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DEZ QUESTÕES SOBRE O
HEMATOMA EPIDURAL
INTRACRANIANO.Lições
APRENDIDAS
Natã Cordeiro e Pedro Octávio
Introdução
 Coleção de sangue localizada entre a dura-máter e a placa óssea interna do
crânio
 Ocorre entre 0,2 a 6% dos pacientes hospitalizados com TCE
 Geralmente afeta pacientes adultos jovens do sexo masculino
 Quadro clínico: perda inicial de consciência, seguida pelo retorno a um estado
normal de consciência (intervalo lúcido), e por sinais neurológicos focais
associados a uma piora do estado de consciência
 Diagnóstico: A TC é a ferramenta inicial para identificação
 É uma emergência neurocirúrgica – diagnóstico precoce e tratamento
adequado
Métodos
Revisão sistemática
TIPO DE ESTUDO
- 1975 e 2016
- Qualquer faixa etária
- Estudos observacionais
- Relatos de caso
Critérios de
inclusão
- Estudos não desenvolvidos em
humanos
- Sem resumo nas bases de dados
Critérios de
exclusão
Pubmed, Scielo e livros de
neurocirurgia
Periódicos
01
02
03
04
SUMÁRIO
1. Epidemiologia e Incidência
2. Idade e sexo
3. Causas e locais
4. Estado neurológico
5. Intervalo lúcido
6. Radiografia simples do crânio
7. Resultados da tomografia computorizada
8. Tamanho do hematoma
9. Tratamento
10. Prognóstico
1º Questão – Epidemiologia
e Incidência
 O HE corresponde a 0,2% a 6% de todo TCE e de 9% a 12% dos casos graves de
TCE
 Quanto à evolução
- Agudos (58%)
- Subagudos (31%)
- Crônicos (11%)
 Corresponde a 20% das intervenções cirúrgicas para hematomas
intracranianos traumáticos
2º Questão – Idade e sexo
 Afeta mais a segunda e terceira décadas de vida (3% dos pacientes com menos
de dois anos de idade e menos de 6% em pacientes com mais de 60 anos de
idade)
 O HE é incomum na infância:
- Maior maleabilidade e elasticidade craniana
- O sulco médio da artéria meníngea é raso (artéria desloca-se sem sofrer lesão)
- Maior aderência da dura-máter ao crânio
- Díploi craniano menos proeminente
 Afeta o sexo masculino na proporção de 3 a 5 doentes para 1 do feminino
3º Questão – Causas e
Locais
 Em 70-90% dos casos são devidos a acidentes de trânsito e quedas acidentais.
 Localização:
- 90% supratentorial
- 10% infratentorial
- 95% dos casos é unilateral e 5% bilateral
 Região:
- 10% frontal
- 10% parieto-occipital
- 10% na fossa posterior
- (menos comum no vértice e no clivus
 O HE está quase sempre localizada na convexidade do hemisfério cerebral na
fossa média, portanto, sua localização temporal e parietal é mais comum em
70% dos casos
4º Questão – Estado
neurológico
 A apresentação clínica depende:
- Tamanho do hematoma
- Localização do hematoma
- Velocidade de crescimento do hematoma
- Presença ou não de lesões intradurais associadas
 Sintomas associados à EH:
- Dor de cabeça, náuseas e vômitos, convulsões e déficit neurológico focal
 Síndrome piramidal e anisocoria são sinais valiosos da localização da HE,
ocorrendo em 20 a 45% dos casos
 A midríase unilateral (anisocoria) é identificada em 6 a 44% dos casos. Quando
seu volume é pequeno, geralmente é assintomática. Se volumosa, a HE
apresenta alta incidência de estado de coma
5º Questão – Intervalo
lúcido
 Intervalo lúcido: evolução da perda de consciência após o trauma
acompanhada por uma completa recuperação da consciência
- É seguido de midríases ipsilaterais para o hematoma, que é secundária à
herniação não-infecciosa e hemiparesia contralateral, com diminuição do
nível de consciência
- Ocorre entre 10 a 33 % dos casos
- Outros estudos relataram o presença do intervalo lúcido em 58% dos casos
- Redução na incidência dos intervalos lúcidos (uso precoce de TC em casos de
TCE moderado e severo
6º Questão – RADIOGRAFIA
SIMPLES DE CRÂNIO
 Incidência de fratura variável (60-86,7%)
 Baixo VPN entre traço/EH
 Fraturas cruzando meníngea média ou seios venosos - aumento de hematoma
 Correlação entre traçado e prognóstico
7º Questão – ACHADOS DA TC
 Escolha diagnóstica (extra-axial, biconvexa ou lentiforme)
 Desvio de estruturas em linha média, lesões intradurais
 EH geralmente não cruza as linhas de suturas
 Forma hiperaguda: "sinal de redemoinho"
 Repetição da TC: monitorização
8º Questão – tamanho do
hematoma
 Prognóstico
 Relação hematoma x local-região temporal
9º Questão – tratamento-
emergência
 Protocolos ainda divergentes
 Abordagem individualizada (idade, localização, tamanho e estado neurológico)
 Abordagem conservadora: consciência preservada, sem déficit neurológico
focal,ausência de lesão IC associada, TC 6h mostrando volume <30ml, espessura
<15mm e desvio LM<5mm
 Deterioração neurológica ou volume maior: cirurgia imediata
 Efeito de massa a depender da localização
9º Questão – tratamento-
emergência
 Critérios cirúrgicos:
a. Coma com anisocoria;
b. Coma e piora do estado neurológico em HE com volume> 25ml;
c. Volume de EH> 30 ml, mesmo na ausência de sintomas;
d. Volume de EH> 25 ml, localizado na fossa posterior ou região temporal;
e. Desvio da linha média> 5 mm, com piora do estado neurológico;
f. Aumento do volume do hematoma.
