalhar
na Rocha do Touro (nº
11 do mapa de Teodoro
de Sousa Maldonado,
ode se pode ver o farol
de S. Miguel-o-Anjo.
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• Os passageiros e
tripulantes gritaram por
socorro, porém nada
podia ser feito para os
salvar dado não haver
quaisquer meios de
salvamento em terra. Foi
então que Ricardo
Clamouse Brown e
António Ribeiro da Costa
e Almeida saltaram para
o interior de uma catraia
e fizeram-se ao mar, mas
a força das ondas
arrastou-os para a praia.
Ricardo Clamouse Brown por Augusto
Roquemont, c. 1852, óleo sobre papel -
Museu Nacional de Soares dos Reis
13. • A crueldade das ondas
levariam o “Porto” a
embater na pedra da
Laje, com barco a
partir-se em dois.
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• Salvaram-se apenas
sete dos sessenta e um
tripulantes e
passageiros, entre os
quais algumas crianças.
15. • A administração da
empresa do navio foi
considerada culpada e
condenada, pois esta
sabia que o mar estava
em péssimo estado de
navegabilidade.
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• O naufrágio do vapor Porto
representou um choque
para as gentes da “Invica”,
pois na tragédia perderam a
vida pereceram foguras
ilustres, entre eles, José
Allen, irmão do Visconde de
Vilar d’Allen e as suas duas
filhas, e ainda o Cônsul de
França, António José
Plácido Braga, pai de Ana
Plácido, amante de Camilo,
entre outros.
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• Estava dado o mote
para que o governo
tomasse medidas para
melhorar a segurança
da barra do Douro:
“Mappa da barra e rio da cidade do Porto, com todas as pedras que tem o dito rio
na baixa-mar. Feito por José Monteiro Salazar mestre piloto, aprovado e lente da
aula náutica, na dita cidade em 1779. Copiado por António Martins Alvares de
Almeida, no Porto, aos 30 de novembro de 1774”. In O Tripeiro – volume 2
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• 1854 – o engenheiro francês
Gayffier propõe um cais do
Passeio Alegre até aos
penedos das Felgueiras;
• 1854 – é contratado o
engenheiro londrino William
Jates Freebody para vir
examinar a barra do Douro e
elaborar um relatório com
soluções;
• 1855 – um outro inglês, o
engenheiro hidráulico sir John
Rennie, apresenta um
relatório onde defende a
destruição de uma série de
rochedos;
Projecto de Reynaldo Oudinot e por si
indicado: “Estes são os próprios mapas
approvados por Sua Alteza Real o Príncipe
Regente, Nosso Senhor, quando os apresentei
em Mafra ao mesmo Senhor no dia 23 de
Setembro de 1791”.
19. • 1858 – o engenheiro inglês,
Knox, apresenta um
projecto que previa o
aterro da foz do rio,
abrindo-se no Cabedelo um
canal com eclusa que
desembocaria num porto
de abrigo construído no
mar e formado por molhes
marítimos;
• 1859 – projectos do
engenheiro Joaquim Nunes
de Aguiar e do inspector de
Obras Públicas José Carlos
Chelmiki;
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Projeto da regularização da barra do séc. XVIII
– original no Hotel da Boa-vista, da Foz – um
dos muitos que foram estudados e não
executados.
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• 1859 a 1862 – pormenorizados
estudos hidrográficos dirigidos pelo
engenheiro Caetano Maria Batalha
que conclui, igualmente, pela
necessidade de destruição de
inúmeros penedos, muitos dos quais
até profundidades que deveriam
atingir os seis metros;
21. • Fonte:
http://portoarc.blogspot.com/
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• 1863 – o engenheiro
francês, H. Luzeu,
defende que a melhor
solução é mudar a
orientação da entrada
do Douro, sugerindo
para tal a construção de
dois molhes curvilíneos a
sair do Cabedelo e de S.
João da Foz alterando,
efectivamente, o rumo
das águas do Douro no
seu contacto com o mar.
22. • No final de todo o
processo está a criação
dos planos para um
novo porto artificial,
desta feita com
localização em
Matosinhos: o porto de
Leixões.
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