9º Questão – tratamento-
emergência
 Abordagem:
a. Craniotomia osteoplástica
b. Coagulação do vaso lesado
c. Seios venosos: Gelfoam ou Surgicel + elevação de cabeça
10º Questão – prognóstico
 Mortalidade e Morbidade-0-33%
 Fatores que influenciam o prognóstico: idade, pontuação do Glasgow de
admissão, lesão intradural associada, tempo entre trauma-sintomas, tamanho e
localização
 Maior fator de redução da mortalidade: transporte rápido
 Disponível em: Revista Médica de Minas Gerais - Abordagem anatomoclínica
das herniações cerebrais decorrentes de hematoma epidural
 Disponível em: Morfologia - Sistema Esquelético (ulbra-to.br)
 Disponível em: Neupatimagem-UNICAMP
 Carlos Umberto Pereira et al. Ten Questions About Intracranial Epidural
Hematoma. Lessons learned. J Bras Neurocirur 32 (1): 47-52, 2020
Referências
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10 QUESTÕES SOBRE HE EPIDURAL

  • 1. DEZ QUESTÕES SOBRE O HEMATOMA EPIDURAL INTRACRANIANO.Lições APRENDIDAS Natã Cordeiro e Pedro Octávio
  • 2. Introdução  Coleção de sangue localizada entre a dura-máter e a placa óssea interna do crânio  Ocorre entre 0,2 a 6% dos pacientes hospitalizados com TCE  Geralmente afeta pacientes adultos jovens do sexo masculino  Quadro clínico: perda inicial de consciência, seguida pelo retorno a um estado normal de consciência (intervalo lúcido), e por sinais neurológicos focais associados a uma piora do estado de consciência  Diagnóstico: A TC é a ferramenta inicial para identificação  É uma emergência neurocirúrgica – diagnóstico precoce e tratamento adequado
  • 3.
  • 4. Métodos Revisão sistemática TIPO DE ESTUDO - 1975 e 2016 - Qualquer faixa etária - Estudos observacionais - Relatos de caso Critérios de inclusão - Estudos não desenvolvidos em humanos - Sem resumo nas bases de dados Critérios de exclusão Pubmed, Scielo e livros de neurocirurgia Periódicos 01 02 03 04
  • 5. SUMÁRIO 1. Epidemiologia e Incidência 2. Idade e sexo 3. Causas e locais 4. Estado neurológico 5. Intervalo lúcido 6. Radiografia simples do crânio 7. Resultados da tomografia computorizada 8. Tamanho do hematoma 9. Tratamento 10. Prognóstico
  • 6. 1º Questão – Epidemiologia e Incidência  O HE corresponde a 0,2% a 6% de todo TCE e de 9% a 12% dos casos graves de TCE  Quanto à evolução - Agudos (58%) - Subagudos (31%) - Crônicos (11%)  Corresponde a 20% das intervenções cirúrgicas para hematomas intracranianos traumáticos
  • 7. 2º Questão – Idade e sexo  Afeta mais a segunda e terceira décadas de vida (3% dos pacientes com menos de dois anos de idade e menos de 6% em pacientes com mais de 60 anos de idade)  O HE é incomum na infância: - Maior maleabilidade e elasticidade craniana - O sulco médio da artéria meníngea é raso (artéria desloca-se sem sofrer lesão) - Maior aderência da dura-máter ao crânio - Díploi craniano menos proeminente  Afeta o sexo masculino na proporção de 3 a 5 doentes para 1 do feminino
  • 8.
  • 9. 3º Questão – Causas e Locais  Em 70-90% dos casos são devidos a acidentes de trânsito e quedas acidentais.  Localização: - 90% supratentorial - 10% infratentorial - 95% dos casos é unilateral e 5% bilateral  Região: - 10% frontal - 10% parieto-occipital - 10% na fossa posterior - (menos comum no vértice e no clivus  O HE está quase sempre localizada na convexidade do hemisfério cerebral na fossa média, portanto, sua localização temporal e parietal é mais comum em 70% dos casos
  • 10. 4º Questão – Estado neurológico  A apresentação clínica depende: - Tamanho do hematoma - Localização do hematoma - Velocidade de crescimento do hematoma - Presença ou não de lesões intradurais associadas  Sintomas associados à EH: - Dor de cabeça, náuseas e vômitos, convulsões e déficit neurológico focal  Síndrome piramidal e anisocoria são sinais valiosos da localização da HE, ocorrendo em 20 a 45% dos casos  A midríase unilateral (anisocoria) é identificada em 6 a 44% dos casos. Quando seu volume é pequeno, geralmente é assintomática. Se volumosa, a HE apresenta alta incidência de estado de coma
  • 11. 5º Questão – Intervalo lúcido  Intervalo lúcido: evolução da perda de consciência após o trauma acompanhada por uma completa recuperação da consciência - É seguido de midríases ipsilaterais para o hematoma, que é secundária à herniação não-infecciosa e hemiparesia contralateral, com diminuição do nível de consciência - Ocorre entre 10 a 33 % dos casos - Outros estudos relataram o presença do intervalo lúcido em 58% dos casos - Redução na incidência dos intervalos lúcidos (uso precoce de TC em casos de TCE moderado e severo
  • 12. 6º Questão – RADIOGRAFIA SIMPLES DE CRÂNIO  Incidência de fratura variável (60-86,7%)  Baixo VPN entre traço/EH  Fraturas cruzando meníngea média ou seios venosos - aumento de hematoma  Correlação entre traçado e prognóstico
  • 13. 7º Questão – ACHADOS DA TC  Escolha diagnóstica (extra-axial, biconvexa ou lentiforme)  Desvio de estruturas em linha média, lesões intradurais  EH geralmente não cruza as linhas de suturas  Forma hiperaguda: "sinal de redemoinho"  Repetição da TC: monitorização
  • 14. 8º Questão – tamanho do hematoma  Prognóstico  Relação hematoma x local-região temporal
  • 15. 9º Questão – tratamento- emergência  Protocolos ainda divergentes  Abordagem individualizada (idade, localização, tamanho e estado neurológico)  Abordagem conservadora: consciência preservada, sem déficit neurológico focal,ausência de lesão IC associada, TC 6h mostrando volume <30ml, espessura <15mm e desvio LM<5mm  Deterioração neurológica ou volume maior: cirurgia imediata  Efeito de massa a depender da localização
  • 16. 9º Questão – tratamento- emergência  Critérios cirúrgicos: a. Coma com anisocoria; b. Coma e piora do estado neurológico em HE com volume> 25ml; c. Volume de EH> 30 ml, mesmo na ausência de sintomas; d. Volume de EH> 25 ml, localizado na fossa posterior ou região temporal; e. Desvio da linha média> 5 mm, com piora do estado neurológico; f. Aumento do volume do hematoma.
  • 17. 9º Questão – tratamento- emergência  Abordagem: a. Craniotomia osteoplástica b. Coagulação do vaso lesado c. Seios venosos: Gelfoam ou Surgicel + elevação de cabeça
  • 18. 10º Questão – prognóstico  Mortalidade e Morbidade-0-33%  Fatores que influenciam o prognóstico: idade, pontuação do Glasgow de admissão, lesão intradural associada, tempo entre trauma-sintomas, tamanho e localização  Maior fator de redução da mortalidade: transporte rápido
  • 19.  Disponível em: Revista Médica de Minas Gerais - Abordagem anatomoclínica das herniações cerebrais decorrentes de hematoma epidural  Disponível em: Morfologia - Sistema Esquelético (ulbra-to.br)  Disponível em: Neupatimagem-UNICAMP  Carlos Umberto Pereira et al. Ten Questions About Intracranial Epidural Hematoma. Lessons learned. J Bras Neurocirur 32 (1): 47-52, 2020 Referências